No teatro ou na arquitetura, lighting designer vê

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holofote
Seu nome verdadeiro é Manoel Cas-
Como é o mercado da iluminação no
tello Branco. Como surgiu o apelido
Rio de Janeiro?
Maneco Quinderé?
Ele está aquecido, mas falta um pouqui-
Foi o Aurélio de Simoni (iluminador) quem
nho de consciência dos arquitetos em re-
criou, porque na minha casa as pessoas
lação aos projetos de luz para arquitetura.
me chamavam de Maneco e a minha
Eles precisam olhar com outros olhos os
mãe se chama Fernanda Quinderé: ele
escritórios de profissionais de iluminação,
juntou os dois nomes e me batizou ar-
para notar que a gente contribui com boas
tisticamente.
convite para trabalhar na UniRio [Uni-
No teatro ou na arquitetura,
lighting designer vê a
iluminação como um
canal para se comunicar
com as pessoas e expressar
suas emoções.
versidade Federal do Estado do Rio de
Entrevista concedida a Claudia Sá
Em que cidade do Piauí você nasceu?
Em que ano chegou ao Rio de Janeiro
e por que decidiu morar na Cidade
Maravilhosa?
Eu nasci em Teresina, capital. Mudei para
o Rio com a minha família, em junho de
1978, porque minha mãe aceitou um
idéias, que rendem bons resultados.
Em sua opinião, os projetos de iluminação ainda são pouco valorizados
pelo setor?
Acho que falta um pouco de conhecimento
e isso gera o medo, pois quando a pessoa
não conhece a área, não se arrisca, prefere
apostar na opção mais segura. Muitos
arquitetos encomendam projeto a lojas de
luminárias, por exemplo, mas eu acho que
não é uma boa escolha, pois um escritório
Janeiro], na faculdade de Teatro.
Quando passou a atuar em iluminação
de projeto tem um olhar mais estudioso,
Você tinha quantos anos, na época?
arquitetônica? Como aconteceu?
mais preocupado com o resultado e não
Eu estava com 15 anos.
Há dez anos, recebi um convite para fazer
vinculado à venda de produtos.
a iluminação de um apartamento cuja
Antes de se tornar lighting designer,
arquitetura era do Claudio Bernardes e
Você faz parte de alguma associação
chegou a exercer outros ofícios?
Paulo Jacobsen e, logo depois desse
de classe, nacional ou internacional?
Quais?
trabalho, o Antonio Bernardo [badalado
Considero essas associações importantís-
Iniciei minha carreira como contra-regra
joalheiro carioca] me chamou para de-
simas, mas não faço parte de nenhuma,
de teatro e, logo em seguida, passei a
senvolver os projetos de iluminação das
porque eu não cursei nada, não sou forma-
ser eletricista, operador de luz, depois
lojas dele.
do, e elas exigem o mínimo de formação.
Existe muita diferença entre iluminar
Você coleciona uma série invejável de
Conte-nos como foi o início de sua
palcos e arquitetura?
prêmios em iluminação cênica. É nos
carreira como iluminador.
Muita diferença no que diz respeito às
palcos dos teatros que você prefere
Comecei a assinar meus projetos em
formas de iluminar e aos aparelhos que
expressar sua arte? Ou a arquitetura,
1982, dois anos depois de começar a tra-
se utiliza em cada área. Mas o olhar é
hoje, é também um palco pra você?
balhar com iluminação. Logo no primeiro
o mesmo. Em ambos, tem que haver
Eu encaro tudo no mesmo patamar, pois o
espetáculo, chamado Morangos e Lune-
a sensibilidade, o olhar atento ao que
que quero é me comunicar com o mundo
tas, ganhei um prêmio e, em 1985, assinei
está em volta, à subjetividade, pois esta
através do meu ofício. Esse é o jeito que
a luz da peça “Tupã, A Vingança”, que foi
função está pouco ligada ao que é fisica-
tenho de me expressar. É por meio da
um grande sucesso, escrita por Mauro
mente palpável, mas, ao que é sentido,
luz que transmito para as pessoas o que
Rasi e dirigida por Miguel Falabella.
percebido.
eu sinto.
assistente e assim foi...
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L U M E ARQUITETURA
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