A FAMÍLIA MELASTOMATACEAE JUSS. NAS RESTINGAS DO ESPÍSITO SANTO Vinicius de Castro Freitas¹, Diego Tavares Iglesias¹ & Valquíria Ferreira Dutra¹ 1 Herbário VIES - UFES, Vitória, ES, Brasil. [email protected] Melastomataceae Juss. abrange cerca de 4.600 espécies, sendo a sexta maior família de angiosperma do Brasil, com mais de 1.300 espécies agrupadas em 67 gêneros. No Espírito Santo é a sétima família em relação a diversidade com 197 espécies. Restingas são ecossistemas formados pela deposição de sedimentos arenosos de origem marinha, associados à Mata Atlântica. A vegetação deste ecossistema é altamente especializada, já que se trata de um ambiente com altos índices de estresse, ocorrendo a predominância de uma vegetação halófila-psamófila. Já foram produzidas diversas listas florísticas das comunidades arbóreas e/ou arbustivas em diferentes trechos das Restingas capixabas, contudo pouco são os estudos sobre grupos taxonômicos para este ecossistema. O objetivo deste trabalho foi identificar e descrever as espécies de Melastomataceae das restingas do Espírito Santo depositados em coleções e elaborar uma chave de identificação. Foram identificados 20 espécies: Acisanthera bivalvis (Aubl.) Cogn., Clidemia bullosa DC., C. hirta (L.) D. Don, Comolia ovalifolia (DC.) Triana, Huberia ovalifolia DC., Marcetia taxifolia (A.St.-Hil.) DC., Miconia albicans (Sw.) Triana, M. amoena Triana, M. ciliata (Rich.) DC., M. cinnamomifolia (DC.) Naudin, M. prasina (Sw.) DC., M. pusilliflora (DC.) Naudin, M. stenostachya DC., Pterolepis cataphracta (Cham.) Triana, P. glomerata (Rottb.) Miq., Mouriri arborea Gardner, Rhynchanthera dichotoma (Desr.) DC., Tibouchina gaudichaudiana (DC.) Baill., T. macrochiton (Mart. ex DC.) Cogn., T. trichopoda (DC.) Baill. Foram utilizados características foliares e habito de vida para diferenciar as espécies, o que possibilita a identificação dos táxons em estágio vegetativo. Dentre as espécies listadas, duas apresentaram ocorrência exclusiva às restingas, P. cataphracta e T. macrochiton. Há seis espécies que não são registradas no Flora do Brasil como ocorrentes em restingas brasileiras, entretanto algumas delas apresentam uma quantidade considerável de coletas nesse ambiente em relação ao número total de coletas, registradas no Specieslink, sendo elas: M. amoena (23,2%), M. cinnamomifolia (7,0%), M. arborea (7,6%), T. trichopoda (19,1%), C. bullosa (1,7%) e C. hirta (2,0%). Embora Melastomataceae tenha grande representatividade em números de espécies no estado, essa diversidade não é observada em ecossistemas de restinga, provavelmente devido às limitações impostas pelo ambiente, composto predominantemente por uma vegetação halófila-psamófila. Palavra-chave: Flora, Mata Atlântica, Taxonomia.