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AMIZADE
E POLITICA
NA EUROPA
Organização:
Colaboração:
COLOQUIO
INTERNACIONAL
25 > 27 SET. 2013
LISBOA
ENTRADA
LIVRE
Apoio:
AMIZADE
E POLITICA
NA EUROPA
O colóquio internacional Amizade e Política
na Europa evoca o Tratado do Eliseu,
celebrado entre a França e a Alemanha
há precisamente 50 anos (assinado pelo
Chanceler Konrad Adenauer e pelo
Presidente Charles de Gaulle), com o qual
os dois países se comprometiam com a
reconciliação e a paz. Tal gesto bilateral
que poucos anos antes – e desde sempre –
era inimaginável marca o triunfo de uma
política da amizade entre os dois países que
constituirá o terreno e o exemplo, do ponto
de vista do que Valéry chamou uma “política
do espírito”, para a construção da União
Europeia. Esse tratado político, no seu
pragmatismo e enquanto resposta a um
passado traumático, encontra um sentido
essencial no tema da philia, que está na base
do que caracteriza a Europa enquanto
continente onde teve origem a filosofia
e a racionalidade que lhe corresponde,
permitindo o florescimento científico.
Daí que o colóquio abra com um painel
dedicado ao tema fundador da amizade,
para além das contingências históricas do
Tratado do Eliseu. E porque se realiza em
Portugal, país que pertence ao espaço
político e económico comum da União
Europeia, o colóquio não poderia deixar
de debater algumas questões que, na
perspectiva portuguesa, o tema suscita.
Desde logo, as relações com o velho imimigo
de outrora, a Espanha, com o qual há uma
longa história de afinidades electivas de
tipo diferente das que historicamente se
estabeleceram entre a Alemanha e a França.
E porque o colóquio não á apenas evocativo
e de celebração do passado, fechará com um
debate que se projecta no futuro da Europa
e nas hipóteses que a amizade política traz
para Portugal.
COLOQUIO
INTERNACIONAL
25 > 27 SET. 2013
LISBOA
Tradução simultânea português/ francês
(no dia 27, também alemão)
ABERTURA
QUA. | 25 SET. 2013 | 19h00
GOETHE-INSTITUT
Auditorium
AMIZADES EUROPEIAS:
DUAS RELACOES BILATERAIS
SUI GENERIS
Sessão Dupla
QUI. | 26 SET. 2013 | 18h00
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
Sala 1
A PHILIA E A IDEIA FILOSOFICA
DA EUROPA
Fausto Fraisopi (Itália)
Jean-Marc Ferry (França)
Moderador: António Guerreiro (Portugal)
O QUE E A “AMIZADE”
FRANCO-ALEMA?
Stefan Martens (Alemanha)
Jean-Marc Ferry (França)
Moderador: Carlos Gaspar (Portugal)
A AMIZADE ENTRE PORTUGAL
E ESPANHA NO CONTEXTO
EUROPEU
Eduardo Junco (Espanha)
Teresa Patrício Gouveia (Portugal)
Moderador: Nuno Severiano Teixeira (Portugal)
PERSPECTIVAS EUROPEIAS,
CULTURA E POLITICA
Sessão Dupla
SEX. | 27 SET. 2013 | 18h00
INSTITUT FRANÇAIS DU PORTUGAL
Auditório
EUROPA COMO CULTURA?
Pascal Brunet (França)
Mark Deputter (Portugal)
Moderador: Arnauld Leclerc (França)
EXPECTATIVAS E INCERTEZAS:
O FUTURO DA EUROPA
Harald Welzer (Alemanha)
Jean-Marc Ferry (França)
Diogo Pires Aurélio (Portugal)
Moderadora: Teresa de Sousa (Portugal)
INTRODUCAO AO TEMA
de António Guerreiro
A PHILIA E A IDEIA FILOSÓFICA
DA EUROPA
A questão da amizade como conceito
fundamental da configuração política da
Europa coloca-se a um nível muito mais
profundo do que o da condição necessária
das relações entre Estados que formam uma
comunidade ou uma união. A Europa, como
Husserl disse na sua célebre conferência de
1935 em Viena, sobre a crise das ciências
europeias, é uma ideia, define-se não como
entidade geográfica, mas como um
“continente espiritual”, cuja origem é a
filosofia grega, a philia do saber. A amizade
como filosofia e a filosofia como amizade
estão na base da ideia da Europa como
tarefa infinita - e não apenas construção
política, com as sua contingências históricas
- uma vez que é consubstancial às questões
da racionalidade, da universalidade,
da responsabilidade, da abertura ao Outro
(e, neste sentido, todo o eurocentrismo
é uma negação da ideia da Europa, como
Nietzsche formulou de maneira exemplar
quando disse que o “bom europeu” tinha de
saber pensar de maneira extra-europeia).
De Aristóteles a Derrida, passando por
Hannah Arendt, o conceito político da
amizade ganhou uma dimensão importante.
E é principalmente em tempos de crise que
a sua relevância é testada.
O QUE É A “AMIZADE” FRANCO-ALEMÃ?
A relação entre a Alemanha e a França é a
de um par – um tandem – com uma longa
história de uniões, separações, reconciliações
e rivalidades miméticas, sob um fundo de
fascínio mútuo, bem manifesto na batalha
franco-alemã das culturas (uma guerra que
encontrou uma expressão eloquente no par
dicotómico cultura/ civilização). No contexto
da União Europeia, muito se tem falado do
“eixo franco-alemão”, ora para o ver como
uma ameaça e como uma fractura (antes
de mais, a fractura entre o Norte e o Sul),
ora para ver nele o motor que fornece
as próprias condições de possibilidade
de uma união europeia. Recordemos que
para Carl Schmitt a política não existiria
sem a figura do inimigo, e foi esse horizonte
de despolitização que ele identificou no
horizonte do século XX, depois das duas
guerras mundiais. Mas, mais pertinente para
o tema deste painel, é uma outra questão
elaborada por Schmitt: o contrário da
amizade, em política, não é a inimizade,
é a hostilidade. O amigo (amicus) pode ser
um inimigo (hostis), pode-se ser hostil
publicamente em relação ao amigo e,
inversamente, pode-se amar o inimigo.
Será que isto ilumina as relações entre
a França e a Alemanha ou, como defende
Sloterdijk, os dois países entraram, depois
de 1945, num “processo de desamor”
que dá mais garantias de paz à Europa?
A AMIZADE ENTRE PORTUGAL
E ESPANHA NO CONTEXTO EUROPEU
As transições democráticas pós-autoritárias
e a integração paralela nas Comunidades
Europeias marcaram uma viragem histórica
bastante acentuada nas relações entre
os dois Estados da Península Ibérica.
Nos últimos trinta anos, os gestos de confiança,
de encontro e de troca – determinados, por
um lado, pelo pragmatismo económico, por
outro, pela curiosidade e abertura culturais
– substituíram as tradicionais relações
de distanciamento, desconhecimento
e rivalidade. A crise económica e financeira
que afecta de maneira simétrica e recíproca
os dois países veio pôr à prova a nova
relação entre Portugal e a Espanha, num
momento crucial em que está em jogo
o futuro da Europa.
EUROPA COMO CULTURA?
A União Europeia tem sido construída sob
o signo da integração e da convergência
económicas. Embora importante, e hoje
quase exclusiva, essa dimensão está longe
de realizar o projecto europeu e a ela se
deve em grande parte uma imagem negativa,
configurada na pesada burocracia de
Bruxelas, nos egoísmos nacionais e no défice
democrático das instituições europeias.
O ideal europeu – ou a ideia da Europa – é,
em primeiro lugar, cultural, diz respeito
à ciência, ao conhecimento, à arte. Talvez por
isso seja nestas áreas que alguns programas
comuns se têm revelado um sucesso.
É aí que o ideal transnacional da Europa
encontra uma adequada realização, como
o demonstra o Erasmus, o programa
universitário de intercâmbio dos alunos.
A Europa das nações e das línguas encontra
na cultura o seu denominador comum e é
através dela que uma União Europeia pode
representar-se como futuro.
EXPECTATIVAS E INCERTEZAS:
O FUTURO DA EUROPA
As aspirações do projecto da União Europeia
entraram num processo de regressão e
desencantamento que não parece fácil de
deter, desde logo por falta de uma vontade
política forte. Até a ideia de uma paz
perpétua na Europa, que se tinha formado,
começa a parecer muito frágil, e difícil é
vislumbrar como é que se pode reacender
o entusiasmo por um aprofundamento da
união política, económica e monetária entre
os países da União Europeia que ultrapasse
as clivagens que se acentuaram em tempo
de crise e que criaram a sensação de que
se pode caminhar para a reversibilidade.
Para Portugal, a Europa foi um lugar de
aspiração, um objectivo que era preciso
atingir. A representação do país enquanto
parte integrante da Europa traduziu-se,
ao longo do século XIX e de quase todo
o século XX, em indefinições, hesitações
e ambiguidades. Quando finalmente parecia
já ter ganho um assento legítimo nesse
espaço político, económico e cultural, novas
sombras se levantam por via da crise que
é também uma crise europeia, mas cujo
diagnóstico tem mostrado que se
acentuaram as assimetrias entre o Norte
e o Sul e que regressou a ameaça de o país
seguir um caminho solitário e não solidário,
em que o ideal da amizade europeia é algo
que ficou para trás, revogado pelo
pragmatismo económico, e sem conseguir
restaurar as suas figurações culturais
e políticas.
PARTICIPANTES
António Guerreiro (Portugal) – Ensaísta
e colaborador em projectos de investigação
na área da Literatura e da Estética.
É actualmente crítico literário e cronista
no jornal Público.
Arnauld Leclerc (França) – Professor de
Ciência Política na Universidade de Nantes.
Áreas de investigação: Filosofia da Europa,
Teoria da Democracia.
Carlos Gaspar (Portugal) – Professor
de Estudos Políticos da Universidade Nova
de Lisboa. Membro da Direcção e Investigador
do Instituto Português de Relações
Internacionais da Universidade Nova
de Lisboa (IPRI-UNL).
Diogo Pires Aurélio (Portugal) – Professor
de Filosofia Política na FCSH da Universidade
Nova de Lisboa e investigador do Instituto
de Filosofia da Linguagem da mesma
Universidade.
Eduardo Junco (Espanha) – Licenciado em
Direito. Desde Maio de 2012 é Embaixador
da Espanha em Portugal.
Fausto Fraisopi (Itália) – Professor de
Filosofia na Universidade Albert-Ludwig de
Friburgo (Alemanha). Áreas de investigação:
Filosofia Teorética e Epistemologia.
Harald Welzer (Alemanha) – Sociólogo,
Professor de Design de Transformação
na Universidade de Flensburg e Director
da Fundação Futurzwei, em Berlim.
Jean-Marc Ferry (França) – Professor de
Filosofia Política e titular da cadeira de Filosofia
da Europa da Universidade de Nantes.
Mark Deputter (Portugal) – Dirigiu os festivais
de artes Alkantara e Danças na Cidade.
É actualmente Director Artístico do Teatro
Maria Matos.
Nuno Severiano Teixeira (Portugal) – Antigo
Ministro da Defesa e da Administração
Interna. É actualmente Professor Catedrático
da Universidade Nova de Lisboa e Director
do Instituto Português de Relações
Internacionais da Universidade Nova
de Lisboa (IPRI-UNL).
Pascal Brunet (França) – Director do Relais
Culture Europe, centro dedicado à cultura
e questões europeias.
Stefan Martens (Alemanha) – Director adjunto
e Director do Departamento de História
Contemporânea do Instituto Histórico
Alemão em Paris. É também editor da revista
Francia (Séc. XIX e XX).
Teresa Patrício Gouveia (Portugal) – Ocupou
diversos cargos políticos, entre os quais o de
Secretária de Estado da Cultura e Ministra dos
Negócios Estrangeiros e das Comunidades
Portuguesas. É actualmente Administradora
da Fundação Calouste Gulbenkian.
Teresa de Sousa (Portugal) – Jornalista
do diário Público, especialista em questões
políticas da União Europeia.
maap.com.pt
Organização:
Goethe-Institut Portugal
Institut français du Portugal
IPRI - Instituto Português de Relações Internacionais
Colaboração:
Fundação Calouste Gulbenkian
Com o apoio do Fundo franco-alemão para projectos culturais
Apoio à divulgação: Jornal Público
Goethe-Institut Portugal
Campo dos Mártires da Pátria, 37
1169-016 Lisboa
Portugal
T. +351 218 824 510
[email protected]
www.goethe.de/portugal
Institut français du Portugal
Avenida Luís Bívar, 91
1050-143 Lisboa
Portugal
T. + 351 213 111 400
[email protected]
www.ifp-lisboa.com
IPRI – Instituto Português
de Relações Internacionais
Universidade Nova de Lisboa
Rua de D. Estefânia, 195 – 5º Dto.
1000-155 Lisboa
Portugal
T. +351 213 141 176
[email protected]
www.ipri.pt
Fundação Calouste Gulbenkian
Av. de Berna, 45A
1067-001 Lisboa
Portugal
T. +351 217 823 000
[email protected]
www.gulbenkian.pt
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