Hortícolas e Flores Hortícolas e Flores

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PROGRAMA
DESENVOLVIMENTO RURAL
2007 – 2013
Fileira dos
Hortícolas e Flores
DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO
ALGARVE
Documento de trabalho
Julho de 2007
PROGRAMA
DESENVOLVIMENTO RURAL 2007 – 2013
ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
ÍNDICE
FILEIRA DOS HORTÍCOLAS
1
HORTÍCOLAS E FLORES..............................................................................................................
FLORES
ÍNDICE............................................................................................................................................................................... 2
DIAGNÓSTICO DA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES............................................................................... 4
1. ESTRATÉGIA REGIONAL ...................................................................................................................................... 11
1.1 QUALIDADE E DIFERENCIAÇÃO .............................................................................................................................. 11
1.2 INTEGRAÇÃO DA FILEIRA ....................................................................................................................................... 12
1.3 ORIENTAÇÃO PARA MERCADOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 13
1.4 VISÃO MULTIFUNCIONAL DA FILEIRA ..................................................................................................................... 14
2. OBJECTIVOS PARA A FILEIRA ........................................................................................................................... 15
2.1 OBJECTIVOS DE MERCADO ................................................................................................................................... 15
2.2 OBJECTIVOS DE ESTRUTURA ................................................................................................................................ 15
2.3 OBJECTIVOS DE MULTIFUNCIONALIDADE.............................................................................................................. 16
2.4 OBJECTIVOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................................................... 16
3. ZONAS DE QUALIDADE ........................................................................................................................................ 17
4. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA FILEIRA................................................................................................................ 17
5. VALORIZAÇÃO FUTURA DA FILEIRA................................................................................................................ 18
6. TIPOLOGIA DE PROJECTOS................................................................................................................................ 18
7. ORIENTAÇÕES PARA A SELECÇÃO DE PROJECTOS................................................................................. 22
8. ORIENTAÇÕES PARA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL .......................................................................... 22
9. REDES TEMÁTICAS DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO ............................................................................. 23
10. ÁREAS DE INOVAÇÃO ........................................................................................................................................ 24
11. CUSTOS DE CONTEXTO ..................................................................................................................................... 24
SUB-FILEIRA DAS CULTURAS HORTÍCOLAS................................................................................................
25
HORTÍCOLAS
12. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA.................................................................................................... 26
12.1 CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA .......................................................................................................................... 26
12.2 VALOR ACTUAL .................................................................................................................................................... 33
13. VALORIZAÇÃO FUTURA DA SUB-FILEIRA.................................................................................................... 34
13.1 EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA PRODUÇÃO, DOS PREÇOS E DAS EXPORTAÇÕES.................................................... 35
13.2 CRESCIMENTO ESPERADO DO VALOR DA SUB-FILEIRA ..................................................................................... 37
SUB-FILEIRA DAS FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS
ORNAMENTAIS ........................................................................ 38
14. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA.................................................................................................... 39
14.1 CARACTERIZAÇÃO ECONÓMICA .......................................................................................................................... 39
14.2 VALOR ACTUAL .................................................................................................................................................... 44
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15. VALORIZAÇÃO FUTURA DA SUB-FILEIRA.................................................................................................... 45
15.1 EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA PRODUÇÃO, DOS PREÇOS E DAS EXPORTAÇÕES.................................................... 46
15.2 CRESCIMENTO ESPERADO DO VALOR DA SUB-FILEIRA ..................................................................................... 47
ANEXO I.......................................................................................................................................................................... 48
PRINCIPAIS RAZÕES PARA INVESTIR NA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES NO ALGARVE ..... 48
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DIAGNÓSTICO DA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES
O diagnóstico regional da Fileira dos Hortícolas e Flores, que serviu de base ao desenvolvimento
da Estratégia Regional para esta fileira, realizou-se através de uma análise SWOT, tendo-se
chegado ao seguinte resultado:
Culturas Hortícolas
Pontos Fortes
•
Existência de
meios
humanos
com
conhecimento na Região,
proveniente do
desenvolvimento de várias actividades de I, DE e D, realizadas pela Direcção Regional de
Agricultura e Pescas do Algarve, nos seus Centros de Experimentação, em colaboração
com instituições públicas (Universidade do Algarve, etc.) e privadas;
•
Todo um património sócio-cultural e saber acumulados nesta área por parte dos
agricultores e existência de empresários experientes;
•
Condições edafo-climáticas de eleição para a obtenção de hortícolas, particularmente fora
de época, com importantes vantagens comparativas, face a produções similares de outras
regiões;
•
Importante número de projectos de investigação e de experimentação nesta área já
realizados;
•
Aumento das áreas de regadio e existência de água de qualidade, com origem na serra e
aquíferos da região;
•
Sinais de abertura a uma reorientação produtiva agrícola mais adequada às condições
edafo-climáticas e às exigências do mercado;
•
Boas vias de comunicação ferroviárias, rodoviárias, aeroportuárias, com tendência para
melhorar;
•
Existência de algumas associações com potencialidade para dinamizar o sector e
capacidade produtiva instalada;
•
Existência de produtos de qualidade.
Pontos Fracos
•
Perda de competitividade das produções algarvias;
•
Perda de importância, em termos de áreas envolvidas e consequentemente de volume
de produção;
•
Unidades de comercialização atomizadas e sem dimensão crítica;
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•
Estufas de qualidade deficiente, não permitindo as necessárias condições de
produção, o que implica uma baixa produtividade;
•
Empresários agrícolas profundamente descapitalizados;
•
Tecido empresarial atomizado, envelhecido;
•
Baixos níveis de qualificação dos agricultores;
•
Alguma dificuldade no acesso à mão-de-obra, derivada em grande parte da
concorrência de outros sectores de actividade, como é o caso do turismo;
•
Ausência de estratégias de” marketing”;
•
Fraca apetência dos empresários agrícolas para se associarem por forma a ganharem
dimensão e desta forma tornarem-se mais competitivos;
•
Falta de especialização produtiva;
•
Existência de necessidades não cobertas ao nível de homologação de determinados
produtos fitossanitários;
•
Falta de dinâmica de exportação;
•
Falta de transformação dos produtos.
Oportunidades
•
Crescimento acentuado, ocorrido nos últimos anos, do consumo de produtos frescos
(frutas e vegetais) a nível interno e europeu, com tendência para aumentar, sector em que
o país é deficitário;
•
Aproveitamento das valências ao nível do núcleo de actividades associadas ao turismo /
integração ou complemento à cadeia de valor do sector turístico;
•
Aposta pública no aumento das áreas de regadio, permitindo por um lado estender esse
recurso vital a novas áreas e por outro diminuir a pressão intensa a que os recursos
subterrâneos estão submetidos;
•
A qualidade das produções obtidas é susceptível de conduzir à diferenciação desses
mesmos produtos, desde que seja dada particular atenção às condições de produção;
•
Maior propensão dos consumidores para produtos produzidos de forma sustentada
(agricultura biológica e da produção/protecção integrada);
•
Possibilidade de uma diversificação cultural, face a novas solicitações do mercado;
•
Maior atenção dispensada à formação dos intervenientes do mundo agrícola por várias
entidades da administração pública (v.g. Direcção Regional de Agricultura,);
•
Novo Quadro de incentivos financeiros QREN (2007-2013);
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•
A integração na União Europeia de novos países (Europa de Leste), poderá ser uma boa
oportunidade para a exportação dos nossos produtos hortícolas;
•
A Produção Biológica e a Produção Integrada deverão explorar claramente nichos de
mercado, quer no mercado Nacional quer na União Europeia;
•
Aumento da procura de produtos com características de especificidade, que poderão ser
dados por alguns produtos hortícolas de ar livre (batata doce, etc.);
•
Diversificação e o aumento da produção de produtos de 4ª gama provenientes da
horticultura;
•
Existência junto dos consumidores nacionais de uma “boa imagem” dos produtos
provenientes do Algarve.
Ameaças
•
Falta de dimensão crítica, tanto ao nível da produção, como da comercialização;
•
Dificuldades na reconversão das explorações (v.g. passagem de estufas de madeira para
metálicas);
•
Inadequação das estruturas produtivas e comerciais à livre concorrência motivada por um
mercado cada vez mais aberto;
•
Oferta demasiado concentrada em determinados períodos do ano;
•
Reduzida exportação dos produtos;
•
“Perda de mercado” em favor de produtos externos;
•
Forte concorrência de Espanha;
•
Localização periférica no espaço europeu e nacional;
•
Os jovens que recorrem à formação profissional por vezes não iniciam a actividade;
•
Elevado peso dos custos variáveis na estrutura de custos das explorações, quer ao nível
de "inputs" produtivos, quer ao nível de mão-de-obra;
•
Aumento das áreas cultivadas no Litoral Alentejano;
•
Globalização dos mercados, com alterações do comportamento da procura e crescente
concentração da oferta, com tendência para a redução dos preços ao produtor,
principalmente ao nível dos produtos indiferenciados.
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Flores e Plantas Ornamentais
Pontos Fortes
•
Condições edafo-climáticas de eleição para a produção de plantas ornamentais e flores/
folhagens de corte, conseguindo antecipar a época normal de produção, com importantes
vantagens económicas, face a produções similares de outras regiões;
•
Região com elevada densidade populacional, aumentando os níveis de consumo de
flores/folhagens de corte;
•
Região turística importante, com elevada área de espaços verdes, com tendência a
crescer, aumentando os níveis de consumo de plantas ornamentais;
•
Existência de várias empresas multinacionais com elevado “know-how” e capacidade para
inovar e arriscar, podendo funcionar como agentes dinamizadores do sector;
•
Existência de
meios
humanos
com
conhecimento na Região,
proveniente do
desenvolvimento de várias actividades de I, DE e D, realizadas pela Direcção Regional de
Agricultura e Pescas do Algarve, nos seus Centros de Experimentação e por outras
instituições (Universidade do Algarve, O.P. etc.);
•
Projectos de investigação nesta área já realizados ou em perspectiva;
•
Aumento das áreas de regadio;
•
Sinais de abertura a uma reorientação produtiva agrícola mais adequada às condições
edafo-climáticas e às exigências do mercado;
•
Boas vias de comunicação - ferroviárias, rodoviárias e aeroportuárias, com tendência para
melhorar;
•
Existência de produtos de qualidade.
Pontos Fracos
•
Fraca tecnologia de produção nas flores/ folhagens de corte, nomeadamente no controle
ambiental das estufas, nos sistemas de fertirrigação, na tecnologia pós-colheita e no
transporte;
•
Pouca atenção dispensada ao controlo de qualidade, acondicionamento e normalização de
flores de corte;
•
Dependência do mercado exterior em materiais de propagação (bolbos, estacas,
alporques, etc.) e plantas jovens para crescimento (plantas “in vitro”, estacas enraizadas,
etc.);
•
Ausência de estratégias de “marketing”;
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•
Fraca apetência dos empresários agrícolas para se associarem, de modo a ganharem
dimensão crítica e competitividade;
•
Inexistência de infra-estruturas de comercialização (conservação e distribuição), que
permitam proceder à concentração da produção e ao aumento do volume de oferta, para a
distribuição nas grandes superfícies;
•
Existência de necessidades não cobertas ao nível de homologação de determinados
produtos fitossanitários;
•
Custos elevados dos factores de produção (energia, fertilizantes, produtos fitossanitários,
etc.).
Oportunidades
•
Crescimento, nos últimos anos, do consumo de flores e folhagens de corte e plantas
ornamentais, a nível interno e europeu;
•
Forte crescimento da área de espaços verdes nos próximos anos, aumentando as
necessidades de plantas ornamentais na região;
•
Aproveitamento das valências das actividades associadas ao turismo;
•
Aposta pública no aumento das áreas de regadio, permitindo por um lado, estender esse
recurso vital a novas áreas e por outro, diminuir a pressão intensa a que os recursos
subterrâneos estão submetidos;
•
Aposta na produção de flores de corte e plantas ornamentais em sistemas tecnológicos
preservadores do ambiente (produção/ protecção integrada) e numa óptica de
sustentabilidade;
•
Possibilidade de uma diversificação cultural, face a novas solicitações do mercado;
•
Novas perspectivas no sector da comercialização, recorrendo ao “networking” e ao “ecommerce”;
•
Possibilidade de venda de arranjos e “bouquets” já feitos, nos supermercados e
hipermercados, aproveitando a expansão destes na região;
•
Aumento da diversidade e da qualidade dos serviços prestados aos consumidores;
•
Oferta crescente de acções de formação na área agrícola, pelas várias entidades da
administração pública (v.g. Direcção Regional de Agricultura, Instituto de Emprego e
Formação Profissional, Universidade do Algarve);
•
Produção de inovação;
•
Novo quadro de incentivos financeiros QREN (2007 – 2013).
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Ameaças
•
A falta de dimensão crítica dos produtores de flores de corte, tanto ao nível da produção,
como da comercialização;
•
Dificuldades na reconversão das explorações de produção de flores de corte (v.g.
passagem de estufas de madeira para metálicas);
•
Oferta demasiado concentrada de flores de corte em determinados períodos do ano;
•
Reduzida exportação dos produtos;
•
Forte concorrência dos países africanos na produção de flores de corte;
•
Permissividade à entrada no mercado de produtos de fraca qualidade;
•
A crescente escassez de mão-de-obra rural conduz a um constante aumento do peso com
pessoal nas despesas totais da produção;
•
Localização periférica no espaço europeu e nacional;
•
O crescente aumento dos combustíveis, cria uma situação de desvantagem em relação a
empresas localizadas mais próximo dos mercados europeus.
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INTRODUÇÃO
O plano - A existência de um Plano Estratégico de Fileira (PEF) traduz a necessidade de definir
um quadro de referência para o desenvolvimento da Fileira, integrador de estratégias regionais
específicas, delineando um conjunto de orientações para a aplicação do PDR.
Enquanto quadro de referência inclui estratégias e objectivos comuns, tirando partido das
potencialidades existentes em prol do aumento do valor da Fileira. Este aumento será o somatório
de acréscimos de produção para o mercado, duma maior ou inovadora valorização quer dos subprodutos, quer das multifuncionalidades da Fileira.
A evolução previsível da produção, dos preços e dos mercados permite alicerçar a definição de
metas adequadas e comuns aos agentes da Fileira, constituindo estas a quantificação dos
objectivos a atingir. As metas devem ser perspectivadas tendo em vista o aumento da
competitividade e o desenvolvimento global do sector agro-alimentar nacional.
Enquanto quadro de orientação para a aplicação do PDRc, o PEF deverá incluir as principais
preocupações dos agentes da Fileira no que respeita à selecção de projectos, à definição do tipo
de acções que conduzam à melhoria da qualificação profissional dos agentes da Fileira e à
sistematização de aspectos comuns no campo da inovação, que podem ser de imediato
elencados, por já se encontrarem perfeitamente diagnosticados.
Tão importante quanto dar apoios ou incentivos de natureza financeira aos agentes da Fileira, é
identificar os custos de contexto que actualmente constituem estrangulamentos, com um peso
significativo no arranque e execução dos investimentos, por forma a que se possa prosseguir no
sentido de os contrariar ou, até, eliminar.
Dados e reflexões sobre a região algarvia - Como instrumento de trabalho, é comum dividir o
Algarve em 3 zonas: Serra, Barrocal e Litoral. Esta última divisão é a que mais interessa para este
trabalho, pois é principalmente no Litoral (que ocupa cerca de 1/5 da superfície do Algarve), que
se desenvolve a actividade hortícola e florícola (estufa e ar livre), ainda que, tal também seja
possível e tenha lugar nalgumas zonas do sul do Barrocal.
Assim, atendendo à situação do Algarve em termos de solo, clima, experiência e tradição a
montante, e o turismo a jusante, como actividade consumidora, e a integração num vasto espaço
europeu, a horticultura e a floricultura seriam duas actividades em que por força das vantagens
comparativas, o Algarve horto-florícola seria competitivo, mas afinal não tem sido. Então porque
razão o paradigma virou paradoxo? A nosso ver porque as vantagens comparativas naturais e
automáticas não se tornaram em vantagens competitivas. Estas situam-se mais ao nível do saber,
do fazer, da organização, do valor acrescentado pela integração, pela diferenciação, em suma,
pelos actuais factores da competitividade: saber fazer, fazer, organizar, saber gerir (diminuir
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custos, maximizar rendimento, seja pela escala seja pela diferenciação), com vista a mercados de
massa diferenciados ou nichos de mercado.
Nos últimos 20 anos a hortofloricultura, a par das outras actividades algarvias, foi influenciada e
condicionada pela abertura de fronteiras; concorrência estrangeira e de outras zonas do País, pelo
efeito da globalização, pela alteração das formas de comércio, com o advento da grande
distribuição e das grandes superfícies, levando à concentração da procura, não acompanhada
pela da oferta e pela sua adaptação logística às necessidades. Assistiu-se à desvalorização dos
chamados produtos de massa, começando-se a assistir a alguma valorização de produtos
diferenciados com modos de produção específicos e dirigidos a nichos de mercado mais
exigentes e com maior poder de compra.
No caso da horticultura protegida assistiu-se a uma diminuição da área em função da perda
brusca das referidas vantagens comparativas. Verificou-se, no entanto, resistência nalguns
núcleos tecnológicos/empresariais, nomeadamente na cultura em estufa, que procuram adaptar o
paradigma às novas condições seja do ponto de vista tecnológico – estufas, equipamentos, modo
de produção, produtos; seja do ponto de vista de organização empresarial - ligação da produção à
comercialização com maior integração, concentração da oferta e capacidade de gestão
empresarial.
1. ESTRATÉGIA REGIONAL
Nos últimos anos, a área ocupada pelas culturas hortícolas, em estufa e ao ar livre tem vindo a
diminuir. Contrariamente, a área de produção de plantas ornamentais tem aumentado.
Pela dinâmica de alguns sectores e grupos empresariais e pelo crescente aumento do consumo
“per capita”, considera-se que o sector da horticultura regional poderá voltar a crescer e aumentar
a sua importância na região. Assim, pretende-se com este documento identificar linhas
estratégicas para serem postas em prática durante o Quadro de Referência Estratégico Nacional
que vigorará no período 2007-2013 (QREN).
A Estratégia regional será delineada em função da estratégia nacional, tendo como base as
seguintes linhas orientadoras.
1.1 Qualidade e diferenciação
É necessário aumentar o valor e a competitividade dos produtos, através do aumento da
qualidade e da maximização das características intrínsecas de cada região, nomeadamente
através da actuação nas vertentes seguintes:
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•
Apostar fortemente na investigação, experimentação, demonstração e divulgação, como
forma de tornar a hortofloricultura, forte, competitiva, inovadora e tecnologicamente
avançada, nomeadamente através de projectos em parceria com as organizações privadas
do sector, com a Universidade do Algarve e com a DRAPALG;
•
Aumentar a produção, a produtividade e a qualidade das culturas deste sector,
nomeadamente, pela melhoria das tecnologias de produção, pela racionalização do uso da
água e de agro-químicos, entre outros, e pela utilização de tecnologias amigas do
ambiente, levando à diferenciação de um produto regional de reconhecida qualidade
organoléptica;
•
Privilegiar a diferenciação dos produtos hortícolas da região (onde existe uma grande
diversidade) em vez da massificação. Nalguns produtos produzidos, de maior importância
para a região (tomate, melão, morango) deveremos apostar na especialização da sua
produção, tentando conquistar mercados externos. A promoção de uma Marca Regional
(marca Algarve) será importante para promover as potencialidades da hortofloricultura
algarvia no país e no estrangeiro;
•
Recuperar os regadios tradicionais, dinamizar a pequena horta do interior algarvio e de
características locais, fomentando e criando condições favoráveis à produção no Modo de
Produção Biológico (MPB);
•
Apostar com maior eficácia na comercialização, através da concentração da produção e da
promoção do consumo;
•
Apostar nas Marcas Geográficas para identificação e promoção dos produtos oriundos de
áreas protegidas (Parque Natural da Ria Formosa e Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e da Costa Vicentina) e desta forma procurar potenciar as mais-valias
associadas a estas áreas, às quais os consumidores associam uma imagem de ecoqualidade, compatibilizando-se assim a preservação do ambiente, como uma mais-valia
ambiental que poderá ser integrada na imagem dos produtos;
•
Preparar os empresários e as associações para as crescentes exigências do mercado, o
que implica o cumprimento de normas/cadernos de encargos específicos (Eurepgap, etc.);
•
Dinamizar a IGP “Batata-doce de Aljezur”, através da realização de campanhas de
sensibilização para que mais produtores adiram à IGP e também, para que os
consumidores a associem a uma marca de qualidade.
1.2 Integração da Fileira
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É necessário organizar e articular, desde a procura até à oferta, em torno de objectivos comuns,
as acções dos diferentes agentes, reconhecendo mutuamente o papel que cada agente tem na
Fileira.
A Fileira Horto-florícola necessita de proceder a uma maior integração de todos os seus agentes,
desde a fase inicial da produção até à fase final, nomeadamente para a promoção e
comercialização do produto. Para tal importa envolver todos os agentes, portadores de diversas
valências tais como viveiristas, produtores e associações de produtores, operadores
retalhistas/grossista, grandes consumidores e as entidades ligadas às actividades de IED, com
destaque para o Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB), as Universidades e a Direcção
Regional de Agricultura e Pescas do Algarve.
Será importante incrementar a concentração da oferta em estruturas com capacidade de resposta
às solicitações do mercado. A estruturação da oferta deverá continuar a ser uma prioridade pois
permitirá a redução dos custos de produção, preparação e embalagem, conservação e
comercialização.
Será necessário, à semelhança de outras regiões e/ou outros sectores, acompanhar os exemplos
de sustentabilidade, promovendo a ligação com outros grupos empresariais, de modo a conseguirse sinergias, tendo em vista incorporar outros produtos, criar escala, capacidade exportadora,
poder negocial e capacidade de promoção, etc..
1.3 Orientação para mercados específicos
Porque os produtos devem corresponder às expectativas do mercado, através da identificação
das especificidades dos diferentes segmentos da procura, será importante valorizar a componente
ambiental, com campanhas que permitam a entrada em nichos de mercado, que se disponham a
pagar produtos produzidos com recurso a modos de produção não convencionais. O facto da
produção se localizar numa zona sem grande intensificação cultural, potencia a valorização da
marca ”Algarve”. Para isso será necessário criar alguns mecanismos que garantam a qualidade
dos produtos hortícolas a colocar nos nossos mercados, bem como a implementação de medidas
que incentivem à exportação e à transformação de alguns componentes deste sector (produtos
tradicionais e/ou de agricultura biológica).
A promoção da qualidade e de modos de produção mais sustentáveis, Produção Integrada
(PRODI) e MPB, bem como a produção de acordo com o cumprimento de cadernos de encargos
específicos com a certificação Eurepgap, BRC, Nature Choice, etc. poderão constituir uma forma
de tornar a nossa hortofloricultura mais competitiva em mercados mais exigentes. Estes aspectos
deverão ser uma prioridade e poderão ser actividades importantes, capazes de contribuir para a
reestruturação do sector Horto-florícola, bem como o apoio a produtos de importância local (ex.
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batata
doce
de
Aljezur,
potenciando
a
IGP
existente)
e
outros,
cuja
ligação
ao
turismo/gastronomia de base regional, assume uma primordial importância.
A aposta na produção em quantidade, com qualidade, será assim a base de uma estratégia para a
internacionalização e para a conquista, de uma vez por todas, do enorme mercado constituído
pelos milhões de turistas que anualmente nos visitam. Procuraremos atingir um volume de oferta,
que possa conferir outro poder de negociação às nossas empresas, visando uma fidelização da
procura e uma maior capacidade negocial.
Deverão ser, assim, criados mecanismos para divulgar os horto-florícolas de qualidade,
produzidos no Algarve, através de duas grandes vias: 1) concertação entre os vários operadores
regionais, quer de estratégias promocionais nos mercados potenciais de exportação, quer ao nível
da concentração de produto e logística; 2) aposta decidida nos Grandes Consumidores, até como
forma de utilizar os turistas estrangeiros como veículos promotores, no regresso aos países de
origem, dos horto-florícolas algarvios.
1.4 Visão multifuncional da Fileira
A Fileira Horto-florícola, pela diversidade de espécies que contempla, bem como pela capacidade
que estas têm para se adaptar às diferentes condições edafo-climáticas, permite a diversidade de
actividades, nomeadamente de ar livre. Neste caso, particularmente as regiões do interior
algarvio, são capazes de dar o seu contributo positivo para a multifuncionalidade das explorações
agrícolas, vocacionadas para uma produção ambientalmente mais favorável, produtos de quinta,
etc., associados ao desenvolvimento turístico destas zonas. Assim, esta Fileira poderá dar o seu
contributo para a estratégia de desenvolvimento sustentável da região, contribuindo para o
crescimento no seu todo.
A produção de plantas ornamentais em grande quantidade e diversidade, permite, uma oferta forte
e imediata destes produtos na região, promovendo a sua utilização, desde os agentes turísticos
ao público em geral.
Os espaços verdes associados ao turismo potenciam uma grande dinâmica na Fileira das plantas
ornamentais, verificando-se um aparecimento crescente de empresas produtoras de tapetes de
relva, de empresas de construção e manutenção de espaços verdes, de “gardens-centers”, de
empresas distribuidoras de artigos de jardinagem (máquinas, ferramentas, sementes, adubos,
fitofármacos, substratos, vasos, mobiliário de jardim, piscinas, etc.), originando uma forte relação
comercial entre elas, sendo simultaneamente fornecedoras e consumidoras umas das outras.
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2. OBJECTIVOS PARA A FILEIRA
Os objectivos da Fileira encontram-se organizados nos quatro grupos identificados de seguida:
2.1 Objectivos de Mercado
Reforçar a imagem de qualidade e diferenciação nos mercados. Aumentar o grau de autoaprovisionamento ganhando quotas nos mercados externos e interno.
Como objectivos de mercado há a considerar:
•
Maior ligação e eficácia na transferência de conhecimento produzido nas unidades IED
para as empresas e estímulo ao empreendedorismo;
•
Criar condições para aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos horto-florícolas,
pela melhoria das tecnologias de produção, pela utilização generalizada de material
vegetal de qualidade e pela racionalização do uso de agro-químicos;
•
Aumentar a área dos horto-florícolas nos perímetros de rega colectivos;
•
Estimular a aquisição de massa crítica pelas diversas associações, de modo a melhorarem
os seus desempenhos ao nível da assistência técnica e fornecimento de serviços de apoio
aos associados;
•
Fomentar a marca “Algarve”, através da realização de campanhas de sensibilização e
também para que os consumidores associem a marca à qualidade;
•
Incentivar a exportação através da criação de estruturas de apoio. Criar “representações
de negócios” em países destinatários das nossas exportações para defesa dos interesses
dos nossos produtores. Estas estruturas deverão agrupar interesses de várias fileiras;
•
Fomentar o desenvolvimento do mercado “on-line” com bastante expressividade em
algumas áreas, como as plantas ornamentais, apoiando também, a construção de página
“Web”, com conteúdos nesta área.
2.2 Objectivos de Estrutura
Melhorar a competitividade das explorações e das empresas de comercialização e transformação.
Reforçar a organização da Fileira.
Os principais objectivos de estrutura são:
•
Continuar a apoiar o processo de produção de plantas nos viveiros de modo a manter os
padrões de qualidade exigidos;
•
Reforçar a organização do sector, através do nº de OP`s, melhorando e ampliando os
serviços disponibilizados aos agricultores e aumentando a eficiência comercial e dos
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serviços pós-colheita, a melhoria dos sistemas de gestão e controlo, quer do ponto de vista
financeiro quer em relação ao produto a comercializar;
•
Elaboração de um cadastro regional, com actualização bi-anual, no qual constem as
estufas e os produtos em produção, de modo a permitir uma melhor gestão desta
componente da Fileira;
•
Estimular a PRODI e o MPB, incentivando os produtores à sua adesão. Actualmente as
grandes cadeias de distribuição europeias já exigem o cumprimento de cadernos de
encargos específicos, já anteriormente referidos, como o Euregap, etc, pelo que o
cumprimento das normas da PRODI e MPB poderá constituir uma forma de tornar a nossa
horto-florícultura mais competitiva em mercados exigentes;
2.3 Objectivos de Multifuncionalidade
Contribuir para as especificidades paisagísticas e a melhoria do ambiente. Potenciar um quadro
complementar de actividades em meio rural tais como:
•
Fomentando o turismo rural, nomeadamente com passeios nas regiões do interior algarvio
onde as pequenas hortas são uma realidade;
•
Desenvolver parcerias/alianças, nomeadamente com o sector do turismo, articulando a
imagem positiva dos produtos hortícolas da região com a sua divulgação gastronómica;
•
Explorar nichos de mercado, incentivando e apoiando explorações que desenvolvam
formas de comercialização mediante a colheita / compra no local da exploração pelo
visitante, potenciando o contacto “cidade/campo”, com vantagens para ambos os
intervenientes;
•
Potenciar o valor acrescentado dos produtos hortícolas, particularmente de ar livre,
associados à transformação;
•
Fomentar a conservação dos recursos genéticos nas explorações agrícolas;
•
Fomentar a utilização de espécies autóctones nos projectos paisagísticos de índole
turística, como forma de incentivar a produção de ornamentais na região e como forma de
criar uma imagem paisagística forte e única, capaz de permanecer viva na lembrança dos
inúmeros turistas que nos visitam.
2.4 Objectivos de Qualificação profissional
Melhorar a formação dos produtores no saber fazer, através de acções de formação na óptica da
procura e da oferta:
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•
Melhorar as competências dos empresários e de gestão dos recursos humanos das
explorações agrícolas;
•
Informar e formar os recursos humanos a todos os níveis, desde os agricultores e
empresários aos técnicos, passando pelos trabalhadores rurais indiferenciados e
especializados (aplicadores de pesticidas, operadores de máquinas, etc.), nas explorações
agrícolas e pelos operários e quadros das organizações, prioritariamente direccionados
para a rega, fertilização, aspectos fitossanitários, e de manipulação de produtos, normas
ambientais, produção de compostos, energias renováveis, reciclagem de produtos, etc.;
•
Capacitar os empresários para a organização e gestão da empresa e “marketing”;
•
Formar recursos humanos na área da higiene e segurança no trabalho, bem como em
sistemas de controlo da qualidade;
•
Formar recursos humanos nos modos de produção ambientalmente sustentáveis, PRODI e
MPB;
•
Formar em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC);
•
Criar condições para a fixação de mão-de-obra para a actividade horto-florícola
(especializada e indiferenciada);
•
Valorizar os recursos humanos, numa óptica de aplicação do saber às novas realidades,
com um mercado cada vez mais global, com matérias-primas mais baratas, mas com
maior potencial em valor acrescentado pelo serviço, pela diferenciação, aproveitando
nichos de consumo/mercado exigentes e com elevado poder aquisitivo;
•
Aumentar a capacidade técnica e de gestão da Fileira, através de redes temáticas que
permitam a velocidade de circulação do conhecimento e das necessidades do sector.
3. ZONAS DE QUALIDADE
Toda a Região Algarvia, pela amenidade do seu clima e pela diversidade desta Fileira, pode ser
considerada uma Zona de Qualidade com o litoral mais vocacionado para a horto-floricultura em
estufa.
4. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA FILEIRA
Neste ponto apresenta-se, de forma sintética, o valor da Fileira, que face aos dados disponíveis,
estimamos em 36,725 milhões de euros.
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O desenvolvimento do valor actual desta Fileira é tratado nas sub-fileiras Culturas Hortícolas e
Flores e Plantas Ornamentais.
5. VALORIZAÇÃO FUTURA DA FILEIRA
Neste ponto efectuaram-se previsões sobre o valor global da Fileira com o objectivo de se
obterem valores de referência que facilitem a definição de metas a atingir pelo sector. As
previsões foram feitas com base na análise do comportamento passado e actual através de
métodos de projecção de tendências. São pois projecções que servirão de base ao cálculo do
Valor Previsional da Fileira que, com base nos elementos disponíveis, se estima num valor de
60,014 milhões de euros, em 2013. Aqui não está incluído o valor das plantas ornamentais devido
à inexistência de dados (preços e áreas desagregadas).
As metas definidas no âmbito desta Fileira poderão ser ajustadas aos objectivos estratégicos e
aos recursos financeiros existentes. Também o desenvolvimento da valorização futura da Fileira
Horto-florícola é tratada nas sub-fileiras, Culturas Hortícolas e Flores e Plantas Ornamentais.
6. TIPOLOGIA DE PROJECTOS
A tipologia de projectos que podem ser apoiados através de diferentes medidas do Programa de
Desenvolvimento Rural, são de natureza muito diversa. Identificam-se, de seguida, para as
diferentes áreas, tipologias de projectos:
Produção
•
Reconverter a área de estufas existente (de estufas de madeira para estufas metálicas) e
aumento da área, pela construção de novas estufas metálicas;
•
Introduzir novas tecnologias, compatíveis com a preservação da qualidade do ambiente;
•
Incentivar a implementação de novas áreas (estufas e ar livre) nos Perímetros de Rega
existentes;
•
Incentivar a implementação do Modo de Produção Integrada e do Modo de Produção
Biológico e produção de espécies e variedades autóctones;
•
Apoiar a conservação de recursos genéticos;
•
Apoiar a adopção de energias alternativas nas unidades de produção horto-florícola,
nomeadamente para o aquecimento de estufas;
•
Apoiar a melhoria da eficiência energética nas unidades de produção horto-florícola.
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Transformação
•
Fomentar a compostagem de resíduos horto-florícolas orgânicos, de modo a valorizar
estes sub-produtos da actividade, com vantagens ao nível da sua eliminação e na melhoria
da fertilidade do solo;
•
Apoiar a modernização das unidades de acondicionamento, refrigeração, embalagem e
outras, nomeadamente na área dos sistemas de rastreabilidade e de controlo de qualidade
da produção;
•
Apoiar a adopção de energias alternativas nas unidades de transformação horto-florícolas;
•
Apoiar a melhoria da eficiência energética nas instalações horto-florícolas de
transformação;
•
Criar condições para a diferenciação do produto.
Comercialização
•
Adquirir dimensão crítica nas empresas de comercialização com intervenção no circuito
comercial;
•
Fortalecer o interprofissionalismo e apostar em movimentos de concentração por via de
integração vertical e horizontal na Fileira, como via para atingir uma melhor ligação ao
mercado;
•
Fomentar a marca “Algarve”;
•
Fomentar a constituição de uma central de compras regional para obtenção de economias
de escala e reforço da capacidade negocial das organizações para com os fornecedores, a
qual poderia evoluir futuramente também para central de vendas (v.g. mercados externos).
Promoção e “Marketing”
•
Apoiar a internacionalização, através da utilização da marca “Algarve”;
•
Apoiar a instalação de representantes de negócios nos países importadores dos hortoflorícolas da região (prospecção e angariação de clientes, recepção e supervisão da
mercadoria expedida, etc.). Esta actividade deverá ser conjugada com outras fileiras;
•
Campanhas de Promoção e “Marketing” para o aumento do consumo dos produtos hortoflorícolas da região Algarvia.
Estruturação da Fileira
•
Promover a concentração da oferta, adequando a mesma às exigências de mercado;
•
Estimular os movimentos de integração vertical ao longo da Fileira (integração dos
estádios produção-transformação-comercialização);
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•
Fomentar a modernização tecnológica da Fileira, através da introdução das modernas
tecnologias de informação e comunicação (TIC), visando a divulgação e o acesso mais
rápido e fácil à informação técnica e de mercado.
Acesso à Informação
•
Integração em redes temáticas transversais ou especializadas por fileiras, de
tratamento e difusão da informação que organizem o conhecimento técnico e científico
disponível de forma a optimizar a sua transferência junto dos interessados,
contemplando, nomeadamente, “Serviço Nacional de Avisos Agrícolas”, “Serviços de
Apoio ao Regante”, informação sobre mercados, divulgação de novos produtos e
tecnologias, informação proveniente das estações meteorológicas, etc.;
•
Promover uma estrutura de competências regional ao nível das actividades de IED,
encarregue igualmente de promover a transferência de conhecimentos e tecnologia
para
as
empresas,
baseada
nos
centros
de
experimentação detidos
pela
DRAPALG/INRB, a Universidade e outros centros produtores de conhecimento
(ex.COTR, COTHN), as associações do sector, as empresas com possibilidade de
funcionar também em regime de prestação de serviços;
•
Incorporação e aproveitamento das potencialidades associadas às TIC para efeitos de
“networking” de actividades (v.g. divulgação de informação técnica e sobre mercados,
“marketing”, soluções de “e-commerce” e de”b2b”).
Capacitação dos agentes
•
Formar recursos humanos a todos os níveis, desde os agricultores aos técnicos, passando
pelos trabalhadores rurais nas explorações agrícolas e pelos operários e quadros das
organizações, prioritariamente direccionados para a rega, fertilização e os aspectos
fitossanitários;
•
Capacitar os empresários para a organização e gestão da empresa e “marketing”;
•
Formar os recursos humanos na área da higiene e segurança no trabalho, bem como em
sistemas de controlo da qualidade;
•
Formar recursos humanos nos modos de produção ambientalmente sustentáveis, PRODI e
MPB;
•
Formar em TIC;
•
Apoiar a formação de uma cultura de empreendedorismo;
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•
Promover acções de informação e sensibilização para o uso das energias renováveis e
para as vantagens da eficiência energética.
Serviços de apoio
•
Possibilidade de apoiar a instalação de incubadoras / ninhos de empresas, por forma a
facilitar a instalação (na fase de arranque) de micro e muito pequenas empresas para
negócios inovadores do sector agro-alimentar sedeadas em meio rural;
•
Promover novas oportunidades de negócio: apoio ao desenvolvimento de iniciativas de
carácter inovador e criação de condições para a sua concretização;
•
Criar mecanismos facilitadores do desempenho de jovens empreendedores em meio rural
(e.g. assessoria em análises de risco e de mercado, apoio à gestão e “marketing”, etc.);
•
Apoiar ao nível das OP`s a criação e reforço da componente prestação de serviços aos
produtores (ex.: instalação, colheita, etc.);
•
Promover a criação de uma bolsa de terras agrícolas (devolutas, para venda ou
arrendamento, de interessados na cessação de exploração no âmbito de processos de
reforma antecipada), com informação disponível também via Internet.
Inovação
•
Desenvolver soluções para as necessidades do comércio em meio rural, em particular para
empresas com problemas na cadeia de oferta e no “marketing” (aposta na Internet, etc.);
•
Criar uma estrutura de competências regional ao nível das actividades de IED, encarregue
igualmente de promover a transferência de conhecimentos e tecnologia para as empresas,
baseada nos Centros de Experimentação detidos pela DRAPALG, envolvendo o INRB, as
Universidades e outros centros produtores de conhecimento (ex.COTR e COTHN) e as
associações do sector;
•
Desenvolver projectos de IED visando a utilização de energias renováveis nas explorações
e unidades agro-industriais, bem como a utilização de soluções energeticamente mais
eficientes;
•
Desenvolver projectos de IED, utilizando tecnologias produtivas mais amigas do ambiente.
Multifuncionalidade
•
Desenvolver
actividades
empresariais
complementares
associadas
à
Fileira,
particularmente nas regiões do interior, ligadas ao turismo (turismo rural, lazer, artesanato);
•
Incentivar a promoção e a utilização dos produtos hortícolas tradicionais na confecção de
pratos, compotas, doçaria regional e fomentar a valorização da Dieta Mediterrânica;
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•
Fomentar o aumento da área de espaços verdes (Hotéis, Aldeamentos turísticos, Câmaras
municipais), recorrendo sempre que possível ao uso de plantas autóctones da região
algarvia.
7. ORIENTAÇÕES PARA A SELECÇÃO DE PROJECTOS
As orientações a respeitar na selecção dos Projectos são as seguintes:
Análise específica e adequada às diferentes tipologias de projecto:
•
Projectos de fileiras com base no acréscimo de produto, do grau de autoaprovisionamento e das exportações (aumento da matéria-prima nacional e do
produto transformado nacional);
•
Projectos de empresas com base na credibilidade técnica, análise de risco,
rentabilidade dos projectos e orientação para o mercado / garantia de escoamento;
•
Projectos estruturantes com base no impacte económico regional e/ou na
contribuição para a fixação das populações, com base no emprego criado e na
criação de riqueza (a partir da aplicação de investimentos dos Eixos 1, 2 e 3).
•
Projectos inseridos nas áreas dos Perímetros de rega existentes;
•
Projectos que privilegiem a componente ambiental.
Análise integrada da valia do projecto:
•
Técnica – com base na consistência técnica do projecto;
•
Económica – tendo em consideração a valia económica do projecto;
•
Mercado – tendo em consideração o risco de mercado do projecto;
•
Associativismo - considerar a participação em estruturas com vertente técnica e
comercial.
8. ORIENTAÇÕES PARA A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
No âmbito da formação e informação especializada, será garantida a convergência entre os
processos de formação e os objectivos associados aos investimentos apoiados por outras
medidas do programa.
A formação contínua e integrada dos jovens agricultores e dos activos da Fileira, terá novos
formatos, que confiram competências específicas para o desenvolvimento das suas actividades,
de forma mais eficaz.
A aplicação do princípio da selectividade implica a definição de prioridades face aos conteúdos e
objectivos traçados, que deverão estar adaptados às necessidades e aos agentes da Fileira.
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A
formação
profissional
deverá
ser
orientada
para
os
problemas
do
sector,
capacitando/sensibilizando os agentes para as seguintes áreas:
•
Práticas culturais com utilização das tecnologias mais correctas (compostagem de
resíduos orgânicos vegetais, etc.);
•
Benefícios das energias renováveis e da eficiência energética;
•
Boas Práticas Agrícolas e Ambientais (v.g. gestão de efluentes e resíduos);
•
Qualidade alimentar e higiene e segurança no trabalho;
•
Modo de Produção Biológico, Produção Integrada e novas tecnologias mais amigas do
ambiente;
•
Organização, gestão de empresas e “marketing”.
Neste âmbito, deverá flexibilizar-se a estrutura e o acesso aos cursos de modo a que
possam ser abrangidos cada vez mais activos, capazes de responder nomeadamente, às
solicitações do uso de novas tecnologias.
Deverá ser dado especial atenção à formação dos jovens agricultores, para assim se rejuvenescer
o tecido produtivo.
9. REDES TEMÁTICAS DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO
A criação de redes temáticas de informação e divulgação de conhecimentos, que permitam aceder
de forma rápida a informação útil e necessária ao desenvolvimento com sucesso das actividades
da Fileira, possibilitando a sua adequada aplicação por outros utilizadores, é essencial para
aumentar as competências dos agentes e o desempenho empresarial.
Estender o acesso à informação necessária ao incremento da competitividade das empresas da
Fileira espalhadas pelos territórios, promove a sustentabilidade destas e reforça a coesão
territorial e social.
Importa apoiar redes que resultem de parcerias entre associações, cooperativas e centros
tecnológicos, que garantam a articulação entre entidades produtoras de conhecimento e agentes
do sector, que apresentem uma estratégia, objectivos e âmbito bem definidos nomeadamente:
•
Criar uma Rede Temática integrada para a Fileira, contemplando “Serviço Nacional de
Avisos Agrícolas”, “Serviços de Apoio ao Regante”, informação sobre mercados, estações
meteorológicas, etc.;
•
Criar uma estrutura de competências regional ao nível das actividades de IED, encarregue
igualmente de promover a transferência de conhecimentos e tecnologia para as empresas;
•
Promover a generalização do uso das TIC.
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10. ÁREAS DE INOVAÇÃO
No âmbito da Fileira é essencial identificar áreas comuns de inovação, que permitam resolver
problemas ou condicionantes ao desenvolvimento da Fileira.
Os projectos de inovação têm que se traduzir em ganhos de competitividade da Fileira, o que
implica conteúdos úteis a um conjunto amplo de agentes, perfeitamente definidos e apoiados num
programa de trabalho bem elaborado e estruturado em projectos de IED:
•
Diversificar a oferta, nomeadamente de 4ª Gama, contribuindo para a sustentabilidade do
sector hortícola;
•
Incorporar o aproveitamento das potencialidades associadas às tecnologias de informação
e comunicação para efeitos de divulgação e como forma de facilitar o escoamento das
produções, promover actividades e as potencialidades histórico-culturais, paisagísticas,
entre outras valências existentes em meio rural;
•
Apoiar a constituição de uma plataforma integrada de compras, visando a obtenção de
economias de escala e reforço da capacidade negocial das organizações para com os
fornecedores, a qual poderia evoluir futuramente também para central de vendas;
•
Apoiar fortemente a valorização dos sub-produtos da actividade horto-florícola,
nomeadamente através da compostagem dos seus resíduos orgânicos.
11. CUSTOS DE CONTEXTO
Para que o desenvolvimento das Fileiras estratégicas possa contribuir para a eficiência e
competitividade da agricultura portuguesa é também necessário minimizar os custos de contexto,
isto é custos desproporcionados ou não razoáveis, induzidos pelo sistema burocrático da
administração pública como por exemplo, os que se relacionam com licenças, registos,
autorizações, normativos, regime de incentivos e sistemas de informação.
Para minimizar alguns destes custos de contexto, torna-se necessário envidar esforços no sentido
de obviar às ineficiências actualmente existentes ao nível de:
•
Simplificação dos processos associados ao licenciamento;
•
Mercado do arrendamento;
•
Articulação interinstitucional;
•
Compatibilização dos condicionalismos associados à protecção dos valores naturais com a
necessidade de desenvolver nos territórios actividades criadoras de riqueza;
•
Homologação simplificada dos produtos fitofarmacêuticos específicos para a fileira e
uniformização dessa homologação ao nível da UE.
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Culturas Hortícolas
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12. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA
Neste ponto apresenta-se, de forma sintética, o valor da sub-fileira no Algarve através da sua
caracterização económica (produção, preços, multifuncionalidade).
O valor da sub-fileira é o ponto de partida e a base para se perspectivar a evolução futura da
mesma.
12.1 Caracterização Económica
No triénio de 2002/2004, os produtos hortícolas contribuíram com 21,1% para o valor global da
produção nacional, tendo representado um aumento de 4,5% em relação ao triénio anterior, o que
é sem dúvida um crescimento significativo. Apesar destes dados, os níveis de produção são
insuficientes para satisfazer o consumo (com excepção do tomate para indústria), sendo a
balança comercial deficitária, perspectivando deste ponto de vista, um potencial crescimento que
será importante para o sector.
Segundo o Inquérito à Horticultura no ano 2000 existiam em Portugal Continental 21725
explorações com culturas hortícolas, das quais 3469 no Algarve, num total de 31070 ha de área
base. As culturas intensivas em estufa representavam apenas 4% da área com culturas hortícolas,
localizando-se no Algarve cerca de 42% da área total de estufas, sendo a região com maior área
de estufas e aquela em que a área média de estufas por exploração era maior no país (com cerca
de 1 ha).
No Algarve a horticultura é uma actividade com forte tradição, primeiro como actividade do tipo
familiar com as denominadas “hortas” instaladas nos terrenos mais férteis que dispunham de água
e, depois, como actividade de tipo empresarial com um desenvolvimento muito acentuado a partir
dos anos 70 e 80, tendo-se desenvolvido no extremo sul do seu território (Litoral e algumas zonas
do Barrocal), numa estreita faixa paralela à linha de costa, devido principalmente às suas
condições ambientais.
Na última década, após a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia, com a
abertura das fronteiras e o aparecimento das grandes superfícies comerciais, a actividade vem
assistindo a uma acentuada perda de importância, quer ao nível da horta familiar, quer ao nível da
actividade empresarial, apesar das excelentes características edafo – climáticas da região
(sinteticamente caracterizadas por bons solos para horticultura, um elevado número de horas de
sol, temperaturas bastante amenas, pequeno número de dias com ocorrência de geadas e
disponibilidade de água), para um grande número destas culturas, a que acresce o facto de serem
produções de ciclo anual, o que permite uma grande flexibilidade, em termos de estratégias de
comercialização de curto prazo, face à mudança, tão característica dos mercados modernos. Só
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de 1993 para 1999 a área de culturas hortícolas intensivas diminuiu cerca de 78%, enquanto nas
extensivas o decréscimo foi de 69%, conforme se verifica pela análise do Quadro 1. Procedendose a uma maior desagregação destes dados, observa-se que ao nível dos hortícolas em estufa a
quebra em termos de área, no mesmo período de tempo, rondou os 50% (passou de 1.178 ha
para 600 ha).
Em 1999 a horticultura e a floricultura representavam cerca de 2,6% da SAU do Algarve.
Quadro 1 - Evolução das áreas e produções da horticultura por tecnologia produtiva
Tecnologia
Produtiva
Extensiva
Intensiva
Área
(ha)
4309,0
5637,0
1993
Produção (ton)
67164,0
119444,0
1999
Produção
(ton)
9297,5
48292,1
Área
(ha)
1326,0
1240,0
Var. 93/99
Área (%)
-69,2
-78,0
Fonte: DRAALG – 1993; INE (2000).
Este decréscimo de área, repercutiu-se necessariamente, na importância económica deste sector.
Assim, entre 1991 e 1999, a importância do Rendimento Hortícola Bruto regional no cômputo
nacional, decaiu de 16% para 7% (INE).
Quadro 2 - Áreas das culturas hortícolas e sua evolução ao longo dos últimos 25 anos.
Ha /Anos
1979
1989
2001
2004
2005
Horticultura protegida
(Estufas)
430
910
631,5
651
527
a) Hortícolas Intensivas
4642
2735
578
619
669
b) Batata
2286
1545
944
896
476
c) Hortícolas Extensivas
714
2518
1096
987,5
676
Total Ar Livre (a+b+c):
7642
6798
2618
2502,5
1821
Total Culturas Hortícolas
8072
7708
3249,5
3153,5
2348
Fonte: DRAALG - 2006
A análise destes dados confirma a tendência decrescente das áreas a partir de 1989, atingindo-se
uma área total de culturas hortícolas em 2005 de 2348 ha, ano em que a horticultura protegida
(estufas) ocupava uma área de 527 ha, cerca de metade do valor máximo atingindo no início da
década de noventa (Quadro 2).
Em 2003 a horticultura da região representava 9% do volume total produzido no país. As perdas
de área, e subsequentemente de produção (conforme se pode constatar nas figuras 1 e 2,
tipificados nas quatro principais culturas hortícolas da região, tendo como base para essa
hierarquização, o trabalho de Rosa, 1996), levantam depois constrangimentos ao nível do
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escoamento dos produtos. A falta de dimensão crítica é um forte óbice à comercialização, visto as
quantidades oferecidas não serem passíveis de levar ao aparecimento de operadores
económicos, quer individuais, quer colectivos, com expressão suficiente para competir num
mercado que exige regularidade, continuidade e quantidade. Entra-se assim num ciclo vicioso, já
que esses mesmos estrangulamentos obstaculizam o aparecimento de novas áreas de cultura,
dadas as perspectivas “cinzentas” em termos de condições de comercialização da produção.
Figura 1 - Evolução das áreas das principais culturas hortícolas no Algarve
Área (ha)
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
0,0
1989
1994
Tomate: Ar Livre
Tomate: Estufa
Morango
Melão/Meloa
1999
Feijão verde
Figura 2 - Evolução das produções das principais culturas hortícolas no Algarve
Produção (ton.)
100.000,0
80.000,0
60.000,0
40.000,0
20.000,0
0,0
1989
1994
Tomate: Ar Livre
Tomate: Estufa
Morango
Melão/Meloa
1999
Feijão verde
As culturas hortícolas em 2004/05, segundo os dados do Quadro da Produção Vegetal (Quadro
3), ocupavam uma área no Algarve de 2536 ha e produziram 60586 toneladas.
As áreas mais representativas das culturas hortícolas são ocupadas pela batata com 18,8% da
área total das culturas hortícolas. Segue-se a área de batata doce com 7,5%, de melão em estufa,
com 7,2%, de ervilha extensiva, com 6,3% e o tomate em estufa com 6,0%.
No que se refere à produção, o tomate em estufa representa 18,8%, seguido do melão em estufa
com 12,2% e da batata com 11,3%.
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A Zona mais relevante é o Sotavento, com uma área de 1170 ha, seguida pelo Barlavento com
795 ha, enquanto o Centro tem uma área de 571 ha.
As culturas hortícolas, actualmente, representam aproximadamente 5% da área e 17% da
produção das culturas mais representativas da Região.
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PROGRAMA
DESENVOLVIMENTO RURAL 2007 – 2013
ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
Quadro 3 - Quadro da produção vegetal (QPV) - 2004/2005
Horticultura
Melão-extensivas
Melancia-extensivas
Tomate fresco-extensivas
Couve-flôr -extensivas
Couve-repolho-extensivas
Pimento-extensivas
Ervilha-extensivas
Feijão Verde-extensivas
Fava verde-extensivas
Couve flor-intensivas
Couve bróculo-intensivas
Couve portuguesa-intensivas
Couve galega-intensivas
Repolho-intensivas
Lombarda-intensivas
O. Couves-intensivas
Alface-intensivas
Agrião-intensivas
Alho Porro-intensivas
Espinafre-intensivas
Nabiça-intensivas
Grelos nabo-intensivas
Tomate c/ fresco-intensivas
Abóbora-intensivas
Melancia-intensivas
Melão-intensivas
Morango-intensivas
Pepino-intensivas
Pimento-intensivas
Alho-intensivas
Betrerraba-intensivas
Cenoura-intensivas
Cebola-intensivas
Nabo-intensivas
Rabanete-intensivas
Feijão verde-intensivas
Ervilha verde-intensivas
Fava verde-intensivas
Alface-estufa
Tomate-estufa
Feijão Verde-estufa
Pimento-estufa
Pepino-estufa
Melão/meloa-estufa
Morango-estufa
Beringela-estufa
Aboborinha-estufa
Batata doce- temporárias
Batata-vulgar
Flores/plantas ornamentais
Total
Barlavento
Área Produção
(ha)
(t)
16
383
11
314
8
280
6
108
6
132
2
34
18
16
12
216
25
48
12
194
6
81
7
158
2
27
20
396
13
281
5
113
15
270
1
48
1
24
1
24
1
12
1
10
8
288
3
270
4
108
3
64
0
0
3
243
0,5
16
3
27
2,5
100
139
3336
30
900
4
100
1
15
15
243
3
14
5
21
0
0
1
77
1
9
1
17
1
43
1
33
0
0
0
0
180
198
12
2025
3033
807
14151
Área
(ha)
36
47
26
14
10
14
88
18
72
3
2
1
1
11
2,5
1
5
12
1
1
1
1
10
1
6
7
3
1
10
2
Centro
Produção
(t)
810
1269
865
252
220
346
53
324
115
49
27
24
14
230
54
23
90
684
24
25
14
11
360
90
162
180
66
81
230
16
1
9
1
1
4
2
1
3
35
16
5
5
11
0
1
1
1
66
34
25
257
24
14
65
5
4
57
2678
274
200
428
418
0
48
38
18
726
605
11987
Área
(ha)
49
32
23
8
11,00
6,50
53,00
18,00
46,00
16
16
5
1
14
10
5
16
2
11
2
4
2
18
3
11
21
25
2
16
3
3
2
25
1
1
15
4
4
28
115
45
30
25
171
30
1
1
8
212
65
1235
Sotavento
Produção
(t)
882
864
772
144
242,00
142,00
32,00
308,00
674,00
274
228
119
14
293
228
119
288
114
261
48
57
24
650
270
297
402
585
162
374
24
60
50
713
24
14
243
18
24
560
8615
810
1350
2138
6926
660
54
38
144
3117
34449
20545
27189
33632
18000
22000
23200
635
17667
5853
16677
14000
23154
13750
20422
22078
23182
18000
56400
23769
24250
13833
11250
36056
90000
27000
20839
23250
81000
23396
8375
29091
24021
29219
24667
14333
16206
4000
4920
19903
75298
17772
44141
85541
40311
22000
51000
38000
11571
14445
0
Algarve
Área
Produção
(ha)
(t)
101
2075
90
2447
57
1917
28
504
27
594
23
522
159
101
48
848
143
837
31
517
24
336
13
301
4
55
45
919
25,5
563
11
255
36
648
15
846
13
309
4
97
6
83
4
45
36
1298
7
630
21
567
31
646
28
651
6
486
26,5
620
8
67
5,5
160
142
3411
64
1870
6
148
3
43
34
551
9
36
10
49
31
617
151
11370
62
1093
36
1567
31
2609
183
7377
30
660
2
102
2
76
189
2187
476
6876
111
22892
2647
Produção
(Kg/ha)
Fonte: DRAALG
Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve
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60586
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DESENVOLVIMENTO RURAL 2007 – 2013
ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
Principais espécies e variedades/cultivares utilizadas no Algarve
Aboborinha – Black Jack
Alface – Vanity, Triathlon
Alho Porro – Shelton, Ashton
Batata – Romana, Cara, Kennebeck, Spunta, Arran Banner
Couve-Brócolo –Marathon, Decathlon, Pentathlon
Couve-Flor – Málaga, Átila, Nautilus
Couve-Repolho – Roncol, Hercules, Bronco
Couve-Coração de boi – Cape Horn, Caramba
Couve-Lombarda – Savoy
Ervilha – Casusa
Fava – Algarvia, De Cacela, De Lagos
Feijão Verde – Mantra, Oriente, Festival, Música, Kwintus
Melancia – Pata-Negra, Augusta, Sugar Baby
Melão – Jalisco, Ajax, Alpes, Duncan, Aitana, Ómega, Topázio
Morango – Agoura, Candonga, Ventana, Camarilho, Camarosa
Pepino – Jazzer, Pontia, Adrian, Caman
Pimento – Genil, Topázio, Lido, Drago
Tomate (estufa) – Zinac, Sinatra, Tylani, V1, Eufrates; Tipo “Chucha” – Sahel, Cencara; Tipo “Cacho” –
Ruby, Dorinta
Tomate (ar livre) – Mina, Toledo
Modos de Produção Alternativos
Neste ponto perspectiva-se o aumento da área existente, quer para o Modo de Produção
Biológico (MPB), que representava em finais de 2005, 63 ha (Quadros 4 e 5), quer para a
Produção/Protecção Integrada (Quadro 6). Interessa à região incrementar estes modos de
produção, face à maior procura por este tipo de produtos, cuja produção está claramente
associada aos valores da preservação do ambiente, da produção sustentada e da qualidade
alimentar, prioridade assumida ao nível da UE.
Quadro 4 - Áreas (ha) e número de operadores, em Modo de Produção Biológico - Produções
Vegetais em 31/12/2005, em Portugal, por regiões
Nº
Oper
622
Alentejo
Algarve
30
272
B.Interior
51
B. Litoral
72
E.D.M.
151
R. Oeste
379
Trás M.
Total 1577
Fonte: IDRHA.
Região
Olival
Past/Forag
Vinha
18.449
8
4.481
29
0
134
5.051
28.152
101.698
833
23.657
26
882
21.749
5.907
154.752
99
38
352
67
39
232
481
1.308
Culturas
Arvenses
17.413
95
19.196
27
18
993
4.254
41.996
Fruticult.
Hortíc.
216
118
310
26
63
132
242
1.107
156
63
331
60
39
123
45
817
Frutos
Secos
463
295
180
21
10
18
2.532
3.519
Pousio
761
81
298
2
6
75
37
1.260
Plantas
Aromat.
194
318
3
10
10
12
0
547
Total
139.449
1.847
48.808
268
1.067
23.468
18.549
233.458
Quadro 5 - Evolução da área (ha), de culturas hortícolas em Modo de Produção Biológico, no Algarve
(2002 a 2005)
Ano
2002
2003
2004
2005
42
39
79
63
Área de Hortícolas
Fonte: IDRHA
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
Quadro 6 - Evolução da área (ha) de culturas hortícolas em Protecção Integrada (PI) no Algarve (2002
a 2004)
Ano
Nº de Associações
Nº de Beneficiários
Área (ha)
2002
0
0
0
2003
1
10
49
2004
1
11
51
Fonte: DRAALG - DAPR
Devemos referir ainda, que na área do MPB, existe na região a SALVA (Associação de Produtores
em Agricultura Biológica do Sul), que tem como objectivos (entre outros), a divulgação e
promoção do MPB.
Quanto à organização do sector hortícola ao nível das OP`s, ela assenta numa única estrutura
(Madrefruta).
No Algarve a indústria transformadora tem uma fraca actividade sendo importante incrementar o
desenvolvimento da transformação de produtos hortícolas, nomeadamente de 4ª gama.
Situação actual da sub-Fileira
Quadro 7 – Situação actual das culturas em ar livre
Situação actual da sub-fileira
Economia do produto
Dados gerais
Hortic. Ar livreTransformados
Consumo (ton)
Exportações (média 2001 - 2005) (ton)
Grau de Auto-Aprovisionamento (%) (Fonte INE)
Preços (média 2001-2005) (EUR/KG)
Mercado interno
0,400
Importação
Exportação
Preços Produtos com Nomes Protegidos (EUR/Kg)
Área de
Importância económica do sector
Valor da produção
Hortic. Ar livre
Hortic. Ar livreTransformados
(ha)
(ton)
Valores Globais
1.800
46.480
Produção (média 2001-2005)
1.800
46.480
n.d.
n.d.
n.d.
n.d.
0
(1000 EUR)
Agroturismo
Hortic. Ar livre Transformados
(N.º Unidades
função
TER)
(1000 EUR)
18.592
0
0
18.592
Sem Nomes Protegidos
Nomes Protegidos (em % do total)
Modos Produção
Produção integrada
18.592
18.592
Com nomes Protegidos
Biológico
Valor por
Multifuncionalidade
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes fora de Rede
Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos e em Rede
Natura (1000 EUR)
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
Quadro 8 – Situação actual das culturas em estufa
Situação actual da sub-fileira
Economia do produto
Dados gerais
Hortic.Estufa Transformados
Consumo (ton)
Exportações (média 2001 - 2005) (ton)
Grau de Auto-Aprovisionamento (%) (Fonte INE)
Preços (média 2001-2005) (EUR/KG)
Mercado interno
0,502
Importação
Exportação
Preços Produtos com Nomes Protegidos (EUR/Kg)
Área de
Importância económica do sector
Valor da produção
Hortic.Estufa Hortic.Estufa Transformados
(ha)
(ton)
Valores Globais
596
32.580
Produção (média 2001-2005)
596
32.580
n.d.
n.d.
n.d.
n.d
0
(1000 EUR)
Agroturismo
Hortic.Estufa Transformados
(N.º Unidades
função
TER)
(1000 EUR)
16.339
0
0
16.339
Valor por
16.339
16.339
Com nomes Protegidos
Sem Nomes Protegidos
Nomes Protegidos (em % do total)
Modos Produção
Biológico
Produção integrada
Multifuncionalidade
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes fora de Rede
Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos e em Rede
Natura (1000 EUR)
12.2 Valor actual
O valor actual da sub-Fileira hortícola é de 34,931 milhões de euros.
No Quadro 9 pode-se observar, a título meramente indicativo, as cotações das principais culturas
hortícolas em 2004, destacando-se como valores mais elevados os produtos de mão-de-obra mais
intensiva (ervilha, feijão verde e morango).
Quadro 9– Preço médio anual (€/Kg) das principais culturas hortícolas
Espécie
Alface Ar livre
Alface estufa
Batata-doce
Ervilha
Fava
Feijão V. Ar livre
Feijão V. Estufa
Melância
€/Kg
0,68
0,64
0,93
1,61
0,66
1,38
1,52
0,31
Espécie
Melão Gália Ar livre
Melão Gália Estufa
Morango
Pepino Estufa
Pimento Estufa
Tomate Ar livre
Tomate Estufa
€/Kg
0,68
0,86
1,10
0,42
0,87
0,49
0,54
Fonte: SIMA 2004
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
13. VALORIZAÇÃO FUTURA DA SUB-FILEIRA
Durante o período de vigência do Quadro de Referência Estratégica Nacional (2007-2013), ao
nível da produção, será importante que se possam concretizar os seguintes objectivos, de modo a
atingir os valores abaixo estimados:
•
Construção de estufas (metálicas) / reconversão de estufas (de madeira para estufas
metálicas) de uma área estimada de 290 ha. Prevê-se que 30% deste valor se destine a
estufas para a produção de culturas sem solo;
•
Aumentar a área da produção de ar livre em 40%, sendo esta destinada, nomeadamente,
aos produtos de 4ª gama e ao mercado local/regional;
•
“Triplicar” a área de produção em MPB, de forma a atingir em 2013 os 200 ha, estimandose que 25 % deste valor seja referente à produção em estufa e 75 % à produção ao ar
livre;
•
“Triplicar” a área em PRODI, de forma a atingir em 2013 os 160 ha, estimando-se que 25
% deste valor seja referente à produção em estufa e 75 % à produção ao ar livre;
•
Duplicar o volume de produção escoada através de OP`s;
•
Incentivar o cultivo dos hortejos tradicionais do interior algarvio para produção de produtos
hortícolas tradicionais/biológicos.
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DESENVOLVIMENTO RURAL 2007 – 2013
ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
13.1 Evolução previsível da produção, dos preços e das exportações
Quadro 10 - Quadro previsional das culturas ao ar livre (2013)
Previsão
2013
Produto
Produto Transformado
Variação em
variação em relação
relação à média do
à média do
quinquénio
Variáveis
(ton)
quinquénio
(%)
(ton)
(%)
Mercado externo
. Exportações
Preços (euro/kg)
Mercado interno
0,45
12,50%
65.071,44
40,00%
Importação
Exportação
Produção regional
Nomes Protegidos
Valor Previsional da Produção
(1000 euros)
29.282
0
MULTIFUNCIONALIDADE
Agroturismo em áreas
abrangidas por nomes
protegidos fora da Rede
Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas
abrangidas por nomes
protegidos e em Rede
Natura (1000 EUR)
Valor Previsional da Fileira
(1000 euros)
29.282
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
Quadro 11 - Quadro previsional das culturas em estufa (2013)
Previsão
2013
Produto
Produto Transformado
Variação em
variação em relação
relação à média do
à média do
quinquénio
Variáveis
(ton)
quinquénio
(%)
(ton)
(%)
Mercado externo
. Exportações
Preços (euro/kg)
Mercado interno
0,59
17,65%
38.560,48
18,35%
Importação
Exportação
Produção regional
Nomes Protegidos
Valor Previsional da Produção
(1000 euros)
22.751
0
MULTIFUNCIONALIDADE
Agroturismo em áreas
abrangidas por nomes
protegidos fora da Rede
Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas
abrangidas por nomes
protegidos e em Rede
Natura (1000 EUR)
Valor Previsional da Fileira
(1000 euros)
22.751
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
13.2 Crescimento esperado do Valor da sub-Fileira
Para o último ano do PDRc (2013), prevê-se um crescimento superior a 57,50% e 39,24%,
respectivamente nas culturas de ar livre e estufa, do valor da sub-fileira, que no conjunto passará
a valer mais 52,03 milhões de euros.
Quadro 12 - Evolução previsional do valor das culturas em ar livre (média 2001/2005-2013)
Componentes da Fileira
Hortic. Ar livre
Produto transformado
Valor Actual
(mil euros)
18.592
0
(%)
100
0
18.592
100
Valor
Taxa
Previsional Variação
(mil euros)
(%)
29.282
57,50%
0
0
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos fora
da Rede Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos e em
Rede Natura (1000 EUR)
Valor Global Fileira
29.282
57,50%
Quadro 13 - Evolução previsional do valor das culturas em estufa (média 2001/2005-2013)
Componentes da Fileira
Hortic.Estufa
Produto transformado
Valor Actual
Valor
Taxa
Previsional Variação
(mil euros)
(%)
(mil euros)
(%)
16.339
0
100
0
22.751
0
39,24%
0
16.339
100
22.751
39,24%
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos fora
da Rede Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos e em
Rede Natura (1000 EUR)
Valor Global Fileira
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
PROGRAMA
DESENVOLVIMENTO RURAL
2007 – 2013
sub-Fileira das
Flores e Plantas Ornamentais
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ESTRATÉGIA DA REGIÃO ALGARVE
14. VALORIZAÇÃO ACTUAL DA SUB-FILEIRA
Neste ponto apresenta-se, de forma sintética, o valor da sub-fileira no Algarve através da sua
caracterização económica (produção, preços, comércio externo, multifuncionalidade).
O valor da sub-fileira é o ponto de partida e a base para se perspectivar a evolução futura da
mesma.
14.1 Caracterização Económica
Neste documento de trabalho abordámos esta sub-fileira como o conjunto de 3 tipos de produção:
•
Flores e Folhagens de corte: produção de flores e folhagens destinadas à ornamentação
depois de cortadas;
•
Plantas ornamentais: plantas de flor e folhagem ornamental, ambas destinadas à produção
e comercialização em vaso. Acrescentaríamos a este sector, como actividade recente, a
produção de tapetes de relva, para posterior utilização em espaços verdes;
•
Material de propagação: produção de bolbos, tubérculos, sementes, estacas, alporques, e
outros propágulos subterrâneos e aéreos, para posterior produção de flores/folhagens de
corte e plantas ornamentais;
A floricultura algarvia acompanhou o crescimento da floricultura nacional, apresentando
actualmente grande importância na região, contribuindo com 0,14% para a SAU. Segundo dados
do inquérito à floricultura de 2002, compreende dois sectores perfeitamente diferenciados: a flor e
folhagens de corte, de fraca expansão regional (24 ha e 1 ha, respectivamente), e as plantas
ornamentais de interior e exterior, de grande importância na região (71 ha). Do total da área de
produção (96 ha), cerca de 53 ha são de ar livre, valor bastante superior à de estufa (37 ha) e à de
sombreamento (6 ha). Segundo dados da DRAPALG (Quadro 14) este cenário mantém-se,
apresentando em 2005 valores de 25 ha para as flores/folhagens de corte e 120 ha para as
plantas ornamentais.
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Quadro 14 - Evolução das áreas dedicadas à floricultura no Algarve.
Flores/Folhagens de
Plantas Ornamentais
TOTAL
Anos
Corte
Área
Nº Exp.
Area (ha)
Nº Exp.
Área (ha)
Nº Exp.
(ha)
(1)
1979
6
(2)
1988
52
(2)
1989
58
60
(2)
1990
80.8
(3)
1993/94
23.5
24
50
33
73.5
57
(1)
2001
91.8
(4)
2002
25
71
96
62
(1)
2004
113.85
(1)
2005
25
120
145
(1)
(2)
(3)
(4)
DRAALG (2006), DGPA (1992), Anónimo (1995), INE (2002).
No quinquénio de 2001/2005, a área de produção de flores e plantas ornamentais representou
cerca de 10,7% da área total nacional, destacando-se as plantas ornamentais, que contribuíram
com 11,3% para o valor global da produção de plantas ornamentais.
Apesar destes dados, os níveis de produção são insuficientes para satisfazer o consumo de flores
e plantas ornamentais, sendo a balança comercial deficitária, perspectivando deste ponto de vista,
um potencial crescimento que será importante para o sector. No entanto, a expansão da área das
flores de corte terá sempre que contar com a zona centro do país, especialmente o Montijo, e a
Região de Entre Douro e Minho de grande peso e importância, gozando da proximidade aos
principais centros de consumo (Lisboa e Porto), onde se situam também, os principais mercados
abastecedores de flor e folhagens de corte.
O ameno clima da região, as condições de luminosidade e a disponibilidade de água de rega de
qualidade, proveniente das barragens, favorecem ambos os sectores. O solo pode ser, em alguns
casos, limitativo à expansão da área de produção de flores e folhagens de corte, uma vez que
estas, estão plantadas no solo enquanto que nas plantas ornamentais o seu ciclo produtivo ocorre
em vasos, com substratos adequados às necessidades de cada espécie.
É na zona Litoral do Algarve, nomeadamente, no Centro (concelhos de Faro, Olhão e Loulé) e no
Barlavento (concelhos de Albufeira, Lagoa, Silves, Portimão e Lagos) regiões de clima mais
favorável e de maior índice turístico, que se encontram os maiores núcleos de produção de
plantas ornamentais e flores/folhagens de corte. A zona de Sotavento (concelhos de Tavira,
V.R.S.António e Castro Marim) tem uma área reduzida comparativamente às anteriores, mas tem
registado um intenso crescimento nos últimos anos.
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Plantas Ornamentais
O sector das plantas ornamentais, de crescente importância no Algarve, tem sido, em certa
medida, influenciado por diversas empresas estrangeiras que desde os anos 70 se implantaram
entre nós, e com o seu “know-how” e tecnologia de ponta, deram um forte contributo ao
desenvolvimento do sector na região.
O sector das plantas ornamentais apresenta-se bastante forte na região Prova disso, é a
existência aqui, de diversas empresas líderes no mercado nacional, ou mesmo no mercado
europeu, com áreas de produção entre os 20 e os 40 ha. De entre as quais, se destacam:
•
Viveiros do Foral, situados em S. Bartolomeu de Messines, com uma área de produção de
26 ha, produzem cerca de 800 000 citrinos ornamentais envasados por ano, de elevada
qualidade, reconhecida nos 16 países europeus para onde são exportados. A empresa é
considerada uma das maiores produtoras de citrinos da Europa;
•
Viveiros Monterosa, localizados em Moncarapacho, com uma área de 40 ha de produção,
vocacionados para a produção de plantas ornamentais de exterior e interior. A partir de
1994, sentiram a necessidade de inovar e diversificar a gama de produtos, pelo que
decidiram apostar na produção de plantas mediterrâneas de flor, para o mercado nacional
e para exportação, em detrimento da produção de plantas de interior. Neste momento,
cerca de metade da sua produção é ocupada por Bouganvillea, Pelargonium, Hibiscus,
plantas aromáticas, Loendro e trepadeiras (destacando-se neste último grupo, o Jasmim),
sendo absorvida 75% da produção pelo mercado nacional e cerca de 25% exportado para
França e Alemanha;
•
Viplant – Viveiros do Algarve, produzem mais de 100 variedades de plantas herbáceas,
arbustivas, trepadeiras e palmeiras, a partir de uma área de 30 ha, divididos entre duas
unidades de produção, Paderne e Alte. A maioria da produção é comercializada no
mercado interno, através dos seus “garden-centers” e da sua rede de distribuição própria.
Exportam ainda, para Espanha, Holanda e França;
•
Flor do Sol – Viveiros de Plantas, líder na produção e comércio de palmeiras em Portugal,
enviando grandes quantidades para Alicante, Málaga e Canárias. Na Europa, a Flor do
Sol, destaca-se pela variedade e diversidade de palmeiras em viveiro, localizado na zona
de Portimão, tendo desenvolvido vários serviços complementares, como o préenraízamento e envasamento de palmeiras, poda perfeita de palmeiras (limpeza do
espique) e transporte especializado de palmeiras de grande porte. Com a entrada dos
hipermercados em Portugal, desenvolveu outra área de negócio, os sistemas logísticos
para fornecimento “pronto a vender” de material vegetativo em repouso, como plantas
bolbosas, roseiras e fruteiras, e artigos de jardim, designadamente sementes, substratos e
adubos.
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Ligado ao sector das plantas ornamentais, surge outra actividade complementar, a produção de
tapetes de relva, a ser desenvolvida no Algarve, por duas empresas associadas, a Algarelva e a
Tecnigreen, com uma área aproximada de 15,5 ha, produzindo dois tipos de tapetes, um indicado
para campos de golfe e outro para as áreas ajardinadas. A produção é comercializada
essencialmente, no mercado regional e sul de Espanha.
Nos últimos anos, têm-se assistido ao aparecimento de inúmeros “garden-centers” no Algarve, em
resposta a uma crescente procura de plantas ornamentais por particulares e empresas de
construção e manutenção de jardins, também elas, em constante crescimento no Algarve.
Flores e Folhagens de Corte
A Campina de Faro-Olhão apresenta condições de temperatura e luminosidade favoráveis ao
desenvolvimento do gladíolo e rosa, existindo, segundo o Inquérito à Floricultura de 2002 (INE),
7,5ha de gladíolo e 13ha de rosa em estufa. A maioria da área de produção de flores de corte
localiza-se nesta região e em Silves, onde predomina a cultura de gerbera e Lilium.
Materiais de Propagação
No sector da produção de materiais de propagação registamos a presença do grupo Fisher
Internacional, com sede na Alemanha, implantado entre nós, com uma unidade de produção – a
empresa Pelpor - na zona de Moncarapacho. Este grupo, dedica-se ao melhoramento de espécies
ornamentais e obtenção de novas cultivares. As plantas mãe obtidas são colocadas nas unidades
de produção, pertencentes ao grupo, para produção de estacas, estacas enraizadas, planta
pequena e planta pronta. A Pelpor, com uma área de 5ha de estufas, produz cerca de 15 milhões
de estacas, 5 milhões de estacas enraizadas e cerca de 10 000 plantas prontas para o mercado
interno e sul de Espanha.
Principais espécies produzidas
Nos últimos anos, registou-se uma evolução do mercado de plantas ornamentais para o consumo
de plantas com flor, quer nas plantas de interior quer de exterior. No que diz respeito às primeiras,
a procura de Ficus, Croton, Fetos, Philodendro e Scindapsus, diminuiu para dar lugar a plantas
com flor, como as Impatiens, Begonias, Poinsetias e Kalanchoe, entre outras, com épocas
específicas de venda. Quanto às plantas de exterior, ganharam importância as plantas com flor e
com aroma, aumentando a procura por plantas mediterrâneas, onde a gama de plantas
disponíveis no mercado tem sido crescente. Entre elas, destacam-se os loendros, lavandulas,
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alecrins, murtas, santolinas, tomilhos, folhados, cistus, loureiros e medronheiros. Os produtores
estão optimistas com o mercado, e pensam que este continuará a crescer no sentido da procura
por plantas de reduzidas exigências hídricas e de manutenção. Assiste-se ainda, a uma forte
expansão da produção de plantas herbáceas, aparecendo uma enorme variedade de espécies no
mercado como: Petunia, Viola, Gazania, Cuphea, Primula, Verbena, Osteospermum, Tagetes,
Gaura, Erigeron, Convolvulus, etc.
No que respeita às flores de corte, as espécies de maior produção no Algarve são a rosa, o
gladíolo, a gerbera e o Lilium registando-se uma tendência para a estabilização das áreas de
produção. Nos últimos anos, alguns floricultores experimentaram com sucesso o cultivo de flores
de corte anuais, como as celosias, os Anthirrinum e os goivos, em estufa, nos períodos entre
campanhas dos cultivos tradicionais, em que as estufas estavam desocupadas.
Embora as folhagens de corte tenham fraca representatividade na região, existem algumas
unidades florícolas dedicadas à produção de eucalipto, espargo e fetos.
Quanto ao material de propagação, a única empresa dedicada a este sector, produz estacas,
estacas enraizadas e planta pequena de Poinsetias e plantas de “Parterre e Balcón” (Ageratum,
Achillea, Argyranthemum, Asteriscus, Cuphea, Dahlia, Fuchsia, Helichrysum, Heliotropium,
Impatiens, Lantana, Lobelia, Osteospermum, Petunias, Thunbergia, Verbenas, Vincas, entre
outras).
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Situação actual da sub-Fileira
Quadro 15 – Situação actual das flores e folhagens de corte
Economia do produto
Dados gerais
Flores corte e folhagem
Transformados
Consumo (ton)
Exportações (média 2001 - 2005) (ton)
Grau de Auto-Aprovisionamento (%) (Fonte INE)
Preços (média 2001-2005) (EUR/KG)
Mercado interno
0,219
Importação
Exportação
Preços Produtos com Nomes Protegidos (EUR/Kg)
Área de
Importância económica do sector
Valor da produção
Flores corte e folhagem
Flores corte e folhagem
Transformados
(ha)
(hastes)
(1000 EUR)
Agroturismo
Flores corte e folhagem
Transformados
milhares
Valores Globais
Produção (média 2001-2005)
25
8.202
24,8
8.202
0
1.794
0
Valor por
(N.º Unidades
função
TER)
(1000 EUR)
0
1.794
1.794
1.794
Com nomes Protegidos
Sem Nomes Protegidos
Nomes Protegidos (em % do total)
Modos Produção
Biológico
Produção integrada
Multifuncionalidade
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes fora de Rede
Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos e em Rede
Natura (1000 EUR)
Segundo o Inquérito à Floricultura (2002) a produção total de plantas ornamentais, nesta região,
foi de 5029 x103 plantas, das quais 18% se destinaram ao mercado externo.
No quinquénio (2001-2005) a área média de produção de plantas ornamentais foi de 71,5 ha.
As plantas ornamentais, pela diversidade de espécies que existem no mercado e pela diversidade
de tamanhos e formas com que são comercializadas, apresentam-se no mercado com variadas
valorizações comerciais, pelo que não é possível apresentar aqui uma valorização.
A produção destas espécies e respectiva comercialização estão dependentes das estratégias das
empresas.
14.2 Valor actual
O valor actual da sub-Fileira (média 2001-2005) é de 1,794 milhões de euros para as flores e
folhagens de corte. Para as plantas ornamentais não nos é possível apresentar valores pelas
razões anteriormente referidas.
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15. VALORIZAÇÃO FUTURA DA SUB-FILEIRA
Durante o período de vigência do Quadro de Referência Estratégica Nacional (2007-2013), ao
nível da produção, será importante que se possam concretizar os seguintes objectivos:
•
Criar condições para construir novas estufas metálicas (estimando-se em, 40 ha para
flores e folhagens de corte e 20 ha para plantas ornamentais);
•
Alcançar uma área total de produção de flores e folhagens de corte de 64 ha.
•
Aumentar a área de produção de plantas ornamentais (dos quais 20 ha em estufa e 60 ha
em ar livre), atingindo no final do período os 200 ha;
•
Fomentar o aparecimento de culturas em PRODI.
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15.1 Evolução previsível da produção, dos preços e das exportações
Quadro 16 - Quadro previsional das flores e folhagens de corte (2013)
Previsão
2013
Produto
Produto Transformado
Variação em
variação em relação
relação à média do
à média do
quinquénio
Variáveis
(ton)
quinquénio
(%)
(ton)
(%)
Mercado externo
. Exportações
Preços (euro/kg)
Mercado interno
0,23
3,14%
21.165,50
158,06%
Importação
Exportação
Produção regional
Nomes Protegidos
Valor Previsional da Produção
(1000 euros)
4.774
0
MULTIFUNCIONALIDADE
Agroturismo em áreas
abrangidas por nomes
protegidos fora da Rede
Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas
abrangidas por nomes
protegidos e em Rede
Natura (1000 EUR)
Valor Previsional da Fileira
(1000 euros)
4.774
Pelas razões já referidas não nos é possível apresentar a evolução previsível da produção para as
plantas ornamentais.
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15.2 Crescimento esperado do Valor da sub-Fileira
Quadro 17 - Evolução previsional do valor das flores e folhagens de corte (média 2001/2005-2013)
Valor Actual
Componentes da Fileira
Flores corte e folhagem
Produto transformado
(mil euros)
1.794
0
(%)
100
0
1.794
100
Valor
Taxa
Previsional Variação
(mil euros)
(%)
4.774
166,17%
0
0
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos fora
da Rede Natura (1000 EUR)
Agroturismo em áreas abrangidas por nomes protegidos e em
Rede Natura (1000 EUR)
Valor Global Fileira
4.774
166,17%
Pelas razões já referidas não nos é possível apresentar o crescimento esperado para as plantas
ornamentais.
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ANEXO I
PRINCIPAIS RAZÕES PARA INVESTIR NA FILEIRA DOS HORTÍCOLAS E FLORES NO
ALGARVE
O Algarve (Litoral e áreas da zona sul do Barrocal) principalmente ao longo de toda a faixa Litoral,
que vai de Vila Real de Santo António a Odeceixe, numa extensão para o interior que não
ultrapassa, de forma genérica, cerca de 15 a 20 Km (podendo identificar-se como regiões de
elevada aptidão e interesse a Campina de Faro/Olhão, zonas de Sotavento e do Barlavento
Algarvio e o Planalto do Rogil), tem muito boas condições para o desenvolvimento da
hortofloricultura (em estufa e ar livre). Na zona atrás referida, conjugam-se uma série de factores
importantes para o seu desenvolvimento, nomeadamente factores climáticos, disponibilidade de
água, solo, energia, acessibilidades, mão-de-obra, estrutura fundiária, informação técnica e
serviços de apoio, experiência regional e empresas prestadoras de serviços, que abaixo se
desenvolvem.
a) Clima - O Algarve, tem, em termos nacionais e europeus, das melhores condições climatéricas
para a produção horto-florícola, que pode ser expressa quer pelo número de horas de sol (quase
sempre superiores a 3000 horas, chegando a atingir as 3300 horas), pela fraca ou quase nula
ocorrência de dias de geada (inferior a 1, principalmente no Litoral Oeste e de 1 a 5 dias, em
grande parte do Litoral Sul, que não constituem, em princípio um problema, pois algumas técnicas
permitem minimizar ou prevenir os eventuais efeitos negativos de uma geada: - aquecimento e
rega anti-geada).
Devido à proximidade do mar o clima é ameno, capaz de induzir precocidade às produções
(temperatura média anual de cerca de 17 ºC e um valor médio de temperatura mínima de 12 ºC),
não atingindo as temperaturas valores muito elevados, nem grandes amplitudes térmicas.
A precipitação média anual é de 600 mm, atingindo valores superiores a 1200 mm na serra e
abaixo dos 400 mm no litoral.
A radiação solar é superior a 160 Kcal/cm2.
O vento pode em situações limite, afectar as culturas, devendo ser utilizados, nalguns casos,
sebes e corta-ventos.
b) Água - A disponibilidade de água não é um factor limitativo da actividade no Algarve. Aqui
existem disponibilidades de áreas novas com infra-estruturas de rega (principalmente no
perímetro do Sotavento: - Barragens de Odeleite e Beliche, com um potencial de rega de cerca de
8100 ha, actualmente não utilizados na totalidade), bem como infra-estruturas mais antigas, como
na Costa Ocidental, no Planalto do Rogil (na área de influência do Perímetro do Mira), onde os
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1500 ha com rega não estão a ser utilizados na totalidade, o mesmo se passando no Barlavento
com as Barragens da Bravura e de Silves/Arade.
Para além das águas superficiais, existem também disponibilidades de água no subsolo, ainda
que seja necessário um maior custo para a sua captação e utilização.
Como factor importante devemos referir que, nomeadamente nas culturas sem solo, em estufa,
está já a ser utilizada tecnologia que permite a optimização e a reutilização da água.
c) Solo - No Algarve este não é um factor limitante para a hortofloricultura, quer devido à
existência de solos com elevado potencial, quer pelas possibilidades oferecidas hoje em dia, pelos
fertilizantes e sistemas de fertirrega. No caso das estufas, é significativa a área ocupada pelas
culturas sem solo, onde este factor não é determinante.
d) Energia - Toda a região referida tem acesso fácil à Rede Eléctrica Nacional, havendo
eventualmente nalguns casos, a necessidade de realizar investimentos de ligação às explorações
agrícolas.
Também é possível o acesso ao gás natural, mediante a instalação de depósitos apropriados nas
respectivas explorações.
e) Acessibilidades - O Algarve dispõe
neste momento de bons acessos rodoviários, com
destaque para a A2 e A22, bem como de boas ligações ferroviárias, nomeadamente a Lisboa.
Outro factor muito positivo é a existência do aeroporto de Faro, bem localizado, em relação à zona
de produção.
f) Mão-de-Obra - A horticultura e a floricultura são actividades com capacidade para potenciar a
criação de postos de trabalho.
Nalgumas zonas, a disponibilidade desta, embora não sendo um factor limitante deverá merecer
uma atenção especial, face à concorrência com o sector do turismo.
g) Estrutura Fundiária - Ainda que a dimensão média da propriedade não seja grande,
pensamos que esta não é um factor limitante para o desenvolvimento da horticultura e da
floricultura, face ao tipo de actividade desenvolvida.
h) Informação Técnica e Serviços de Apoio - Na região, nomeadamente na Direcção Regional
de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPALG), existe informação técnica, teórica e prática,
disponível, adquirida ao longo de vários anos de trabalho experimental. Este, iniciou-se na década
de oitenta, com o Projecto Luso-Alemão de Horticultura, tendo continuado até hoje, com o
desenvolvimento de vários projectos com entidades públicas e privadas. As áreas de trabalho
abordadas estendem-se à Produção Convencional, Protecção Integrada (estufa), Produção
Biológica e produção em estufa de Culturas Sem Solo de espécies hortícolas e florícolas.
Para o desenvolvimento desta actividade experimental a DRAPALG apoia-se em Centros de
Experimentação, com especial destaque para o “Centro de Experimentação Hortofrutícola do
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Patacão” onde tem decorrido grande parte da actividade realizada na área da horticultura e
floricultura.
A DRAPALG dispõe ainda de uma importante rede de Estações Meteorológicas Automáticas que
recolhem informação muito útil para a horticultura e a floricultura.
i) Empresas Prestadoras de Serviços - A região tem várias empresas capazes de fornecer os
serviços necessários ao desenvolvimento do sector - rega, fertirrega, fertilizantes, protecção
fitossanitária (convencional/integrada), culturas sem solo, etc.
j) Experiência Regional - Os produtores da região têm uma grande experiência na produção
hortícola capaz de ser potenciada, assim eles considerem favoráveis as condições para o
desenvolvimento da mesma. Importa ainda referir que os investimentos na horticultura e
floricultura são habitualmente feitos por Pequenas e Médias Empresas, muitas vezes já instaladas
a nível local ou regional, de tipo familiar, o que normalmente garante a perenidade do
investimento, fomentando o desenvolvimento local e regional (praticamente sem riscos de
deslocalização - como se vem observando noutros sectores - fruto da sua dependência,
principalmente de condições climáticas específicas da região). Estas explorações estão
associadas, à criação de um número significativo de empregos, considerado por muitos de risco
reduzido, e de rentabilidade interessante, e pouco consumidora de energia (nas nossas
condições). Esta situação é necessariamente uma grande vantagem comparativa, face a outras
regiões produtoras do país e da Europa, dadas as perspectivas de um crescente aumento nos
custos da energia a nível mundial. Por fim convém recordar que a hortofloricultura é um sector
com potencial de crescimento em consequência do aumento do consumo “per capita” (onde o
nosso país não é auto-suficiente), tendo ainda um significativo potencial exportador.
Para além destes aspectos, a análise dos Pontos Fortes e Oportunidades atrás apresentada, faz
deste sector, se analisado de uma forma racional, um sector com futuro na região do Algarve,
capaz de, na nossa opinião, competir com os melhores.
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