Quiabo

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Quiabo
Classificação Botânica
O Quiabo, Abelmoschus esculentum, faz
parte da Família das Malvaceae. O gênero
Abelmoschus compreende por volta de 10 espécies
conhecidas.
Dessas 10 espécies, duas são cultivadas por
seu fruto, Abelmoschus esculentum e Abelmoschus
caillei; uma é cultivada por suas folhas,
Abelmoschus manihot; e uma por suas sementes,
Abelmoschus moschatus.
Abelmoschus esculentum não é influenciado
pelo fotoperíodo. Ele começa a florescer um ou dois
meses após a semeadura.
Abelmoschus caillei é tardio, e começa a
florescer entre dois e quatro meses após a
semeadura. Ele é influenciado pelo fotoperíodo. Seu
ciclo de crescimento pode durar um ano. Ele é
cultivado em estação seca.
Foto. Quiabo Abelmoschus moschatus
Não é fácil distinguir uma espécie da outra. Entretanto algumas características diferem
nessas duas espécies: coloração do fruto seco, estriamento das sementes, comprimento do pedicelo.
História
Existem incertezas quanto ao centro de diversidade da origem de Abelmoschus. Poderia ser
na Índia, pois uma de suas espécies é originária de Uttar Pradesh, Abelmoschus tuberculatus.
Entretanto, não existe nenhum nome em sânscrito, e os primeiros botânicos na Índia não fizeram
nenhuma menção.
Abelmoschus esculentum é sem dúvida originário da Etiópia, Ele é agora muito cultivado na
África: Sudão, Nigéria, Egito, Mali e Burkina Faso.
Alguns cultivares podem passar de três metros. As folhas lobadas e peludas têm entre 20 e
30 cm de comprimento. As flores são magníficas, de cor amarela, com um coração vermelho, ou de
cor rosa. O fruto é uma cápsula cuja cor pode ser verde, violeta, vermelho ou branco em função dos
cultivares.
Segundo o historiador de Candolle, o quiabo constitui um dos legumes mais delicados dos
países tropicais.
Nos EUA, ele é o símbolo da cozinha dos Estados do sul do país. Nos nossos dias ainda é
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um prato nacional em numerosos países Africanos e Orientais.
Nutrição
Os frutos se colhem bem antes da maturidade, isto é, quando eles têm entre 4 e 8 cm de
comprimento, uma dezena de dias após a fecundação, enquanto as sementes ainda estiverem
brancas e que elas não passando de 3 mm de diâmetro.
Eles são consumidos crus, cortados em fatias, nas saladas, temperadas com vinagre ou
limão. Eles podem também se consumir crus e existem muitas maneiras de utilizá-lo nas cozinhas
africanas, antilhanas, orientais e indianas.
Em alguns países Africanos, as folhas são também consumidas cozinhadas.
Conselhos de manejo
A germinação das sementes é
às vezes cheia de caprichos. É
aconselhável colocá-las durante 24
horas na água antes da semeadura. O
Quiabo é uma espécie exigente no
calor. É de fato uma das espécies
mais bem adaptadas às estações
quentes tropicais. Seu crescimento
pára quando a temperatura é inferior
a 15°C.
Foto. Canteiro de quiabo
É aconselhável semear as sementes em copinhos, 6 semanas antes das últimas geadas, a uma
temperatura de 25°C. O Quiabo sendo sensível aos nematódeos, é muito recomendável praticar uma
cultura associada aos tagetes nematocidas.
Nas regiões quentes, o quiabo pode ser semeado diretamente no lugar.
Polinização
Abelmoschus esculentum produz uma flor a cada dois ou três dias enquanto Abelmoschus
caillei pode produzir até 15 flores por dia segundo o processo de crescimento.
Todas as flores do gênero Abelmoschus são hermafroditas. Os insetos são muito atraídos
pelas pétalas amarelas. O pistilo é envolvido por uma coluna estaminal, que pode ser composta de
100 estames. O pólen entra em contato com o estigma seja por elongação da coluna estaminal, seja
pela atividade dos insetos polinizadores.
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Foto. Envolver as flores,
logo antes que elas se abram, em
um pequeno saco de papel ou de
véu bem fechado na base. O
pequeno saco é colocado na noite
que precede a abertura das flores.
As flores do Quiabo são então
auto
fecundas.
Entretanto
as
polinizações são muito freqüentes: de
0 a 70% foram observadas.
O nível de alogamia depende de diversos fatores ambientais e florais:
−
presença de polinizadores
−
posição da coluna estaminal e velocidade do processo de elongação dessa coluna.
Os cientistas de ORSTOM na França observaram, na África, que a porcentagem de alogamia
é muito elevada por volta de 6 horas da manhã e quase nula por volta de meio dia.
Afim de preservar a pureza das variedades, é aconselhável isolar as diferentes variedades. A
distância de isolamento varia enormemente em função dos autores. Alguns preconizam 500 metros,
outros como Michel e Jude Fanton do Seed Savers Australiano preconizam em “The Seed Savers
Handbook” somente 30 metros como distância mínima. Suzanne Ashworth, em “Seed to Seed”
preconiza, quanto a ela, uma distância de mais de um quilômetro.
Os agricultores que desejam colher as sementes a partir de muitas variedades crescendo na
mesma horta, podem colocar uma ou duas plantas porta-sementes em gaiola de filó, ou envolver as
flores, logo antes que elas se abram, em um pequeno saco de papel ou de véu bem fechado na base.
O pequeno saco é colocado na noite que precede a abertura das flores. A fecundação acontece na
manhã e à tarde as flores já não são mais receptivas ao pólen.
O saco é retirado em seguida, dois dias depois, quando a fecundação aconteceu. Não se deve
esquecer de colocar uma etiqueta em volta do pedúnculo das flores auto-fecundas sob proteção. Não
se deve reutilizar, para uma outra polinização, o saco de proteção antes de dois ou três dias, pois o
pólen que está depositado permanece viável pelo menos durante 24 horas, particularmente quando a
temperatura não é muito elevada. Essa modalidade de produção de sementes, por flores protegidas
individualmente, possui a grande vantagem de selecionar estritamente plantas porta-sementes que
sejam conformes ao tipo.
Quando se deseja envolver uma planta inteira com um véu de proteção, é aconselhável
esperar que o primeiro fruto formado tenha um desenvolvimento suficiente afim de verificar se ele
corresponde às características da variedade.
Quando essa verificação se mostra positiva, é aconselhável retirar todos os frutos formados
antes de proteger a planta sob o véu. As sementes assim produzidas serão totalmente puras, em
termos de variedade.
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Produção de sementes
O fruto é uma cápsula cônica mais ou menos
alongada, contendo, na maior parte do tempo, 5
cavidades porta-óvulos. Quando ele está maduro,
ele se abre por 5 fendas longitudinais que deixam
aparecer 5 filas de sementes.
É importante de muito bem conservá-las no
seco e no frio, pois elas rançam rapidamente, sendo
muito oleaginosas, em particular nas zonas tropicais
úmidas. Existem variedades a frutos espessos com
mais de 5 compartimentos.
É aconselhável colher os frutos secos antes
da maturidade completa, pois eles têm tendência a
serem muito deiscentes. Em algumas pessoas
acontece dos frutos secos causarem irritações da
pele e é preferível manipulá-los com luvas.
Foto. Colheita de sementes de quiabo
As sementes de quiabo têm uma duração germinativa média de 5 anos. Entretanto elas
podem conservar uma capacidade germinativa até 10 anos ou mais. Bem conservadas elas
germinam a 50% no final de 5 anos.
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