análise da gestão e manejo das unidades de conservação

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Orlando Ednei Ferretti1& Ângela da Veiga Beltrame2
1. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFSC
2. Professora Doutora do Departamento de Geociências, UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
[email protected]
ANÁLISE DA GESTÃO E MANEJO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UC)
E DE OUTRAS ÁREAS PROTEGIDAS E A CRIAÇÃO DA RESERVA DA
BIOSFERA EM AMBIENTE URBANO (RBAU) NA ILHA DE SC
INTRODUÇÃO
As paisagens do município de Florianópolis apresentam-se em um uma área de 438,5
km2, entre as coordenadas geográficas 27°10’ e 27°50’ latitude sul, e entre 48°25’ e 48°35’
de longitude oeste. Seus limites geográficos estão configurados na parte insular e continental.
A Ilha de Santa Catarina apresenta 426,6 km2 de área, com forma alongada no sentido
norte/sul de 54 km; com largura máxima de 18 km no sentido leste/oeste, com uma
diversidade de paisagens, seja pela sua condição de ambiente costeiro como também por sua
morfologia e estrutura geológica. As paisagens são dominadas pelos maciços cristalinos e pela
planície costeira (áreas de deposição e acumulação) que exercem influencia nas diferentes
fisionomias vegetais e no micro clima da região.
O crescimento urbano é constante sobre as áreas naturais da ilha, aonde o
planejamento vem sendo deficiente em relação à delimitação e resguardo dos ambientes
naturais, que são criados, mas não tem uma efetiva proteção. Ainda que esteja claro para
todos, planejadores, administradores e legisladores a necessidade de não ocupar áreas de
risco ou a destruição de ambientes naturais, essas vem ocorrendo com freqüência e com
facilidade (por vezes ao custo raso de uma compensação ambiental). Mesmo que nos últimos
anos estudos vêm demonstrando o aumento aparente da densidade de vegetação nos morros
em detrimento a áreas de plantio e de pastagens que historicamente deixaram de ser utilizadas
(CARUSO, 1983), há diminuição da biodiversidade por falta de ligação entre os
ecossistemas naturais, bem como o aumento da densidade de espécies exóticas. As
alterações ambientais e o aumento da ocupação urbana vertical vêm causando alteração nas
condições ambientais da Ilha como aumento da temperatura em áreas urbanas
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(MENDONÇA, 2002). Ocupação nas encostas dos maciços rochosos configura risco a
desastres naturais, alem de causam alteração de córregos e canais de drenagem das bacias
hidrográficas (OLIVEIRA; HERRMANN, 2001; SAITO, 2004; CRISTO, 2002; DIAS
2000), bem como representa risco as comunidades e ao ambiente a ocupação inadequada em
áreas de baixios e áreas planas das planícies entre mares, dunas e restingas (GUEDES JR,
2005). Há aumento de aterros antropogênicos (dos novos, ou dos antigos aterros)
desestabilizando correntes costeiras e ambientes da orla (LISBÔA, 2004).
Visando amplificar os meios de proteção dos ecossistemas naturais remanescentes, os
estudos para o próximo Plano Diretor que está há mais de dois anos sendo discutido, e que
está em fase de implantação ainda em 2010, apresenta a possibilidade da criação da Reserva
da Biosfera em Ambiente Urbano (RBAU). Trata-se de uma forma de planejamento
integrado dos espaços urbanos com os espaços protegidos já existentes, e com a criação de
corredores entre as UC.
O projeto de Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano é pioneiro. É pleiteado por
entidades públicas e organismos privados, como uma forma de planejar a ocupação do
município, estando plenamente incorporada ao Plano Diretor de Florianópolis. A RBAU em
Florianópolis estaria integrando ao novo plano diretor, tendo, portanto, forma sob a lei.
Apesar do caráter recente do referido projeto de RBAU, as Reservas da Biosfera
(RB), que são indicações de áreas naturais a serem protegidas, já existem desde 1971,
quando da criação na UNESCO do “Programa o Homem e a Biosfera” (Programme on
Man and the Biosphere - MaB). Trata-se de um programa de cooperação científica
internacional que se preocupa com as interações entre o homem e seu meio. A principal linha
de atuação do programa se dá via RB que nada mais é do que um tipo de zoneamento de
biomas buscando o planejamento para o uso sustentável e a preservação dessas áreas.
Atualmente no Brasil existem sete RB, abrangendo diferentes porções dos grandes biomas
brasileiros. O órgão gestor dessas reservas é a Comissão Brasileira do Programa Homem e
Biosfera (COBRAMAB). A Ilha de Santa Catarina, por sua vez, já está inclusa na Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica.
Dentre as finalidades da RB sobressaem-se: proteção da biodiversidade; pesquisa
científica básica; pesquisa científica aplicada; educação ambiental; manejo adequado da
recreação e o turismo; desenvolvimento produtivo ecológico e culturalmente compatível. As
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RB são organizadas em zonas, onde o território delineado tem três gradientes ou hierarquias
de conservação: Áreas ou Zonas Núcleo, Áreas ou Zonas de Amortecimento (Buffer) e
Áreas ou Zonas de Amortecimento Externa ou Transição. Por outro lado, ao se pensar no
contexto urbano surgem questões que tem relação direta com os fluxos de energia e
transformação biótica e abiótica da cidade, sobretudo pela criação e transformação urbana.
Estas especificidades levaram à criação da Zona Núcleo Urbana e Zona de Amortecimento
Urbano. Com isto tornou-se possível a inclusão de elementos e do fator urbano nas RB, o
que teria por resultado a Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano (RBAU).
OBJETIVOS
O principal objetivo deste estudo é analisar a atual situação legal e de manejo das
Unidades de Conservação da Ilha de Santa Catarina, bem como de outros espaços
protegidos confrontando-o com as reais possibilidades da proposta de gestão integrada para
a Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano.
METODOLOGIA
A metodologia contou com a realização de levantamento bibliográfico detalhado dos
trabalhos já realizados nas UC e outras áreas protegidas na Ilha; levantamento e análise do
projeto da proposta da Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano, levantamento de
documentos legais sobre a legislação ambiental e do novo plano diretor, coleta de
informações com chefes de UC e funcionários de órgãos gestores.
A confecção do mapa Unidades de Conservação e outras áreas protegidas na Ilha de
Santa Catarina (Figura 1) possibilitou observar espacialmente o mosaico de proteção aos
ambientes naturais – a fim de visualizar as possibilidades de criação de outras UC bem como
a concretização de corredores ecológicos entre as áreas protegidas. Para a elaboração do
mapa foi utilizado mapa base digitalizado no programa MicroStation em arquivo vetorial, em
escala 1:2000, com curvas em eqüidistância de 1 m em 3 D com as seguintes informações:
limites da Ilha, estradas, limites de bacias, curvas de nível e pontos cotados
(IPUF/AEROCONSULT, 2007). Como fontes temáticas para a elaboração do mapa foram
utilizadas as cartas digitais de zoneamento natural e de unidades de conservação do município
de Florianópolis (IPUF, AEROCONSULT, VIAGEO, IGUATEMI, 2007) e consulta a
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mapa analógico produzido em 1998 no projeto Uso e Ocupação do Solo da Ilha de Santa
Catarina (ORTH, 1998).
RESULTADOS PRELIMINARES
No município de Florianópolis atualmente existem 16 áreas que são chamadas de
Unidades de Conservação da Natureza, destas apenas 06 estão de acordo com a legislação
do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC, 2000), são elas:
Estação Ecológica de Carijós, Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, Parque Estadual da
Serra do Tabuleiro, Parque Estadual do Rio Vermelho, Reserva Particular do Patrimônio
Natural do Morro das Aranhas e RPPN Reserva Natural Menino Deus.
As chamadas Unidades de Conservação municipais estão em sua totalidade
necessitando de adequação legal e administrativa para compor o sistema. Das unidades de
conservação municipais destaca-se o Parque Municipal da Lagoa do Peri que possui um
plano de manejo considerando os diversos usos da área, mas, no entanto, possui moradores
dentro da área da unidade dentro de polígono chamado paisagem cultural, sendo que a
categoria de proteção integral do SNUC não permite moradores na categoria parque. O
Parque Urbano do Morro da Cruz já está com o plano de manejo pronto necessitando
adoção do mesmo pelo Conselho Consultivo da UC, bem como a mudança de categoria se
adequando ao SNUC.
Para esta pesquisa consideramos como espaços protegidos as UC e as áreas de
preservação permanente que constituem uma porção territorial que possibilitem a criação dos
futuros corredores ecológicos ou de novas UC, como campos de dunas, restingas,
manguezais, encostas e topos de morros e áreas lagunares (não está aqui somado as áreas de
preservação permanente ao longo de nascentes, rios, lagoas, lagunas etc, ou seja dos corpos
hídricos o que elevaria para mais de 44% de proteção legal na Ilha de Santa Catarina).
Portanto, essa escolha metodológica indicou que existem 127,156 km² de áreas protegidas
legalmente, representando 28,99% do município, somando Unidades de Conservação
(QUADRO I) e Áreas de Preservação Permanente com legislação específica no município
(QUADRO II).
Essa quantificação, infelizmente, não é demonstrada na qualificação das áreas
protegidas. Todas as áreas protegidas no município apresentam pelo menos um dos inúmero
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problemas como: pressão urbana; ocupação irregular; presença de espécies exóticas; falta de
levantamentos expeditos sobre fauna e flora e a influência dos biotopos; alem da falta de
espaços contíguos – corredores - para o desenvolvimento e trânsito das espécies o que vem
acarretando a perda da biodiversidade; inexistência de planos de manejo; problemas com
relação a programas de visitação e educação ambiental; falta de sinalização, trilhas ou
qualquer outra condição para atividades turísticas.
Quadro I – Resumo das informações das Unidades de Conservação na Ilha de Santa Catarina.
UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO
Parque Estadual do
Rio Vermelho
ÁREA
(km²)
15,32
NORMATIVA
LEGAL
Dec. Estadual
2006/1962
Dec. Estadual
308/2007.
Portaria 077/2010 da
FATMA (14/06/2010)
cria comissão técnica
para plano de corte de
espécies exóticas na
unidade.
Lei Estadual
14661/2009
Parque Estadual da
Serra do Tabuleiro
(somente a parte
insular)
3,02
Área de Proteção
Ambiental do
Entorno Costeiro
0,77
Lei Estadual
14.661/2009;
Decreto Estadual
3159/2010
Reserva Extrativista
do Pirajubaé
14,44
Decreto Federal
533/1992
Estação Ecológica
de Carijós
7,18
Decreto Federal
94659/1987
Portaria IBAMA
43/2003 – Plano de
Manejo.
Reserva Particular
do Patrimônio
Natural do Morro
das Aranhas
0,441
Portaria IBAMA
43-N/1999
GESTÃO E ADMINISTAÇÃO
LOCALIZAÇÃO
AMBIENTES
Estadual. Diretoria de Proteção
dos Ecossistemas FATMA.
Chefe específico para a unidade.
Conselho consultivo estabelecido.
Plano de manejo em estudo.
Centro de visitantes e EA
Uso turístico.
Programas de Educação
Ambiental.
Leste da Ilha de
Santa Catarina,
entre os distritos
de São João do
Rio Vermelho e
Lagoa da
Conceição.
Floresta ombrófila
densa, restingas em
diversos graus de
regeneração na planície
costeira.
Há na área ainda
grande quantidade de
espécies exóticas de
pinus e eucaliptos.
Como descrito acima.
Com centro de visitantes na parte
continental da unidade.
Uso turístico sem controle.
Não possui centro de visitantes.
Não há programas de EA no local.
Estadual. Diretoria de
Proteção dos Ecossistemas
FATMA.
Com regulamentação recente,
apresenta ainda discrepâncias com
relação ao SNUC. A própria
legislação está confusa quanto à
descrição dos objetivos da
unidade.
Não possui centro de visitantes.
Uso turístico sem controle
Não há programas de EA no local.
Federal. Instituto Chico Mendes
de Conservação da
Biodiversidade.
Chefe específico para a unidade, e
Associação da Reserva
Extrativista do Pirajubaé.
Plano de utilização, mas sem plano
de manejo.
Não possui centro de visitantes.
Uso turístico.
Programa de EA.
Federal. Instituto Chico Mendes
de Conservação da
Biodiversidade.
Chefe específico para a unidade, e
Conselho Consultivo com 23
entidades.
Plano de manejo (aprovado em
Portaria).
Centro de visitantes e EA.
Programas de Educação
Ambiental.
Privada (sob fiscalização do
Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade).
Sem plano de manejo (somente
zoneamento prévio).
Não possui centro de visitantes.
Ponta sul da Ilha
de Santa Catarina
na localidade de
Naufragados
Floresta ombrófila
densa nas áreas de
morros.
Ponta sul da Ilha
de Santa Catarina
na localidade de
Naufragados
Ambientes costeiros,
dunas, restingas e
floresta de planície.
Sudoeste da Ilha
de Santa Catarina.
Entre as
comunidades de
Costeira do
Pirajubaé,
Carianos, e
Tapera.
Manguezal e restinga.
Noroeste da Ilha
de Santa Catarina.
Sendo 6,25 km²
no manguezal do
Rio Ratones e
0,93 km² no
manguezal de
Saco Grande
Manguezal e restinga.
Nordeste da Ilha
de Santa Catarina,
junto à praia do
Santinho.
Floresta ombrófila
densa e restinga.
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Intenso uso turístico.
Programas de EA.
Privada (sob fiscalização do
Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade).
Plano de manejo ainda a ser
aprovado por entidade de
fiscalização.
Sem uso turístico.
Programa de EA.
De propriedade da Universidade
Federal de Santa Catarina.
Conselho gestor.
Zoneamento prévio.
Sem plano de manejo.
Sem uso turístico.
Possui programas de EA.
Municipal.
Fundação Municipal do Meio
Ambiente – FLORAM (Secretaria
de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano).
Corpo técnico efetivo no local.
Possui conselho consultivo
estabelecido.
Plano de manejo.
Centro de visitantes.
Passa por discussões para se
adequar ao SNUC (mudando
possivelmente a categoria da
unidade).
Intenso uso turístico.
Programas de EA.
Municipal. FLORAM
Sem corpo técnico efetivo no local.
Não possui conselho consultivo
estabelecido.
Sem plano de manejo.
Não possui centro de visitantes.
Intenso uso turístico.
Sem programas de EA.
Como descrito acima.
Reserva Particular
do Patrimônio
Natural Menino
Deus
0,16
Portaria IBAMA
85-N/1999
Unidade de
Conservação
Ambiental Desterro
4,9
Sem normativa legal
Parque Municipal
da Lagoa do Peri
20,3
Lei Municipal
1828/1981
Decreto Municipal
091/1982
Parque Municipal
da Lagoinha do
Leste
7,949
Lei Mun. 4701/1992;
Lei Mun. 5500/2000.
Parque Municipal
da Galheta
1,493
Lei Mun. 3455/1992;
Dec. Mun. 968/1994
Parque Municipal
do Maciço da
Costeira
14,53
Lei Mun. 4605/1995;
Dec. Mun. 154/1995.
Como descrito em linha anterior.
Sem uso turístico.
Parque Municipal
das Dunas da Lagoa
da Conceição
4,53
Decreto
Mun.231/1988.
Como descrito em linha anterior.
Intenso uso turístico.
Parque Ecológico
do Córrego Grande
0,23
Sem normativa legal
Parque Urbano do
Morro da Cruz
1,449
Lei Mun. 6893/2005.
Municipal. FLORAM.
Com corpo técnico efetivo no
local.
Não possui conselho consultivo
estabelecido.
Plano de manejo em estudo possui
plano de atividades.
Centro de visitantes e de EA.
Uso turístico e intenso uso de
lazer.
Programas de EA
Municipal. FLORAM.
Sem corpo técnico efetivo no local.
Conselho consultivo estabelecido.
A leste da Ilha de
Santa Catarina, na
parte central, no
Maciço do Morro
da Cruz, próximo
ao Hospital de
Caridade.
Floresta ombrófila
densa em diversos
estágios, com
característica de
floresta urbana.
Leste da Ilha de
Santa Catarina,
próxima as
comunidades de
Santo Antônio de
Lisboa e Saco
Grande.
Sul da Ilha de
Santa Catarina,
entre as
comunidades de
Morro das Pedras
e Nossa Senhora
da Armação.
Floresta ombrófila
densa em diversos
estágios de
regeneração.
Sul da Ilha de
Santa Catarina,
entre as
comunidades de
Matadeiro e
Armação do
Pântano do Sul.
Floresta ombrófila
densa; ambiente
lagunar, restinga,
dunas.
Leste da Ilha de
Santa Catarina,
entre as
comunidades da
Barra da Lagoa e
Lagoa da
Conceição.
Porção central da
Ilha de Santa
Catarina, entre os
bairros Córrego
Grande, Pantanal
e Costeira do
Pirajubaé.
Leste da Ilha de
Santa Catarina, na
comunidade da
Lagoa da
Conceição.
Porção central da
Ilha, no bairro
Córrego Grande.
Floresta ombrófila
densa em diversos
estágios de
regeneração, dunas e
pequena faixa de
restinga.
Leste da Ilha de
Santa Catarina, na
parte central, no
Floresta ombrófila
densa em diversos
estágios, com
Floresta ombrófila
densa; ambiente
lagunar, restinga,
dunas.
Floresta ombrófila
densa em diversos
estágios de
regeneração. Toda a
área da UC em
ambientes sobre maciço
cristalino.
Ambientes costeiros,
dunas, restingas,
ambiente lagunar.
Floresta ombrófila
densa de planície em
diferentes estágios de
regeneração pode ser
considerada uma
floresta urbana.
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Plano de manejo pronto
Maciço do Morro
característica de
aguardando aprovação do
da Cruz,
floresta urbana.
Conselho.
ocupando faixa no
Algumas áreas
Não possui centro de visitantes.
sentido norte sul.
necessitam
Uso turístico.
recuperação.
Sem programas de EA.
Parque Municipal
1,5
Dec. Mun. 1529/2002.
Municipal. FLORAM.
Leste da Ilha, nos
Manguezal e faixas de
do Itacorubi
Sem corpo técnico efetivo no local.
bairros Itacorubi,
restinga (alteradas pela
Sem conselho consultivo.
Agronômica e
ocupação urbana).
Sem plano de manejo.
Santa Mônica.
Não possui centro de visitantes.
Uso turístico.
Programas de EA.
Fonte: Orlando Ferretti com base em documentos legais das UC; pesquisa nos sítios eletrônicos das instituições gestoras; entrevistas a chefes das
unidades e funcionários.
Quadro II – Áreas de Preservação Permanente com legislação especifica na Ilha de Santa Catarina.
ÁREA PROTEGIDA
ÁREA
(km²)
0,215
NORMATIVA
LEGAL
Dec. Mun. 216/1985
APP Dunas dos Ingleses
9,535
Dec. Mun.112/1985.
FLORAM
(Fundação
Municipal do Meio
Ambiente)
FLORAM.
APP Dunas do Santinho
0,915
Dec. Mun.112/1985
FLORAM
APP Restinga da Ponta do
Sambaqui
APP Região da Costa da
Lagoa
0,013
Dec. Mun.112/1985
FLORAM
9,768
Dec. Mun.112/1985
FLORAM
APP Dunas da Barra da
Lagoa
APP Manguezal da Tapera
0,06
Dec. Mun.3711/1992
FLORAM
0,522
Dec. Mun.2193/1985
FLORAM
APP Encostas
6,084
Lei Mun. 1851/1982
2193/1995
FLORAM
APP Dunas do Pântano do
Sul
0,242
Dec. Mun.112/1985
FLORAM
APP Dunas da Armação
0,059
Dec. Mun.112/1985
FLORAM
APP Lagoa da Chica
0,046
Dec. Mun.135/1988
FLORAM
APP Lagoinha Pequena
0,275
Dec. Mun.135/1988
FLORAM
APP Dunas do Campeche
1,21
Dec. Mun.112/1985
FLORAM
Área de Preservação
Permanente (APP) Restinga
da Ponta das Canas
Fonte: Orlando Ferretti com base nos
http://www.pmf.sc.gov.br/portal/meioambiente/
documentos
do
FISCALIZAÇÃO
sítio
eletrônico
da
LOCALIZAÇÃO
AMBIENTES
Noroeste da Ilha, junto à
praia Ponta das Canas.
Restinga, dunas e
ecossistema lagunar.
Norte da Ilha entre os
balneários de Ingleses e
Santinho
Norte da Ilha entre os
balneários de Ingleses e
Santinho
Oeste da Ilha, na
comunidade de Sambaqui
Leste da Ilha, nas margens
a oeste do corpo hídrico
da Lagoa da Conceição
Restingas, campos
de dunas.
Leste da Ilha, junto à praia
da Barra da Lagoa.
Sudoeste da Ilha, na
comunidade da Tapera.
Nos maciços rochosos
centrais, sul e norte da Ilha
e em morros isolados da
planície costeira e costões.
Sul da Ilha, comunidade da
Armação do Pântano do
Sul.
Sul da Ilha, comunidade de
Nossa Senhora da
Armação
Leste da Ilha, na praia do
Campeche
Leste da Ilha, comunidade
do Rio Tavares e
Campeche
Leste da lha,
Comunidade do Campeche
Fundação Municipal do
Restingas, campos
de dunas.
Restinga.
Floresta ombrófila
densa em estágio
avançado de
regeneração.
Restinga e dunas.
Manguezal
Floresta ombrófila
densa em diversos
estágios de
regeneração.
Campo de dunas e
restinga.
Campo de dunas e
restinga.
Ambiente lagunar e
restinga.
Ambiente lagunar e
restinga.
Restinga e campo de
dunas.
Meio Ambiente.
Resultados preliminares apontam dificuldades de uma gestão integrada das UC.
Faltando não só um sistema municipal de UC, como também um sistema integrado – mosaico
de UC – que possa articular trabalhos conjuntos e possibilidades de ligação via corredores
ecológicos entre as áreas protegidas. Somente 02 (duas) UC apresentam Planos de Manejo
em efetiva operação, com 01 (uma) UC com plano pronto e aguardando modificação da
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categoria (Parque Urbano do Morro da Cruz), e 04 (quatro) com planos em estudo ou sendo
executados.
Existe a necessidade urgente de um planejamento de conservação da biodiversidade
bem como a contratação de profissionais e técnicos para a administração e para os órgãos
gestores das UC na Ilha, faltam funcionários em número suficientes para atender a demanda
de atividades e interesses. Há pesquisas referentes à gestão das UC na Ilha de Santa Catarina
(DEBETIR, 2006; ROCCA 2002); alem de pesquisas que apontam propostas de Plano de
Manejo para as unidades (PENTEADO, 2002; DAVID 2004; COSTA 2003).
O Plano Diretor Participativo de Florianópolis apresenta as macro-diretrizes para o
ambiente natural incorporada aos conceitos da Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano,
comprometendo-se com a efetivação das zonas de amortecimento das UC existentes e com a
criação dos corredores ecológicos (alem da criação de novas UC e efetivação de planos de
manejo com a participação comunitária). O Ante Projeto do Plano Diretor Desenvolvimento
Sustentável de Florianópolis (ANTEPROJETO PLANO DIRETOR, 2010) apresenta no
Capítulo II, Artigo 4° e parágrafo VII como um dos objetivos do plano “implementar a
criação, demarcação e gestão de áreas verdes, unidades de conservação e demais áreas de
preservação permanente, interligando-as por corredores ecológicos e protegendo-as por
zonas de amortecimento de impactos”.
Avalia-se que as possibilidades com o novo plano diretor, se aprovado com as
propostas encaminhadas de uma Reserva da Biosfera em Ambiente Urbano, possam criar
políticas territoriais que integrem os diversos mecanismos pré-existentes. A efetivação legal da
RBAU pode proceder a uma mudança significativa no planejamento territorial do município.
Nesse atual momento há resistências quanto ao modelo apresentado e as propostas
territoriais com base no modelo de RBAU. Resistências estas de grupos ligados a interesses
imobiliários e turísticos, bem como resistências de comunidades que também não vêem
contempladas suas reflexões, sobretudo, no que diz respeito ao uso e ocupação do solo e
saneamento. Do ponto de vista do planejamento e articulação das UC do município, seria
bem vinda a aprovação do projeto com as diretrizes para o ambiente natural.
Este levantamento é apenas parte da pesquisa de doutoramento em geografia intitulada
“Análise da Biogeografia da Conservação nas áreas protegidas e em Unidades de
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Conservação (UC) da Ilha de Santa Catarina e a criação e modelo de gestão da Reserva da
Biosfera em Ambiente Urbano (RBAU)”, pesquisa esta em andamento.
BIBLIOGRAFIAS
ANTE PROJETO PLANO DIRETOR DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE FLORIANÓPOLIS. 2010.
Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/ipuf/?cms=etapa+conclusiva+pdp. Acesso em 15 de
junho de 2010.
CARUSO, Mariléia M. L. O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais.
Florianópolis: UFSC, 1983.
COSTA, Luciano de S. Desenvolvimento de uma metodologia para auxílio à decisão em zoneamento de
unidades de conservação: aplicação ao Parque Florestal do Rio Vermelho. Florianópolis, 2003, 118f.
Dissertação (Mestrado). Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Departamento de Engenharia de
Produção e Sistemas Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2003.
CRISTO, Sandro Sidnei Vargas de. Análise de susceptibilidade a riscos naturais relacionados às
enchentes e deslizamentos do setor leste da bacia hidrográfica do Rio Itacorubi, Florianópolis - SC. 2002.
195 f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Geografia Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2002.
DAVID, R. B. Estudo preliminar de zoneamento ambiental para ocupação urbana da bacia do Rio Ratones.
2004. Dissertação (mestrado). Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental. Centro Tecnológico.
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2004.
DEBETIR, Emiliana. Gestão de unidades de conservação sob influência de áreas urbanas: diagnóstico e
estratégias de gestão na Ilha de Santa Catarina – Brasil. Florianópolis, SC, 2006. 247 p. Tese (Doutorado
em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2006.
DIAS, Fernando Peres. Análise da susceptibilidade a deslizamentos no Bairro Saco Grande,
Florianópolis – SC. 2000. 103 f. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Geografia,
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Fonte: Organização e adaptação Orlando Ferretti.
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