As artes do Renascimento e do Maneirismo Arcos e colunas clássicos Cenário arquitetónico perspetivado Fundo paisagístico Arquitetura classicizante da época Personagens vestidas à época Personagens exóticas Colorido intenso Ponto de fuga central Presença de animais Veronese, Ceia em Casa de Levi, 1573, óleo, Galeria da Academia, Veneza Os homens do Renascimento aliavam de modo bastante espantoso a admiração pelo mundo Os artistas do Renascimento possuíam uma técnica superior à dos Antigos e não ignoravam greco-romano a uma falta de respeito por vezes muito evidente para com as obras legadas pela este facto. Os pintores da Grécia e de Roma não utilizavam a pintura a óleo, embora encausti- Antiguidade a posteriori. […] Inspirar-se nos Antigos para fazer coisas novas, eis o propósito […]. cassem painéis de madeira. É verdade que, em Pompeia, nos séculos II e I antes da nossa era, Brunelleschi foi, na arquitetura, o iniciador do regresso à estética greco-romana e pôs em voga a tentaram estudos de perspetiva; mas Pompeia ficou escondida dos olhares da Humanidade até simetria e o uso sistemático do módulo de base. Mas Santa Maria dei Fiore (1434) […] é ainda gótica ao século XVIII. Os estudos dos flamengos e, mais tarde, dos italianos do Quattrocento, em matéria pelo perfil e pelo travejamento com tirantes de ferro. Noutros monumentos – como a Hospital dos Inocentes – foi buscar às basílicas romanas as arcadas sobre colunas. E, no peristilo deste edifício, substituiu as nervuras por cupulazinhas de inspiração bizantina. […] Mas a planta central [associada à cúpula] não era apenas romana: a Alta Idade Média e Bizâncio também a tinham utilizado […]. Arte de síntese, a do Renascimento? Isto ainda é mais verdade fora de Itália. […] Em toda a parte, a arte nova teve de entrar em compromisso com robustas tradições nacionais. […] Nos grandes artistas do Renascimento a imitação da Antiguidade nunca foi servil […]. de pintura, tiveram, pois, carácter inédito. As pesquisas de Masaccio, Piero della Francesca, Paolo Ucello, Leonardo e os estudos teóricos de Alberti e dos matemáticos Manetti e Pacioli permitiram aos pintores, a partir do início do século XVI, dispor de uma técnica que se pode dizer perfeita. […] Seguros do seu talento e dos seus processos, como é que os artistas do Renascimento não haviam de fazer obra original? Jean Delumeau, A Civilização do Renascimento, Editorial Estampa, 1984