Estrutura física e química da Terra • Os elementos químicos que estão globalmente presentes são os mesmos que constituem os minerais mais comuns. • Existem atualmente cerca de 116 elementos químicos, incluindo 6 gases nobres e 28 elementos que não são encontrados naturalmente (ou que não tem isótopos estáveis). • Mas, os minerais mais comuns da Terra são compostos por certa de 15 elementos químicos. Composição da Terra • Está divida em crosta, manto e núcleo. • A crosta tem espessura média de 36 km nos continentes, mas varia ~ 10 km sob os oceanos a ~ 100 km sob as montanhas. • O limite entre a crosta e o manto superior subjacente é conhecido como descontinuidade de Mohorovičić (Moho). Composição da Terra • O manto constitui aproxidamente 80% do volume do planeta e extende-se da crosta até o núcleo externo a 2.891 km. • É dividido entre manto superior e manto inferior, separados pela zona de transição do manto. Composição da Terra • Deve haver uma outra camada no limite manto inferior – núcleo. • Este limite é irregular, e não regular, como mostra a figura. Composição da Terra • O núcleo é dividido em externo líquido e interno sólido, extendendo-se até 6.371 km, que é o raio da Terra. À medida que os minerais são levados para interior da Terra, as pressões e as temperaturas aumentam (de aproximadamente 2.727°C no manto inferior até, possivelmente aproximadamente 5.726°C a 6.726°C no núcleo), o que causa transformações mineralógicas. • A densidade geral do material no núcleo é consideravelmente maior que na crosta da Terra. • Dessa forma, o empacotamento atômico dos minerais no manto inferior e no núcleo deve ser mais denso que o observado nos materiais da crosta. Composição da crosta terrestre • A parte superior da crosta, consiste nos materiais mais próximos da superfície da Terra, composta por uma grande porcentagem de rochas sedimentares e de material inconsolidado. • No entanto, esta cobertura forma apenas uma fina camada sobre o embasamento de rochas ígneas e metamórficas que estão nos cinturões de montanhas e nos fundos oceânicos. • Clarke e Washington (1924) estimaram que os 16 km superiores da crosta consistem em 95% de rochas ígneas(ou seus equivalentes metamórficos), 4% de folhelhos, 0,75% de arenitos e 0,25% de calcários. • Estes autores também estudaram a composição média das rochas ígneas e concluíram que a composição média esta entre o granito e o basalto, que são os dois tipos de rocha ígnea mais comuns. Contudo, estes dados não incluem muitas rochas do fundo os oceanos, o que poderia alterar estes resultados. • Dos 88 elementos existentes naturalmente, apenas 8 compõem aproximadamente 99% em peso da crosta terrestre, sendo o oxigênio o mais abundante. • Assim, a crosta da Terra consiste quase inteiramente em compostos de oxigênio que são principalmente silicatos, carbonatos, óxidos, hidróxidos, fosfatos e sulfatos. • Por causa da abundância do oxigênio e de outros elementos de baixo peso atômico na crosta, a densidade média dela é de aproximadamente 2,8g/cm3. Assim, os minerais conhecidos como minerais formadores de rocha na crosta são, com poucas exceções, membros dos grupos dos silicatos, óxidos e carbonatos, que possuem o oxigênio como principal ânion. • Outros elementos ocorrem em quantidades muito pequenas e são chamados de ELEMENTOS TRAÇO. Eles são medidos em partes por milhão (ppm) ou partes por bilhão (ppb). Apesar de sua pouca abundância, eles podem fornecer informações sobre processos geológicos. • Muitos elementos importantes para a economia tem abundância média muito baixa da crosta. Por exemplo, em uma típica rocha, o Cu tem abundância de 55ppm, o Pb de 13ppm e o Hg de 0,08ppm. • Os elementos traço podem ocorrer: 1) como elementos que formam seus próprios minerais e 2) como elementos que estão apenas dispersos em outros minerais. Composição do manto • A separação entre a crosta e o manto superior é associada com uma grande mudança química de composição crustal rica em silício e alumínio para uma composição mais pobre em sílica e mais rica em magnésio e ferro do manto. • O manto superior é dominado pelo mineral olivina, seguida pelo piroxênio. (Mg,Fe)2SiO4 • É possível analisar a composição do manto pelo exame de amostras trazidas até a superfície por erupções vulcânicas e em falhas geológicas. • Podem ocorrer em basaltos ou em chaminés de kimberlitos. Kimberlitos são produtos de antigas e violentas erupções vulcânicas que ascendem na superfície em velocidades supersônicas, preservando minerais como o diamante. • Em maiores profundidades e pressão, a zona de transição possui descontinuidades associadas a mudanças nas propriedades dos materiais sem que haja mudanças na composição química. Exemplo da olivina: Peso específico: Define-se peso específico como a razão entre o peso da substância em módulo e o seu volume. Portanto, o peso específico é o produto entre a densidade e a aceleração da gravidade. • Não se sabe se a descontinuidade de 660km representa somente uma mudança na composição ou se representa também uma mudança estrutural. • O manto inferior, abaixo desta descontinuidade, é constituído pelo mineral Perovskita (óxido de cálcio e titânio, CaTiO3). Estima-se que 80% a 100% do volume desta região seja formada por minerais com estrutura semelhante a ele, tornando-o um dos minerais mais abundantes do planeta, embora seja pouco encontrado na superfície. • Para o manto inferior não se pode obter amostras diretamente, são usados experimentos de laboratório de alta temperatura e pressão e simulações de computadores para determinais quais minerais são estáveis nestes condições. Composição do núcleo • A transição do manto inferior para o núcleo é uma descontinuidade química definida. • O núcleo é extremamente denso e representa 30% da massa da Terra, mas somente 1/6 (17% do seu volume); Este volume é maior do que todo o planeta Marte. • O núcleo externo líquido, de 2.900 – 5.100 km, consiste fundamentalmente de ferro, além de aproximadamente 2% de níquel. • Seu peso específico é de 9,9 g/cm3. • O núcleo interno sólido, de 5.100 km a 6.371 km, também consiste em uma liga de ferro-níquel, contendo aproximadamente 20% de níquel. • O núcleo possui pressões que correspondem a 3 milhões de vezes a pressão atmosférica e temperaturas que atingem 7.600°C. • Estudos e experimentos de minerais em pressões e temperaturas extremamente altas mostram que esse ambiente faz com que eles se comportem de maneira muito diferente da observada no manto e na crosta. Composição da Terra • Embora não seja possível determinar diretamente esta composição média, hipóteses e cálculos podem ser feitos usando limites como a composição média de diferentes tipos de meteoritos e volumes e composições conhecidos do núcleo, manto e crosta, fornecendo uma estimativa global para a Terra. • Mason e Moore (1982) calcularam a composição da Terra em porcentagem de peso: Fe com 34.63%; O 29,53%; Si 15,20%; Mg 12,70%; Ni 2,39% S 1,93%; Ca 1,13%; Al 1,09% e sete outros elementos (Na, K, Cr, Co, Mn, P e Ti) com quantidades de 0,1 a 1% cada um. • A abundância média da Terra variam em relação a abundância média da crosta. • Isso implica que cerca de 10 a 15 elementos químicos, apenas, constituem a matéria básica comum à maioria dos minerais.