Colégio Auxiliadora Folha 02 Sociologia 09 de março de 2015 Prof. Thiago Que é Sociologia? A Sociologia é uma disciplina acadêmica, cabe a ela o estudo dos homens em sociedade. Desde já, podemos afirmar com toda certeza: Não há homem que viva fora de uma comunidade. Mesmo que esteja em completo isolamento, ele traz dentro de si todo um conjunto de aprendizados legados por toda uma vida. Desde a linguagem, até as formas mais sutis de percepção da realidade. Caso contrário, estaria o homem em completa demência e alienação. Vivendo em sociedade, o homem está sujeito aos FATOS SOCIAIS, assim definido por um dos primeiros sociólogos, Émile Durkheim (1858 – 1917). Durkheim, um dos fundadores da Sociologia enquanto disciplina metodicamente organizada, dizia que fato social é o que podemos isolar na sociedade como se fosse um objeto, e, assim, estudá-lo. Ou, em outras palavras, Fato Social é tudo aquilo que exerce uma pressão sobre o indivíduo, de tal maneira, que não podemos lhe resistir. Não podemos, por exemplo, andar nus em plena cidade, ou deixar de comer com talheres em um restaurante. Caso diferentemente procedamos, estaremos arriscando a sofrer sanções de todo tipo. Portanto, o fato social é uma força exterior ao indivíduo, que lhe condiciona o comportamento. E, de tão corriqueiramente acostumados ao Fato Social, nem mais o percebemos, tendo-o como coisa natural. Cabe a Sociologia, pois, destrinchar o Fato Social, e explicar-lhe as causas, origens e funções. Outro fato social, ou seja, aquilo que nos causa coerção exterior, bastante famoso é o casamento. Os indivíduos se casam, são instados a se casar, são inquiridos por outros por quê ainda não se casaram etc. Características do fato social: COERCITIVIDADE: Uma força exterior constrange o indivíduo a agir de determinada maneira, obrigando o seu cumprimento. EXTERIORIDADE: São padrões culturais que independem da vontade de um indivíduo, eles acontecem. GENERALIDADE: Os fatos sociais são coletivos, existem para todos os indivíduos, e não para apenas uma consciência isolada da cultura e da sociedade. É próprio das sociedades o conflito. Através dele, as sociedades se modificam, eventualmente podendo evoluir para um estágio melhor. Conflitos de classes, por exemplo, podem provocar mais distribuição de renda. A vida em sociedade, apesar dos conflitos, trouxe-nos enormes benefícios. Na Era Neolítica e Paleolítica, as relações sociais eram extremamente brutas, não havendo uma verdadeira coesão social organizada. A “invenção” da sociedade possibilita a divisão de tarefas, especialização do trabalho, evolução comunitária etc. Também não podemos deixar de apontar, novamente, os conflitos que daí podem decorrer, como desigualdade social, opressão etc. Segundo o material do Expoente, Unidade 1, a formação de grupos permitem com que os seres humanos, por exemplo, se dediquem à caça de maneira mais eficiente. E assim é em todos os ramos da vida, é evidente que hoje vivemos uma hiper complexa divisão de tarefas na sociedade. Há desde professores a especialistas em nanotecnologia. Essa especialização beneficia a vida em grupo. No caso específico, vivemos no ordenamento social-econômico chamado CAPITALISMO, lentamente desenvolvido nisso que chamamos de civilização ocidental, desde a acumulação primitiva do capital, com o Mercantilismo, ainda no século XVI, passando pelo descobrimento da América, as colonizações, o uso indevido de mão de obra escrava, a criação da mão de obra assalariada, a opressão da classe trabalhadora, a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos, dentre outros acontecimentos marcantes para o desmoronamento da ordem feudal no mundo. Segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679), não tivesse o homem se unido em sociedade, e dado submissão total a uma autoridade que lhe era superior e coercitiva, estaríamos vivendo num caos de luta de todos contra todos, ao qual ele chamou de “Estado de Natureza”. Ou, mais precisamente, o “homem como o lobo do homem”. O que permite nossa preservação e “evolução” é a vida no interior das sociedades e/ou comunidades. Caso contrário, o conhecimento sequer seria transmitido. A Sociologia, no Brasil, é uma disciplina acadêmica. Está inserida num ramo de conhecimento mais amplo denominado Ciências Sociais, que, por sua vez, divide-se em mais outras duas disciplinas, mas intimamente relacionadas entre si, são elas: A Antropologia, que estuda as diversas comunidades humanas, e seus modos específicos de agir, pensar e se relacionar. As Ciências Políticas, que estudam a estrutura de poder das sociedades, notadamente as ocidentais, e a Sociologia, harmonicamente relacionadas a estas últimas, embora com enfoque nas sociedades modernas e urbanas. É objeto de estudo da sociologia, por exemplo, a dinâmica de crescimento do neopentecostalismo, a partir principalmente dos anos 1980 no Brasil. A Sociologia preocupa-se em responder a questionamentos sobre a diminuição de práticas religiosas mais antigas, bem como o interior dessas comunidades, suas linguagens e modos de se relacionar que lhe são próprios etc. Até porque, como afirmamos anteriormente, a religião constitui, também, um fato social, segundo a definição de Durkheim. A Sociologia, também, relaciona-se intimamente com a História, esta última lhe fornece matéria-prima para estudar os seres humanos através do tempo. O Direito, o conjunto de normais e leis que regem uma comunidade, também constitui um dos pilares de estudos da Sociologia, assim como a Economia e a Arte. Embora nosso material de estudos nos diga que a Sociologia é o estudo científico da sociedade, mais correto seria dizer que a Sociologia é uma disciplina acadêmica teórica, extremamente diferente do que entendemos como ciência no seu conceito estrito, como ramo do conhecimento que experimenta, “matematiza”, ou seja, descreve o objeto em linguagem matemática, e isola o objeto a fim de estudá-lo. A Sociologia não se presta a nada disso. É certo que possui suas escolas de pensamentos, regras etc. Mas nunca leis imutáveis, assim como 2 + 2 = 4. Até mesmo o que consideramos como “fato social” hoje, no futuro pode não ser mais. Ninguém nos garante que a instituição do casamento será eterna, à luz da Sociologia. À luz da religião, já é outro papo..., que concebe o casamento como um Sacramento eterno e imutável, parte da vontade de Deus. MUITO IMPORTANTE: Nunca, jamais, separe homem/mulher de sociedade. Esta abstração é impossível. Nesse sentido, perguntar se o homem veio primeiro que a sociedade, ou viceversa, seria uma falsa questão, insolúvel. Ambos surgiram concomitantemente. MUITO IMPORTANTE 2: Assim como acontece em todas as ciências humanas, o que um filósofo, historiador ou sociólogo dizem, não é a explicação definitiva do fato. Na história da sociologia, estudiosos discordam uns dos outros, oferecendo teorias que julgam mais completas, complexas e atualizadas. Para Casa: Exercícios da Apostila, número 1 e 2.