FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA Livro-texto EaD NATAL 2010 UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEaD FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA LIVRO-TEXTO EaD NATAL 2010 DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR Chancelaria Prof. Paulo Vasconcelos de Paula Reitoria Profª. Sâmela Soraya Gomes de Oliveira Pró-Reitoria de Graduação Prof. Cláudio Márcio Campos de Mendonça Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Aarão Lyra Pró-Reitoria de Extensão e Ação Comunitária Profª. Jurema Márcia Dantas da Silva Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Prof. Barney Silveira Arruda Coordenação Adjunta do Núcleo de Educação a Distância Profª Luciana Lopes Xavier AARÃO LYRA GRACIANA FERREIRA DIAS FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA LIVRO-TEXTO EaD Natal/RN 2010 Fundamentos da Matemática EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS Criação da Produção Prof. Barney Silveira Arruda, M. Sc. Apuena Vieira Gomes, Dra. Prof. Cláudio Márcio Campos de Mendonça, M. Sc. Profª. Sâmela Soraya Gomes de Oliveira, M. Sc. Organização Profª. Luciana Lopes Xavier, M. Sc. Profª. Thalyta Mabel Nobre Barbosa, M. Sc. Coordenação Pedagógica do NEaD Edilene Cândido da Silva, Graduada Coordenação de Produção de Recursos Didáticos Profª. Luciana Lopes Xavier, M. Sc. Revisão de Estrutura e Linguagem em EaD Profª. Thalyta Mabel Nobre Barbosa, M. Sc. Revisão de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano, M. Sc. Revisão de Estrutura Normativa Profª. Luciana Lopes Xavier, M. Sc. Revisão Tipográfica Profª. Úrsula Andréa de Araújo Silva, M. Sc. Projeto Gráfico Lúcio Masaaki Matsuno Capa Setor de Marketing - UnP Cyro Lucas Filgueira Souza, Colaboração Diagramação Firenzze Design & Comunicação L992f Lyra, Aarão Fundamentos da matemática / Aarão Lyra, Graciana Ferreira Natal: [s.n.], 2010. 190p. : il ; 21cm Inclui bibliografia ISBN: 978-85-61140-05-2 1. Matemática. I. Dias, Graciana Ferreira. II. Título. RN/UnP/BCSF CDU 51 CONHECENDO OS AUTORES Prof. Aarão Lyra Sou Aarão Lyra, nascido em Natal (RN). Possuo formação técnica em Edificações obtida através da Escola Técnica Federal do Ceará, em 1992. Sou Graduado em Licenciatura em Matemática concluída em 1994 na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Concluí o doutorado em Engenharia Elétrica com ênfase em Engenharia de Computação, obtido através do Programa de Pós-Graduação em do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 2003. Profissionalmente, trabalhei como Analista de Sistemas Senior na DATANORTE, de 1994 até 2000, em 1997 fui aprovado em concurso para professor substituto da UFRN, para o Curso de Pedagogia, ensinei disciplinas relacionadas à docência da Matemática, em 2000 ingressei no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, onde exerço até hoje funções relacionadas a chefia do Departamento de Desenvolvimento de Sistemas e Aplicativos. Em 1999 fui contratado pela Universidade Potiguar para atuar como professor dos Cursos de Sistemas de Informação e Engenharia de Computação, ministrando diversas disciplinas nas áreas de Matemática, Linguagens Formais e Autômatos e Teoria da Computação. Ainda na Universidade Potiguar, fui Diretor do Curso de Sistemas de Informação. Atualmente sou Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. Profª Graciana Ferreira Dias Olá!! Sou Graciana Dias, natural de João Pessoa (PB). Em toda minha vida escolar sempre me interessei muito por matemática, e por isso decidi fazer minha graduação em matemática. Terminei o meu curso de Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba em 2006. Durante a minha graduação pude trabalhar no Laboratório de Pesquisa da Aprendizagem Científica (LEPAC), tendo oportunidade de conhecer mais de perto a realidade do ensino de matemática e na elaboração de materiais concretos para auxiliar na aprendizagem. Trabalhei em escolas particulares, com o ensino Fundamental e Médio. Sou mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e atualmente sou professora do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Fundamentos da Matemática CONHECENDO FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA Antes de iniciar seu estudo sobre o fascinante mundo da matemática, vamos falar um pouco sobre a importância desta disciplina em sua formação acadêmica, e de que maneira ela pode lhe ajudar a se colocar melhor no cenário profissional. O objetivo deste material didático é apresentar a você um conjunto de conceitos básicos de matemática, de forma leve e de fácil assimilação, traçando, sempre que possível, um paralelo entre a teoria e os problemas práticos do seu cotidiano. Os assuntos aqui abordados são considerados fundamentais para a construção de um bom alicerce matemático, sendo imprescindíveis para a maioria das áreas de formação acadêmica. A matemática está presente em praticamente todos os aspectos do conhecimento humano, e devido a sua importância, recebeu por parte de seus estudiosos o carinhoso título de mãe das ciências. Graças a matemática, a ciência, a física e a engenharia encontraram o suporte sólido e eficaz que sempre embasou às suas teorias, e certamente com a sua ajuda o homem realizou e continua realizando muitas de suas proezas tecnológicas. Os avanços que tem transformado a vida do homem ao longo dos últimos anos, como os telefones celulares, os automóveis, os aviões, os arranha-céus, etc., têm as suas origens em teorias matemáticas clássicas, que foram – e estão sendo – estudadas por diversos matemáticos. O estudo da matemática oferece a você, aluno, a oportunidade de conhecer o fundamento das teorias responsáveis por estes e outros avanços tecnológicos. Além disso, o hábito de estudar matemática desenvolve o raciocínio, muito útil nas tarefas cotidianas e de apoio à tomada de decisões. É com muita alegria que oferecemos este material a você esperando você possa extrair o máximo de proveito dele, e que o conhecimento assimilado possa abrir-lhe novos caminhos em sua vida, ampliando seus horizontes. Seja muito bem vindo aos Fundamentos da Matemática! Fundamentos da Matemática PLANO DE ENSINO 1 IDENTIFICAÇÃO CURSO: NEaD - DISCIPLINAS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA BLOCO CURRICULAR: FUNDAMENTOS DA MATEMÁTICA PROFESSOR(ES) AUTOR(ES): AARÃO LYRA E GRACIANA FERREIRA DIAS MODALIDADE: A DISTÂNCIA CARGA HORÁRIA: 40H 2 EMENTA Números e operações elementares. Razões, proporções e regras de três. Expressões e produtos notáveis. Figuras geométricas, semelhança de triângulos e área de figuras planas. Equações e inequações. Funções. Funções do 1º grau. Funções do 2º grau. Função exponencial. Funções logarítmicas. 3 OBJETIVOS Instrumentalizar o estudante com ferramentas da matemática a fim de que ele possa resolver situações-problemas relacionadas com sua área profissional. 4 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS • Interpretar informações, definições, propriedades e utilizá-las para a solução de problemas práticos ou aquisição de novos conhecimentos. • Identificar grandezas mensuráveis a fatos científicos e estabelecer relações existentes entre essas grandezas. • Conhecer o processo de desenvolvimento e organização da Matemática. • Compreender raciocínio em geral. 5 VALORES E ATITUDES • Aplicar conhecimentos teóricos à solução de problemas práticos. Fundamentos da Matemática 6 CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS UNIDADE I 1. NÚMEROS E OPERAÇÕES ELEMENTARES. 2. RAZÕES, PROPORÇÕES E REGRAS DE TRÊS. 3. EXPRESSÕES E PRODUTOS NOTÁVEIS. 4. FIGURAS GEOMÉTRICAS, SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS E ÁREA DE FIGURAS PLANAS. 5. EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES. UNIDADE II 6. FUNÇÕES. 7. FUNÇÕES DO 1º GRAU. 8. FUNÇÕES DO 2º GRAU. 9. FUNÇÃO EXPONENCIAL. 10. FUNÇÕES LOGARÍTMICAS. 7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS • Utilização de material didático impresso (livro-texto). • Interação através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (UnP Virtual). • Aula Expositiva – Interativa nos momentos presenciais obrigatórios (palestra, mesa redonda, seminário, ambiente virtual de aprendizagem, entre outros). • Utilização de material complementar (sugestão de filmes, livros, sites, músicas, ou outro meio que mais se adeque à realidade do aluno). 8 ATIVIDADES DISCENTES • Pontualidade e assiduidade na entrega das atividades (propostas no material didático impresso (livro-texto) e/ou Ambiente Virtual de Aprendizagem) solicitadas pelo Tutor. • Participação nos encontros presenciais obrigatórios. • Realização das atividades avaliativas nos encontros presenciais obrigatórios. Fundamentos da Matemática 9 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO O processo de avaliação estará presente em todos os momentos do processo ensino-aprendizagem considerando: • Leitura do de material didático impresso (livro-texto). • Interação com tutor através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (UnP Virtual). • Realização de atividades propostas no material didático impresso (livro-texto) e/ou no Ambiente Virtual de Aprendizagem. • Aprofundamento de temas em pesquisa extra material didático impresso (livro-texto). 10 BIBLIOGRAFIA 10.1 BIBLIOGRAFIA BÁSICA BONGIOVANNI, Vincenzo; LAUREANO, Jose Luiz Tavares; LEITE, Olímpio Rudinin Vissoto. Matemática. 6. ed. São Paulo: Ática, 1998. 472p. IEZZI, Gelson et al. Matemática. São Paulo: Atual, 1997. 650p. IEZZI, Gelson et al. Tópicos de matemática. 2. ed. São Paulo: Atual, 1981. v.2. 305p. MARANHÃO, Maria Cristina S. de A. Matemática. São Paulo: Cortez, 1994. 197p. TOLEDO, Marília. Didática de matemática: como dois e dois: a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997. 335p. 10.2 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CASTRUCCI, Bongiovani et al. Matemática. São Paulo: FTD, 2001. Fundamentos da Matemática SUMÁRIO 1 NÚMEROS E OPERAÇÕES ELEMENTARES .......................................................................21 1.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR ...............................................................................................21 1.1.1 Apresentação ......................................................................................................................21 1.1.2 Justificativa ........................................................................................................................21 1.1.3 Objetivos ...........................................................................................................................21 1.2 POR ONDE COMEÇAR ..........................................................................................................21 1.2.1 História dos números ........................................................................................................21 1.2.2 Sistema de Numeração .......................................................................................................22 1.2.2.1 SISTEMAS DE NUMERAÇÃO POSICIONAIS ................................................................23 1.2.2.2 SISTEMAS DE NUMERAÇÃO NÃO POSICIONAIS ......................................................24 1.2.3 Conjuntos Numéricos ........................................................................................................26 1.2.3.1 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS .....................................................................27 1.2.3.1.1 PROPRIEDADES ALGÉBRICAS PARA OS ELEMENTOS DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS..................................................................................................................28 1.2.3.2 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS ......................................................................29 1.2.3.3 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS ...................................................................30 1.2.3.4 CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS ...............................................................33 1.2.3.5 CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS..............................................................................34 1.2.3.6 CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS ................................................................34 1.3 RELEMBRANDO .....................................................................................................................35 1.4 PARA SABER MAIS ...................................................................................................................35 1.5 O QUE FAZER ..........................................................................................................................36 ONDE ENCONTRAR ....................................................................................................................36 2 RAZÕES, PROPORÇÕES E REGRAS DE TRÊS ...................................................................41 2.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR ...............................................................................................41 2.1.1 Apresentação ......................................................................................................................41 2.1.2 Justificativa ........................................................................................................................41 2.1.3 Objetivos ...........................................................................................................................41 2.2 POR ONDE COMEÇAR ..........................................................................................................42 2.2.1 Razões ................................................................................................................................42 2.2.2 Proporções .........................................................................................................................44 2.2.2.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL ...................................................................................44 2.2.3 Regra de Três .....................................................................................................................47 2.3 RELEMBRANDO .....................................................................................................................50 2.4 PARA SABER MAIS ...................................................................................................................50 2.5 O QUE FAZER ..........................................................................................................................51 ONDE ENCONTRAR ....................................................................................................................52 Fundamentos da Matemática 3 EXPRESSÕES E PRODUTOS NOTÁVEIS ............................................................................55 3.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR ...............................................................................................55 3.1.1 Apresentação ......................................................................................................................55 3.1.2 Justificativa ........................................................................................................................55 3.1.3 Objetivos ...........................................................................................................................55 3.2 POR ONDE COMEÇAR .........................................................................................55 3.2.1 Expressões Literais ou Algébricas.......................................................................................56 3.2.1.1 VALOR NUMÉRICO DE UMA EXPRESSÃO ALGÉBRICA ............................................56 3.2.1.2 MONÔMIOS E POLINÔMIOS.........................................................................................58 3.2.2 Produtos notáveis ..............................................................................................................58 3.2.2.1 QUADRADO DA SOMA DE DOIS TERMOS .................................................................59 3.2.2.2 QUADRADO DA DIFERENÇA DE DOIS TERMOS ......................................................60 3.2.2.3 PRODUTO DA SOMA PELA DIFERENÇA DE DOIS TERMOS ...................................61 3.2.2.4 CUBO DA SOMA DE DOIS TERMOS .............................................................................62 3.2.2.5 CUBO DA DIFERENÇA DE DOIS TERMOS ..................................................................63 3.2.2.6 PRODUTO DA FORMA (X + P)(X + Q) ............................................................................64 3.2.3 Fatoração de Expressões Algébricas ...................................................................................65 3.2.3.1 FATORAÇÃO COLOCANDO EM EVIDÊNCIA OS FATORES COMUNS ...................65 3.2.3.2 FATORAÇÃO POR AGRUPAMENTO ..............................................................................66 3.2.3.4 FATORAÇÃO DO TRINÔMIO QUADRADO PERFEITO .............................................67 3.2.3.6 FATORAÇÃO DA DIFERENÇA DE DOIS CUBOS .........................................................69 3.2.3.7 FATORAÇÃO DA SOMA DE DOIS CUBOS ....................................................................69 3.2.4 Simplificação de expressões algébricas ...............................................................................70 3.3 RELEMBRANDO .....................................................................................................................70 3.4 PARA SABER MAIS ...................................................................................................................71 3.5 O QUE FAZER ..........................................................................................................................71 ONDE ENCONTRAR ....................................................................................................................72 4 FIGURAS GEOMÉTRICAS, SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS E ÁREA DE FIGURAS PLANAS ..................................................................................................................................75 4.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR ...............................................................................................75 4.1.1 Apresentação ......................................................................................................................75 4.1.2 Justificativa ........................................................................................................................75 4.1.3 Objetivos ...........................................................................................................................75 4.2 POR ONDE COMEÇAR ..........................................................................................................76 4.2.1 Um pouco de história ........................................................................................................76 4.2.2 Figuras geométricas ...........................................................................................................77 4.2.3 Semelhança de Triângulos ................................................................................................78 4.2.4 Áreas de figuras planas.......................................................................................................79 4.3 RELEMBRANDO .....................................................................................................................82 4.4 PARA SABER MAIS ...................................................................................................................82 4.5 O QUE FAZER ..........................................................................................................................82 ONDE ENCONTRAR ....................................................................................................................83 5 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES ................................................................................................87 Fundamentos da Matemática 5.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR ...............................................................................................87 5.1.1 Apresentação ......................................................................................................................87 5.1.2 Justificativa ........................................................................................................................87 5.1.3 Objetivos ...........................................................................................................................87 5.2 POR ONDE COMEÇAR ..........................................................................................................88 5.2.1 Equações ...........................................................................................................................88 5.2.2 Solução ou Raiz de uma Equação ......................................................................................89 5.2.2.1 AS OPERAÇÕES INVERSAS..............................................................................................89 5.2.3 Equações do 1° Grau com uma incógnita ..........................................................................90 5.2.3.1 RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 1 ° GRAU.................................................................90 5.2.4 Inequações do 1° Grau ......................................................................................................91 5.2.4.1 SOLUÇÃO DE INEQUAÇÕES ..........................................................................................92 5.2.5 Sistemas de Equações do 1 ° Grau .....................................................................................95 5.3 EQUAÇÕES DO 2° GRAU .......................................................................................................99 5.3.1 Resolução de equações do 2º grau ...................................................................................100 5.4 RELEMBRANDO ...................................................................................................................102 5.5 PARA SABER MAIS .................................................................................................................102 5.6 O QUE FAZER .........................................................................................................................102 ONDE ENCONTRAR ..................................................................................................................103 6 FUNÇÕES .............................................................................................................................107 6.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR .............................................................................................107 6.1.1 Apresentação ....................................................................................................................107 6.1.2 Justificativa ......................................................................................................................107 6.1.3 Objetivos .........................................................................................................................107 6.2 POR ONDE COMEÇAR ........................................................................................................108 6.2.1 A ideia de Função ............................................................................................................108 6.2.2 Definição de Função .......................................................................................................109 6.2.3 Domínio, contradomínio e imagem de uma Função .......................................................111 6.2.4 Gráfico de uma Função....................................................................................................112 6.2.4.1 PLANO CARTESIANO.....................................................................................................112 6.2.4.2 CONSTRUINDO GRÁFICO DE FUNÇÕES .................................................................113 6.2.5 Tipos de Funções .............................................................................................................115 6.2.5.1 FUNÇÃO INJETORA .......................................................................................................115 6.2.5.2 FUNÇÃO SOBREJETORA ...............................................................................................116 6.2.5.3 FUNÇÃO BIJETORA........................................................................................................116 6.2.6 Composição de Funções ..................................................................................................117 6.2.7 Função Inversa.................................................................................................................119 6.2.7.1 DETERMINANDO A FUNÇÃO INVERSA ....................................................................120 6.3 RELEMBRANDO.....................................................................................................................122 6.4 PARA SABER MAIS .................................................................................................................122 6.5 O QUE FAZER ........................................................................................................................122 ONDE ENCONTRAR ..................................................................................................................123 7 FUNÇÕES DO 1º GRAU ......................................................................................................127 Fundamentos da Matemática 7.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR .............................................................................................127 7.1.1 Apresentação ....................................................................................................................127 7.1.2 Justificativa ......................................................................................................................127 7.1.3 Objetivos .........................................................................................................................127 7.2 POR ONDE COMEÇAR ........................................................................................................128 7.2.1 Estudo da Função do 1º grau ..........................................................................................128 7.2.2 Gráfico de uma função do 1º grau ...................................................................................129 7.2.3 Crescimento e decrescimento de uma função do 1º grau .................................................131 7.2.4 Estudo do sinal da função do 1º grau ..............................................................................133 7.2.4.1 ZERO DE UMA FUNÇÃO DO 1º GRAU .......................................................................133 7. 3 RELEMBRANDO ..................................................................................................................136 7.4 PARA SABER MAIS .................................................................................................................136 7.5 O QUE FAZER ........................................................................................................................136 ONDE ENCONTRAR ..................................................................................................................137 8. FUNÇÕES DO 2º GRAU .....................................................................................................141 8.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR .............................................................................................141 8.1.1 Apresentação ....................................................................................................................141 8.1.2 Justificativa .....................................................................................................................141 8.1.3 Objetivos .........................................................................................................................141 8.2 POR ONDE COMEÇAR ........................................................................................................142 8.2.1 Estudo da função do 2º grau ...........................................................................................142 8.2.2 Gráfico de uma função quadrática ...................................................................................142 8.2.3 Concavidade ....................................................................................................................144 8.2.4 Zeros de uma função quadrática ......................................................................................145 8.2.5 Vértice da parábola ..........................................................................................................147 8.2.6 Construindo o gráfico......................................................................................................150 8.2.7 Valor de máximo e valor de mínimo ................................................................................151 8.2.8 Crescimento e decrescimento de uma função quadrática .................................................152 8.3 RELEMBRANDO ...................................................................................................................154 8.4 PARA SABER MAIS .................................................................................................................155 8.5 O QUE FAZER ........................................................................................................................155 ONDE ENCONTRAR ..................................................................................................................156 9. FUNÇÃO EXPONENCIAL ..................................................................................................159 9.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR .............................................................................................159 9.1.1 Apresentação ....................................................................................................................159 9.1.2 Justificativa ......................................................................................................................159 9.1.3 Objetivos .........................................................................................................................159 9.2 POR ONDE COMEÇAR ........................................................................................................160 9.2.1 Potenciação......................................................................................................................160 9.2.1.1 POTÊNCIA COM EXPOENTE NATURAL ....................................................................160 9.2.1.2 POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO ......................................................................160 9.2.1.3 POTÊNCIAS COM EXPOENTE RACIONAL ................................................................161 9.2.1.4 PROPRIEDADES DA POTENCIAÇÃO ..........................................................................161 Fundamentos da Matemática 9.2.2 Funções Exponenciais ......................................................................................................162 9.2.2.1 DEFINIÇÃO E GRÁFICO ................................................................................................162 9.2.2.2 PROPRIEDADES DA FUNÇÃO EXPONENCIAL .........................................................164 9.2.3 Equações Exponenciais ....................................................................................................164 9.3 RELEMBRANDO ...................................................................................................................167 9.4 PARA SABER MAIS .................................................................................................................167 9.5 O QUE FAZER ........................................................................................................................167 ONDE ENCONTRAR ..................................................................................................................168 10 FUNÇÕES LOGARÍTMICAS .............................................................................................171 10. 1 ONDE QUEREMOS CHEGAR ..........................................................................................171 10.1.1 Apresentação ..................................................................................................................171 10.1.2 Justificativa ....................................................................................................................171 10.1.3 Objetivos .......................................................................................................................171 10.2 POR ONDE COMEÇAR ......................................................................................................172 10.2.1 O que é logaritmo ..........................................................................................................172 10.2.2 Consequências da definição ...........................................................................................175 10.2.3 Equações logarítmicas....................................................................................................176 10.2.4 Propriedade dos logaritmos ...........................................................................................177 10.2.5 Função logarítmica ........................................................................................................179 10.3 RELEMBRANDO .................................................................................................................182 10.4 O QUE FAZER ......................................................................................................................183 10.5 PARA SABER MAIS ...............................................................................................................183 ONDE ENCONTRAR ..................................................................................................................183 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................185 Fundamentos da Matemática CAPÍTULO 1 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 1 Anotações 1 NÚMEROS E OPERAÇÕES ELEMENTARES 21 1.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 1.1.1 Apresentação Neste primeiro capítulo, estaremos apresentando a você, aluno, uma visão geral sobre os números, suas formas de representação e como eles podem ser agrupados em seus conjuntos numéricos. Você verá que a partir do momento em que o ser humano sentiu a necessidade de representar grandezas ou quantidades em seu dia a dia, a matemática passou a ser considerada imprescindível para resolver os problemas do cotidiano. Um dos desafios iniciais do homem foi encontrar uma maneira de escrever os números, utilizando para isso algum sistema de numeração. Neste capítulo, você estudará os principais conjuntos numéricos existentes – naturais, inteiros, racionais, irracionais, reais e complexos – verificando suas propriedades e operações principais. 1.1.2 Justificativa Conhecendo os conjuntos numéricos, você terá uma ótima base para o nosso estudo, pois os conjuntos numéricos serão os pontos de partida para sua aprendizagem. Você verá na história desses conjuntos o início do pensamento matemático e como os homens tiveram necessidade da matemática para solucionar seus problemas. 1.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • conhecer a história dos sistemas de numeração; • conhecer os números naturais, inteiros, racionais, reais e complexos; • utilizar as principais propriedades dos números. 1.2 POR ONDE COMEÇAR 1.2.1 História dos números O ser humano sempre teve a necessidade de representar de forma numérica alguns fenômenos naturais que fazem parte de seu dia a dia, criando para isso um conjunto de medidas que fosse capaz de identificar, por exemplo, a quantidade de ovelhas de um rebanho, ou, ainda, o tempo gasto na execução de uma determinada tarefa. Fundamentos da Matemática Capítulo 1 22 Para atender a tais necessidades, nossos ancestrais se preocuparam em criar e aperfeiçoar o conceito de número e suas formas de representação. Inicialmente, a intenção era facilitar a contagem de elementos de pequenas dimensões, utilizando para isso estratégias rudimentares como associar cada elemento a ser contado, a uma pequena pedrinha em uma sacola. Assim, para representar quinze cabeças de gado, tudo que se tinha a fazer era armazenar quinze pedrinhas em uma sacola. Se novas cabeças fossem adquiridas, uma quantidade equivalente de novas pedrinhas seria adicionada. Não é difícil imaginar os diversos problemas que essa abordagem trazia aos nossos remotos antepassados. Imagine como deve ter sido difícil representar uma grande quantidade de elementos associando-as a pedrinhas em uma sacola. Quantas sacolas seriam necessárias para que um pastor pudesse armazenar as pedrinhas correspondentes a um rebanho com algumas centenas de ovelhas? Com o passar do tempo, o homem passou a representar os números de forma gráfica, resolvendo assim, a maioria dos problemas. A partir desse momento, a matemática deixou de ser considerada apenas uma curiosidade de poucos, firmando-se então como uma verdadeira ciência, capaz de oferecer respostas para inúmeros problemas da época. Consequentemente, o número de estudiosos que passaram a se dedicar a desvendar os seus mistérios cresceu em todo o mundo, com contribuições notáveis por parte dos romanos, dos gregos, dos hindus e dos árabes. A partir do momento em que os números passaram a ser representados de forma escrita, tornou-se necessário definir os conceitos de número e numeral. O primeiro representa a grandeza física em si, aquilo que está sendo contado ou medido. Consiste na idéia que concebemos acerca do que está sendo representado, e, portanto, não possui existência material ou escrita. Já o numeral consiste exatamente na representação gráfica de um número, expressa de forma inequívoca em um determinado sistema de numeração. Se você pensa em uma cesta com uma centena de maças, você está mentalizando uma quantidade, portanto, trata-se de um número. Quando você expressa esse número através da sequência de símbolos “100”, está representando esse número na forma de um numeral, escrito com base no sistema de numeração decimal. 1.2.2 Sistema de Numeração Uma sequência de símbolos é um numeral se esses símbolos forem baseados em um conjunto de regras, além disso, se for definido uma quantidade máxima de símbolos distintos a serem utilizados. A esse conjunto e suas regras, chamamos de Sistema de Numeração. Existem basicamente dois tipos de sistemas de numeração: os sistemas Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 1 Anotações posicionais e os sistemas não-posicionais, os quais serão apresentados a seguir. 23 1.2.2.1 Sistemas de Numeração Posicionais Veja que interessante a afirmação abaixo! SAIBA QUE Os sistemas de numeração posicionais são caracterizados pelo fato de cada símbolo possuir um valor numérico dependente da posição que ele ocupa dentro do numeral. A ideia geral é a de que, quanto mais à esquerda um símbolo estiver escrito, maior a quantidade numérica que ele representa. A quantidade de símbolos diferentes utilizados em um sistema de numeração representa a base desse sistema. Assim, um sistema de base seis possui seis símbolos diferentes; um sistema de base doze possui doze símbolos, e um sistema de base dez, por sua vez, possui dez símbolos. A partir de agora, iremos aprender um pouco sobre a história do sistema posicional na Matemática. Foi na Babilônia, há mais de 2300 anos antes de Cristo, que os primeiros matemáticos passaram a adotar o sistema posicional. Os registros dessa época trazem referências a dois sistemas: um de base dez, utilizado para pequenas quantidades, e outro de base sessenta, adotado para grandezas maiores. Posteriormente, os hindus foram responsáveis por vários avanços na Matemática, sendo os mais significativos, a descoberta do zero e a popularização dos sistemas de numeração posicional de base dez. Fala-se em “descoberta” do zero, pois naquele tempo o zero não existia como símbolo, e era visto apenas como a ausência de elementos em um conjunto qualquer. Os hindus verificaram que sem a presença de um símbolo gráfico que represente essa ausência, algumas quantidades simplesmente não conseguiam ser representadas graficamente, ou seja, na forma de numerais, o que era um problema e tanto. A popularização do sistema de base dez comparado com um sistema de outra base qualquer, pode ser justificada pelo fato do ser humano ter dez dedos em suas mãos, o que facilita muito a adoção de um sistema análogo. Fundamentos da Matemática Capítulo 1 24 CURIOSIDADE Você deve se recordar dos primeiros passos no estudo da Matemática enquanto era criança? Certamente você contou – ainda que secretamente – com a ajuda dos próprios dedos para efetuar os primeiros cálculos matemáticos...! Por ter uma base com dez símbolos diferentes, esse sistema passou a ser chamado de sistema decimal de numeração e, posteriormente, cada símbolo passou a ser conhecido por algarismo. Os algarismos utilizados no sistema decimal são: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, representando, respectivamente, do vazio até um conjunto de nove elementos. Para escrever quantidades maiores combinam-se os algarismos criando assim, posições relativas dentro de um numeral, como as dezenas, as centenas ou os milhares. Por exemplo, quando você escreve o número 324, cada algarismo possui um valor relativo dentro do numeral. Valor relativo é aquele que depende da classe e ordem de onde o numeral se encontra. Vejam a seguir um exemplo. 3 è 3 centenas, ou 300 2 è 2 dezenas, ou 20 4 è 4 unidades, ou 4 CURIOSIDADE Os árabes foram responsáveis pela popularização na Europa do sistema decimal utilizado pelos hindus. Por esse motivo, esse tipo de sistema também ficou conhecido no mundo como sistema de numeração indo-arábico. 1.2.2.2 Sistemas de Numeração Não Posicionais Diferentemente dos sistemas posicionais, os sistemas de numeração não-posicionais são caracterizados pelo fato de que cada símbolo expressa sempre uma mesma quantidade, independente da posição que Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 1 Anotações ele ocupa dentro do numeral. Esse tipo de sistema possui uma série de limitações quando se trata de realizar operações aritméticas, sendo geralmente utilizados apenas para representar quantidades. O sistema não posicional mais conhecido é o sistema de numeração romano, que adotava um conjunto de sete letras do alfabeto para representar os seus algarismos. Os símbolos e seus valores correspondentes em decimal são mostrados no quadro a seguir. Algarismo Valor decimal I V 1 5 X 10 L 50 C 100 D 500 M 1.000 25 QUADRO 1 – Algarismos romanos e seus valores em decimal Diferentemente do sistema decimal, um numeral escrito no sistema romano tem seu valor quantitativo obtido através da simples soma de seus algarismos, independente de seus valores posicionais ou relativos. Exemplo: VII è 5 + 1 + 1 = 7 LXV è 50 + 10 + 5 = 65 MMXXVI è 1.000 + 1.000 + 10 + 10 + 5 + 1 = 2.026 O sistema romano apresenta apenas quatro regras distintas. Concentre sua atenção, essas regras são bastante interessantes. Veja-as abaixo. • Regra 1: Os algarismos I, X, C e M somente poderiam ser repetidos sequencialmente três vezes. Exemplos: III è 1 + 1 + 1 = 3 CXXX è 100 + 10 + 10 + 10 = 130 MMMCCC è 1.000 +1.000 + 1.000 + 100 + 100 + 100 = 3.300 • Regra 2: Os algarismos I, X e C, quando escritos à direita de algarismos maiores, somam seus valores ao desses números. Exemplos: Fundamentos da Matemática Capítulo 1 26 VI è (5 + 1) = 6 XV è (10 + 5) = 15 CXI è [100 + (10 + 1)] = 111 • Regra 3: Os algarismos I, X e C, quando escritos à esquerda de algarismos menores, subtraem seus valores ao desses números. Exemplos: IV è (5 – 1) = 4 XC è (100 – 10) = 90 CDIX è (500 – 100) + (10 – 1) = 409 • Regra 4: Colocando-se um traço vertical sobre um ou mais algarismos, indicamos que o valor correspondente deve ser multiplicado por mil. Exemplos: X 10 x 1.000 = 10.000 XC (100 - 10) x 1.000 = 90.000 XV (10 + 5) x 1.000 = 15.000 1.2.3 Conjuntos Numéricos Com o avanço dos estudos dos números e de suas propriedades, os matemáticos decidiram agrupá-los em conjuntos numéricos. O primeiro conjunto foi o dos números naturais, muito utilizado para representar quantidades da natureza. Em seguida, foi definido o conjunto dos números inteiros, que amplia o conjunto dos naturais com a adição de números negativos. Para representar todos os números que podem ser expressos na forma de uma fração, criou-se o conjunto dos números racionais. No entanto, os matemáticos constataram que nem todos os números podiam ser expressos de forma fracionária, como o número π, por exemplo. Para representá-los, foi definido o conjunto dos números irracionais. A união entre o conjunto dos números racionais e o conjunto dos irracionais resulta em um conjunto mais abrangente, chamado conjunto dos números reais, que é o conjunto que você utilizará, nos próximos capítulos. Entretanto, os matemáticos verificaram que alguns números simplesmente não conseguiam ser representados utilizando-se o conjunto dos números reais. Esses números possuíam propriedades numéricas bastante peculiares, por esse motivo foram agrupados em um conjunto mais abrangente, chamados conjunto dos números complexos. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 1 Anotações Do ponto de vista matemático, cada um desses conjuntos possui uma quantidade infinita de elementos. Entretanto, cada conjunto – com exceção do conjunto dos irracionais – é uma ampliação do conjunto dos números naturais. Do ponto de vista gráfico, podemos representar os conjuntos numéricos de acordo com a figura a seguir: 27 Nœmeros Reais Nœmeros Complexos Nœmeros Racionais Nœmeros Irracionais Nœmeros Inteiros Nœmeros Naturais FIGURA 1 – Representação dos Conjuntos Numéricos 1.2.3.1 Conjunto dos Números Naturais O conjunto dos números naturais é o mais conhecido, ele é representado pelo símbolo N e possui a seguinte formação: N = { 0, 1, 2, 3, 4, ... } Observe que a quantidade de elementos é infinita, iniciando a partir de zero. Existe uma pequena corrente de matemáticos que entende que o zero, por não poder ser “contado”, como outra quantidade qualquer da natureza, não deveria fazer parte de N. Entretanto, como o zero possui as mesmas propriedades algébricas dos demais números naturais, a grande maioria dos autores considera que ele faz parte sim do conjunto dos números naturais, e essa vai ser a corrente seguida nesta obra. Você verá agora algumas propriedades algébricas que são definidas para todos os elementos do conjunto dos naturais. Essas propriedades são aplicadas às duas operações fundamentais aplicáveis a esse conjunto: a adição e a multiplicação. Fundamentos da Matemática Capítulo 1 28 1.2.3.1.1 Propriedades algébricas para os elementos do conjunto dos números naturais a. Propriedade Associativa com Relação à Adição (a + b) + c = a + (b + c), para todo a, b e c pertencentes a N Por exemplo: (4 + 5) + 7 = 4 + (5 + 7) 9 + 7 = 4 + 12 16 = 16 (Verdadeiro!) b. Propriedade Associativa com Relação à Multiplicação (a x b) x c = a x (b x c), para todo a, b e c pertencentes a N Por exemplo: (3 x 2) x 8 = 3 x (2 x 8) 6 x 8 = 3 x 16 48 = 48 (Verdadeiro!) c. Propriedade Comutativa com Relação à Adição a + b = b + a, para todo a e b pertencentes a N Por exemplo: 3+2=2+3 5 = 5 (Verdadeiro!) d. Propriedade Comutativa com Relação à Multiplicação a x b = b x a, para todo a e b pertencentes a N Por exemplo: 4x5=5x4 20 = 20 (Verdadeiro!) e. Propriedade Elemento Neutro com Relação à Adição a + 0 = a, para todo a pertencente a N Por exemplo: 7+0=7 7 = 7 (Verdadeiro!) f. Propriedade Elemento Neutro com Relação à Multiplicação a x 1 = a, para todo a pertencente a N Por exemplo: 3x1=3 3 = 3 (Verdadeiro!) g. Propriedade Distributiva da Multiplicação com Relação à Adição a x (b + c) = a x b + a x c, para todo a, b e c pertencente a N Por exemplo: 4 x (2 + 8) = 4 x 2 + 4 x 8 4 x 10 = 8 + 32 40 = 40 (Verdadeiro!) Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 1 Anotações O conjunto dos números naturais possui um importante subconjunto, conhecido por conjunto dos números naturais não-nulos. Esse subconjunto corresponde ao conjunto dos naturais excluindo o elemento zero, e é representado por: 29 N* = {1, 2, 3, 4, 5, ... } Observe que, por definição, N* = N – {0} Do ponto de vista gráfico, o conjunto dos números naturais pode ser representado por um segmento de reta orientado, conforme ilustrado a seguir: 0 1 2 3 4 5 6 1.2.3.2 Conjunto dos Números Inteiros Você estudará agora o conjunto dos números inteiros, representado pelo símbolo Z, que é uma ampliação do conjunto dos números naturais incluindo em sua definição os números negativos. Assim: Z = { ..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ... } O conjunto Z apresenta, além das mesmas propriedades relacionadas à adição e à multiplicação definidas para N (naturais), a seguinte propriedade: • Propriedade Simétrico, ou Oposto da Adição Para todo a pertencente à Z, existe um número – a, também pertencente à Z, tal que a + (–a) = 0. Exemplo: Para o número 8, temos o -8, da forma que 8 + (-8) = 0. Para o número -2, temos o número – (-2) =2, tal que, -2 + 2 = 0. Alguns subconjuntos importantes de Z: a. Conjunto dos números inteiros não-nulos Corresponde ao conjunto dos números inteiros, excetuando-se o elemento zero. É representado por: Z* = { ..., -3, -2, -1, 1, 2, 3, ... } Observe que, por definição, Z* = Z – {0} Fundamentos da Matemática Capítulo 1 30 b. Conjunto dos números inteiros não-negativos Corresponde ao conjunto dos números inteiros, excetuando-se os elementos negativos. É representado por: Z+ = { 0, 1, 2, 3, 4, ... } Observe que, por definição, Z+ = N c. Conjunto dos números inteiros não-positivos Corresponde ao conjunto dos números inteiros, excetuando-se os elementos positivos. É representado por: Z- = { 0, -1, -2, -3, -4, ... } d. Conjunto dos números inteiros positivos Corresponde ao conjunto dos números inteiros, excetuando-se o zero e os elementos negativos. É representado por: Z +* = { 1, 2, 3, 4, ... } Observe que, por definição, Z +* = Z+ - {0} e. Conjunto dos números inteiros negativos Corresponde ao conjunto dos números inteiros, excetuando-se o zero e os elementos positivos. É representado por: Z �* = { -1, -2, -3, -4, ... } Observe que, por definição, Z �* = Z- - {0} Do ponto de vista gráfico, o conjunto dos números inteiros pode ser representado por uma reta orientada, conforme ilustrado a seguir: -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 1.2.3.3 Conjunto dos Números Racionais Concentre sua atenção agora no conjunto dos números racionais (representados pelo símbolo Q) que compreende todos os números que possam ser colocados sob a forma de uma fração onde o numerador é um elemento de Z (é um inteiro) e o denominador é um inteiro diFundamentos da Matemática Anotações Capítulo 1 Anotações 13 13 conjunto Z*. Pode-se definir formalmente o conjunto dos números racionais como conjunto Z*. Pode-se definir formalmente o conjunto dos números racionais como ferente sendo: de zero, portanto, pertencente ao conjunto Z*. Pode-se definir 31 sendo: formalmente o conjunto dos números racionais como sendo: a * Q= a tal que, a ∈ Z e b∈ Z * Q= b tal que, a ∈ Z e b∈ Z b Exemplo de números pertencentes à Q: Exemplo númerospertencentes pertencentes Exemplo de de números à Q:à Q: 8 • 4 pois 4 = 8 • 4 pois 4 = 2 2 312 • 3,12 pois 3,12 = 312 • 3,12 pois 3,12 = 100 100 − 48 • -12 pois -12 = − 48 • -12 pois -12 = 4 4 − 3405 • -34,05 pois -34,05 = − 3405 • -34,05 pois -34,05 = 100 100 Observe que o conjunto dos números inteiros está contido no conjunto dos Observe dosnúmeros númerosinteiros inteiros contido no Observe que que o o conjunto conjunto dos estáestá contido no conjunto dos números racionais, pois qualquer número inteiro pode ser expresso sob a forma de uma conjunto dos números racionais, pois qualquer número inteiro pode ser números racionais, pois qualquer número inteiro pode ser expresso sob a forma de uma expresso sob adesses, formaa de uma fração. Alémque desses, a maioria dos númefração. Além maioria dos números possuam casas decimais pertencem à fração. Além desses, a maioria dos números que possuam casas decimais pertencem à ros que possuam casas decimais pertencem à Q, incluindo as dízimas. Q, incluindo as dízimas. Na verdade, toda dízima pode ser expressa na forma de uma Q, incluindo dízimas. verdade, toda dízima pode ser na forma Na verdade, as toda dízimaNapode ser expressa na forma deexpressa uma fração de de uma fração de inteiros, e, portanto, faz parte, por definição, do conjunto dos números inteiros, portanto, parte, por conjunto números fração dee, inteiros, e, faz portanto, faz definição, parte, por do definição, do dos conjunto dos números racionais. Por racionais. Porexemplo: exemplo: racionais. Por exemplo: 3 • • 0,333... pode ser expresso pela fração 3 0,333... pode ser expresso pela fração 9 • • 12,3535... pode ser expresso pela fração 1223 12,3535... pode ser expresso pela fração 99 9 1223 99 INICIO DO ICONE PRATICANDO DO ICONE PRATICANDO PINICIO RATICANDO Prove que os números abaixo são números racionais: Prove que osProve números abaixo são números racionais: 0; 1; 3,45; -15; 0,777... racionais: que os números abaixo são números 0; 1; 3,45; -15; 0,777... 0; 1; 3,45; -15; 0,777... FIM DO ICONE PRATICANDO FIM DO ICONE PRATICANDO Fundamentos da Matemática Capítulo 1 32 c a Todo par de números racionais, e , respeita as seguintes b d operações, observe: a) Igualdade Por exemplo: b) Adição Por exemplo: c) Multiplicação Por exemplo: Do ponto de vista gráfico, um número racional pode ser representado através de um ponto sobre uma reta orientada, de forma a simular a representação dos números inteiros. Por exemplo, o número 0,25 (ou 1 ) pode ser representado graficamente da seguinte forma: 4 -4 -3 Fundamentos da Matemática -2 -1 0 0,25 1 2 3 4 Anotações Capítulo 1 Anotações 1.2.3.4 Conjunto dos Números Irracionais 33 Os matemáticos observaram a existência de alguns números que simplesmente não podiam ser escritos na forma de uma fração, portanto, não pertenciam ao conjunto dos números racionais. A maioria desses números, batizados de números irracionais, teve a sua origem em observações geométricas. Por exemplo, verificouse que a diagonal de um quadrado de lado igual a 1 não poderia ser expressa dessa forma, tendo seu valor calculado em 1,4142135623... Como esse número não representa uma dízima e possui infinitas casas decimais, ele não pode ser representado através de uma fração, portanto, não pertence ao conjunto dos números racionais. Outro número dessa categoria é obtido pela divisão do comprimento de uma circunferência pelo valor de seu diâmetro. Esse número é extremamente importante na Matemática, e foi batizado pela letra grega π (leia-se “pi”): Todos os números irracionais foram agrupados em um conjunto próprio, representado pelo símbolo I. Outros exemplos de números irracionais: Fundamentos da Matemática Capítulo 1 34 Anotações CURIOSIDADE e = 2,71828182845... trata-se do número de Euler, descoberto pelo matemático suíço Leonhard Euler, utilizado como base dos logaritmos naturais (que você verá no capítulo 10). 1.2.3.5 Conjunto dos Números Reais O conjunto dos números reais – representado pelo símbolo – é formado pela união dos conjuntos dos números racionais com o dos números irracionais. Nesse sentido, os números reais validam todas as propriedades e operações definidas para os conjuntos anteriores, sendo utilizado como o conjunto numérico da maioria dos problemas do cotidiano. Do ponto de vista gráfico, cada número real pode ser representado como um ponto pertencente a uma reta orientada, normalmente chamada de reta real ou reta numérica: -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 Observe que todos os números reais podem ser representados por um único ponto na reta real, e cada ponto da reta relaciona-se a apenas um único número real. A esse tipo de relação entre elementos de domínios diferentes chamamos de correspondência biunívica. 1.2.3.6 Conjunto dos Números Complexos Por volta do século XVI, os matemáticos verificaram a existência de uma classe de problemas algébricos que simplesmente não possuíam solução no conjunto dos números reais. Para lidar com essa situação, o conjunto foi ampliado com a finalidade de incorporar novas representações de números considerados satisfatórios para a solução desses problemas, surgindo assim o conjunto dos números complexos – representados pelo símbolo C. Fundamentos da Matemática Capítulo 1 35 Anotações CURIOSIDADE Os números complexos transformaram significativamente a teoria por trás de alguns conceitos da física, como o estudo das correntes elétricas alternadas, por exemplo. Entretanto, uma análise mais detalhada não faz parte de um curso básico de fundamentos de Matemática, não sendo contemplada, portanto, neste material. 1.3 RELEMBRANDO Você acabou de aprender um pouco mais sobre a representação dos números, e como eles podem ser organizados em conjuntos numéricos. Viu também que existem diferentes maneiras de se representar um número, em particular, com a utilização de sistemas posicionais e também não posicionais. Além disso, também estudou os diversos conjuntos numéricos existentes – naturais, inteiros, racionais, reais e complexos – assim como as suas principais características e propriedades. 1.4 PARA SABER MAIS MATEMÁTICA ESSENCIAL. Fundamental. Números Naturais I. Disponível em:<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/ naturais/naturais1.htm#m10209>. Acesso em: 24 jun. 2009. Você pode aprender um pouco mais sobre os números e seus conjuntos numéricos acessando o site Matemática Essencial: ensino Fundamental, Médio e Superior. No link indicado, você poderá ver como os números naturais foram construídos, além de poder acompanhar as definições das principais propriedades e operações existentes em N. TAHAN, Malba. O homem que calculava: romance: as aventuras de um singular calculista persa. Rio de Janeiro: Conquista, 1975. 291 p. Para saber mais sobre diversos assuntos em Matemática e operações entre números leia o livro indicado. Fundamentos da Matemática Capítulo 1 36 Anotações 1.5 O QUE FAZER 1. Observe as afirmações abaixo e responda: Laura: Plínio: “Quero escrever todos os “Estou escrevendo todos os números naturais de dois dígitos.” números naturais de 0 a 200.” Paloma: Caio: “com os números CI, DI, MI, VI, XI “Vou escrever todos os números e os sinais, >, >, >, > e > preciso naturais de 10 a 400.” formar uma sentença.” a) Quantas vezes Laura vai empregar o algarismo 8? b) Quantas vezes Plínio vai empregar o algarismo 7? c) Contando as repetições, quantos algarismos Caio vai escrever? d) Escreva a sentença de Paloma. 2. Complete as sentenças abaixo com os símbolos ∈ (pertence) ou ∉ (não-pertence): a) Ð 4 ____ Z b) + 3 ____ Z c) 0 ____ℵ d) -5 ____ Q e ) -34 ____ ℜ f) π ____ ℵ g) 9,35 ___ Q h) 0 ____ ℜ ONDE ENCONTRAR BIANCHINI, Edwaldo. Matemática. São Paulo: Moderna, 1996. v.4. CRAZYMANIA. Biblioteca. Matemática. Conjuntos Numéricos. Disponível em: <http://www.crazymania.com.br/biblioteca/?cat=mate matica&page2=conjuntos_numericos>. Acesso em: 24 jun. 2009. EDITORA FERREIRA. Aulas Virtuais. Pedro Bello. Matemática Básica. Noções de Conjunto. Disponível em: <http://www. editoraferreira.com.br/publique/media/Matem%C3%A1tica%20 B%C3%A1sica_CVM_Parte%201.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2009. Fundamentos da Matemática Capítulo 1 Anotações GIOVANNI, José Ruy; GIOVANNI JÚNIOR, José Ruy. Matemática: pensar e descobrir. São Paulo: FTD, 1996. 37 IEZZI, Gelson; DOLCE, Osvaldo; MACHADO, Antonio. Matemática e Realidade. São Paulo: Atual, 2000.v.1. IFRAH, Georges. História universal dos algarismos. Tomo I. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. IFRAH, Georges. História universal dos algarismos. Tomo II. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. MATEMÁTICA ESSENCIAL. Fundamental. A origem dos números. Disponível em:<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/ numeros/numeros.htm>. Acesso em: 24 jun. 2009. MATEMÁTICA ESSENCIAL. Fundamental. Números Naturais I. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/ fundam/naturais/naturais1.htm>. Acesso em: 24 jun. 2009. TAHAN, Malba. O homem que calculava: romance: as aventuras de um singular calculista persa. Rio de Janeiro: Conquista, 1975. 291 p. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Instituto de Matemática. Matemática Elementar. Três noções numéricas básicas: número, numeral e algarismo. Disponível em: <http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa7a.html>. Acesso em: 24 jun. 2009. WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Número de Euler. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_de_Euler>. Acesso em: 24 jun. 2009. Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática CAPÍTULO 2 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 2 Anotações 2 RAZÕES, PROPORÇÕES E REGRAS DE TRÊS 41 2.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 2.1.1 Apresentação Olá!!! Seja bem vindo ao segundo capítulo desta disciplina, nele será apresentado, a você, uma visão geral sobre as relações existentes entre grandezas, as formas que a representam matematicamente e como essas grandezas se relacionam entre si. Verá também que a partir do momento em que o ser humano sentiu a necessidade de representar numericamente as grandezas existentes na natureza, surgindo a necessidade de relacioná-las e representálas matematicamente estas grandezas, utiliza diretamente a operação de divisão dos números naturais, como foi visto no capítulo 1. Mais uma vez, a matemática tornava-se imprescindível para resolver os problemas do cotidiano. Você estudará neste capítulo as principais formas de relações de grandezas naturais e a sua representação matemática, verá quais as formas de relacionamento dessas grandezas e como obter respostas para valores desconhecidos, considerando uma relação. 2.1.2 Justificativa Os conceitos de razões e proporções que você estudará neste capítulo são fundamentais para sua formação e construção de uma base matemática sólida que contribuirá em toda a sua vida pessoal e acadêmica. As relações de grandezas são problemas facilmente encontrados no seu dia a dia, por isso, o conhecimento teórico da natureza dessas relações e a forma prática de se obter soluções podem ajudar as pessoas a resolver certos problemas do seu cotidiano com mais facilidade. 2.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • aprender o que é uma razão e quando uma razão é uma proporção; • conhecer quando duas grandezas são diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais; • trabalhar com regra de três simples e composta. Fundamentos da Matemática Capítulo 2 42 2.2 POR ONDE COMEÇAR Anotações 2.2.1 Razões CONCEITO Você já deve ter ouvido falar na palavra razão, essa palavra tem origem latina e seu significado em português é divisão ou quociente. Matematicamente, representa-se a razão entre dois números a a e b como a divisão . Por exemplo: b A razão entre 10 e 5 é 2, pois: 10 =2 5 No dia a dia, você pode notar que a razão pode ser expressa na forma de divisão de elementos de grandeza diferentes. Por exemplo, a gasolina vendida nos nossos postos de combustíveis é na verdade uma mistura de gasolina com álcool anidro (sem água) na seguinte razão (em litros): Mistura 1. caso 2. caso 3. caso 4. caso 5. caso Gasolina 19,25 litros 30,8 litros 38,5 litros 77 litros 1 litro Álcool 5,75 litros 9,2 litros 11,5 litros 23 litros 0,2987 litro TOTAL 25 litros 40 litros 50 litros 100 litros 1,2987 litro QUADRO 1 – Razão da mistura de gasolina com álcool anidro (sem água) Um automóvel cujo tanque cabe 40 litros de combustível (2. caso), ao ser abastecido com gasolina, na realidade, está sendo abastecido apenas com 30,8 litros de gasolina, e o restante, 9,2 litros de álcool anidro. Nesse caso, caro aluno, não pense que você está sendo vítima de crime contra os direitos do consumidor, pois os postos utilizam a mistura de combustíveis na razão autorizada pelo governo federal. Analisando um pouco mais esse mesmo exemplo, você pode ver que a razão entre o álcool anidro e a gasolina é de 0,2987 l: Fundamentos da Matemática Capítulo 2 43 Anotações l Quase 300 ml (uma latinha de refrigerante), ou seja, 300ml de álcool anidro para um litro de gasolina. Veja agora um outro caso: será que Romário joga mais futebol agora, ou há 5 anos? Considerando que o objetivo de um atacante de futebol é marcar gols, veja: as revistas de esportes mostram que há 5 anos Romário anotava, em média, 2 gols por partida em um determinado campeonato, agora, ele faz, no mesmo campeonato, apenas 1 gol por partida. Deixando de lado outros fatores que influenciam diretamente nos resultados estatísticos do jogador, como o time em que ele jogava e o que joga agora, a qualidade dos companheiros de equipe, o local dos jogos etc, e analisando apenas de forma matemática, um observador poderia dizer que há 5 anos ele jogava mais, pois marcava mais gols, mas com um pouco mais de informação você pode obter outros resultados. Há cinco anos Romário chutava em média 10 vezes ao gol e hoje chuta apenas 3 vezes. E agora? Analisando esse outro fator, ele é melhor ou pior? Vamos então olhar a razão entre as grandezas gols e chutes. ROMÁRIO Tentativas (chutes) Sucesso (Gols marcados) Há 5 anos atrás Hoje em dia 10 vezes 3 vezes 2 gols 1 gol QUADRO 2 – Razão entre as grandezas gols e chutes Ora, caro aluno, você pode ver que há 5 anos a relação entre tentativa e sucesso, ou seja, chutes e gols marcados era de: 10 =5 2 E hoje esta relação é de: 3 =3 1 Significa dizer que hoje, Romário chutando menos acerta mais. Antes ele precisava chutar, em média, 5 vezes para obter sucesso e fazer Fundamentos da Matemática Capítulo 2 44 o gol, hoje, mais experiente, ele só precisa chutar 3 vezes. Ou seja, mesmo marcando menos gols ele é mais certeiro. 2.2.2 Proporções CONCEITO A palavra proporção também tem origem latina e significa uma relação entre partes de uma mesma grandeza. Para ser mais claro nesta definição, pode-se dizer que uma proporção é uma igualdade entre duas razões, ou seja, considerando as partes A , B , C e D de uma mesma grandeza, então: A C = B D 2.2.2.1 Propriedade Fundamental Seja A , B , C e D partes de uma grandeza, onde A e D são chamados de extremos e B e C de meios e seja satisfeita seguinte proporção: A C = B D Então, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos. Em outras palavras, temos: A×D= B×C Veja o seguinte exemplo, a razão 2 3 é proporcional a provar isso a proporção deve satisfazer a seguinte igualdade: 4 6, 2 4 = 3 6 Mas, pela propriedade fundamental da proporção temos: 2×6 = 3× 4 Fundamentos da Matemática para Anotações Capítulo 2 Anotações Como sabemos que essa afirmação é verdadeira, então, a razão 2 3 é proporcional a 4 6 . 45 Veja o seguinte exemplo. Concentre sua atenção!!!! Exemplo 1 Vamos verificar se as seguintes razões são proporcionais: a) 5 7 e 8 3 b) 3 9 e 2 6 Para verificar se duas razões são proporcionais, deve-se verificar se a propriedade fundamental das proporções é satisfeita. Resolvendo: a) 1º passo: Multiplicar 5 por 3 ⇒ 5 x 3 = 15 2º passo: Multiplicar 8 por 7 ⇒ 8 x 7 = 56 Como 15 ≠ 56, a propriedade não é verificada e, portanto, as razões não são proporcionais. b) 1º passo: Multiplicar 3 por 6 ⇒ 3 x 6 = 18 2º passo: Multiplicar 2 por 9 ⇒ 2 x 9 = 18 Como 3 x 6 = 2 x 9 = 18, verifica-se a propriedade fundamental das proporções, e portanto, as razões são proporcionais. PRATICANDO Agora, é com você, verifique se as seguintes razões são proporcionais: Fundamentos da Matemática Capítulo 2 46 Anotações Exemplo 2 Determine o valor de x para que x 4 seja proporcional a 6 8 . Sabemos que: x 6 = 4 8 Mas, pela propriedade fundamental da proporção temos que: 8× x = 4×6 8x = 24 x=3 Portanto, para que a igualdade seja satisfeita, deve-se ter x = 3. DESAFIO Verifique qual a média de gols por partida que o Romário deveria marcar 5 anos atrás para ser considerado proporcional aos resultados de hoje (utilize os dados já apresentados anteriormente). Veja que interessante! Esses fundamentos matemáticos podem ser estendidos para objetos de outras naturezas, como segmentos de retas, triângulos etc. Observe a figura a seguir: FIGURA 1 – Segmento de retas AB e CD Considerando que o segmento AB mede 2 cm e o segmento CD mede 6 cm, então: AB 2 = CD 6 Fundamentos da Matemática Capítulo 2 Anotações Ou seja, a cada 1 cm de AB temos 3 cm em CD, em outras palavras pode-se dizer que AB está para CD na razão de 1 para 3, ou CD está para AB na razão de 3 para 1. 47 2.2.3 Regra de Três A regra de três é um procedimento matemático utilizado para resolver problemas que envolvem duas ou mais grandezas que se relacionam de duas formas: diretamente ou inversamente proporcionais. Quando o problema envolve apenas duas grandezas, a regra de três é denominada de simples, quando envolve mais de duas grandezas, será denominada de composta. Uma outra classificação é quanto à ordem, se direta ou inversa. Classificamos a regra de três como direta, quando a razão dos elementos que compõe cada grandeza se relaciona da mesma forma, ou seja, na em medida que uma grandeza duplica (por exemplo), a outra grandeza duplica também, e diz-se que a ordem é inversa quando, por exemplo, uma grandeza triplica e a outra é dividida por três. Para compreender melhor esses problemas, veja o seguinte exemplo: O ingresso para assistir a um jogo de futebol custa R$ 12,00. Um grupo de 5 amigos resolvem assistir à partida, quanto será pago no total? Veja: Primeira grandeza Segunda grandeza Número de ingressos Preço do ingresso Perceba que, quanto mais ingressos, maior o preço total, ou seja, quando se aumentam os valores da primeira grandeza também aumentam o da segunda, o mesmo ocorre quando diminuirmos, nesse caso, dizemos que a regra de três é direta. Ora, como sabemos que um ingresso custa R$ 12,00, cinco ingressos custarão 5 × 12,00, logo o total pago pelo grupo de amigos será R$ 60,00. Podemos ver essa operação através da proporção: Número de ingressos Preço do ingresso 1 R$ 5,00 12 R$ X Fundamentos da Matemática Capítulo 2 48 Ou seja, Anotações 1 5 = 12 x Pela propriedade fundamental da proporção, sabe-se que: 1× x = 12×5 Para que a proporção seja verdadeira, x = 60 . Para resolver problemas utilizando essa técnica da regra de três, você verá agora alguns procedimentos que irá lhe ajudar nos problemas. Primeiramente, agrupam-se os elementos de mesma espécie e identifica-se se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais. P Perceba que foram colocadas duas setas, que servem para representar a direção de crescimento, veja que se o número de ingressos aumentarem, aumenta também o preço total, e se aumenta o preço total é porque você está comprando mais ingressos, por esse motivo as setas têm a mesma direção e a regra de três é direta, se acontecesse o contrário teria-se uma regra de três inversa. Para resolver a regra de três, monta-se a proporção e utiliza-se a propriedade fundamental das proporções: 1 5 = 12 x (proporção montada) 1× x = 12×5 (aplicação da propriedade fundamental das proporções) (resolve-se então a equação) x = R$ 60, 00 Quando a regra de três é inversamente proporcional, as setas possuem sentidos invertidos uma em relação à outra. Nesse caso, antes de montar a proporção, necessita-se inverter a ordem de uma das raFundamentos da Matemática Capítulo 2 Anotações zões para aplicar então a propriedade fundamental. Observe o seguinte exemplo: Um automóvel se deslocando a 80 km por hora faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo ele faria o mesmo percurso se se deslocasse a 100 km por hora? 49 1º passo: Agrupar os elementos de cada espécie: Velocidade Tempo 100 4 80 x Observe que nesse modelo a ordem se inverte, pois, quanto maior a velocidade menor o tempo de percurso, ou quanto menor o tempo de percurso maior a velocidade do veículo. 2º passo: Escolher uma das razões para inverter os elementos, pois essa razão é inversamente proporcional. Em vez de escrever: o certo é: 80 = 4 (proporção montada, foi realizada a inversão na primeira razão) 100 x 3º passo: 80× x = 100× 4 (aplicação da propriedade fundamental das proporções) (mantém-se os termos desconhecido no lado esquerdo) x = 5 horas (resolvemos o lado direito) Ou seja, a 100 km/h seriam gastos 4 horas, com 80km/h o tempo do percurso será maior, ou seja, 5 horas. Agora veja o que Dante (2006) fala da regra de três composta: os problemas de regra de três composta envolvem mais de duas grandezas dos mais variados tipos, desde que tomada duas a duas sejam proporcionais (direta ou inversamente). Concentre sua atenção, e veja o seguinte exemplo de uma regra de três composta. Numa fábrica de bicicletas, 9 homens montam 20 em 5 dias. Quantas bicicletas serão montadas por 10 homens em 16 dias? Fundamentos da Matemática Capítulo 2 50 Anotações Observe que: • aumentando o número de homens, a produção de bicicletas aumenta. Portanto, a relação é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão); • aumentando o número de dias, a produção de bicicletas aumenta. Portanto, a relação também é diretamente proporcional (não precisamos inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões. Ou seja: Montando a proporção: Portanto, dez homens em 16 dias montarão 80 bicicletas. 2.3 RELEMBRANDO Você pôde aprender muito neste capítulo. Teve contato com as razões e percebeu que muitos fatos do seu dia a dia estão ligados a elas. Entendendo as razões e suas igualdades você pôde perceber que elas podem ou não formar uma proporção. Você teve oportunidade de conhecer a propriedade fundamental das proporções e resolver alguns exemplos, entendendo que as grandezas podem ser diretamente ou inversamente proporcionais. Por último, estudou a tão conhecida regra de três, nos seus dois casos, simples e composta. 2.4 PARA SABER MAIS LIMA, Elon Lages; CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; WAGNER, Fundamentos da Matemática Capítulo 2 Anotações Eduardo; MORGADO, Augusto César. Temas e Problemas Elementares. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006. 51 Para ler um pouco mais sobre razões e proporções, veja o livro acima indicado. 2.5 O QUE FAZER 1. Observe os segmentos de reta a seguir. Calcule as razões entre: a) 2. Utilizando a propriedade fundamental das proporções, calcule o valor de x em cada uma das proporções abaixo: a) 3. Dona Maria está vendendo na feira saquinhos com 3 maçãs ao preço de R$ 5,00. Antônio é dono de uma confeitaria e vai precisar de 30 maçãs para fazer algumas tortas. Quanto Antônio vai gastar comprando de dona Maria as maçãs de que necessita? 4. Uma torneira que despeja 15 litros de água por minuto enche um tanque em 2 horas. Se a torneira despejasse 30 litros de água por minuto, encheria esse mesmo tanque em quanto tempo? 5. Em uma república de estudantes, moram 4 pessoas que gastam R$ 490,00 com alimentação a cada 10 dias. Se mais duas pessoas passarem a morar nessa república, de quanto será o gasto com alimentação a cada 15 dias? Fundamentos da Matemática Capítulo 2 52 ONDE ENCONTRAR BIANCHINI, Edwaldo. Matemática. 4 ed. São Paulo: Moderna,1996.v.3. DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. São Paulo. Ática, 2005.v.2. GIOVANNI, José Ruy; GIOVANNI JÚNIOR, José Ruy. Matemática: pensar & descobrir. Nova edição. São Paulo: FTD, 2005. v. 2. LIMA, Elon Lages; CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; WAGNER, Eduardo; MORGADO, Augusto César. Temas e Problemas Elementares. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006. SÓ MATEMÁTICA. Regra de três composta. Disponível em: <http://www.somatematica.com.br/fundam/regra3c.php>. Acesso em: 24 jun. 2009. Fundamentos da Matemática Anotações CAPÍTULO 3 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 3 Anotações 3 EXPRESSÕES E PRODUTOS NOTÁVEIS 55 3.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 3.1.1 Apresentação Oi! É muito bom estar com você em mais um capítulo. Neste terceiro capítulo, você conhecerá as expressões algébricas, verá de que forma essas expressões aparecem no seu cotidiano. Aprenderá também produtos notáveis, como você poderá entendê-lo de um modo prático e também como a generalização desses produtos facilita nossos cálculos. Você verá ainda os casos de fatoração de expressões algébrica, e como as razões que você acabou de ver no segundo capítulo são importantes para auxiliar nas simplificações de expressões. 3.1.2 Justificativa Muitas vezes em seu cotidiano você tem contato com as expressões algébricas, talvez você não tenha se dado conta, mas se você for ao cinema e comprar dois sacos de pipoca e um refrigerante, o preço que você irá pagar será 2x + y, onde x é o preço da pipoca e y o do refrigerante, pronto! Você acabou de utilizar expressões algébricas. Por isso, a importância de se compreender as expressões para que você possa simplificá-las e aplicá-las da melhor forma no seu dia a dia. 3.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • conhecer as expressões algébricas; • calcular o valor numérico das expressões; • trabalhar com os principais produtos notáveis; • aprender a fatorar e simplificar expressões. 3.2 POR ONDE COMEÇAR No Dicionário Aurélio, a palavra expressão tem o significado de Representação, então, expressão é uma forma de representar algo. Em Matemática, temos como expressar o que se pretende fazer, têm-se as expressões numéricas que são a representação de números com as operações de soma, subtração, divisão e multiplicação. E as expressões algébricas que você irá conhecer hoje, que são representações de letras e números com as quatro operações. Fundamentos da Matemática Capítulo 3 56 3.2.1 Expressões Literais ou Algébricas CONCEITO Chamam-se de expressões algébricas ou literais expressões que possuem apenas letras ou números e letras. Veja a seguir um exemplo de uma expressão algébrica. Considere uma caixa de chocolate pesando 250g. O peso de n caixas será n . 250g ou 250n. A expressão 250n é uma expressão algébrica. Veja ainda outro exemplo. Quando você vai estudar, precisa de alguns materiais escolares. Então, você vai à livraria e compra 2 cadernos, 2 livros e 3 canetas, sabendo que o preço do caderno é x, o do livro é y e o das canetas z2 , então, você pagará por tudo isso: 2.x + 2y + 3z2 Essa expressão, que é o total de sua conta, é chamada de expressão algébrica. 3.2.1.1 Valor numérico de uma expressão algébrica Considere a figura abaixo em que x é a medida da base e y é a medida da altura do retângulo: FIGURA 1– Retângulo (x é a medida da base e y é a medida da altura) Para você lembrar, o perímetro de um polígono é a soma das medidas dos seus lados, então, o perímetro do retângulo acima é dado por: Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 3 Anotações 57 x+x+y+y= 2.x+2.y = 2x + 2y Você tem agora a expressão 2x + 2y, que representa o perímetro de um retângulo qualquer, basta você saber os valores da base e da altura. Vamos calcular juntos o perímetro de um retângulo que tenha 15 cm como medida da base e 22 cm como medida da altura. Nesse caso, o valor de x será 15 e o de y, 22. x = 15 e y = 22 Então: 2x + 2y = (lembrando: 2x significa 2 . x, como x é igual a 15, tem-se 2 .15) 2 . 15 + 2 . 22 = 30 + 44 = 74 O perímetro desse retângulo é 74 cm. Então, você pode concluir que: CONCEITO O valor numérico de uma expressão algébrica é o número real obtido quando substituímos as letras por números reais dados e efetuamos as operações indicadas. Veja outro exemplo: Calcular o valor numérico da expressão x - 4y para x = 5 e y = -3. x – 4y = 5 – 4( -3) = 5 + 12 = 17 Dizemos que 17 é o valor numérico da expressão x – 4y, para x = 5 e y = -3. Fundamentos da Matemática Capítulo 3 58 Anotações PRATICANDO Voltando ao exemplo da livraria: você comprou 2 cadernos, 2 livros e 3 canetas, sabendo que o preço do caderno é x, o do livro é y e o das canetas z2 , então, você pagará por tudo isso : 2.x + 2y + 3z2 Seja x = R$ 5,50 , y = R$ 25,00 e z = R$ 2,00 Qual o valor total da sua compra em reais? 3.2.1.2 Monômios e polinômios CONCEITO Os monômios e os polinômios são expressões algébricas envolvendo valores numéricos e literais, onde aparecem somente operações de adição, subtração ou multiplicação. • Monômios são as expressões que possuem um único termo. Veja exemplos de monômios: 5xy , 7a2b3c, -xy2 • Polinômios são as expressões algébricas que possuem dois ou mais termos. São exemplos de polinômios: 3x²y - 4yz2, 2a3b2 – 4a3b4 - ab4 3.2.2 Produtos notáveis A partir de agora, você estará estudando os produtos notáveis. Certos produtos de polinômios aparecem, com muita frequência no cálculo de expressões algébricas, e esses polinômios merecem Fundamentos da Matemática Capítulo 3 Anotações regras especiais para resolvê-los. Esses são os produtos que chamamos de notáveis. Você irá estudar os principais. 59 3.2.2.1 Quadrado da soma de dois termos Veja a figura abaixo, ela representa um quadrado de lado a + b. Você sabe porque a figura abaixo é um quadrado? Como essa figura é um retângulo e possui os quatro lados iguais, podemos afirmar que é um quadrado. FIGURA 2 – Quadrado de lado a + b A área de um quadrado de lado 4 é dada por 42 , como o lado desse quadrado é (a + b) a sua área é (a + b)2. Vamos separar as partes em que está dividido o quadrado: Se você somar essas áreas, vai obter a2 + ab + ab + b2 = a2 + 2ab+ b2 Logo: (a + b)2 = a² + 2ab + b². Ou, algebricamente: (a + b)2 = ( a + b )( a + b) = a² + ab + ab + b² a² + 2ab + b² Portanto: (a + b)2 = a² + 2ab + b² Fundamentos da Matemática Capítulo 3 60 Então, você pode concluir que: SAIBA QUE O quadrado da soma de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo mais duas vezes o produto do primeiro termo pelo segundo termo mais o quadrado do segundo termo. Vejamos alguns exemplos: a) (x + 1)2 = x² + 2.x.1+ 1² = x² + 2x + 1 b) 3.2.2.2 Quadrado da diferença de dois termos Para calcular (9 – 3)2, você faz: (9 – 3)2 = 62 = 36 Mas, para calcular o valor de (a – b)2, não se pode proceder dessa forma. Então, você deve efetuar o produto: (a – b)(a – b) (a – b)2 = (a – b) (a – b)= a2 – ab – ab + b2 = a2 – 2ab + b2 (a – b)2 = a2 – 2ab + b2 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 3 Anotações Você pode concluir que: 61 SAIBA QUE O quadrado da diferença de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo menos duas vezes o produto do primeiro termo pelo segundo termo mais o quadrado do segundo termo. Veja alguns exemplos de como é simples calcular o quadrado da diferença de dois termos: a) (y – 3)2 = y2 – 2.y.3 + 32 = y2 - 6y + 9 b) (2a – b)2 = (2a)2 – 2.2a.b + b2 = 4a2 – 4ab + b2 PRATICANDO Desenvolva o seguinte produto notável: (3y – 1)² 3.2.2.3 Produto da soma pela diferença de dois termos Quando você multiplica (a + b) por (a - b), obtém: (a + b)(a - b)= a2 – /ab +/ ab - b2 = a2 - b2 Portanto: (a + b)(a - b) = a2 - b2 Fundamentos da Matemática Capítulo 3 62 Então, conclui-se que: SAIBA QUE O produto da soma pela diferença de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo menos o quadrado do segundo termo. Veja alguns exemplos: a) (x - 20)(x + 20) = x² - 202 = x² - 400 b) (2a – 5b) = (2a)2 – (5b)2 = 4a2 – 25b2 PRATICANDO Agora, é sua vez de calcular: (y – 3)(y + 3) 3.2.2.4 Cubo da soma de dois termos Se você quer, por exemplo, calcular o volume de um cubo que tem as três medidas iguais a a + b, você tem que calcular a expressão (a + b)3, pois o volume de um cubo é dado pela multiplicação de suas medidas. Mas, como fazer esse cálculo? Vejamos: (a + b)3=(a + b).(a + b)2 = (a + b).(a² + 2ab + b²) = a3 + 2a2b + ab2 + a2b + 2ab2 + b3= a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 (a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 3 Anotações Veja se essa igualdade é verdadeira para qualquer valor de a e b. 63 Tome a = 2 e b = 3 Sabemos que (2 + 5)3 = 73 = 343 E pela fórmula você obtém: (2 + 5)3 = 23 + 3.22.5 + 3.2.52 + 53 = 8 + 3.4.5 + 3.2.25 + 125 = 8 + 60 + 150 + 125 = 343 Verdadeiro! Então: SAIBA QUE O cubo da soma de dois termos é igual ao cubo do primeiro termo mais três vezes o quadrado do primeiro termo pelo segundo termo mais três vezes o primeiro termo pelo quadrado do segundo termo mais o cubo do segundo termo. Veja estes exemplos: a) (2n + m)3 = (2n)3 + 3.(2n)2.m + 3.2n.m2 + m3 = 8n3 + 3. 4n2.m + 6nm2 + m3 = 8n3 + 12n2.m + 6nm2 + m3 b) (y + 1 3 3 1 ) = y + 3.y2. + 3.y. + 2 2 3y2 1 1 3 + 3.y. + =y + 2 4 8 2 3y 3y 1 = y3 + + + 2 4 8 3.2.2.5 Cubo da diferença de dois termos Para o cálculo de (a - b)3, deve-se realizar o processo semelhante ao do cubo da soma de dois termos. Fundamentos da Matemática Capítulo 3 64 Veja: (a - b)3= (a - b).(a - b)2 = (a + b).( a² - 2ab + b²) (a - b)3= a3 - 2a2b + ab2 - a2b + 2ab2 - b3= (a - b)3 = a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 Portanto, você tem: SAIBA QUE O cubo da diferença de dois termos é igual ao cubo do primeiro termo menos três vezes o quadrado do primeiro termo pelo segundo termo mais três vezes o primeiro termo pelo quadrado do segundo termo menos o cubo do segundo termo. 3.2.2.6 Produto da forma (x + p)(x + q) Preste bastante atenção, vamos trabalhar juntos: Calcule o produto de (x + 2) e (x + 5): Veja só: 2 e 5 são os números dos produtos (x + 2).(x + 5), somando obtém-se 7 e multiplicando obtém-se 10. Então, generalizando: Onde: S é a soma p + q P é o produto p .q, então: (x + p).(x + q) = x2 + Sx + P Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 3 Anotações Aplicando a regra que você acabou de aprender, calcule os produtos: a) (x + 3).(x + 7) S = p + q = 3 + 7 = 10 P = p.q = 3.7 = 21 (x + 3).(x + 7) = x2 + 10x + 21 65 b) (y – 1)(y - 6) S = p + q = -1 + ( -6) = -1 – 6 =- 7 P = p.q = -1 . (-6) = 6 (x - 1).(x – 6) = x2 -7x + 6 PRATICANDO Utilizando a regra que você acabou de aprender responda: Qual é a expressão que representa o produto (y + 4)(y – 7)? 3.2.3 Fatoração de Expressões Algébricas Assim como você pode fatorar um número, você pode também fatorar expressões algébricas. LEMBRETE Fatorar significa escrever a expressão como um produto de fatores mais simples. Veja a seguir alguns processos de fatoração. 3.2.3.1 Fatoração colocando em evidência os fatores comuns A fatoração é um conteúdo bastante bom de trabalhar, concentre sua atenção!! Seja a seguinte expressão algébrica: 3a + 3b + 3c Você pode perceber que o fator comum em todos os termos é o número 3. Então, o que você deve fazer neste caso? Fundamentos da Matemática Capítulo 3 66 Coloca-se em evidência o número 3, fazendo da seguinte forma: 3a + 3b + 3c = 3 . (a + b + c) Outro exemplo: 6a3b – 9a2b 2 Você deve escrever 6a3b de outra forma: 6a3b = 3.2 a2 . a . b O mesmo para 9a2b 2 : 9a2b 2 = 3. 3 . a2 .b . b Você pode notar que existem números e letras em comum nos dois casos, então, juntando esses números, você tem como fator comum o 3a2b. Assim, coloca-se em evidência o fator comum e deixa-se dentro dos parênteses o que sobra. Portanto: 6a3b – 9a2b 2 = 3a2b. (2a – 3b) 3.2.3.2 Fatoração por agrupamento Se você aplicar duas vezes a fatoração do fator comum, você obterá a fatoração por agrupamento. Veja: Seja a expressão: 3x + 3y + bx + by Você pode perceber que os dois primeiros termos possuem em comum o fator 3, e os dois últimos termos possuem em comum o fator b, como você acabou de aprender, pode-se colocá-los em evidência: 3(x + y) + b(x + y) Este polinômio possui o termo (x + y) em comum. Assim, podemos também colocá-lo em evidência: (x + y).(3 + b) Ou seja: 3x + 3y + bx + by = (x + y).(3 + b) Outro exemplo : 4ax - 4a + bx – b colocamos em evidência o fator comum de cada grupo (4ax – 4a) + (bx – b) = 4a(x – 1) + b( x - 1)= temos o fator x – 1 em comum (x - 1)(4a + b) (4ax – 4a) + (bx – b) = (x -1)(4a + b) Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 3 Anotações 67 3.2.3.3 Fatoração da diferença de dois quadrados Você viu em produtos notáveis que: (a + b) (a - b) = a2 - b2 é a mesma coisa de a2 - b2 = (a + b) (a - b). Visto isso, vamos juntos fatorar as seguintes expressões: y2 – 49 = y2 - 72 = (y + 7) (y - 7) Pronto! Está fatorada nossa expressão! 4b2 – 81c2 = ( 2b)2 – (9c)2 = (2b + 9c)(2b - 9c) 3.2.3.4 Fatoração do trinômio quadrado perfeito CONCEITO Um trinômio é quadrado perfeito quando ele pode ser escrito na forma: a2 + 2ab + b2 ou a2 - 2ab + b2 Ou seja: • dois de seus termos são quadrados perfeitos (a2 e b2 ); • o outro termo é igual ao dobro do produto das raízes dos quadrados perfeitos (2ab) ou (-2ab). Exemplo: x2 + 10x + 25 é um trinômio quadrado perfeito pois: • o seu primeiro termo é o quadrado de um número éo quadrado de x; • o seu último termo também é quadrado de um número 25 é o quadrado de 5; • e o termo que sobra 10x = 2.x.5 (dobro do produto de x e 5). Agora, você pode verificar se os seguintes trinômios são quadrados perfeitos: Fundamentos da Matemática Capítulo 3 68 Anotações Portanto, a2 - 4a+ 4 é um trinômio quadrado perfeito. Portanto, x2 - 12x + 9 não é trinômio quadrado perfeito. Neste capítulo, você viu que: (x + p).(x + q) = x2 + (p + q)x + p.q Teremos então: x2 + Sx + P = (x + p).(x + q). Então, veja como se fatora um polinômio da forma x2 + Sx + P. a) x2 + 6x + 8, comparando com a forma x2 + Sx + P Temos: S = 6 e P = 8 Ou seja, tem-se que achar dois números que somados dê 6 e multiplicados dê 8. Como o produto (P) é positivo, os dois números que se quer encontrar têm o mesmo sinal. E como a soma (S) é positiva, os dois números serão positivos. Portanto, os números são 2 e 4, pois 2 + 4 = 6 e 2.4 = 8 Então, x2 + 6x + 8 = (x + 2) (x + 4). b) x2 + 4x -5 Temos: S=4 e P = -5, queremos encontrar dois números que somados dê 4 e multiplicados dê -5. Como o produto é negativo, os dois números têm sinais contrários. Como a soma é positiva, o número de maior valor absoluto é negativo. Fundamentos da Matemática Capítulo 3 Os números são -1 e 5 pois -1 + 5 = 4 e -1. 5 = - 5 Portanto: x2 + 4x -5 = (x - 1) (x + 5). Anotações 69 3.2.3.6 Fatoração da diferença de dois cubos Calculemos o seguinte produto: (a - b) (a2 + ab + b2) = a3 + a2b + ab2 - a2b - ab2 - b3 = a3 - b3 Então: a3 - b3 = (a - b) (a2 + ab + b2) Exemplos de fatoração da diferença de dois cubos: a) x3 - y3 como x está elevado ao cubo e y também, você pode substituir na fórmula que acabou de aprender. Então: x3 - y3 = (x - y) (x2 + xy + y2) b) m3 - 8 = m3 - 23 = (m - 2) (m2 + m.2 + 22) = (m - 2) (m2 + 2m + 4) PRATICANDO Qual é a forma fatorada de 8y³ - 27? 3.2.3.7 Fatoração da soma de dois cubos Realizando o produto (a + b) (a2 - ab + b2), obtém-se: (a + b) (a2 - ab + b2) = a3 - a2b + ab2 + a2b - ab2 + b3 = a3 + b3 Portanto: a3 + b3 = (a + b) (a2 - ab + b2) Veja alguns exemplos de fatoração da soma de dois cubos: escrever a) y3.+ 64 a como y está ao cubo e 64 é o cubo de 4, pode-se y3. + 64 = y3 + 43, como os dois estão ao cubo podemos fatorar através da fórmula acima. Fundamentos da Matemática Capítulo 3 70 Anotações y3.+ 64 = y3 + 43 = (y + 4) (y2 – y.4 + 42) = (y + 4) (y2 – 4y + 16) b) 8a3 + 1 = (2a)3 + 13 = (2a + 1) ((2a)2 – 2a.1 + 12) = (2a + 1) (4a2 – 2a + 1) 3.2.4 Simplificação de expressões algébricas é chamada de fração algébrica, Uma expressão do tipo simplificar uma fração algébrica é obter uma fração mais simples equivalente a ela. Veja: Fatora-se separadamente a expressão do numerador 12a2by e do denominador 8ab3y. Depois, cancelamos os fatores em comum. Vejamos outros exemplos. Simplificar . Hoje você pôde aprender que x² - y² = (x + y)(x - y) e x² + 2xy + y² = (x + y)², então: Simplificar . Sabemos que e que x² - 4 = (x + 2)(x - 2) pelas propriedades de fatoração que aprendemos. 3.3 RELEMBRANDO Neste capítulo, você pôde aprender diversas coisas, dentre elas a importância de aprender expressões numéricas, como calcular o valor Fundamentos da Matemática Capítulo 3 Anotações numérico de uma expressão, substituindo o valor das incógnitas por valores conhecidos. Teve oportunidade não só de calcular, mas também de deduzir a fórmula do quadrado da soma e da diferença de dois números, o cubo da soma e da diferença de dois números e de ver também como essas fórmulas facilitam, e muito, os seus cálculos. Trabalhou com diversas formas as expressões algébricas e viu como a fatoração é essencial para as simplificações de expressões. 71 3.4 PARA SABER MAIS MATEMÁTICA Essencial. Expressões algébricas. Disponível em:<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/expralg/ expralg.htm#m10914>. Acesso em: 22 dez. 2009. O site acima possui informações sobre produtos notáveis. 3.5 O QUE FAZER 1. Calcule o valor numérico das seguintes expressões algébricas: (a) x2 + 2x, para x = -5 (b) para a = -2 e b = 16 2. Desenvolva os seguintes produtos notáveis: (a) (a + 2)(a - 2) (c) (x + 3)² (e) (2a+b)³ (b)(x + 3z)(x - 3z) (d) (2a - 5)² (f ) (a-1)³ 3. Fatore as seguintes expressões algébricas: (a) xy –x (c) ax2 – ay2 (b) y2 + 8y + 16 (d) 3a2b2 – 12ab + 12 4. Simplifique as seguintes frações algébricas: Fundamentos da Matemática Capítulo 3 72 ONDE ENCONTRAR BIANCHINI, Edwaldo. Matemática. 4 ed. São Paulo: Moderna,1996. v.3. DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. São Paulo. Ática, 2005. v.2. GIOVANNI, José Ruy; GIOVANNI JÚNIOR, José Ruy. Matemática: pensar & descobrir. Nova edição. São Paulo: FTD, 2005. v.3. MATEMÁTICA Essencial. Exercícios de expressões algébricas. Disponível em : <http://www.ucs.br/ccet/deme/lzsauer/pecadi/ exercicios2.htm>. Acesso em: 24 jun. 2009. MATEMÁTICA Essencial. Expressões algébricas. Disponível em: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/fundam.htm>. Acesso em: 24 jun.2009 Fundamentos da Matemática Anotações CAPÍTULO 4 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 4 Anotações 4 FIGURAS GEOMÉTRICAS, SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS E ÁREA DE FIGURAS PLANAS 75 4.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 4.1.1 Apresentação Neste quarto capítulo, trabalharemos com as figuras geométricas, aprenderemos que tudo que está ao nosso redor pode ser chamado de figura geométrica, sejam eles computadores, folhas de papel, ou até mesmo as linhas de trânsito que são pintadas no chão. Veremos as diferenças entre essas figuras e as quais somos acostumados a chamar de polígonos, que são os quadrados, os retângulos etc. Quanto aos triângulos, aprenderemos quais propriedades os fazem semelhantes e que para ser semelhante não precisa ter exatamente o mesmo tamanho. Por último, algo que utilizamos demais no nosso dia a dia, que são as medidas das áreas das principais figuras, por exemplo, se vamos comprar cerâmica para nossa casa, é mais econômico comprar cerâmicas de forma quadrada do que cerâmicas de forma triangular. Para essas escolhas, precisamos entender de cálculo de áreas, o que vamos ver a partir de agora. 4.1.2 Justificativa O conhecimento das atividades com figuras geométricas proporcionam o desenvolvimento de habilidades do raciocínio lógico que nos ajudam a aprender a analisar as figuras geométricas e a partir disso resolver os problemas da vida diária. Desenvolve também habilidades de desenho e representações geométricas, e ainda possibilita a integração e a aplicação em outros campos de conhecimento, instigando ideias, propondo aplicações práticas para que possamos enfrentar problemas reais. 4.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • aprender as principais figuras geométricas e fazer a distinção entre elas; • perceber quando os triângulos são semelhantes; • calcular as áreas dos principais polígonos. Fundamentos da Matemática Capítulo 4 76 4.2 POR ONDE COMEÇAR 4.2.1 Um pouco de história CONCEITO A palavra Geometria vem do grego, Geo, que significa terra, e metria, de medir, medir a terra. Originou-se como necessidade do dia a dia, por exemplo, dividir terras, construir casas, observar e previr os movimentos dos astros, ações que sempre dependeram de operações geométricas. Já cerca de 3000 a.C os antigos Egípcios possuíam os conhecimentos de Geometria necessários para reconstituir as marcações de terrenos destruídos pelas cheias do rio Nilo, bem como para construir as célebres pirâmides. Por volta do ano 500 a.C. houve na Grécia um grande desenvolvimento do interesse pela ciência e vários sábios se dedicaram ao estudo da Geometria. Dentre eles, um dos mais importantes, foi Tales de Mileto, que usou propriedades de figuras geométricas para a determinação de distância sobre a superfície terrestre. No século III a.C viveu em Alexandria Euclides, o mais célebre dos geômetras de todos os tempos. Euclides sintetizou toda a geometria conhecida na sua época no seu tratado “Elementos”, composto por 13 livros, que ainda há poucos anos era o principal instrumento de trabalho dos estudantes de Geometria. Em seu livro, ele define pontos, retas e planos, inclusive solução de algumas equações usando geometria. SAIBA QUE O conjunto dos objetos geométricos que trabalhamos hoje, as figuras geométricas, os retângulos, triângulos e os sólidos geométricos formam o que chamamos de geometria euclidiana, pois se baseiam nos postulados de Euclides. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 4 Anotações 4.2.2 Figuras geométricas 77 Muitas vezes, pensamos que figuras geométricas são somente aquelas de formas retas, tais como o triângulo e o retângulo, porém, veremos que as linhas, os contornos e os objetos de três dimensões também são figuras geométricas. Vejamos a seguir as classificações. • Sólidos geométricos São figuras geométricas que possuem três dimensões. São exemplos de sólidos geométricos: • Regiões planas São figuras geométricas que possuem duas dimensões. Estudaremos mais detalhadamente os polígonos. Polígonos são regiões planas contornadas só por seguimentos de reta que não se cruzam. Como exemplo, temos o triângulo, o quadrado, o retângulo. • Contornos São também chamados de linhas fechadas. Existem dois tipos: as linhas poligonais fechadas e as linhas não-poligonais fechadas. Fundamentos da Matemática Capítulo 4 78 • Linhas abertas Anotações 4.2.3 Semelhança de Triângulos CONCEITO Dizemos que dois polígonos são semelhantes quando os ângulos são respectivamente congruentes (isto é, possuem mesma medida), e os lados correspondentes são proporcionais. Os triângulos constituem um caso especial. Para que dois triângulos sejam semelhantes, basta que se verifique somente uma das condições acima; ou seja, se os ângulos de dois triângulos são congruentes podemos afirmar que esses triângulos são semelhantes; da mesma forma se os lados dos triângulos são proporcionais esses triângulos são semelhantes. Vejamos um exemplo: Fundamentos da Matemática Capítulo 4 Anotações Dividindo o lado AC pelo lado DF, teremos . 79 . E o lado AB pelo lado DE: . E BC por EF temos: , percebemos que os lados dos triânComo gulos são proporcionais, portanto, os triângulos 1 e 2 são semelhantes. Generalizando: Se: • o ângulo A é congruente ao ângulo O, • o ângulo E é congruente ao ângulo I, • e o ângulo U é congruente ao ângulo B, Ou , podemos concluir que o triângulo AEU é semelhante ao triângulo OIB. 4.2.4 Áreas de figuras planas • Paralelogramo: é todo quadrilátero que possui os lados opostos paralelos. Para calcular a área de um paralelogramo, multiplicamos a medida da base pela medida da altura. • Retângulo: é todo quadrilátero que possui os lados opostos paralelos e quatro ângulos retos. Para calcular a área de um retângulo, multiplicamos a medida da base pela medida da altura. Fundamentos da Matemática Capítulo 4 80 Anotações Ar = b . h • Quadrado: é todo paralelogramo que tem os 4 lados congruentes e os 4 ângulos retos. Para calcular a área do quadrado, realizamos o mesmo processo da área do retângulo, porém, como a base e a altura são iguais, basta multiplicar o lado por ele mesmo. Aq = l. l ⇒ Aq = l 2 • Triângulo: figura plana de três lados fechada por três linhas que se encontram. Calcula-se a área do triângulo multiplicando a medida da base pela altura e dividindo-se por dois. At = • Trapézio: Quadrilátero que tem dois lados paralelos e desiguais. A área é calculada somando as medidas das bases, multiplicamos essa soma pela altura e dividimos tudo por dois. At = • Losango: é um paralelogramo que tem os quatro lados congruentes. A área é calculada multiplicando as suas diagonais e dividindo-se por dois. Al = • Círculo: é a reunião da circunferência com o conjunto de pontos localizados dentro da mesma. Fundamentos da Matemática Capítulo 4 Anotações 81 SAIBA QUE A circunferência é somente o contorno e o círculo é formado pelo contorno e todos os pontos dentro dele. círculo. Exemplo: o anel é uma circunferência, enquanto o prato é um Então, a área do círculo é dada por π multiplicado pelo quadrado do raio. Ac = π r 2 a) Cálculo da área de algumas regiões planas 1. A área de um paralelogramo que tem 2 cm de medida da base e 3,5 cm de altura. Sabemos que Ar = b . b = 3,5 e h = 2 cm Ar = 2 . 3,5 = 7 cm2 2. A área de um quadrado que tem 5,4 m de lado. A área do quadrado é Aq = l2 l = 5,4 m Aq= 52=25 m2 3. A área de um trapézio que tem 1 mm de base menor; 6 mm de base maior e altura de 3mm. B = 6 mm b = 1 mm h = 3 mm At = (B + b ) h (6 + 1) 3 73 21 = = = = 10,5 cm2 2 2 2 2 Fundamentos da Matemática Capítulo 4 82 4. A área de um losango que tem 3 cm de diagonal menor e 4cm de diagonal maior. d = 3 cm D = 4 cm Al = Dd 12 = = 6 cm2 2 2 5. A área de um círculo que tem 7 cm de raio. r = 7 cm Ac = π 72= 3,14. 49= 153,86 cm2 4.3 RELEMBRANDO Acabamos de conhecer as principais figuras geométricas, aprendemos que elas podem ser divididas, em sólidos, regiões planas, linhas fechadas e linhas abertas. Vimos a diferença entre polígonos e não polígonos. Trabalhamos com semelhança de triângulo e, a partir daí, podemos perceber que é útil para ampliações de imagens. Entendemos a diferença entre círculo e circunferência e então calculamos a sua área. Calculamos também as áreas dos principais polígonos. 4.4 PARA SABER MAIS WAGNER, E. Construções Geométricas. Rio de Janeiro: SBM, 2000. Coleção do Professor de Matemática. O livro indicado possui mais informações sobre figuras geométricas, semelhança de triângulos e área de figuras planas. 4.5 O QUE FAZER 1. Sabendo que os triângulos abaixo são semelhantes, quais as medidas de x e y? Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 4 Anotações 2. Um trapézio tem a base menor igual a 2m, a base maior igual a 3m e a altura igual a 10m. Qual a área desse trapézio? 3. Sabendo que a área de um quadrado é 36cm², qual a medida do lado desse quadrado? 83 4. Qual a área do seguinte losango (em mm)? ONDE ENCONTRAR DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. São Paulo: Ática, 2005. ESCOLAS de Miranda do Douro. História da Geometria. Disponível em:< http://www.eb2-miranda-douro.rcts.pt/mat/historia1.htm Acesso em: 24 jun. 2009. GIOVANNI, José Ruy et. al. Matemática Fundamental: uma nova abordagem: ensino médio. São Paulo: FTD, 2002. SÓ MATEMÁTICA. Geometria. Disponível em:< http://www. somatematica.com.br/geometria.php>. Acesso em: 24 jun. 2009. Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática CAPÍTULO 5 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 5 Anotações 5 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES 87 5.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 5.1.1 Apresentação Trabalharemos neste capítulo com as equações, no capítulo 3 aprendemos o que é uma expressão algébrica e agora iremos trabalhar com essas expressões junto com igualdades. Aprenderemos a trabalhar com equações do 1º grau, como achar sua solução e diversos exemplos de sua utilização no cotidiano. Veremos que exemplos de inequações podem aparecer nas classificações de filmes ou na entrada do parque de diversões. Veremos os sistemas de equações com duas variáveis e dois métodos de encontrar suas soluções. Por último, trabalharemos com as equações do 2º grau, também conhecidas como equações quadráticas, e utilizaremos a tão conhecida fórmula de Bhaskara para encontrar suas soluções. 5.1.2 Justificativa Para resolver alguns problemas, como a dúvida entre comprar uma televisão à vista ou a prazo, podemos fazer os cálculos mentais, mas muitas vezes nessas operações aparecem valores desconhecidos. E a partir daí, a Matemática se posiciona perante essas diferentes situações e será necessário conhecer o valor de algo desconhecido, que é o objetivo do estudo de equações. 5.1.3 Objetivos Neste capítulo você terá oportunidade de: • aprender equações de um modo geral; • solucionar equações do 1º grau, utilizando as operações inversas; • reconhecer as desigualdades e descobrir os valores que satisfazem essas desigualdades; • encontrar o par ordenado (x,y), que é solução do sistema de equações; • trabalhar com equações do 2º grau e descobrir suas duas soluções através da fórmula de Bhaskara. Fundamentos da Matemática Capítulo 5 88 5.2 POR ONDE COMEÇAR Anotações 5.2.1 Equações Se alguém chega e pergunta a você: a) Qual é idade de Carlos se daqui há 7 anos ele terá 35 anos? b) Qual o valor de um refrigerante sabendo-se que foram comprados 6 refrigerantes e o total foi de R$ 15,00? Talvez as respostas venham rápido à sua mente, e isso é bom que aconteça. Você acabou de resolver uma equação! Caso não venha rapidamente a resposta, recorreremos à Matemática para nos ajudar. tica? Vamos resolver os problemas anteriores através da matemá- a) Chamando de x a idade atual de Carlos, teremos: x + 7 = 35. é 28. Queremos saber o número que somado a 7 dá 35. Esse número Mas podemos fazer a operação inversa: x = 35 – 7 x = 28 A idade atual de Carlos é 28 anos. b) Chamando de y o valor de cada refrigerante, temos: 6.y = 15, queremos saber qual o valor que multiplicado por 6 dá 15, como a divisão é a operação inversa da multiplicação, teremos: y= 15 ⇒ y = 2,50. 6 Então, cada refrigerante custa R$ 2,50. Sentenças como x + 7 = 35 e 6.y = 15 são chamadas de equações. Equações são igualdades que contêm pelo menos uma letra que representa um número desconhecido. Chamamos essa letra de incógnita, resolver a equação é encontrar o valor da incógnita (número desconhecido). Fundamentos da Matemática Capítulo 5 Anotações São exemplos de equações: 89 • 5x – 2 = 23, equação com incógnita x; • r2 + 3 = r – 11, equação com incógnita r. Notamos que toda equação tem: • uma ou mais letras indicando valores desconhecidos, que são denominadas incógnitas (ou variáveis); • um sinal de igualdade =; • uma expressão à esquerda da igualdade, chamada de primeiro membro; • uma expressão à direita da igualdade, chamada de segundo membro. 5.2.2 Solução ou Raiz de uma Equação Dizemos que um número é solução (ou raiz) quando ele torna a equação verdadeira. No caso da idade de Carlos, x = 28 é solução da equação. E y = 2,50 (o preço de cada refrigerante) é solução da equação 6y=15. Vejamos um exemplo! Queremos saber se o número 6 é solução da equação 3x + 4 = 23. Substituímos o valor de x por 6 e verificamos se a igualdade é verdadeira. 3. 6 + 4 = 18 + 4 = 22 ≠ 23 Portanto, 6 não é solução da equação. 5.2.2.1 As operações inversas Para a solução de equações, devemos relembrar as operações inversas. a ) se x + 5 = 9, então, x = 9 – 5 x = - 3, então, x = (-3) . 4 4 -1 c) se 2x = -1, então, x = 2 b) se d) se x – 10 = - 7, então x = -7 + 10 Fundamentos da Matemática Capítulo 5 90 5.2.3 Equações do 1° Grau com uma incógnita As equações que vimos acima, x + 7 = 35 e 5x – 2 = 23, são equações do 1° grau com uma incógnita. A equação r2 + 3 = r – 11 não é do 1° grau, como a incógnita r está elevada a 2 dizemos que essa equação é do 2 ° grau, a qual aprenderemos mais adiante. 5.2.3.1 Resolução de equações do 1 ° grau Uma moto está a venda da seguinte forma: Entrada de R$150,00 mais dez parcelas fixas de x reais, sabendo que o total da moto é R$ 3. 520,00. Qual é o valor de cada prestação? Escrevendo a equação algebricamente: 150 + 10x = 3520 entrada + 10 parcelas de x = total da moto Solução: Como 150 + 10x = 10x + 150 podemos escrever a equação acima como sendo: 10x + 150 = 3520 Subtraindo 150 dos dois membros da equação obtemos: 10x + 150 -150 = 3520 – 150 10x = 3370 Dividindo os dois membros por 10: x = 337 Observação: Por que subtraímos 150 dos dois lados da equação? Isso não muda o resultado? Vejamos! Sabemos que 10 = 10, se somarmos o número 3 aos dois membros da equação teremos: 10 + 3 = 10 + 3 13 = 13 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 5 Anotações Pronto! Somamos 3 nos dois membros e a igualdade continua verdadeira. O mesmo acontece para as outras equações com incógnitas. Se dividirmos por 2 teremos: 10 2 91 10 = 2 5 = 5 Então, percebemos que a operação que fizermos nos dois lados da equação, não mudará a igualdade. Fazendo a mesmo cálculo usando operações inversas: 10x + 150 = 3520 150 está somando passa para o outro lado subtraindo 10x = 3520 – 150 10 está multiplicando o x, então passa para o outro lado dividindo: 10x = 3370 x = 337 Vamos resolver juntos mais uma equação: 5.(x-2) = 4 – ( - 2x+1) 5x – 10 = 4 + 2x - 1 5x – 10 = 3 + 2x 5x =3 + 2x + 10 5x = 13 + 2x 5x - 2x= 13 3x=13 13 x= 3 13 S={ 3 } 5.2.4 Inequações do 1° Grau Na maioria dos filmes que vamos assistir, observamos uma classificação indicativa da idade permitida para o filme. Em alguns, por exemplo, encontramos: Filme proibido para menores de 14 anos. Se chamarmos de x todas as idades proibidas para assistir a esse filme podemos escrever: x < 14 (para toda idade menor que 14 anos não se pode assistir ao filme). Fundamentos da Matemática Capítulo 5 92 Quando trabalhamos com equações do 1º grau, tínhamos somente uma solução, para o caso acima temos várias idades que são menores que 14. Não temos uma única solução. Então, acima temos uma desigualdade. Para as desigualdades, temos os seguintes sinais: >: maior que < : menor que ≠: diferente de ≥: maior ou igual a ≤: menor ou igual a LEMBRETE As desigualdades que contêm letras que representam números desconhecidos são chamadas de inequações. x < 14 e y ≥ 2y + 3 são exemplos de inequações. 5.2.4.1 Solução de inequações Seja o preço do litro da gasolina dado pela equação 2x - 2 e o preço do álcool dado por x. Como o preço da gasolina é maior do que o preço do álcool, obtemos a seguinte inequação: 2x – 2 > x Substituindo x por 3, obtemos: 2.3 – 2 > 3 6–2>3 4 > 3 Verdadeiro!! Substituindo x por 1 2.1 – 2 > 1 2–2>1 0 > 1 Falso! Substituindo x por 5 2.5 – 2 > 5 10 – 2 > 5 8 > 5 Verdadeiro!! Dizemos que: 3 e 5 são soluções da inequação 2x – 2 > x 1 não é solução da inequação 2x – 2 > x Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 5 Anotações • Princípio aditivo das desigualdades 93 Sabemos que 9 > 4 se somarmos 3 aos dois membros da inequação: 9+3>4+3 12 > 7 Verdadeiro !!! O mesmo para -7 < 2 subtraindo 5 dos dois membros da equação, obtemos: -7 -5 < 2 -5 12 < -7 Verdadeiro !!! A desigualdade continua verdadeira. SAIBA QUE Se somarmos ou subtrairmos um mesmo número aos dois membros de uma desigualdade, a desigualdade permanece a mesma. • Princípio multiplicativo das desigualdades Sabemos que +2 > -6 multiplicando os dois membros por + 2 obtemos: +2. (+2) > -6 . (+2) + 4 > -12 Verdadeiro!!! -3: No mesmo caso +2 > -6 multiplicando os dois membros por +2.(-3) ≥ -6.(-3) -6 ≥ +18 Falso!!!! Fundamentos da Matemática Capítulo 5 94 Para que a desigualdade continue verdadeira, precisamos inverter o sinal da desigualdade. SAIBA QUE • Multiplicando ou dividindo os seus dois membros por um número positivo, essas desigualdades permanecem as mesmas. • Multiplicando ou dividindo os seus dois membros por um número negativo, essas desigualdades ficam invertidas. Exemplo 1 Achar as soluções da inequação -3 - 2x ≤ 13 -3 - 2x ≤ 13 -3 -2x + 3 ≤ 13 + 3 -2x. (-1) ≤ 16. (-1) 2x ≥ -16 somamos+ 3 aos dois membros atenção! Multiplicamos os dois membros por -1, que é negativo. Logo, invertemos o sinal da desigualdade. x x ≥ -8 Logo, as soluções da inequação são todos os números racionais maiores ou iguais a -8. Exemplo 2 Achar todos os valores de x que são soluções da inequação – 5(5 - x) < (-4 + 2x) – 5(5 - x) < (-4 + 2x) – 25 + 5x < – 4 + 2x +5x - 2x < - 4 + 25 3x < 21 x<7 Os valores de x que são soluções da inequação são todos os números reais menores que 7. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 5 Anotações 5.2.5 Sistemas de Equações do 1 ° Grau 95 Vejamos a seguinte situação: em uma partida de basquete, Ana e Bianca marcaram juntas 20 pontos. Se quisermos descobrir o número de pontos que cada uma fez, teremos diversas possibilidades. Por exemplo, Ana 12 e Bianca 8, Ana 17 e Bianca 3, Ana 10 e Bianca 10, e assim por diante. Podemos indicar essa situação por uma equação com duas incógnitas, sendo x o número de pontos de Ana e y o número de pontos de Bianca: x + y = 20 (equação com duas incógnitas). Observe que podemos escrever as soluções dessa equação através de pares ordenados ( x,y ) de números naturais: (12,8), (17,3), (10,10) e outros. Se além dessa informação soubéssemos que Ana fez 10 pontos a mais que Bianca, poderemos agora saber exatamente quantos pontos cada uma fez. Se Ana fez 10 pontos a mais que Bianca, ao somarmos 10 pontos à pontuação de Bianca, a sua pontuação ficaria igual a de Ana, escrevendo algebricamente: x = y + 10y Teremos agora: Que é um sistema de equações com duas incógnitas. A solução de um sistema de equações com duas variáveis é um par ordenado (x,y) de números reais que satisfaz as duas equações ( I e II ). Verificando o par ordenado (15,5), notamos que satisfaz as duas equações: x + y = 20 15+5=20 e Logo, a solução do sistema é (15,5). x = y + 10 15=5+10 Vejamos dois métodos para determinar a solução de sistemas de equações: Fundamentos da Matemática Capítulo 5 96 • Método da soma Para trabalhar com o método da soma, eliminamos uma das variáveis, através de termos opostos, recaindo numa equação do 1º grau com uma variável. Exemplo 3 Notamos que as duas equações possuem termos opostos (y e -y). Com isso, basta somar as duas equações: A seguir, basta substituir o valor encontrado para x em uma das equações: O par ordenado ( x,y ) = (9,5) é a solução do sistema. Outro exemplo Note que as equações não possuem coeficientes opostos, logo se somarmos membro a membro, não eliminaremos nenhuma variável. Para a resolução desse sistema, devemos escolher uma variável para ser eliminada. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 5 Para isso, multiplicamos a equação (I) por -2: Anotações 97 Substituindo na equação II: 3.8 + 2y = 46 24 +2y = 46 2y = 46-24 2y =22 22 y= 2 y = 11 S = {(8,11)} • Método da substituição Consiste em eliminarmos uma das variáveis isolando seu valor numa das equações do sistema, para em seguida substituí-la na outra. Sabrina foi a uma loja e comprou uma blusa e um colar, gastou R$ 27,00. Seu namorado comprou em outro dia uma blusa de mesmo preço e percebeu que se subtraísse desse valor o preço de dois colares daria R$6,00. Qual o preço da blusa e do colar? Chamando o preço da blusa de x e o preço do colar de y, teremos o seguinte sistema: Resolvendo pelo método da substituição, escolhemos uma das variáveis na primeira equação para determinarmos o seu valor. x+y=27 x = 27 – y Substituímos na outra equação (II): (27 - y) -2y = 6 27 -y - 2y = 6 -3y = 6 - 27 -3y (-1)= -21(-1) Fundamentos da Matemática Capítulo 5 98 3y = 21 Anotações 21 y= 3 y=7 Substituindo o valor encontrado em (I): x + y= 27 x + 7 = 27 x = 20 A blusa custou R$ 20,00 e o colar R$ 7,00. Logo, a solução do sistema é: S = {(20,7)}. Vejamos outro exemplo: Isolando a variável y da equação II: -3x + 2y = 1 2y = 1 + 3x y= Substituindo o valor de y na equação ( I ) : Fundamentos da Matemática Capítulo 5 Anotações Substituindo o valor de x em (II): 99 Logo a solução do sistema é: 5.3 EQUAÇÕES DO 2° GRAU Acabamos de conhecer as equações do 1º grau, agora aprenderemos a trabalhar com as equações do 2º grau, também chamadas de equações quadráticas. Alguns exemplos serão apresentados a seguir. 4x2 – x + 3 = 0 e x2+ 2x – 8 = 0 São chamadas de equações quadráticas porque o maior expoente de x é igual a 2. CONCEITO Uma equação do 2º grau é toda igualdade do tipo ax2 + bx +c = 0 , em que a.b e c são números reais e a ≠ 0 4x2 –3 x + 9 = 0 x2+ 7x +1 = 0 - x2 -6 x = 0 onde a= 4, b = -3 e c = 9. onde a= 1, b = 7 e c =1. onde a= -1, b = -6 e c = 0. Fundamentos da Matemática Capítulo 5 100 5.3.1 Resolução de equações do 2º grau Uma maneira muito útil para encontrar a solução de equações do 2º grau é utilizando a fórmula de Bhaskara. Já eram conhecidas soluções de equações do 2º antes do tempo de Bhaskara. Mas, foi dado a ele o crédito por nos ter apresentado uma fórmula prática para soluções de equações quadráticas. A fórmula de Bhaskara é dada por: Chamamos b2-4ac de D (delta) e a fórmula fica: Resolvendo a equação x2 - 9x +8 = 0 a= 1, b = -9 e c = 8 D = b2 - 4ac D = (-9)2-4.1.8 D =81-32 D =49 Para uma equação de 1º grau, temos uma única solução e para soluções de equações do 2º grau teremos duas soluções. Chamaremos de x’ e x’’ as duas raízes da equação: Estudando o valor de D 1º caso: D é um número real positivo (D > 0): Exemplo: x² + 3x- 4 a= 1, b = 3 e c = -4 D = b2 - 4ac D = (3)2-4.1.(-4) D =9 + 16 D =25 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 5 101 Anotações Para D (delta) maior que zero, percebemos que a equação do 2º grau possui duas raízes reais e diferentes. 2º caso: D = 0 Exemplo: 5x²-10x+5=0 a= 5, b = -10 e c = 5 D = b2 - 4ac D = (-10)2-4.5.5 D =100 -100 D =0 Percebemos que quando D = 0, as duas raízes são reais e iguais. 3º caso: D é um número real negativo (D<0) Exemplo: x²+2x+7=0 a= 1, b = 2 e c = 7 D = b2 - 4ac D = 22-4.1.7 D =4 -28 D =-24 Como D < 0, com o conjunto dos números reais que estamos trabalhando, não existem raízes de números negativos, não podemos . Isso só é possível com o conjunto dos números complecalcular xos, que não faz parte do nosso estudo de agora. Fundamentos da Matemática Capítulo 5 102 SAIBA QUE 5.4 RELEMBRANDO Quanta coisa aprendemos hoje! Pudemos ver o quanto as equações estão presentes no nosso dia a dia. Sejam elas de 1º ou de 2º grau. Encontramos soluções de desigualdades e trabalhamos com sistema de equações com duas variáveis. Por último, trabalhamos com a fórmula de Bhaskara e percebemos que ela nos é útil para resolver qualquer tipo de equação do 2º grau. 5.5 PARA SABER MAIS ALGO sobre vestibular. Disponível em:<http://www.algosobre.com. br/matematica/equacoes-algebricas.html>. Acesso em: 29 jun. 2009. No Portal Algo Sobre Vestibular, você encontra mais informações sobre equações algébricas. 5.6 O QUE FAZER 1. A população de uma cidade A é o triplo da população da cidade B. Se as duas cidades juntas têm uma população de 100.000 habitantes, quantos habitantes tem a cidade B? 2. Resolva as seguintes equações: a) 2x-3=17 b) 4x+7= x- 8 c) 3-7(1-2x)=5-(x-9) Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 5 Anotações 3. Qual par ordenado é solução dos seguintes sistemas? 4. Resolva as seguintes inequações, em 103 : a) 2x + 1 ≤ x + 6 b) 4x-3>1+x-4 c) 5(3x-2)<0 5.Resolver as equações: a) x² + 6 x + 9 = 0 b) 2x² - 2 x - 12 = 0 c) 3x² - 10 x + 3 = 0 ONDE ENCONTRAR DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. São Paulo. Ática, 2005. MATEMÁTICA ESSENCIAL. Fundamental. Equações do primeiro grau. Disponível em:<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/ fundam/eq1g/eq1g.htm#m10701>. Acesso em: 26 jun. 2009. __________________________. Fundamental. Funções. Disponível em:<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/fundam/eq2g/eq2g. htm>. Acesso em: 26 jun. 2009. PARENTE, Giovanni. Aprendendo Matemática. São Paulo: FTD, 2002. SÓ MATEMÁTICA. Inequações. Disponível em: <http://www. somatematica.com.br/soexercicios/inequacoes.php>.Acesso em: 26 jun. 2009. Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática CAPÍTULO 6 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 6 Anotações 6 FUNÇÕES 107 6.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 6.1.1 Apresentação Olá!!! Você está iniciando o sexto capítulo, nele você estudará as funções, que é um dos conceitos mais importantes da Matemática. Você verá que seu conhecimento impulsionou o desenvolvimento tecnológico em quase todas as áreas, no ramo da Física e de outras ciências. Neste capítulo, você estudará o que chamamos de funções reais, isto é, relações entre quantidades que podem ser descritas por números reais. Você terá oportunidade de aprender sua definição e algumas aplicações no seu cotidiano. Estudará ainda os conceitos de domínio, contradomínio e conjunto imagem, aprendendo a diferenciá-los. Será dada uma grande atenção aos gráficos das funções, pois será de muita utilidade para os capítulos seguintes. Você aprenderá a construir gráficos de funções, a diferenciar também por meio de seu gráfico se uma função é injetora, sobrejetora ou os dois casos ao mesmo tempo, a chamada bijetora. E para finalizar este capítulo você aprenderá a trabalhar com funções compostas e funções inversas. 6.1.2 Justificativa As funções permeiam sua vida cotidiana mesmo que talvez você não tenha percebido. Por exemplo, o valor da conta de luz da sua casa depende da quantidade de energia que você gasta, a dose de remédio que é dada a uma criança depende do seu peso, o valor para fazer cópias de um material depende do número de páginas copiadas. Usando funções, também se estudam o crescimento de bactérias, o movimento dos astros, a variação da temperatura da Terra etc. A noção de função permite a você, enfim, descrever e analisar relações de dependência entre quantidades. Por isso, é de suma importância saber trabalhar com funções e é o que você irá aprender agora. 6.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • aprender a definição de função e saber trabalhar com ela; • encontrar pontos no plano cartesiano; • construir gráficos de funções por sua lei de formação; • saber quem é o domínio, o contradomínio e o conjunto imagem de uma função; Fundamentos da Matemática Capítulo 6 108 • entender o que significa uma função ser injetora, sobrejetora e bijetora; • compor funções e calcular a inversa de uma função quando possível. 6.2 POR ONDE COMEÇAR 6.2.1 A ideia de Função Quando se tem duas grandezas em que uma depende da outra, pode-se dizer que existe uma relação entre essas duas grandezas. Imagine que você queira comprar arame para cercar o quintal da sua casa, você verá que existe uma relação entre a quantidade de arame e o preço que você vai pagar por ele. Para calcular a área de um quadrado precisamos da medida do lado desse quadrado. Então existe uma relação entre o valor da área do quadrado e a medida do seu lado. Vejamos outra situação: Peso (Gramas) Valor Básico (R$) Até 300g 9,90 Mais de 300 até 1000g 10,50 Mais de 1000 até 2000g 11,60 Mais de 2000 até 3000g 12,70 Mais de 3000 até 4000g 13,80 QUADRO 1 - Valor do preço do SEDEX - Origem: João Pessoa e Destino: Natal A partir do Quadro 1, você será capaz de responder as seguintes perguntas: • Qual o valor a ser pago por uma encomenda que “pesa” 1260g? • Qual o “peso” máximo de uma carta para que sua tarifa não ultrapasse R$ 12,70? • É possível que duas cartas com tarifas diferentes tenham o mesmo “peso”? Nessa relação, o “peso” da encomenda é variável independente, e a tarifa chamamos de variável dependente. Você pode notar que cada peso do sedex corresponde a uma única tarifa e a tarifa depende do peso da encomenda. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 6 Anotações As três relações que você acabou de ver têm características em comum: 109 • o preço do arame depende do seu tamanho; • a medida da área de um quadrado depende do seu lado; • a tarifa do sedex depende do seu peso. Em todos os três exemplos, têm-se as variáveis independentes (tamanho do arame, lado do quadrado e peso do sedex); e as variáveis dependentes (preço do arame, medida da área, tarifa do sedex). Pode-se dizer então que: • o preço do arame é dado em função do seu tamanho; • a medida da área de um quadrado é dada em função da medida do seu lado; • a tarifa do sedex é dada em função do seu “peso”. 6.2.2 Definição de Função CONCEITO Sejam dois conjuntos A e B não vazios, e f uma relação que liga os elementos de A aos elementos de B. Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado um e apenas um elemento (chamado y=f(x) ) do conjunto B. Notação: f : A B (função que associa valores do conjunto A a valores no conjunto B) x y = f(x) ( a cada elemento x A corresponde um único y B) Veja a seguir alguns exemplos. Exemplo 1: Dados os conjuntos A = {0,5,15} e B = {5,10,15,20,25,30}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x + 5, com x A e y B. Calculando os valores de A na fórmula: y=x+5 x=0 ⇒y=0+5=5 Fundamentos da Matemática Capítulo 6 x = 5 ⇒ y = 5 + 5 = 10 x = 15 ⇒ y = 15 + 5 = 20 110 Você pode observar que: todos os elementos de A estão associados a elementos de B; a cada elemento de A está associado um único elemento de B. em B. Neste caso, a relação de A em B, y = x + 5, é uma função de A Exemplo 2: Dados os conjuntos A = {-3,0,3,5,7} e B = {-3,0,5,10,12}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x, com x A e y B. x = -3 ⇒ y = -3 x=0⇒ y=0 x=3⇒y=3 x=5⇒y=5 x=7⇒y=7 Percebe-se que este exemplo não expressa uma função de A em B, pois os elementos 3 e 7 do conjunto A não possuem correspondentes em B. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 6 Anotações PRATICANDO 111 6.2.3 Domínio, contradomínio e imagem de uma Função Veja novamente o Exemplo 1 da pagina anterior • O conjunto de todos os elementos de A é chamado domínio da função representado pela letra D. • Neste caso, D = {0,5,15}. • O conjunto de todos os elementos de B é chamado de contradomínio da função. Representamos por CD. Neste caso, CD = {0,5,10,20,25,30}. O elemento y = f(x) é a imagem do elemento x. A Imagem de f é o subconjunto de B formado por todos os elementos f(x). Representado por Im. No exemplo acima Im = { 5,10,20} Veja outro exemplo. Exemplo 3: Dados os conjuntos A = {-4,-2,0,1} e B = { -2,-1,0,2,3,5}, determinar o domínio o contradomínio e o conjunto imagem da função f : A ® B definida por f(x) = x + 2 Fundamentos da Matemática Capítulo 6 112 f(-4) = (-4) + 2 = - 2 f(-2) = (-2) + 2 =0 f(0) = 0 + 2 = 2 f(1) = 1 + 2 = 3 Domínio: D = A Contradomínio : CD = B Im = { -2,0,2,3} 6.2.4 Gráfico de uma Função 6.2.4.1 Plano Cartesiano Talvez você tenha ouvido falar desse nome anteriormente. Plano Cartesiano e Produto Cartesiano são homenagens ao seu criador René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês. O plano cartesiano é formado por dois eixos perpendiculares entre si que se cruzam na origem, e dividem o plano em quatro regiões, chamadas quadrantes. Os eixos são identificados pelas letras x e y. O eixo x é denominado eixo das abscissas e o eixo y denominado eixo das ordenadas. FIGURA 1 - Plano Cartesiano Lima (2006) nos diz que um par ordenado P= (a,b) é formado por um objeto a, chamado a primeira coordenada de P e um objeto y, chamado a segunda coordenada de P. A primeira coordenada pertence ao eixo x e a segunda coordenada, ao eixo y. Esse par ordenado representa as coordenadas de um ponto. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 6 113 Anotações FIGURA 2 – Par ordenado P= (a,b) Veja alguns pontos marcados no plano cartesiano. A ( -3,1) B(-1,5;-2,5) C (0,0) D(2,3) E(3,2). FIGURA 3 – Pares ordenados marcados no Plano Cartesiano No gráfico acima, você pode perceber a diferença entre os pares ordenados (2,3) e (3,2). Daí, conclui-se que para quaisquer dois números a e b, o par ordenado (a,b) é diferente do par ordenado (b,a). 6.2.4.2 Construindo gráfico de funções Você entrará agora no estudo sobre como construir gráfico de funções, é um assunto bastante interessante, então, concentre sua atenção!!! Para construir gráfico de funções, utiliza-se um sistema de coordenadas cartesianas. O gráfico da função é o conjunto de todos os pontos (x ,y), do plano cartesiano, com x � D (domínio da função) e y � Im (Imagem da função). Fundamentos da Matemática Capítulo 6 114 LEMBRETE Anotações Consideramos os valores do domínio da função no eixo x (eixo das abscissas) e as respectivas imagens no eixo y (eixo das ordenadas). Exemplo 4: Construir o gráfico da função f: A ® � , dada por f(x) = 2x + 1, onde A = {-3,-1,0,2}. Calculando: f(-3) =2. (-3)+ 1 = -6 + 1 =-5 f(-1) =2. (-1)+ 1 = -2 + 1 =-1 f(0) =2.0 + 1 = 0 + 1 = 1 f(2) =2.2 + 1 =4 + 1 = 5 x y = f(x) ( x,y ) -3 -1 0 2 -5 -1 1 5 (-3,-5) (-1,-1) (0,1) (2,5) Em seguida, marcam-se esses pontos no eixo de coordenadas e depois ligam-se os pontos. Exemplo 5: Seja a função y = -2x2. Construir seu gráfico, sendo D=[-2 , 2 ] . Inicialmente, atribui-se valores para x, você pode escolher qualquer valor, escolhemos -2,-1,0,2, e calcula-se o f(x) para cada um deles: f(-2)= -2.(-2)2=-2.4=-8 f(-1)= -2.(-1)2=-2.1=-2 f(0)= -2.02=-2.0=0 f(2)= -2.22=-2.4=-8 Fundamentos da Matemática Em seguida, marcam-se os pontos (x,y) no gráfico: Capítulo 6 Anotações x -2 -1 0 2 y = f(x) -8 -2 0 -8 115 ( x,y ) (-2,-8) (-1,-0) (0,0) (2,-8) PRATICANDO -8 Agora é sua vez de construir o gráfico da função f(x) = - x + 1 6.2.5 Tipos de Funções 6.2.5.1 Função Injetora Uma função f : A ® B é injetora quando elementos diferentes de A correspondem a elementos diferentes de B. Ou ainda se elementos tem mesma imagem, esses elementos são iguais. Exemplo 6: A função f : � ® � , definida por f(x) = x é injetora pois a cada elemento de B temos um único elemento em A. 3 FIGURA 4 – Função Injetora 6.2.5.2 Função Sobrejetora Fundamentos da Matemática Capítulo 6 116 Em Matemática, uma função é dita sobrejetora se o seu conjunto imagem for igual ao contradomínio: Im(f ) = CD. Exemplo 7: Seja f : � ® � definida por f (x) = 2x +1. O contradomínio de f é � (CD = � ), vamos verificar se f é sobrejetora. FIGURA 5 – Função Sobrejetora Vemos que a função percorre todos os números Reais, então, Im (f) = � , que é igual ao seu contradomínio, portanto, f é sobrejetora. 6.2.5.3 Função Bijetora Diz-se que uma função é bijetora se a função é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Vamos estudar a função f : � ® � definida por f(x)=x2. FIGURA 6 – Função Bijetora Você pode perceber que a função f(x)=x2 , f : � ® � não é injetora nem sobrejetora, pois: • tem-se a mesma imagem para elementos diferentes f(2)=f(-2)=4 (ela não é injetora); Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 6 Anotações • o domínio é diferente da imagem, uma vez que CD= � e Im = � + (ela não é sobrejetora); Portanto, f não pode ser bijetora. 117 Agora, redefinindo a função como f : � ® � +, temos Im = CD = � +, pode-se dizer então que f é sobrejetora. FIGURA 7 – Função Sobrejetora Agora você nota que a função não é injetora, mas é sobrejetora, pois seu conjunto imagem é igual ao seu contradomínio. Novamente, redefinindo a função por f : � + ® � +, tem-se o domínio como sendo o � +, isto é, somente os valores reais positivos e portanto a função só terá um valor da imagem chegando a um único valor do domínio. Com, por exemplo, f(2) = 4, não existe mais o f(-2) chegando a 4 também. Por isso, pode-se dizer que f é injetora. FIGURA 8 – Função Injetora Por fim, você pôde perceber que a função agora é injetora e sobrejetora, portanto, bijetora. 6.2.6 Composição de Funções Acompanhe a seguinte situação: uma fábrica que produz relógios calcula o seu lucro por meio da equação L= 0,6C; onde L é o lucro e C é o preço de venda desse relógio para o comércio. Por sua vez, o preço C de venda é calculado fazendo-se C = 15+ 2P, onde P é o valor Fundamentos da Matemática Capítulo 6 118 gasto com o material para fabricação desse relógio. Vê-se, então, que o lucro L é dado em função do preço C, que é dado em função do gasto P. Seria possível determinar o lucro diretamente do gasto P com o material? Para isso, pode-se fazer uma composição entre as duas funções: Então, para se compor outras funções, faz-se um procedimento análogo. Seja as funções f: A ® B, definida por f(x)=3x, g: B ® C definida por g(x) = x2. Note que o contradomínio B da função f é o mesmo domínio da função g. É bom que você preste bastante atenção! f: A ® B: a cada x � A associa-se um único y � B, tal que y=3x. g: B ® C: a cada y � B associa-se um único z � C, tal que z=y2. Nesse caso, pode-se considerar uma terceira função, h:A ® C, que faz a composição entre as funções f e g: h: A ® C: a cada x � A associa-se um único z = C, tal que z = y2 (3x)2= 9x2. z= Essa função h, de A em C, dada por h(x) = 9x2, é denominada função composta de g e f. Pode-se escrever z = g(y) = g(f(x)). Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 6 Anotações LEMBRETE 119 Notação: a função composta de g e f será indicada por gof ( lê-se g bola f ) (gof)(x)=g(f(x)) Exemplo 8: Considere as funções reais definidas por f(x)=x²+1 e g(x)=2x-4, calcular fog(x) e gof(x): (fog)(x) = f(g(x)) = f(2x - 4) = (2x-4)² + 1 = 4x²-16x+17 (gof )(x) = g(f(x)) = g(x²+1) = 2(x²+1) – 4 = 2x² - 2 PRATICANDO Seja f (x)= -4x + 1 e g(x)= x3, calcule fog(x). 6.2.7 Função Inversa Seja as funções de domínio real dadas por f (x)=2x e g(x)=x/2. Atribuindo alguns valores para x para determinar suas imagens pela função f, formando os pares ordenados (x, f(x)). x = -7 f(-7) = 2.(-7) = -14 ( -7,-14) ( 0,0 ) x = 0 f(0)=2.0=0 3 3 3 3 f( )=2 ( ,2 3 ) x= Você pode tomar os valores obtidos como imagem pela função f e determinar as suas imagens pela função g: x = -14 x=0 g(-14) = g (0)= �14 = -7 2 0 =0 2 ( -7,-14) ( 0,0 ) Fundamentos da Matemática Capítulo 6 120 x=2 3 2 3 g(2 3 ) = = 2 Anotações 3 (2 3 , 3) Note que você obteve os pares da função g invertendo a ordem dos elementos obtidos na função f. Nesse caso, diz-se que g é a função inversa da função f e representa-se por g(x)=f -1(x). Então: f(x)=2x e f-1(x)= x 2 LEMBRETE Só funções bijetoras possuem inversa. Você pode analisar uma função que não seja bijetora, para verificar se ela realmente não possui inversa. Seja a função de � em � : f(x) = x2-3 Tomando, por exemplo, os elementos 4 e -4 do domínio de f: x=4 f(4)=42 - 3= 16 - 3=13 x=-4 f(-4)=(-4)2 - 3=16 - 3=13 (4,13) (-4,13) Essa função não é bijetora, pois o elemento 13 do contradomínio de f é imagem de dois elementos, 4 e -4, do seu domínio. Ora, se essa função possuísse inversa f -1, teríamos o elemento 13 do domínio de f-1 com duas imagens, -4 e 4, o que é impossível, pois, como você viu neste capítulo, uma relação para ser função é necessário que cada elemento do domínio tenha uma única imagem. Portanto, a função real f(x) = x2-3 não possui inversa. 6.2.7.1 Determinando a Função Inversa Você irá aprender agora um processo prático para determinar a inversa de uma função. Caso a função seja bijetora e, portanto, invertível, é possível determinar sua inversa. Para isso, “troca-se” a variável x pela variável y Fundamentos da Matemática Capítulo 6 Anotações na lei que define a função e em seguida “isola-se” o y, obtendo a lei que define a função inversa. 121 Exemplo 9: Obter a função inversa da função f dada por y = x – 5. y= x-5 x = y -5 trocando x por y e y por x y = x + 5 isolando y Então, y = x+5 é a lei da função inversa dada por y = x -5. Veja os gráficos de f e f-1 num mesmo sistema de coordenadas: x f(x) 6 5 3 1 x 1 0 -2 -4 1 0 -2 -4 f-1(x) 6 5 3 1 Você pode notar que os gráficos das funções f e f-1são simétricos em relação à reta bissetriz do 1º e 3º quadrantes. LEMBRETE Bissetriz é a reta que corta os quadrantes ao meio. Fundamentos da Matemática Capítulo 6 122 6.3 RELEMBRANDO Hoje você teve oportunidade de aprender diversas coisas sobre as funções, dentre elas, viu que as funções são muito importantes e estão presentes em muitas coisas do seu dia a dia. Pôde aprender o que é domínio de uma função e a diferença entre seu conjunto imagem (valores de f(x)) e o seu contradomínio (conjunto onde estão os valores f(x)). Você também estudou o que significa uma função ser injetora ou sobrejetora, e que se uma função for sobrejetora e injetora ao mesmo tempo, chama-se de bijetora. Aprendeu também a construir gráfico de funções atribuindo valores a x; colocando os pontos no plano cartesiano e ligando esses pontos. Trabalhou ainda com funções compostas e funções inversas e pôde perceber que uma função só possui inversa se ela for bijetora. 6.4 PARA SABER MAIS ALGO sobre Vestibular. Disponível em:<http://www.algosobre.com. br/matematica/funcoes.html>. Acesso em 26 de jun. O Portal Algosobre.com.br possui informações sobre funções injetoras e sobrejetoras. IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar. Conjuntos, Funções. São Paulo: Editora Atual, 2004. v.1. Para estudar um pouco mais sobre as funções, você pode consultar o livro citado acima. 6.5 O QUE FAZER 1. Dada a função h: B ® C, sendo B= {-3, 0, 3, 8}e C={-2, 0, 15, 18, 27, 40} definida pela lei h(x)=x²-3x. Indique o Domínio, Contradomínio e Imagem dessa função. 2. Desenhe o gráfico das seguintes funções: a) f(x)=2x+3 b) g(x)=x²-2 3. Para a função real f(x)=2x+4, calcule f -1(x). Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 6 Anotações 4. Se f(x)=3x-5, g(x)= x²+2x-3 e (gof )(x)=g(f(x)), (gof )(x) e (fog)(x). 123 ONDE ENCONTRAR CLASSIFICAÇÃO das funções. Disponível em: <http://www. ficharionline.com/ExibeConteudo.php5?idconteudo=5799>. Acesso em: 26 jun. 2009. FUNÇÕES e Gráficos. Disponível em: <http://www.scite.pro.br/ tudo/pdf.php?_matematicamodulo4>. Acesso em: 26 jun. 2009. FUNÇÕES. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/ matematica/funcoes.html>. Acesso em 26 jun. 2009. GIOVANNI, José Ruy. BONJORNO, José Roberto. GIOVANNI JR, José Ruy. Matemática Fundamental: uma nova abordagem. ensino médio. São Paulo: FTD, 2002. IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar. Conjuntos, Funções. São Paulo: Editora Atual, 2004. v.1. LIMA, Elon Lages; CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; WAGNER, Eduardo; MORGADO, Augusto César. A matemática do Ensino Médio. Coleção do Professor de Matemática. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006.v.1. PLANO Cartesiano. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ Sistema_de_coordenadas_cartesiano> . Acesso em: 26 jun. 2007. Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática CAPÍTULO 7 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 7 Anotações 7 FUNÇÕES DO 1º GRAU 127 7.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 7.1.1 Apresentação Neste capítulo aprofundaremos o estudo das funções enfocando as chamadas funções do 1º grau. Um dos casos em que as funções são bastante utilizadas são as contas de telefone, água e luz. Estudaremos a forma geral desse tipo de função que é dada pela fórmula ax + b, onde a e b são números reais. Veremos que para uma função ser crescente ou decrescente, depende somente do valor de a. Por último, aprenderemos em que intervalos dizemos que uma função do 1º grau, também chamada de função afim, é positiva, negativa ou nula, e como podemos representá-la graficamente. 7.1.2 Justificativa Dentre as funções mais utilizadas na nossa vida diária está a função do 1º grau, por se adequar às regras utilizadas para o cálculo das contas de água luz e telefone. Talvez não conseguimos perceber, mas é dessa forma que os técnicos se utilizam para calcular o valor gasto por nós, em que x é a quantidade de água, por exemplo, e y o valor que pagaremos pela conta. Dado pela fórmula y = ax + b, veja que se não gastarmos nada, x = 0, ainda pagaremos uma taxa equivalente ao valor de b. 7.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • aprender a trabalhar com funções do 1º grau; • descobrir a sua forma geral sendo dados dois pontos dessa função; • traçar gráficos atribuindo valores a x e descobrindo o valor de y; • identificar quando uma função é crescente ou decrescente e descobrir a partir da raiz da função para quais valores f(x) é positivo, negativo ou nulo. Fundamentos da Matemática Capítulo 7 128 Anotações 7.2 POR ONDE COMEÇAR 7.2.1 Estudo da Função do 1º grau CONCEITO Dizemos que uma função é do 1º grau se ela pode ser escrita como, onde a e b são números reais e a ≠ 0, pois se a = 0, teremos f(x) = b, que representa uma função constante. Os números representados por a e b são chamados de coeficientes e x é a variável independente. São exemplos de funções do 1º grau: f(x) = 3x + 9 f(x) = f(x) = x -1 5 7 -x 3 coeficientes: a = 3 e b=9 1 coeficientes: a = 5 e b = -1 coeficientes: a = 3 e b=9 O domínio de uma função do 1º grau, em geral, é igual a � , mas quando tratamos de uma situação real, é preciso verificar o que representa a variável (x) para determinar o seu domínio. Exemplo 1: Dada a função f por f(x) = ax +b, com a ≠ 0, sendo f(3) = 5 e f(-2) = -5, calcule f( 1 ). 2 Usando os dados do problema: f(3) = 5 x = 3 e y = 5, então, f(3)= a.3 + b 5 = 3a + b (I) f(-2) = -5 x = -2 e y = -5 Então f(-2)= a.(-2)+ b -5 = -2a + b (II) Resolvendo o sistema formado por (I) e (II) temos: Fundamentos da Matemática Capítulo 7 129 Anotações Substituindo a = 2 na equação (I) obtemos: 5 = 3a + b 5 = 3.2 + b 6+b=5 b=5–6 b = -1 Então, a função f é dada por f(x) = 2x -1. Calculando f( 1 ): 2 7.2.2 Gráfico de uma função do 1º grau Para construir o gráfico de uma função do 1º grau, atribuímos valores do domínio à variável x e calculamos os valores de y. Seja f(x) = -2x+1 x f(x) = -2x+1 (x , y) -1 f(-1) = -2(-1)+1= 2+1 =3 (-1,3) 0 f(0) = -2.0+1= 0+1 =1 (0,1) 1 2 f( 2 1 1 )= -2. +1=0 2 2 ( f(2) = -2.2+1 = -3 1 , 0) 2 (2,-3) QUADRO 1 – Construção da função do 1º grau Marcamos então esses pontos no plano cartesiano: Fundamentos da Matemática Capítulo 7 130 Anotações FIGURA 1 – Marcação dos pontos no Plano Cartesiano Percebemos que os pontos obtidos estão alinhados, ou seja, pertencem a uma mesma reta. FIGURA 2 – Alinhamento dos pontos no Plano Cartesiano Traçando outros gráficos, percebemos que o gráfico de toda função de 1º grau é uma reta. Vejamos a seguir o gráfico de uma função linear. Fundamentos da Matemática Capítulo 7 Anotações 131 CONCEITO Função linear – caso particular de uma função do 1º grau – sabemos que uma função do 1º grau é da forma f(x) = ax + b, quando b=0, dizemos que essa função é linear. São exemplos de função linear: f(x) = 2x g(x) = -5x h(x)= -x Exemplo 2: Traçar o gráfico da função linear f(x) = - x. Atribuímos os valores a x, em seguida marcamos nos gráficos os pontos (x,y). Alinhando os pontos, obtemos o seguinte gráfico: x f(x) ( x,y ) 0 0 (0,0) -2 2 (-2,2) 1 2 3 - 1 2 -3 ( 1 1 ,) 2 2 (3,-3) FIGURA 3 – Gráfico da função linear f(x) = - x 7.2.3 Crescimento e decrescimento de uma função do 1º grau Fundamentos da Matemática Capítulo 7 132 CONCEITO Anotações Podemos determinar se uma função do 1º grau é crescente ou decrescente pelo sinal do coeficiente a da variável x na lei de formação f(x) = ax+b. Observe os gráficos das funções: f(x) = 3x + 2 f(x)= -3x+2 se x = 0, então, f(0) = 2 se x = 0, então, f(0) = 2 se x = 1, então, f(1) = 5 se x = 1, então, f(1) = -1 FIGURA 4 – Aumentando os valores atribuídos a FIGURA 5 – Aumentando os valores atribuídos a x, aumentam também os valores correspondentes à x, diminuem também os valores correspondentes imagem f(x). à imagem f(x). Podemos então estabelecer as seguintes relações entre o sinal do coeficiente a e o crescimento e decrescimento dessa função. SAIBA QUE a > 0 f(x) = ax + b é crescente À medida que x cresce, os valores de f(x) também crescem. a < 0 f(x) = ax + b é decrescente À medida que x cresce, os valores de f(x) decrescem. Fundamentos da Matemática Capítulo 7 133 Anotações FIGURA 6 – f(x) crescente FIGURA 7 – f(x) decrescente 7.2.4 Estudo do sinal da função do 1º grau CONCEITO Estudar o sinal de uma função do 1 º grau y = f(x) significa determinar para que valores x do domínio da função a imagem f(x) será positiva, negativa ou nula. Primeiramente, vamos estudar o caso em que f(x) = 0. 7.2.4.1 Zero de uma função do 1º grau Dada a função f(x) = x – 3, calcular o valor de x para que f(x) = 0 f(x )= x-3 f(x)=0 x–3=0 x=3 O número 3 é denominado zero ou raiz da função, pois se substituirmos 3 no valor de x encontraremos f(x)=0. Chamamos de zero ou raiz da função f(x) = ax+b, o valor de x que anula a função, isto é, torna f(x)=0. Fundamentos da Matemática Capítulo 7 134 Anotações FIGURA 8 – Zero de uma função do 1º grau Observando o gráfico, verificamos que f(x) = 0, quando x = 3. Geometricamente, o zero da função polinomial do 1º grau é o valor onde a reta corta o eixo x. Pelo gráfico, percebemos que f(x) = 0 para x = 3 f(x) > 0 para x > 3 f(x) < 0 para x < 3 Podemos então estabelecer o seguinte quadro: a>0 a<0 _b a f(x)<0 _b a f(x)>0 x x _b a f(x)>0 f(x)<0 _b a Exemplo 3: Numa pequena indústria, o faturamento líquido relativo a um certo produto é calculado pela fórmula f(x) = 3x – 750, na qual f(x) representa o faturamento líquido de x unidades vendidas. Faça um estudo Fundamentos da Matemática Capítulo 7 Anotações do sinal dessa função e determine a quantidade mínima de unidades que devem ser vendidas para que haja lucro. A função f(x) é crescente, pois a > 0. O zero da função é: 3x – 750 = 0 3x = 750 135 x = 250. Esboçando o gráfico: Pelo esquema, temos: f(x) = 0 para x = 250 (lucro zero) f(x) > 0 para x > 250 f(x) < 0 para x < 250 f(x)>0 f(x)<0 dades. 250 Para haver lucro é necessária a venda de pelo menos 251 uni- Note que o domínio f(x) é o conjunto dos números naturais ( ), pois x representa o número de unidades vendidas. Exemplo 4: Dada a função f(x) = -2x + 4, notamos que a função é decrescente, pois a < 0. -2x = -4 O zero da função é: -2x + 4 =0 2x = 4 x=2 b Ou, pela fórmula que vimos a pouco, x = - a b = 8 e a = -2 b 4 x = - a = - �2 = - (-2) = 2 f(x)>0 x=2 Temos: Então, y=0 y>0 y<0 f(x)<0 x=2 x<2 x>2 Fundamentos da Matemática Capítulo 7 136 7. 3 RELEMBRANDO Aprendemos hoje mais um tipo de função, as chamadas funções polinomiais do 1º grau, sua forma geral e como encontrá-las sendo dados dois valores de x e f(x).Construímos os gráficos atribuindo valores a x e marcando os ponstos no plano cartesiano. Percebemos que os gráficos das funções de 1º grau são sempre retas e que se a > 0 a reta é inclinada para a direita e que se a < 0 a reta é inclinada para a esquerda. Aprendemos ainda que se calculamos a raiz da função podemos saber em quais intervalos f(x) é positivo ou negativo. 7.4 PARA SABER MAIS ALGO sobre Vestibular. Funções, Constante, 1º e 2 º Grau. Disponível em: http://www.algosobre.com.br/matematica/funcoesconstante-1-e-2-grau.html>. Acesso em 19 jan. 2010. O site acima possui informações sobre funções do 1° grau. 7.5 O QUE FAZER 1. Usando f(x) = ax+b e sabendo-se que f(-2)=8 e f(-1)=2, obtenha os valores de a e b. 2. Represente graficamente a função f: � ® � definida por: a) f(x) = 2x-1 1 b) f(x) = - 2 x+3 c) f(x) = 4x 3. Determine a raiz ou zero de cada uma das seguintes funções, indique em que intervalo f(x) é positivo e em que intervalo é negativo. 1 a) f(x) = 3 x+3 b) f(x) = 1-5x c) f(x) = 3x - 6 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 7 Anotações 137 ONDE ENCONTRAR GIOVANNI, José Ruy. BONJORNO, José Roberto. GIOVANNI JR, José Ruy. Matemática Fundamental: uma nova abordagem. ensino médio. São Paulo: FTD, 2002. MATEMÁTICA ESSENCIAL. Fundamental. Equações do segundo grau. Disponível em:<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/ medio/funcoes/funcoes-a.htm>. Acesso em: 26 jun. 2009. Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática CAPÍTULO 8 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 8 Anotações 8. FUNÇÕES DO 2º GRAU 141 8.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 8.1.1 Apresentação Olá!!! Continuando o estudo das funções, apresentamos as funções do 2º grau. Neste capítulo, você verá as representações gráficas das funções, assim como suas interpretações. Você irá estudar também mais detalhadamente as características da função do 2º grau com uma variável, também chamada de função quadrática. Verá que toda função do 2º é escrita da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais; aprenderá a construir seu gráfico, que recebe o nome de parábola e terá oportunidade de perceber que para a concavidade da parábola ser voltada para cima ou para baixo, depende somente do sinal coeficiente a. Aprenderá também o que é o vértice de uma função quadrática e uma fórmula para calculá-lo, você verá ainda os valores de máximo e de mínimo e em que intervalos essa função é crescente ou decrescente. 8.1.2 Justificativa Você terá oportunidade de ver que a parábola é uma das figuras mais importantes da Matemática e sua aplicabilidade prática é muito grande. Ela pode ser encontrada em muitas estruturas. Um exemplo disso no dia a dia, você sentado no ônibus, jogando chaveiro para cima e jogando de volta na mão. Embora pense que o chaveiro só vai pra cima e para baixo, para quem está de fora do ônibus o chaveiro faz um movimento de parábola (com concavidade para baixo), pois o ônibus se movimenta para frente, além do chaveiro ir para cima. Ainda como exemplo, você encontra as antenas parabólicas, os fogões solares, os estudos de balística e aplicações na economia. Por causa desses e de outros fatores importantes, é que você irá entrar agora no estudo das funções polinomiais do 2º grau. 8.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • estudar funções do 2º grau; • calcular os zeros ou raízes dessas funções; • traçar gráficos de funções do 2º grau, calcular o vértice e perceber que esse ponto pode ser de máximo ou de mínimo; Fundamentos da Matemática Capítulo 8 142 • entender quando a concavidade é voltada para baixo ou para cima e que isso depende exclusivamente do sinal de a; • aprender em que intervalos a função é crescente ou decrescente. 8.2 POR ONDE COMEÇAR A professora solicita a Marcelo que ele monte um painel para uma exposição da feira de ciências, o painel deve conter 850 cm2 de área. Porém, com uma condição o comprimento deve ter 20 cm a mais do que a largura. Vamos tentar ajudar Marcelo. • Representando por x a medida da largura da página, seu comprimento será representado por (x + 20). • Usando a fórmula de área do retângulo que você aprendeu no capítulo 4, área do retângulo: medida da base x medida altura. Podemos escrever a equação: (x + 20).x = 850 x2 + 20x = 850 Essa é uma equação do 2º grau. Você irá aprender a resolvê-la. 8.2.1 Estudo da função do 2º grau Diz-se que uma função é do 2º grau quando ela pode ser escrita da forma f(x) = ax2 + bx +c, com a ≠ 0, pois se a = 0 você teria uma função do 1º grau, que você acabou de estudar no capítulo 7. Da mesma forma que uma equação do 2º grau, uma função do 2º grau possui a, b e c como coeficientes. Veja alguns exemplos de funções do 2° grau: f(x)= x2 + 2 x -5 = 0 f(x)= -x2 + f(x) = -4x2 5 x 2 onde a = 1, b = 2 e c =-5 onde a= -1, b = 5 ,c=0 2 onde a = -4 , b= 0 e c =0 8.2.2 Gráfico de uma função quadrática Para construir o gráfico de uma função quadrática, inicialmente será feito o mesmo processo que fizemos para os outros tipos de funções, atribuindo valores à variável x e determinando as imagens y, assinalando os pontos obtidos (x,y) no plano cartesiano. Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 8 Anotações Serão feitos alguns exemplos, com isso descobre-se a forma do gráfico de uma função quadrática, então, percebe-se se há alguma regularidade. 143 Veja alguns exemplos: Exemplo 1: Construir o gráfico da função y = x2. Atribuindo valores para x: x y (x,y) -4 -2 0 2 4 16 4 0 4 16 (-4,16) (-1 , 1) (0 , 0) (1 , 1) (4 ,16) Ligando-se os pontos, obtém-se o gráfico acima. Exemplo 2: Traçar o gráfico de y = -x2+1 Observe que é feito o mesmo procedimento, atribui-se valores para x e encontra-se y. Os pontos são marcados no gráfico, obtendo assim o seguinte gráfico: x -3 -1 0 1 3 y -8 0 1 0 -8 (x,y) (-3,-8) (-1,0) (0,1) (1,0) (3,-8) Olhe que interessante: existe semelhança entre os dois gráficos que você acabou de ver, todos eles têm o formato de parábola. Por isso, chamamos os gráficos das funções do 2º grau de parábolas. Fundamentos da Matemática Capítulo 8 144 Anotações PRATICANDO Agora é sua vez de traçar o gráfico de uma função. Trace então o gráfico de 8.2.3 Concavidade A concavidade da parábola é a sua abertura. Pelos exemplos vistos acima, pode-se observar que em um a abertura ou concavidade está voltada para cima e no outro a concavidade está voltada para baixo. Concentre sua atenção! Você saberá agora quando a concavidade é para cima ou para baixo: SAIBA QUE Na primeira função f(x) = x2 , temos a = 1 > 0 Concavidade voltada para cima. No segundo exemplo f(x)= -x2+1, temos a = -1 < 0 Concavidade voltada para baixo. Então, você pode perceber que a concavidade de uma parábola de uma função f(x)=ax2 + bx +c depende do sinal do coeficiente a. Resumindo esta ideia na seguinte figura: Fundamentos da Matemática Capítulo 8 Anotações 8.2.4 Zeros de uma função quadrática 145 Em outros capítulos, você aprendeu que os zeros ou raízes de uma função f(x) são os valores do domínio para os quais f(x) = 0. CONCEITO Os zeros ou raízes da função quadrática são as raízes da equação do 2º grau. Vamos aprender melhor com um exemplo: Exemplo 3: Determinar as raízes (soluções) da função f(x)= x² - 4x + 3 Fazemos f (x) = 0 x² - 4x + 3 = 0 Pela fórmula de Bhaskara: D = b2 – 4ac = (-4)2 - 4.1.3 = 16 – 12 = 4 �b ± � � (�4) ± 4 4 ± 2 x= = 2a 2.1 2 4+2 6 x’ = = =3 2 2 4�2 2 x’’= = =1 2 2 x= +3 Portanto, os números 3 e 1 são os zeros da função f(x)= x² - 4x Como vimos no capítulo 5, para determinar as raízes de uma função f(x)= ax2+ bx + c, temos que analisar o valor de D. ______________________________________________________ Se D > 0, a função possui dois zeros reais e distintos (ou seja, duas raízes diferentes); Se D = 0, a função possui um zero real duplo (duas raízes iguais); Se D < 0, a função não possui zeros reais (não existe solução dentro do conjunto dos números reais). Fundamentos da Matemática Capítulo 8 146 ______________________________________________________ Veja alguns exemplos: Exemplo 4: Traçar o gráfico da função que acabamos de encontrar as raízes: f(x)= x² - 4x + 3 Como D = 4 > 0, tem-se duas raízes reais e distintas que são os números 1 e 3. Olhando o gráfico você percebe que a parábola corta o eixo x nos pontos (1,0) e (3,0). Exemplo 5: f(x)= -4x2+ 4x - 1 Encontrando as raízes de f(x). f(x) = 0 -4x2 + 4x - 1= 0 D = 42 - 4.(-4)(-1) D = 16-16 D=0 A função possui uma raiz dupla. Vejamos x= �b ± � �4 ± 0 �4 1 = = = 2a 2.( �4) �8 2 x’ = x’’ 1 2 Você vê no gráfico que a parábola corta o eixo x no ponto ( ,0). Exemplo 6: f(x) = x2 - 2x + 5 D = (-2)2-4.1.5 D = 4 – 20 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 8 Anotações D = -16 D<0 147 A equação não possui raízes reais. Note que a parábola não corta o eixo x. O que se pode perceber nos três exemplos acima é que os zeros ou raízes de uma função do 2 º grau são os valores de x dos pontos em que a parábola corta o eixo x. PRATICANDO Encontre as raízes da função g(x) = - x2 + 4 e trace seu gráfico utilizando o critério das raízes, que você acabou de aprender. 8.2.5 Vértice da parábola Você irá entrar num assunto bastante interessante, ele irá lhe ajudar a traçar os gráficos de uma maneira mais rápida. Veja o seguinte gráfico onde f(x) = x2. Fundamentos da Matemática Capítulo 8 148 Anotações Note que os pontos A e A`, B e B`, C e C` são simétricos com relação ao eixo y (isto é, possuem a mesma distância do eixo y). SAIBA QUE O ponto V, que é o ponto (0,0), representa o vértice da parábola. Para determinar as coordenadas do vértice da parábola, basta aplicar as fórmulas: xv= � b 2a yv= � � 4a O ponto V é da forma (xv,yv), onde xv é a abscissa x do vértice e yv é a ordenada y do vértice. Veja alguns exemplos de como é simples encontrar o vértice da parábola. Exemplo 7: Seja g(x) = x2-6x+5, determine o vértice dessa parábola. a = 1; b = -6 e c = 5 D = b2 – 4 .a.c D = (-6)2 – 4 .1.5 Fundamentos da Matemática Capítulo 8 Anotações D = 36-20 D = 16 149 Calculando xv e yv Então, o vértice é V = (3,4) Exemplo 8: O custo C, em reais, para produzir x unidades de um produto é dado por C(x) = 2x2 – 100x + 5.000. Obtenha: a) o vértice da parábola; b) o número de unidades que devem ser produzidas para que o custo seja mínimo; c) o valor do custo mínimo, em reais. A função pedida é do tipo y = ax² + bx + c, onde a = 2, b = –100 e c = 5.000, com x > 0. D = b² – 4.a.c D =100²–4.2.5.000 D =10000- 40000 D = -30000 Daí: b) O custo será mínimo no vértice. Como x é o número de unidades, o número de unidades para que o custo seja mínimo é o x do vértice: xv= � � 100 b 100 =� = = 25 2a 2.2 4 xv= 25 unidades. c) O custo será mínimo no vértice. Portanto, o custo mínimo é igual a: yv= � � � 30000 =� = 4 4a 8 yv = R$3.750,00. Fundamentos da Matemática Capítulo 8 150 8.2.6 Construindo o gráfico Anotações Você já conheceu as principais características da parábola, você pode então esboçar com mais facilidade o gráfico de uma função quadrática. Veja este exemplo e depois tente também. Exemplo 9: y = -x2 + 4 1º passo: concavidade da parábola Como a = -1 < 0, a concavidade é voltada para baixo. 2º passo: calculando os zeros da função: -x2 + 4 = 0 -x2 = - 4 (-1) x2 = 4 x = ± 4 x = ± 2 x ´ = 2 e x´´=-2 Do 2º passo, concluímos que a parábola toca o eixo x nos pontos (2,0) e (-2,0). 3º passo: calculando o vértice da parábola: Por último, marcam-se os pontos no plano cartesiano, e como você aprendeu que o gráfico de f(x) é uma parábola, obtém-se o gráfico. Fundamentos da Matemática Capítulo 8 Anotações 8.2.7 Valor de máximo e valor de mínimo 151 Quase todas as funções têm um valor máximo e um valor mínimo, assim também é a função do 2 º grau. SAIBA QUE Toda função de 2º grau assume ou um valor máximo ou um valor mínimo, dependendo do sinal do valor a. CURIOSIDADE Graficamente, o ponto que representa o máximo ou o mínimo da função de 2º grau é o vértice da parábola. Vejamos os dois casos. • a > 0, a parábola cresce infinitamente para valores positivos de y, não tendo portanto valor de máximo. Para qualquer valor de y que pegamos, terá sempre um valor maior que ele. Então, perceba que qualquer função onde a concavidade é voltada para cima a função tem somente valor de mínimo, que é calculado através do vértice da função. Seja a função abaixo dada por: f(x) = 3x2 - 6x + 2 Fundamentos da Matemática Capítulo 8 152 Anotações Você pode ver que essa função apresenta um valor mínimo yv = -1, não existe nenhum valor menor que ele para a função. Ele é dado pela � fórmula yv= � . 4a • a < 0 , a parábola decresce infinitamente para valores negativos de y, não tendo portanto valor de mínimo. Para qualquer valor de y, você ainda encontrará um valor menor que ele. Então, para qualquer função onde a < 0, a função tem somente valor de máximo, que é calculado através do vértice da função. Seja a função g(x) = -2x2 + 4x–1 O valor de máximo de g(x) é yv = 1, veja no gráfico que não há � nenhum valor maior que ele para y, e é dado pela fórmula yv= � . 4a Resumindo: a > 0 yv é o valor de mínimo e xv é chamado de ponto de mínimo da função. a < 0 yv é o valor de máximo e xv é chamado de ponto de máximo da função. 8.2.8 Crescimento e decrescimento de uma função quadrática O assunto que veremos agora é bem legal! Fundamentos da Matemática Capítulo 8 Anotações 153 CURIOSIDADE Aqui você irá entender em que intervalos a função cresce e decresce, e verá que essas duas coisas acontecem numa mesma função. Então, para estudar o crescimento e o decrescimento de uma função do 2º grau, serão utilizado os gráficos que você acabou de construir f(x) = 3x2- 6x + 2 e g(x) = -2x2 + 4x – 1. Iniciando com a f(x). Como a = 1 > 0, a concavidade é voltada para cima. Veja o comportamento das duas partes do gráfico: Para x ≥ xv temos: Para x ≤ xv, temos Para x ≤1, a função é decrescente, ou seja, quando x cresce y decresce. Para x ≥ 1, a função é crescente, ou seja, quando x cresce y cresce. Note que o vértice determina a mudança de comportamento de uma função. Fundamentos da Matemática Capítulo 8 154 Anotações No exemplo acima: f(x) é decrescente para x ≤ 1; f(x) é crescente para x ≥ 1. Exemplo 10: Observar o que acontece com a função g(x) = -2x2 + 4x–1 a = - 1< 0 admite um valor máximo, que é o vértice. Pelo gráfico: f(x) é crescente para x ≤ 1 f(x) é decrescente para x ≥1 PRATICANDO Seja a função y = 4x2 - 2x + 3. Em que intervalos essa função é crescente? E decrescente? 8.3 RELEMBRANDO Você acabou de estudar as funções do 2 ° grau, relembrou como calcular seus zeros ou raízes pela fórmula da Bhaskara. Pôde aprender que as raízes de uma função são os valores que o gráfico toca o eixo x. Você traçou junto conosco os gráficos desse tipo de função de duas formas: 1. como fez com todos os outros tipos de funções, atribuindo valores para x e encontrando os valores de y; 2. utilizando as informações da concavidade, do seu vértice e suas raízes. Fundamentos da Matemática Capítulo 8 Anotações Aprendeu ainda quais pontos são de máximo e de mínimo e que quando a concavidade é voltada para cima a função só possui ponto de mínimo, se a concavidade é voltada para baixo só possui ponto de máximo, e que esses valores representam o vértice de uma função. Por último, viu em que intervalos a função é crescente e decrescente e é a partir do vértice que vemos essa mudança. 155 8.4 PARA SABER MAIS GUELLI, Oscar. Contando a história da Equação do 2º grau. São Paulo: Ática, 1992. Coleção Contando a História da Matemática. Para saber mais sobre as funções e equações do 2 º grau, você pode pesquisar no livro citado acima. OFICINA de Funções. Um software para o Ensino de Matemática. Disponível em:<http://www.fsc.ufsc.br/~canzian/oficina/roteiro/ Sgrau.htm>. Acesso em 26 jun. 2009. Você pode entrar no site sugerido e estudar um pouco sobre o que acontece com uma função do 2º grau, quando se variam seus coeficientes, ou seja, os valores de a, b e c. 8.5 O QUE FAZER 1. Construa o gráfico das seguintes funções quadráticas: y = 3x2 y = –x2 + x + 6 y = x2- 6x+5 2. Observando as seguintes funções do 2º grau, diga se a parábola que representa a função tem concavidade voltada para cima ou para baixo, depois determine o seu vértice: f(x)=1- 4x2 f(x)= - x2+x -3 f(x)= - 6x2 3. Determine se as funções abaixo possuem valor de máximo ou de mínimo e em seguida calcule esse valor. y = -2x2+4x-1 y = x2-25 Fundamentos da Matemática Capítulo 8 156 4. Para que valores reais de x a função f(x)=2x2-6x-1 é crescente? 5. Para que valores de x a função g(x) = 3x2-4x+1 é decrescente? ONDE ENCONTRAR FUNÇÃO do 2 º grau. Disponível em: <http://www.klickeducacao. com.br/MaterialTrabalho/MaterialDisplay/0,4906,16-15-80-Dv_ matdv_mat_fernado1--POR,00.html\>. Acesso em 26 jun. 2009. GIOVANNI, José Ruy. BONJORNO, José Roberto. GIOVANNI JR, José Ruy. Matemática Fundamental: uma nova abordagem. ensino médio. São Paulo: FTD, 2002. GUELLI, Oscar. Contando a história da Equação do 2º grau. São Paulo: Ática, 1992. Coleção Contando a História da Matemática. LIMA, Elon Lages; CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; WAGNER, Eduardo; MORGADO, Augusto César. A matemática do Ensino Médio. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006.v.1. Coleção do Professor de Matemática. Fundamentos da Matemática Anotações CAPÍTULO 9 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 9 Anotações 9. FUNÇÃO EXPONENCIAL 159 9.1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 9.1.1 Apresentação Oi!! Seja bem vindo! Neste capítulo você estudará as funções exponenciais, essas funções são chamadas exponenciais, por causa da sua lei de formação, que é escrita na forma de uma potência, onde x é o expoente. Uma função escrita da forma f(x) = ax, como, por exemplo, 3x ou 52x +1, onde a é uma constante real maior que zero e diferente de 1, é chamada de função exponencial. Você verá também potenciação de números naturais e inteiros; e as propriedades da potenciação muito úteis para se trabalhar com equações exponenciais. Aprenderá ainda a traçar os gráficos desse tipo de função, da mesma forma que foi trabalhado até agora, atribuindo valores para x e encontrando o valor de y. Por fim, você terá a oportunidade de resolver algumas equações exponenciais. 9.1.2 Justificativa É muito bom ligar o seu conhecimento matemático ao seu cotidiano. Então, a partir de agora você perceberá que a função exponencial intervém em numerosas aplicações matemáticas, na Ciência e na Indústria, e é indispensável no estudo de muitos problemas de Economia e Finanças, nomeadamente no cálculo dos juros compostos. Você encontrará também diversos problemas de química em que se utilizam as equações exponenciais, por exemplo, no cálculo da meia-vida de alguns elementos e na meia-vida dos remédios. Em matemática financeira, aparece também esse tipo de equações, por exemplo, nas contas de banco, a partir do que se deposita podem ser calculados através de funções exponenciais os juros e consequentemente o saldo que o cliente terá nos meses ou anos seguintes. 9.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • calcular potência com expoentes naturais e inteiros; • aplicar as propriedades da potenciação para simplificar expressões com potências; • reconhecer uma função exponencial e traçar seus gráficos; • conhecer a função exponencial com base e; • resolver equações exponenciais utilizando suas propriedades. Fundamentos da Matemática Capítulo 9 160 9.2 POR ONDE COMEÇAR Anotações Você trabalhará a partir de agora com as funções exponenciais, para isso, é bom ter em mente algumas propriedades da potenciação, por isso você terá agora um breve resumo dessas propriedades. Boa sorte!!! 9.2.1 Potenciação 9.2.1.1 Potência com expoente natural A potenciação equivale a uma multiplicação de fatores iguais: 5.5.5= 125 ou 53=125 Numa potenciação, chamamos o número 5 de base e o número 3 de expoente. Outro exemplo: 3 111 1 1� 1 = ou � � ÷ = 222 8 �2 � 8 De um modo geral, podemos escrever: a n = a . a . a . ... . a n fatores sendo a um número real e n um número natural, com n 2. sendo a um número real e n um número natural, com n ≥ 2. Definimos: Definimos: 1 a seja, (ou seja, qualquer a 1 oéresultado a1 =a a=(ou qualquer númeronúmero elevado aelevado 1 o resultado ele mesmo,é 2ele =2, 1 mesmo, 21=2, 71=7); 7 =7); a0 = 1 (a ≠ 0) (qualquer número elevado a 0 é sempre 1, com 0 0 0 a do = 1 zero, (a 0)6(qualquer =1, 199número =1). elevado a 0 é sempre 1, com exceção do exceção 1 zero, 60 =1, 1990 =1). 9.2.1.2 Potência com expoente inteiro 9.2.1.2 Potência com expoente inteiro Você irá aprender agora como calcular potência com expoente negativo. Veja a definição e em seguida alguns exemplos. Seja n um número inteiroagora positivo a ≠ 0, potência definimos: Você irá aprender comoecalcular com expoente negativo. Veja a n definição e em seguida alguns 1 � exemplos. Seja n um número inteiro positivo e a 0, � -n a =� ÷ definimos: �a � Fundamentos da Matemática a -n 1 = a n ou seja, invertemos a fração e trocamos o sinal do expoente. 3 Capítulo 9 Anotações ou seja, invertemos a fração e trocamos o sinal do expoente. 161 Exemplo 1: 1 1� 1 a) 7 = � � ÷ = �7 � 7 b) -1 9.2.1.3 Potências com expoente racional m um número racional com n Se a é um número real positivo, n inteiro positivo, definimos: m n a = n am Exemplo 2: Exemplo 2: Exemplo 2: 2 8 32 = 3 8 2 = 3 64 = 4 8 3 = 3 8 2 = 3 64 = 4 9.2.1.4 Propriedades da potenciação 9.2.1.4 Propriedades da potenciação Sejam aPropriedades e banúmeros as seguintes igualdades são verdadeiras: 9.2.1.4Sejam da reais, potenciação e b números reais, as seguintes igualdades são verdadeiras: Sejam a e b números reais, as seguintes igualdades são verdadeiras: n n an a 1. am.an=am+n 3. a m = a m.n 5. n = nn n a a 1. am.an=am+n 3. a m = a m.n 5. b = b n b b n 2. am:an = a m-n 4. (a.b ) = a n .b n n 2. am:an = a m-n 4. (a.b ) = a n .b n ( ) ( ) a) Exemplos utilizando as propriedades da potenciação. Simplifique as expressões: Exemplos utilizando potenciação. Simplifique as exutilizandoas as propriedades propriedades dadapotenciação. Simplifique as expressões: a) Exemplos pressões: 3 1. (5 .56):510 1. 3 6(53.5106):510 5 .5 : 5 = [pela propriedade 1] 53.536+6 : 51010= [pela propriedade 1] = ( 5 ) : 5 = 59 : 510 = [pela propriedade 2] = ( 53+6 ) : 510 = 59 : 510 = [pela propriedade 2] 1 59-10 = 5−1 = 1 59-10 = 5−1 = 5 5 3 x +5 − 3 x + 2 2. 3 x+5 3−x 3 x+2 2. 3x ( ( ) ) 3 x+5 − 3 x+ 2 3 x.35 − 3 x.32 3 x (35 − 32 ) 5 2 x +5 x x + 2 = x 5 x x 2 = x 5x 2 = 3 − 3 = 243 – 9 =234 3 3− 3 3 .3 3− 3 .3 3 (33 − 3 ) = = = 35 − 32 = 243 – 9 =234 x x x 3 3 3 [INICIO ICONE DESAFIO] ( −x ) ( −x ) [INICIO ICONE DESAFIO] 7x + 7 7x − 7 Fundamentos ( −x ) e B = ( −x ) , qual é o valor de Sabendo que A = x A2 – B2? da Matemática 7 +27 7 x −27 Sabendo que A = eB= , qual é o valor de A2 – B2? 2 2 [FIM ICONE DESAFIO] 4 4 Capítulo 9 162 Anotações DESAFIO 7x + 7 Sabendo que A = 2 ( −x − ) 7x − 7 eB= 2 ( −x − ) , qual é o valor de A , qual é o valor de A2 – B2? 9.2.2 Funções Exponenciais 5 9.2.2.1 Definição e Gráfico 9.2.2 Funções Exponenciais Como já foi dito neste capítulo, em Matemática chama-se funx ção exponencial a função definida por f(x) = a , em que a é um núme9.2.2.1 Definição e Gráfico ro real a deve ser maior que função zero exponencial e diferente de 1. Como dado, já foi ditoonde neste capítulo, em Matemática chama-se a função a achama-se base função definida porO f(x)número = a , em que é um número real dado,da onde a deve serexponencial, maior que zero e x é o expoente oude grau. diferente 1. O número base da função é o expoente ou grau. Vejaa chama-se a construção deexponencial, alguns xgráfi cos de funções exponenciais e observe algumas propriedades. x Veja a construção de alguns gráficos de funções exponenciais e observe algumas propriedades. Exemplo 3: Exemplo 3: Construir o gráfico de y = 3x. Atribui-se valores para os x valores e encontram-se os valores de y. x e encontram-se de y. Atribui-se valores para Construir o gráfico de y = 3x. Em seguida, marcam-se os pontos no(x,yeixo e ligando esses ) no eixo Em seguida, marcam-se(x,y) os pontos e ligando esses pontos obtém-se assim o pontos obtém-se assim o seguinte gráfico: seguinte gráfico: f(x) x (x,y) 3 -3 1 1 f(-3) = 3-3= = 9 3 -2 1 1 f(-2) = 3-2 = = 4 3 -1 1 1 f(-1) = 3-1 = = 3 3 2 1 0 1 2 f(0) = 30 = 1 1 (-3, ) 9 (-3, 1 ) 4 1 (-3, ) 3 (0,1) 1 (1,3) 2 (2,9) f(1) = 3 = 3 f(2) = 3 = 9 Fundamentos da Matemática Capítulo 9 6 Anotações Exemplo 4: 163 Exemplo 4: x 1 Construir o ygráfico Construir o gráfico de = 3 x 1� de y = � � ÷ �3 � Atribuem-se os valores a x, em seguida marcam-se os pontos no eixo cartesiano, e Atribuem-se os valores a x, em seguida marcam-se os pontos no eixo cartesiano, e ligando esses pontos obtém-se o seguinte gráfico: ligando esses pontos obtém-se o seguinte gráfico: f(x) x (x,y) −2 2 (-2,9) 1 (-1,3) -2 1 f(-2) = 3 3 = =9 1 -1 1 3 f(-1)= = = 3 3 1 −1 0 (0,1) 1 1 (1, ) 3 0 1 f(0) = = 1 3 1 1 1 f(1) = = 3 3 2 1 1 f(2) = = 3 9 2 1 (2, ) 9 Exemplo 5: Exemplo 5: Um importante número irracional é o número e que tem valor aproximado de Um importante número irracional é o número e que tem valor aproximado de 2,7183.Veja o gráfico de y = ex. 2,7183.Veja o gráfico de y = ex. PRATICANDO Agora é sua vez! Construa o gráfico cartesiano da seguinte função: y = 2x - 1 Fundamentos da Matemática Capítulo 9 164 9.2.2.2 Propriedades da Função Exponencial Anotações Toda função exponencial obedece a algumas propriedades, você verá agora quais são elas. x 1. Na função exponencial y = a , temos: Quando x = 0 y = a0 =1, ou seja, o par ordenado (0,1) satisfaz toda função y = a x para todo a (a > 0 e a ≠ 1). x 2. Se a >1, a função y = a é estritamente crescente. x 3� São crescentes as funções: f(x) = 2 ; f(x) = � � ÷ ; f(x) = (1,5)x. �2 � x x 3. Se 0 < a < 1, a função y = a é estritamente decrescente. x São decrescentes as funções: 1� f(x) = � � ÷; �2 � f(x)=(0,3)x. 4. Para todo a > 0 e a ≠ 1, temos: se a x = a x , então, x1=x2. 1 2 Exemplo 6: Se 5x = 57 x = 7. 5. Para todo a > 0 e todo x real, temos ax > 0; portanto, o gráfico da função y = ax está sempre acima do eixo dos x. Em todos os exemplos acima, você pode ver que o gráfico está sempre acima do eixo dos x. 9.2.3 Equações Exponenciais Uma equação exponencial é aquela que apresenta a incógnita no expoente de pelo menos uma potência. São exponenciais, por exemplo, as equações 3x = 81 e 4x - 2x = 12. Vamos resolver juntos algumas equações exponenciais! Equação 1: 2x = 32 1º passo: transformar a equação de modo a colocá-la na forma a x = a x , isto é, com uma igualdade entre duas potências de mesma base: 2x = 25 2x = 32 e 32 = 25 1 Fundamentos da Matemática 2 Capítulo 9 Anotações 2º passo: utilizando a propriedade 4 que diz que se a x = a x , então, x1=x2. 1 3º passo: daí, sabemos que 2x = 25 165 x = 5. x �1 � 4 � ÷ =3 �3 � Equação 2: 2 �4 x �1 � �1 � � ÷ =� ÷ �3 � �3 � x = -4. �4 1� Observação: 3 = � � ÷ , pois invertendo a fração invertemos o sinal. �3 � 4 Equação 3: 2 (x + 1) - 2 (3 � x ) = 6 Utilizando as propriedades da potenciação, pode-se escrever essa equação na forma: 3 2x . 2 - 2 = 6. x 2 x E substituindo 2 por y ( y > 0), fica: 8 y.2- y = 6 2y2 8 6y tirando o mmc: � = y y y 2 y 2 - 6y - 8 = 0. Encontrando as raízes da equação pela fórmula de Bhaskara: a = 2, b = -6 e c = -8 = b2 - 4ac = (-6)2 - 4.2.(-8) = 36+64 = 100 Como y = 2 x , temos para y = 4 : para y = -1: 2x = 4 2x = 22 x = 2; 2 x = -1 é impossível. Fundamentos da Matemática Capítulo 9 166 PRATICANDO Anotações Quais valores de x são soluções da equação: 9x – 36.3x + 243 = 0 Vamos realizar agora um problema prático! Uma empresa produziu, num certo ano, 8000 unidades de determinado produto. Projetando um aumento anual de produção de 50%, a) qual a produção P dessa empresa t anos depois? b) após quantos anos a produção anual da empresa será de 40500 unidades? a) Um ano depois: 8000 + 50% de 8000 = 8000 + + 0,5)= 8 000.1,5. .8000 = 8000 (1 Dois anos depois: 8000.1,5 + 50% de 8000.1,5 = 8000 .1,5+ .8000.1,5 = 8000(1,5) [1+0,5]= 8000(1,5)2. (1,5)3. Três anos depois: 8000.(1,5)2 + 50% de 8000.(1,5)2 = 8000. Portanto, para t anos podemos usar a fórmula P = 8000.(1,50)t. b) Fazendo P = 40500, na fórmula anterior, obtemos a equação: 40 500 = 8000(1,50)t. Vamos resolvê-la: 40500 = 8 000.(1,50)t temos: Lembrando que 1,50 = () () 3 e simplificando 2 (1,50)t = 40500 8000 , () () Como as bases são iguais, positivas e diferentes de 1, igualam-se os expoentes: t = 4. Fundamentos da Matemática Capítulo 9 Anotações Desse modo, a produção anual da empresa será de 40500 unidades após 4 anos. 167 9.3 RELEMBRANDO Você acabou de aprender as chamadas equações exponenciais, que são equações onde a incógnita x é no expoente; aprendeu também a traçar seus gráficos. Teve oportunidade também de trabalhar com equações exponenciais e algumas técnicas de como resolvê-las; viu que elas podem ser usadas em muitas situações práticas. Por fim, você pôde resolver uma dessas situações. 9.4 PARA SABER MAIS LIMA, Elon Lages; CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; WAGNER, Eduardo; MORGADO, Augusto César. Temas e Problemas Elementares. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006. Pesquise o livro acima para ler mais e resolver problemas com as funções exponenciais. 9.5 O QUE FAZER 1. Trace o gráfico das seguintes equações exponenciais: x 1� a) f(x)= � � ÷ �4 � b) g(x)= 5x x 3� c) h(x) = � � ÷ �2 � 2. Resolver a equação 27x = 243. 3. Determinar o valor de x para o qual (4/9)x=81/16. 4. Encontre x real tal que: 3x+2 - 3x+1 + 3x + 3x-1 + 3x-3 = 16119 Fundamentos da Matemática Capítulo 9 168 ONDE ENCONTRAR EQUAÇÕES Exponenciais. Disponível em: <http://www.nghorta. com/2006/04/16/equacoes-exponenciais/>. Acesso em: 26 jun. 2009. EXERCÍCIO Função Exponencial. Disponível em: <http://www. cepa.if.usp.br/e-calculo/funcoes/exponencial/exercicios/exercicios. htm>. Acesso em: 26 jun. 2009. FUNÇÃO Exponencial. Disponível em : <http://www.educ.fc.ul.pt/ icm/icm2002/icm103/funcaoexponencial.htm>. Acesso em: 26 jun. 2009 FUNÇÕES Exponenciais: Exercício. Disponível em : <http://pessoal. sercomtel.com.br/matematica/medio/expolog/exponenc-a.htm>. Acesso em: 26 jun. 2009. FANCCHINI, Walter. Matemática. São Paulo: Editora Saraiva, 1996. GIOVANNI, José Ruy. BONJORNO, José Roberto. GIOVANNI JR, José Ruy. Matemática Fundamental: uma nova abordagem: ensino médio. São Paulo: FTD, 2002. IEZZI, Gelson et. al. Matemática. 3. ed. São Paulo: Atual, 2005. LIMA, Elon Lages; CARVALHO, Paulo Cezar Pinto; WAGNER, Eduardo; MORGADO, Augusto César. Temas e Problemas Elementares. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006. Fundamentos da Matemática Anotações CAPÍTULO 10 Fundamentos da Matemática Fundamentos da Matemática Capítulo 10 Anotações 10 FUNÇÕES LOGARÍTMICAS 171 10. 1 ONDE QUEREMOS CHEGAR 10.1.1 Apresentação Estamos chegando ao fim da nossa jornada, com o Capítulo 10, finalizamos o nosso estudo apresentando os logaritmos, sua definição e características. Você verá que o logaritmo é escrito como log a b = x, onde se lê: x é o logaritmo de b na base a, b é chamado de logaritmando e x de logaritmo. Aprenderá também que para um logaritmo existir deve obedecer a algumas condições. Você terá oportunidade de resolver as equações logarítmicas e verá também que com as propriedades dos logaritmos essas equações ficam ainda mais fáceis de serem resolvidas. Por fim, você trabalhará com as funções logarítmicas e seus gráficos, percebendo que a função logarítmica é a inversa da função exponencial vista anteriormente no Capítulo 9 e também que a partir dessa informação torna-se ainda mais fácil traçar seu gráfico. 10.1.2 Justificativa É muito importante você conhecer as funções logarítmicas, pois, como a função exponencial, a função logarítmica tem as suas aplicações e sua importância. Os logaritmos foram introduzidos no século XVII como uma ferramenta computacional, eles forneceram aos cientistas daquela época um poder de cálculo até então inimaginável. Embora os computadores e as calculadoras tenham substituído amplamente os logaritmos em cálculos numéricos, as funções logarítmicas têm uma vasta aplicação na matemática e na ciência. 10.1.3 Objetivos Neste capítulo, você terá oportunidade de: • entender a importância dos logaritmos e das funções logarítmicas; • conhecer um logaritmo e saber calculá-lo; • perceber que, para existir, um logaritmo deve cumprir condições de existência; • resolver equações logarítmicas; • traçar o gráfico dessas funções. Fundamentos da Matemática Capítulo 10 172 10.2 POR ONDE COMEÇAR Anotações Vamos escrever alguns números como potência de base 10. 0,1 = 10-1 0,01 = 10-2 0,001 = 10-3 1 = 100 10 = 101 100 = 102 Porém, na maioria dos casos, torna-se difícil escrever um número como potência de base 10. Por exemplo, o número 2, o 3. Usando aproximações, você pode escrever: 2 = 100,301 3 = 100,477 10.2.1 O que é logaritmo Veja então o seguinte quadro, o qual matemáticos dos séculos XVI e XVII desenvolveram e onde se relacionam os números naturais e os expoentes de 10 correspondentes. A esses expoentes foi dado o nome de logaritmos. Número Logaritmo 1 2 3 4 5 ... 10 ... 251 ... 1000 0,000 0,301 0,477 0,602 0,699 ... 1,000 ... 2,399 ... 3,000 QUADRO 1 – Números naturais e os expoentes de 10 correspondentes Pelo quadro você pode ver que: • o número 0,699 é chamado o logaritmo de 5 na base 10. Indicamos: log10 5 log10 5= 0,699, ou seja, 5 = 100,699 Fundamentos da Matemática Capítulo 10 Anotações • O número 2,399 é chamado o logaritmo de 251 na base 10. 173 Indicamos: log10 251 log10 251 = 2,399 , ou seja, 251 = 102,399 Esses quadros foram chamadas de tábuas de logaritmos decimais porque os números são representados como potências de base 10. Entretanto, os logaritmos podem ser escritos em qualquer base positiva diferente de 1. Veja: • log 7 2 = 0,356 , pois 2 = 70,356 • log 8 64 = 2 , pois 64 = 82 Daí, então, você tem que: Diz-se que x é o logaritmo de b na base a. Algumas observações se fazem importantes! É bom você concentrar sua atenção! • Se a base do logaritmo for 10, costuma-se omitir a base na sua representação. log 10 b = log b • Tem-se também os logaritmos chamados de neperianos, a base desse logaritmo é o número irracional e = 2,71828... (que você conheceu no capítulo 9). log e b = ln b É também conhecido como logaritmo natural por ter grandes aplicações em diversos fenômenos da natureza. Fundamentos da Matemática Capítulo 10 5 174 Anotações Exemplo 1 Calcule log 3 81 Exemplo 1 de x. Como não se sabe Calcule logo3 valor 81 de log3 81, esse valor será chamado Como não se sabe o valor de log3 81, esse valor será chamado de x. x 4 x x3 43 =x3 x = 4 = x 81 = 3 81 81 = x 81 = 3 3 = 3 x=4 loglog 3 Exemplo 2 Exemplo 2 Calcule Calcule log 25 0,2log 25 0,2 log 25 0,2 = y 0,2 = 25y substituímos 0,2 por 2 10 2 2 = 25 y invertendo a fração obtemos 10 10 −1 10 = 25 y 2 5 −1 = (5 2 ) y 5 −1 = 5 2 y − 1 = 2 y 2 y = −1 y = − 1 2 PRATICANDO[INICIO DO ICONE PRATICANDO] Quanto Quantovale: vale: 2.2. CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DE LOGARITMO logUM 4 64 [FIM DO ICONE PRATICANDO] Você irá aprender agora quais as condições para que um logaritmo exista. Para um logaritmo de b na base a existir, deve-se ter: • logaritmando positivo b > 0; Você irá aprender agora quais as condições para que um logarit• base positiva e diferente de 1: a > 0 e a 1. mo exista. Para um logaritmo de b na base a existir, deve-se ter: • logaritmando positivo b > 0; Vamos verificar: • base positiva e diferente de 1: a > 0 e a ≠ 1. 1. b = - 5 < 0 Ex: log 2 -5= x -5 = 2 ∴ não existe x ∈ℜ que satisfaça essa equação. Vamos verificar: 1. b = - 5 Portanto, <0 b não pode ser menor que 0. Ex: log2 -5= x -5 = 2x \ não existe x � � que satisfaça essa equação. x Fundamentos da Matemática Capítulo 10 Anotações Portanto, b não pode ser menor que 0. 175 2. a = 1 Ex: log12 = y 2 = 1y não existe y tal que 1y seja igual a 2. Então, a deve ser diferente de 1. 3. a < 0 Ex: log-4 4=z 4 = -4z não existe z � � que satisfaça essa equação. Exemplo 3 Determine os valores reais de x e y para que log y + 1 (x - 8) exista. ® x–8>0 x>8 Deve-se ter: ® y + 1 > 0 y > -1 e y + 1 ≠ 1 y ≠ 1 – 1 y ≠ 0 Então, para o logaritmo acima existir, deve-se ter: x > 8, y > -1 e y ≠ 0 10.2.2 Consequências da definição Sendo satisfeitas as condições de existência dos logaritmos, que você acabou de ver acima, verifica-se que: 1. o logaritmo de 1 em qualquer base é igual 0, loga1 = 0, pois a0 = 1; 2. o logaritmo da própria base é igual a 1, logaa = 1, pois a1=a; 3. seja log a am = p ⇔ a p = a m, portanto, p = m , então, log a a m = m; 4. pela definição de logaritmos, temos log a b = x ⇔ b = ax, substituindo o valor de x da primeira igualdade na segunda, obtemos que alogab = b. Fundamentos da Matemática Capítulo 10 176 Anotações 10.2.3 Equações logarítmicas CONCEITO Chamam-se de equações logarítmicas toda equação que envolve logaritmos com a incógnita aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos. São exemplos de equações logarítmicas: log (x - 1) = -2 log x+1 (19 - x) = 1 1 3 Para resolver essas equações, aplicaremos a definição de logaritmo e a seguinte propriedade: log a b = log a c ⇔ b = c, com a,b e c > 0, e a ≠ 1 Exemplo 4 Vamos resolver juntos as duas equações acima! 1. log (x - 1) = -2 1 3 x>1 Primeiro, deve-se observar a condição de existência: x – 1 > 0 Usando a definição de logaritmo: log (x - 1) = -2 1 3 ⎛1⎞ x −1 = ⎜ ⎟ ⎝ 3⎠ −2 x-1 = 32 x-1=9 x = 10 Como x = 10, satisfaz a condição de existência x > 1. Portanto, a solução é S = {10}. € 2. log x + 1 (19 - x) = 1 Observando as condições de existência: 19 - x > 0 x+1>0 Fundamentos da Matemática -x > -19 x > -1 x < 19 Capítulo 10 Anotações Resolvendo pela definição: 177 log x+1 (19 - x) = 1 19 – x = (x+ 1)1 19 – x = x + 1 - x – x = 1 - 19 -2x = - 18(-1) x = 18 x= 18 ⇒ x =9 2 x = 9 é menor que 19 e maior que -1, satisfazendo assim as condições €de existência. Portanto, S = {9}. DESAFIO Qual o valor de x na seguinte equação: log 4 (log 2 x) = 1 10.2.4 Propriedade dos logaritmos As propriedades dos logaritmos são muito importantes na hora de resolver as equações logarítmicas, portanto, concentre sua atenção!!! 1ª Propriedade: Logaritmo de um produto O logaritmo de um produto é igual à soma dos logaritmos dos fatores, sendo as bases iguais: log a (b.c) = log a b + log a c , com a,b e c > 0, e a ≠ 1 Fundamentos da Matemática Capítulo 10 178 Exemplo: log 2 (6) = log 2 (3.2) = log 2 3 + log 2 2 2ª Propriedade: Logaritmo do quociente O logaritmo do quociente é igual ao logaritmo do dividendo menos o logaritmo do divisor, sendo as bases iguais. log a = log a b ‐ log a c , com a,b e c > 0, e a ≠ 1 Exemplo: log 3 17 = log 3 = log 3 54 - log 3 2 3ª Propriedade: Logaritmo de uma potência O logaritmo de uma potência é igual ao produto do expoente pelo logaritmo da base da potência, isto é: log a b n = n log a b , com a, e b > 0, e a ≠ 1 Exemplo: log 5 5 3 = 3. log 5 5 Exemplos Sendo log 2 = 0,301, log 3 = 0,477, log 5= 0,699, calcular : a) log 81 log 81 = log 10 81= log 10 34 pela 3ª propriedade log 10 34 = 3. log103= 3.0,477=1,431 Então log 81 = 1,431 Fundamentos da Matemática Anotações Capítulo 10 Anotações 179 b) log 5 6 log 5 6 = pela propriedade da potenciação 1 5 log 6 = pela propriedade 3 dos logaritmos 1 . log 6 = pela propriedade 1 dos logaritmos 5 c) log 1,8 log 1,8 = log pela propriedade 2 dos logaritmos log 18 Ð log 10 = log3.3.2 Ð log 2.5 utilizando a propriedade 1 dos logaritmos: [log3 + log3 + log2] Ð [log2 + log5] = [0,477 + 0,477 + 0,301] Ð [0,301 + 0,699] [1,255] Ð 1 = 0,255 10.2.5 Função logarítmica A função exponencial f: � ® � + definida por f(x) = ax, com a > 0 e a ≠ 1, é bijetora, e, portanto, podemos determinar a sua função inversa. CONCEITO A função inversa da função exponencial é a função logarítmica. Fundamentos da Matemática Capítulo 10 180 Anotações Observe: y = ax, para calcular a função inversa permutamos as variáveis x = a y y = log a x. Você pode lembrar que, quando uma função é a inversa da outra, seus gráficos são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares; então, pelo gráfico da exponencial, construímos imediatamente o gráfico da função logarítmica. Para a > 1: Para 0 < a < 1 : Note que: • se a > 1, a função é crescente, isto é, quando os valores de x crescem os de y também crescem; • se 0 < a < 1, a função é decrescente, quando os valores de x crescem os de y decrescem. Exemplo 5 Construir o gráfico da função f(x) = log3 x. 1º passo: atribuir valores a x: Fundamentos da Matemática Capítulo 10 Anotações x f(x) 1 9 € € € (x,y) y = log 3 1 1 ⇒ 3y = ⇒ 3y = 9 −1 ⇒ 3y = 3−2 ⇒ y = −2 9 9 y = log 3 1 1 ⇒ 3y = ⇒ 3y = 3−1 ⇒ y = −1 3 3 1 y = log 3 1 ⇒ 3y = 1 ⇒ y = 0 3 y = log 3 3 ⇒ 3y = 3 ⇒ y = 1 9 y = log 3 9 ⇒ 3y = 9 ⇒ 3y = 32 ⇒ y = 2 € 181 ⎛1 ⎜ ,−2) ⎝9 ⎛1 ⎜ ,−1) ⎝3 (1,0) € (3,1) (9,2) € € 2º passo: observar se a função é crescente ou decrescente. f(x) = log3 x, a base é igual a 3, que é maior que zero. Portanto, a função é crescente. 3º passo: construir o gráfico: Exemplo 6 Construir o gráfico de f(x) = log 1 x 3 1º passo: atribuir valores a x. 2º passo: verificar se é crescente ou decrescente. 3º passo: construir o gráfico. Fundamentos da Matemática Capítulo 10 182 x y 9 -2 Anotações 3 -1 1 0 1 3 1 1 9 2 PRATICANDO Trace o gráfico da função: g(x) = 10.3 RELEMBRANDO Você conclui então seus estudos com as funções logarítmicas, entendendo primeiramente o que é um logaritmo e como se faz para calculá-lo, aprendeu que podemos escrever um logaritmo com qualquer base desde que ela seja maior que zero e diferente de 1. Teve oportunidade de conhecer as propriedades dos logaritmos e ver o quanto elas facilitam os cálculos. Pôde resolver equações logarítmicas, verificando primeiramente as suas condições de existência. Por último, você traçou junto conosco o gráfico geral de uma função logarítmica com o auxílio da sua inversa, que é a função exponencial. Teve oportunidade de traçar alguns gráficos funções logarítmicas, atribuindo valores a x, encontrando y e marcando os pontos no plano cartesiano. Fundamentos da Matemática Capítulo 10 Anotações 10.4 O QUE FAZER 183 1. Qual o valor de: a) log5 125 b)log2 264 c) log40,25 2.Sabendo que log 2 = 0,301, log 3 = 0,477, log 5= 0,699, calcule: a) log 75 b) log 120 c) log 125 3. Qual o valor de x nas seguintes equações: a) log2(x + 3) + log2(x - 3) = log27 b) log3(x + 5) = 2 4. Trace os gráficos das seguintes funções logarítmicas a) y = log2x b) y = log(1/4)x 10.5 PARA SABER MAIS EDITORA Moderna. Disponível em:<http://www.moderna.com.br/ moderna/didaticos/em/artigos/2006/032006-01.htm>. Acesso em: 26 jun. 2009. Neste link, você aprende mais sobre os logaritmos e sua história. ONDE ENCONTRAR A HISTÓRIA da construção do conceito de logaritmo. Disponível em: <http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/ artigos/2006/032006-01.htm>. Acesso em: 12 set. 2007. GIOVANNI, José Ruy. BONJORNO, José Roberto. GIOVANNI JR, José Ruy. Matemática Fundamental: uma nova abordagem: ensino médio. vol único.São Paulo: FTD, 2002. IEZZI, Gelson et. al. Matemática: volume único. 3. ed. São Paulo: Atual, 2005. 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