Análise da formação dos Circuitos Virtuais de Aprendizagem

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Análise da formação dos Circuitos Virtuais de
Aprendizagem do Programa Mais Educação
Dante Augusto Couto Baroneb, Evandro Franzena, Vinicius Woloszynb,Marco
Aurélio Schunkeb, Jéfferson Soomab
a
b
Centro Universitário Univates, Lajeado, Rio Grande do Sul, Brasil
Instituto de Informática – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Rio Grande do
Sul, Brasil.
([email protected], [email protected], [email protected],[email protected], [email protected])
Abstract: The application of social networking as a learning resource is a promising alternative to exchange knowledge,
experiences and best teaching practices. This paper presents the results of a project to develop and implement a social
learning network, called “Circuitos de Aprendizagem do Programa mais Educação”. The methodology used in networks
formation , implementation and statistical data on the participation of schools, teachers and students since the
implementation of the same process will be presented. The data will allow to evaluate the interaction between users and the
level of engagement in different circuits. Future perspectives for the application of tools and algorithms for knowledge
extracting about published content, activities and interactions among participants will also be described.
Keywords: Redes sociais, circuitos virtuais de aprendizagem, Programa Mais Educação, mineração de dados.
INTRODUÇÃO
O uso das tecnologias na sociedade atual, vem mudando a maneira de pensar, agir e principalmente a forma
de acessar a informação e o conhecimento disponível. A presença das TIC (Tecnologias de Informação e
Comunicação) nas atividades do cotidiano é uma realidade para a maioria das pessoas e é ainda mais intensa
entre os mais jovens. Entre as tecnologias atuais, a Internet é, sem dúvida a que apresenta maior potencialidade
de uso em praticamente todas as áreas do conhecimento humano. Segundo Castells [3], a Internet é uma
tecnologia suscetível a modificações derivadas de práticas sociais, capaz de gerar uma vasta gama de efeitos
sociais. O autor enfatiza ainda que as tecnologias não definem a sociedade, mas são a sociedade, esta molda as
tecnologias conforme as suas necessidades.
O universo de aplicações e recursos existentes na Internet é imenso, dentre estes recursos, destacam-se cada
vez mais as redes sociais. Facebook, Twitter, Youtube, são alguns dos exemplos de mídias que contam com um
número cada vez maior de adeptos, que buscam nestas formas de interagir com outros usuários, através da troca
de mensagens ou por meio do compartilhamento de recursos, como fotos, texto e vídeos.
Redes sociais podem ser definidas como aplicações que funcionam como mediadores sociais e que permitem
estabelecer redes de relacionamentos. Lévy [5] conceitua o ciberespaço como “o espaço de comunicação aberto
pela interconexão mundial dos computadores e da memória dos computadores”. Seguindo esta lógica, a
capacidade de manter dados sobre pessoas, eventos, atividades é essencial para criar e manter relações virtuais.
O crescimento do interesse e do número de usuários das redes sociais no mundo, tem despertado o interesse
de pesquisadores das mais diversas áreas, entre estas a educação. A evolução da educação está associada, não
apenas ao trabalho do professor, mas também dos alunos. “Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente
o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de
caminhada do professor-educador”[10].
Novas tecnologias intelectuais amplificam, exteriorizam ou modificam diversas funções cognitivas humanas.
A memória, imaginação, percepção e o raciocínio são afetados por tecnologias como bancos de dados,
hiperdocumentos, simulações ou por sistemas inteligentes baseadas em Inteligência Artificial [5]. Estas
mudanças influenciam a prática pedagógica e acarretam desafios e problemas relacionados as atividades
desenvolvidas em ambientes educacionais tradicionais. A incorporação das tecnologias na escola, requer um
aprendizado para lidar com a diversidade, a abrangência e a rapidez de acesso às informações, bem como com
278
novas possibilidades de comunicação e interação, o que propicia novas formas de aprender, ensinar e produzir
conhecimento, que se sabe incompleto, provisório e complexo [9].
Considerando o cenário atual, no qual o uso de Internet, jogos eletrônicos, redes sociais é parte do cotidiano
da grande maioria dos alunos, a inserção destes recursos na escola e no processo educativo, como um todo é
fundamental. Ampliar os espaços da escola, através de ferramentas de colaboração, é uma das formas de
envolver os alunos e aumentar a participação destes nas discussões acerca das atividades realizadas no dia a dia.
A criação de redes virtuais educacionais extrapola os limites geográficos, propiciando uma interação entre
alunos, professores de diferentes locais e com aspectos culturais diversos.
Comunidades virtuais ou redes sociais podem ser caracterizadas quanto a sua finalidade ou natureza, que
pode ser:
• Comunitária: Reúne interesses comuns, relacionados a um conjunto de pessoas, cidade, bairro ou mesmo
um assunto específico.
• Profissional: Permite a troca de informações sobre capacidades, habilidade profissionais, formação e a
prática de networking que visa buscar a inserção no mercado de trabalho.
• Redes abertas online: Em sua maioria são redes públicas, abertas, que apresentam regras ou normas de
funcionamento, mas permitem a inserção ou cadastro de qualquer usuário interessado. Podem ser
temáticas, associadas e um determinado tema ou a determinadas tecnologias, como o compartilhamento
de vídeos.
A forma que o usuário se insere e interage na comunidade também apresenta diferentes modelos. Em
algumas redes, como o Facebook, Linkedin, as relações diretas entre os membros se dão através de solicitações
de amizade que são aceitas ou não. O conceito de “amigo” diz respeito a uma conexão reconhecida por ambas as
partes. O modelo baseado na ação de “seguir” uma pessoa ou organização tem como principal representante o
Twitter, no qual não é preciso que alguém aceite explicitamente um seguidor [15]. Outras comunidades não
apresentem recursos para conexão direta ou para estabelecer relacionamentos, se constituindo basicamente em
meios de interação para troca de mensagens ou compartilhamento de arquivos.
Outro aspecto importante para evolução e interação nas comunidades é a segmentação dos membros.
Algumas redes apresentam separação entre organizações, empresas ou páginas institucionais, as quais podem ser
seguidas ou “curtidas” por usuários que desejam visualizar o conteúdo publicado. Outro recurso comum é a
definição de canais que se propõe a publicar conteúdo em maior escala e podem ser seguidos ou assinados pelos
participantes.
A escolha do modelo e da forma de segmentação dos participantes é importante e influencia diretamente na
interação e na evolução de uma rede. Considerando as comunidades virtuais de aprendizagem, é necessário
definir se conexões se darão pela definição de “amigos” ou “seguidores”. Outro aspecto essencial é a
segmentação ou não dos participantes, professores, diretores poderiam formar um seguimento com interações
próprias, com restrições a alunos, ou pode-se optar por uma visão horizontal, que estimule a interação igualitária
entre todos os membros, sejam eles, docentes, discentes, administradores ou até mesmo membros da
comunidade externa.
As seções seguintes descrevem os conceitos e resultados do projeto dos Circuitos Virtuais de Aprendizagem,
que visa reunir participantes do Programa Mais Educação. Serão mostrados e discutidos dados quantitativos que
permitem avaliar o atual estágio das redes e a participação dos usuários. Também serão analisadas perspectivas
futuras relacionadas a continuidade e a extração de conhecimento a partir da aplicação de técnicas de Data
Mining.
CARACTERIZAÇÃO DOS CIRCUITOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E DA
METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO
O Programa Mais Educação constitui-se em uma estratégia do Ministério da Educação do Brasil, para
induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral [8]. O
programa é formado por macrocampos de acompanhamento pedagógico, nos quais as atividades são realizadas
nas escolas de todo o país. Dentre estes pode-se citar educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos em
educação, cultura e artes, cultura digital e comunicação e uso de mídias. Ao analisar a iniciativa, percebe-se que
há uma grande rede social composta por milhares de escolas, milhões de estudantes e profissionais.
As tecnologias da informação e comunicação – TICs, na contemporaneidade, estão tendo um grande avanço
quantitativo, principalmente por meio das políticas de inclusão digital e também pelo acesso aos computadores
com internet em escolas, lanhouses ou mesmo nos domicílios. Juntamente com a ampliação no acesso ao mundo
digital, fenômenos geracionais como as redes sociais de relacionamento online têm demandado reflexões
279
profundas sobre a qualidade dessas relações sociais e também sobre os conteúdos das informações que circulam
livremente para todas as pessoas, inclusive crianças e jovens em processo educativo.
O projeto descrito neste artigo teve como principal objetivo, desenvolver uma rede social de aprendizagem
denominada Circuitos de Aprendizagem, para aglutinar os participantes do Programa Mais Educação nas mais
de 15.000 escolas de todo o Brasil, para que estes pudessem trocar conhecimentos e experiências sobre suas
práticas educativas, permitindo um convívio social através de uma ferramenta tecnológica online. A rede foi
proposta como uma forma de facilitar a comunicação, a identificação de melhores práticas promovendo a
formação dos participantes em cultura e artes, cultura digital, comunicação e uso de mídias, direitos humanos e
educação ambiental.
A plataforma virtual tecnológica de relacionamento e aprendizagem online - denominada Circuitos de
Aprendizagem –visava também estabelecer um contato direto todas as escolas que compõem o Programa Mais
Educação de todo o Brasil, gerando dados e informações sobre onde estão, quem são, o que fazem, como fazem
e enfim, o que outras escolas estão produzindo. Outro propósito foi o de gerar projetos relacionados aos
objetivos das atividades dos macrocampos do Programa e assim, criar mecanismos que reconheçam e estimulem
a identificação de melhores práticas.
O desenvolvimento das referidas redes apresentava como metas também a disponibilização de atividades que
contribuem com o letramento e a alfabetização e o pensamento lógico matemático, a sistematização de dados
sobre os estudantes participantes do Programa Mais Educação, como o perfil, localização, desempenho em
atividades e projetos, a geração de indicadores relativos ao impacto das Tecnologias da Informação e
Comunicação - TICs entre os estudantes, professores e monitores do Programa Mais Educação e ainda a
identificação das melhores práticas desenvolvidas pelos participantes nos Circuitos de Aprendizagem (jovens,
professores, monitores e escolas).
Um dos principais desafios para formação das redes, foi a sensibilização para que professores, gestores e
alunos ingressassem e participassem ativamente dos circuitos. Para atingir este objetivo, foi proposta uma
abordagem na qual foram criados cinco circuitos de aprendizagem referentes aos macrocampos de Arte e
Cultura, Cultura Digital, Comunicação e Uso de Mídias, Direitos Humanos e Educação Ambiental. Em cada um
dos circuitos participariam estudantes envolvidos com atividades desses macrocampos em suas escolas. Todos
os circuitos possuem as mesmas ferramentas tecnológicas e recursos para publicação e informações e cada
pessoa possui um perfil e informações a respeito da localização e vínculo com sua escola.
As atividades realizadas, denominadas “vivência de conteúdos”, constituíram-se na metodologia de
incentivo a intensa troca de informações, dados, conhecimentos, materiais, pontos de vista, práticas, ações,
projetos. Os conteúdos foram pautados por tarefas sugeridas pelos técnicos do Ministério da Educação (MEC),
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e de ministérios parceiros, e foram elaborados com
base nos assuntos e temas tratados nas formações das atividades dos macrocampos nas escolas do Programa
Mais Educação. As tarefas sugeridas incluíram metas a serem alcançadas, a qual foram atribuídos pontos, assim
como acontece em uma gincana. Os pontos somados impactaram no resultado de análise e desempate dos
projetos de melhores práticas que foram identificados e premiados, o que permitiu o reconhecimento do projeto
de melhores práticas e o encontro presencial entre os projetos destacados.
O fator agregador nas redes sociais é o relacionamento possível entre atores com algo em comum, no caso,
os participantes de determinado Circuito de Aprendizagem, que fazem parte do Programa Mais Educação.
Pessoas que realizamoficinas de teatro numa escola, em uma região do país, podem conhecer outros jovens que,
assim como eles e elas, participam de atividades semelhantes. Esse potencial de reconhecimento mútuo é um
elemento poderoso para criação de uma identidade comum entre esses jovens, que tem o potencial de gerar
intensa troca de informações entre as partes, estas ficando sistematizadas numa linguagem digital dentro dos
Circuitos de Aprendizagem. Além disso, técnicos que participam dos circuitos acompanham o desempenho de
seus estudantes, se relacionam e dialogam com outros profissionais que enfrentam situações semelhantes as
suas.
O desenvolvimento dos circuitos foi segmentado em um conjunto de etapas que envolveram a articulação
com representantes estaduais e municipais, visando apresentar a proposta, envio de mensagens eletrônicas para
representantes das escolas e a montagem de uma estrutura de atendimento com suporte telefônico e um site com
perguntas e respostas. Dados enviados pelos professores e gestores foram organizados e a partir destes foi
possível cadastrar os estudantes, enviando um link para que estes confirmassem o acesso, através de login e
senha.
Uma equipe composta de programadores de linguagens visuais, programadores visuais, apoio técnico e
animadores dos circuitos foi responsável por criar o portal e disponibilizar o acesso aos participantes. Embora o
acesso aos principais recursos, como perfis, troca de mensagens, grupos seja restrito a participantes do Programa
280
Mais Educação, o acesso a notícias e acontecimentos é permitido a outras pessoas, desde que estas sejam
selecionadas pela equipe técnica do projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta seção serão apresentados os cinco circuitos virtuais de aprendizagem (redes sociais), e informações
quantitativas que permitam comparar e analisar os mesmos. Inicialmente serão abordados o processo de
desenvolvimento e as principais características, além da interface padrão utilizada. Os dados gerais, que
abrangem todos os circuitos serão descritos como forma de analisar o volume e a relevância de cada área e
também para estabelecer uma comparação entre os mesmos. Após a visão geral, o circuito Arte Cultura, que
apresenta maior volume de dados e usuários será descrito com um nível maior de detalhes.
Visão Geral dos Cinco Circuitos
O processo de desenvolvimento das redes culminou na criação das cinco redes sociais. A interface destas
segue o padrão de diversas redes sociais, nas quais é possível acompanhar as atividades dos diversos
participantes, em uma área de denominada “fluzz do circuito”. Um menu com acesso a dados do perfil, grupos,
conexões, entre outros, também está disponível na tela principal, que é mostrada na figura 1. A figura mostra a
interface de um dos circuitos, entretanto, o mesmo padrão é utilizado para todos, não sendo necessários mostrar
aqui os demais. Cabe ressaltar que informações pessoais ou que identificação uma entidade em especial, foram
suprimidas da imagem.
FIGURA 1. Interface do circuito Arte e Cultura
A implantação das redes e a inserção e interação dos participantes iniciou no mês de fevereiro de 2014. Os
dados descritos a seguir consideram a situação da rede em 30 de abril de 2014, embora os circuitos continuem
em funcionamento e estejam constantemente evoluindo, optou-se em apresentar informações que mostrem a
situação após dois meses de funcionamento das redes sociais.
Segundo Ramalho [11], a avaliação de mídias sociais pode ser realizada com base em diversas métricas,
dependendo dos objetivos de cada mídia. O número de membros é uma métrica natural, porém pode ser pouco
significativa, se estes apresentarem um baixo engajamento. O engajamento dos membros pode ser avaliado de
acordo com o número de conexões (amigos), número de grupos ou canais dos quais este participa e da
281
quantidade de mensagens ou publicações feitas pelos participantes. Com objetivo de avaliar a formação e
evolução dos circuitos, serão descritas informações estatísticas que mostram o número de participantes e o
engajamento destes em cada um dos circuitos. Inicialmente são apresentadas informações gerais comparando os
cinco circuitos, a seguir o circuito “Arte e Cultura”, que apresenta maior volume e relevância é detalhado.
Usuários que participam de uma das redes, podem não participar de outras, ou seja, a inserção é específica
para cada uma das áreas do programa. Alguns membros participam de todas ou de mais de uma rede, conforme
o seu interesse. Tal abordagem faz com que o número de participantes em cada rede seja variável, mostrando
que algumas áreas apresentam maior participação do que outras.
O perfil dos participantes foi segmentado em: Educador do Programa Mais Educação, no qual enquadram-se
os professores, gestor do programa mais educação, que contempla o corpo diretivo das escolas e, o grupo de
alunos participantes do programa. Os demais participantes são convidados, observadores, pesquisadores ou a
própria equipe que atua no desenvolvimento. Cabe salientar, porém, que a segmentação dos membros é apenas
para um acompanhamento e análise, pois não existe qualquer restrição de troca de informação entre os
segmentos ou de participação de pessoas em atividades ou grupos mantidos por membros de outro segmento.
Conexões entre professores e alunos, são válidas e demonstram a abordagem democrática e horizontal que
caracteriza o projeto.
TABELA (1). Número de usuários dos circuitos virtuais de aprendizagem
Área do circuito
Educador do
Programa Mais
Educação
Alunos
Gestor do
Programa Mais
Educação
Convidados, equipe
técnica, pesquisadores,
demais membros
Total
Arte e cultura
5460
7401
1453
530
14844
Educação
ambiental
2137
2230
574
84
5025
Comunicação e
mídias
1627
1067
411
95
3200
Cultura digital
1043
1696
298
56
3093
Direitos humanos
1129
555
372
65
2121
A tabela 1 descreve a distribuição conforme o perfil e o total de membros em cada circuito. Constata-se que
o número de participantes da rede Arte e Cultura é sensivelmente superior as demais, tanto no total de
participantes, quanto nos diferentes segmentos. O gráfico abaixo apresenta a proporcionalidade de cada perfil,
em cada área. O percentual de alunos, educadores e gestores é semelhante, com pequenas variações, como no
caso de Comunicação e mídias que apresenta uma proporção maior de alunos, o inverso de Direitos Humanos
no qual a proporção de alunos é a mais reduzida.
282
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Arte e cultura
Educação
ambiental
Comunicação e
mídias
Cultura digital
Direitos humanos
Convidados, equipe técnica, pesquisadores, demais membros
Gestor do programa mais educação
Alunos
Educador do mais educação
FIGURA 2. Proporção dos usuários de acordo com o perfil
Para analisar a relevância e a evolução dos circuitos é importante mostrar, não apenas o número de
participantes, mas também dados sobre o engajamento dos mesmos, uma vez que em muitas situações um grupo
reduzido de usuários pode apresentar intensa atividade. Exibir estes dados de forma segmentada, para
educadores e alunos permite comparar não apenas os diferentes circuitos, mas também o nível de envolvimento
destes perfis.
Os circuitos seguem o modelo de rede social no qual participantes estabelecem conexões através da
solicitação e aceitação de amizade. Um participante conecta-se a outro após enviar uma solicitação de amizade
que é aceita pelo receptor da mensagem, portanto, um grande número de conexões ou relações de amizade pode
ser um indicativo de engajamento dos usuários nas redes sociais analisadas.
Outro dado relevante para verificar o nível de envolvimento dos usuários diz respeito ao número de
publicações ou postagens, que neste caso compreendem as tradicionais mensagens em formato texto, fotos e
vídeos ou ainda a ação de “gostar” feita em uma publicação de outro participante. Considera-se a troca direta de
mensagens entre os participantes como um indicativo separado, nesta opção um usuário envia uma mensagem a
outro participante que pode responder ou não. Como indicativo final têm-se o número de grupos de discussão
criado em cada um dos circuitos, que constituem-se em importantes ferramentas para trocas de ideias, para a
realização de debates, além de fomentar a identidade de um conjunto de participantes, uma vez que diversos
grupos são focados em uma organização, como, por exemplo, uma escola.
TABELA (2). Informações sobre o engajamento dos usuários nos circuitos
Área do
circuito
Número
de
conexões
Razão de
conexões
por
usuários
Publicaçõe
s
Razão de
publicaçõe
s por
usuário
Mensagens
trocadas
Razão de
mensagens
por usuários
Número de
grupos
Arte e
cultura
20258
1,3647
66641
4,4894
4764
0,3209
260
Educação
ambiental
6462
1,2859
17837
3,5496
895
0,1781
91
Comunica
ção e
mídias
4245
1,3265
12135
3,7921
1029
0,3215
62
283
Cultura
digital
4112
1,3294
8054
2,6039
1292
0,4177
57
Direitos
humanos
2980
1,4049
12762
6,0169
896
0,4224
49
A tabela 2 apresenta uma visão geral dos cinco circuitos em relação a participação e engajamento dos
membros. Os dados mostrados permitem constatar que o grupo Arte e Cultura, além do maior número de
usuários, possui mais conexões, um número maior de postagens, além de registrar mais grupos e mais
mensagens trocadas. Para os primeiros três itens comparativos, é apresentada ainda a razão, ou seja, o número
absoluto divido pelo número de usuários. Esta permite analisar se as atividades citadas são proporcionais ao
número de participantes, ou ainda, perceber se em um dos casos há um índice de engajamento maior, mesmo
com um menor número de usuários no grupo. Observando a figura 3, é possível perceber claramente a
proporção de cada um dos itens, em cada circuito.
Comparativo entre os circuitos
7
6
5
4
3
2
1
0
Arte e cultura
Educação ambiental
Comunicação e
mídias
Razão de conexões por usuários
Cultura digital
Direitos humanos
Razão de publicações por usuário
Razão de mensagens por usuários
FIGURA 3. Proporção dos usuários de acordo com o perfil
Percebe-se que as razões calculadas mostram que as proporções são semelhantes ou até mesmo equivalentes
para a maioria dos critérios. Observa-se que o circuito que apresenta dados proporcionais maiores é o que tem o
foco na área de Direitos Humanos, que apresenta, por exemplo, um índice de 6,0169 de postagens por usuário.
Uma das possíveis explicações para esta situação é que este circuito apresenta uma proporção maior de
educadores e gestores, que geralmente tem um comportamento mais ativo do que os alunos. No restante dos
casos, onde a proporção de educadores e alunos é semelhante, os índices se mantem em um padrão.
Análise do Circuito Arte Cultura
A descrição geral dos circuitos incluiu informações gerais sobre número de conexões, grupos, publicações.
Entretanto, uma análise mais aprofundada deve considerar a distribuição das conexões entre os usuários, a
distribuição de usuários por grupo, além de informações sobre a distribuição geográfica dos usuários. Optou-se
por descrever estes dados somente para o circuito Arte e Cultura uma vez que este é o circuito mais ativo. Os
padrões de distribuição observados neste circuito se aplicam aos demais, em menor proporção, ou seja, o
percentual de participantes, por região, por exemplo, tende a ser semelhante nas demais áreas.
No caso das conexões, inicialmente constata-se que dos 14844 usuários cadastrados, 11163 não possuem
relação de amizade, não estão conectados a nenhum participante. Estes mesmos usuários também estão pouco
284
ou nada envolvidos em grupos ou em postagens. Além destes, um grande número de usuários apresenta um
número bastante reduzido de conexões, como é mostrado no gráfico da figura 4.
FIGURA 4. Distribuição do número de conexões por usuários
A grande maioria dos usuários possui até cinco conexões e na medida que o número de conexões é maior, o
número de usuários é menor. Em contrapartida, observa-se que alguns usuários possuem um grande número de
relações de amizade, como no caso de usuários que possuem respectivamente 2098, 1645 e 1418. Dos 14844
usuários, 28 possuem mais de 100 conexões e podem ser considerados pontos de atração e atividade intensa
dentro da rede. Cabe ressaltar ainda que os usuários citados, em sua maioria são educadores ou gestores,
existindo somente um aluno entre o grupo dos mais ativos.
Sob o ponto de vista pedagógico e para que os objetivos do projeto sejam atingidos é essencial que as
relações de amizade entre os participantes, principalmente de diferentes perfis se intensifique. A troca de
experiências e boas práticas entre educadores é importante e rica, mas a troca de conteúdo entre educadores e
alunos é uma característica intrínseca e altamente desejada nos circuitos do Programa Mais Educação. Embora
já se observe uma interatividade entre estes participantes, o aumento desta interação é vital para a geração de
conhecimento e para qualificar o projeto e o próprio Programa.
A quantidade de postagens dos participantes permite avaliar, não apenas se existem conexões diretas entre
estes, mas quantificar a troca de conteúdos entre os usuários. O conteúdo pode incluir textos, fotos e vídeos,
além da manifestação de satisfação ou concordância com outra publicação, através do tradicional like ou ação de
gostar. Grande parte dos trabalhos que envolvem redes sociais visam extrair conhecimento de conteúdos
publicados ou avaliar a influência de um ou mais usuários sobre os demais, a partir das publicações e da
interação de participantes com cada postagem. Portanto, analisar o volume de publicações no circuito Arte e
Cultura é essencial para verificar o nível de atividade dos usuários e possibilidades de trabalhos futuros
centrados na extração de conhecimento e mineração de dados.
O número de usuários que fizeram, no mínimo uma postagem é de 4432, ou seja, 10412 não efetuaram
qualquer tipo de publicação, de qualquer tipo. Entre estes participantes, estão, em sua maioria os que também
não possuem relação de amizade, isso significa que um grande contingente foi cadastrado, mas não está ativo.
Entre os usuários mais ativos, aproximadamente 70 possuem mais de 100 postagens feitas em três meses de
existência da rede, o que caracteriza uma frequência quase diária. Constata-se também que os mesmos usuários
que possuem um elevado número de relações de amizade também apresentam um grande número de postagens,
como exemplo, pode-se citar um participante que possui 2098 conexões e 785 publicações.
O tipo de publicação pode indicar a forma mais utilizada para troca de informações e compartilhamento de
conteúdo. O conteúdo das publicações pode ser classificado como texto puro, foto e vídeo, sendo que textos em
geral, acompanham os demais. Observa-se que a forma mais comum de postagem está relacionada as ações de
compartilhar, exibir ou comentar imagens. Do total de publicações, 43746 está relacionada a ações com imagens
ou fotos, o que representa mais de 66% do total das postagens do circuito. Em sua maioria as imagens
285
representam pessoas, grupos que realizam atividades nas escolas, ou imagens dos ambientes nos quais as
atividades ocorrem.
Após a descrição de aspectos quantitativos relacionados ao engajamento dos participantes, a seguir serão
descritos dados quantitativos sobre a localização geográfica dos usuários. O Brasil é um país de dimensões
continentais, com diversos estados, agrupados em regiões, com uma diversidade cultural enorme. Conhecer a
localização dos participantes e propiciar a troca de experiências entre educadores e alunos de diferentes regiões,
com aspectos culturais diversos é um dos principais objetivos do projeto. Faz-se necessário, portanto, analisar a
distribuição dos participantes entre as diferentes regiões e estados, como mostram os gráficos das figuras 5(a) e
5(b) exibidas abaixo.
Distribuição de usuários por
região
10%
14%
18%
46%
12%
Sul
Sudeste
Norte
Nordeste
(a)
Centro-Oeste
AM PA RO AP RS
SC
dePRusuários
TO1% 6% Distribuição
1% 2% 7% 4%
3%
3%
estado
MT
SP
3%
GO
7%
3%
RJ
PI
2%ES
2%
2%
MG
BA
6%
13%
RN PB
2% 8%
PE
6%
por
MASEAL CE
3%1%1% 10%
(b)
FIGURA 5.Distribuição de usuários por região e estados.
Constata-se que aproximadamente metade dos usuários são da região nordeste do Brasil, com as demais
regiões apresentando um percentual semelhante. Este fato pode decorrer de um maior número de estados e
escolas existentes nesta região, porém, ainda não foi realizada uma análise qualitativa para buscar explicações
para esta proporção. Trabalhos futuros podem ser realizados para verificar se o volume de participação também
segue este padrão de distribuição ou se as demais regiões, mesmo com um número menor de usuários
apresentam atividades mais intensas.
Embora alguns estados se destaquem, como Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará ou Minas Gerais,
há uma distribuição interessante, sem uma concentração excessiva em determinada unidade da federação. A
existência de um equilíbrio de usuários entre diversos estados é importante, porém, a interação entre pessoas de
diferentes locais é outro fator a ser considerado. Observando as conexões entre os participantes, pode-se
constatar que os que possuem um número elevado de amizades, estão relacionados não apenas a usuários do
mesmo estado e região, mas também a pessoas de locais distantes.
Um dos objetivos do projeto é proporcionar a interação entre escolas, professores e alunos de diferentes
regiões, estados e cidades, desta forma, observa-se que parte deste objetivo está sendo atingido com a inserção
de pessoas dos mais diversos locais do país. Entretanto, faz-se necessária uma análise mais criteriosa que
indique a formação de grupos e a intensidade da interação entre membros de diferentes regiões.
PERSPECTIVAS PARA DESCOBERTA DE CONHECIMENTO NOS CIRCUITOS
VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Após descrever as características dos circuitos virtuais, o desenvolvimento e informações quantitativas sobre
os mesmos, esta seção apresenta as perspectivas para a continuidade do projeto, que inclui atividades de
pesquisa relacionadas a descoberta de conhecimento e mineração de dados tendo como base as informações
registradas nos bancos de dados dos cinco circuitos virtuais.
A análise de dados em redes sociais oferece condições para a descoberta de conhecimento e padrões
existentes na comunicação entre pessoas e instituições. O alto volume de dados verificado nestas redes permite
testar diversas técnicas e algoritmos e fornece um vasto conjunto de exemplos nos quais as mesmas podem ser
aplicadas e validadas.
286
Esta análise está diretamente associada a área de Inteligência Artificial e na subárea de Mineração de dados.
A análise de grandes volumes de dados não é uma tarefa trivial e necessita de algoritmos complexos, baseadas
em fundamentos de aprendizado de máquina. Estas estratégias são vitais para processar grandes quantidades de
dados e a partir destes reconhecer e produzir informações relevantes [16], [18].
Abordagens baseadas na Mineração de Dados e Textos se beneficiam de um grande volume de dados e em
muitas situações permitem obter bons resultados com conteúdo dinâmicos.
Dentre as diversas aplicações possíveis, pode-se citar o agrupamento (clustering), que pode incluir a análise
da formação de grupos.Em uma rede social, cada nó não está ligado a cada outro nó, o que resulta em uma rede
com características particulares. Aglomerados de áreas de grande densidade de malha são as que muitos agentes
estão ligados uns aos outros, como, por exemplo, uma família, um conjunto de membros de uma mesma escola,
entre outros. Estes aglomerados são ligados a outros por meio de zonas de baixa densidade ligadas que formam
o que são denominados, pontes. A análise destes aglomerados e as maneiras como se darão as modificações nas
pontes e nas áreas de alta densidade é um dos interesses associados a pesquisas futuras.
Ao analisar a formação de agrupamentos, pode-se levar em conta o perfil dos usuários, a localização
geográfica e áreas de interesse e como estes fatores influenciam no processo de formação de clusters. Através da
análise de clusters, em alguns casos é possível perceber quais os agentes que tem uma maior influência ou
funcionam como atratores dentro da estrutura da rede, o que pode ser vital para a realização de campanhas ou
para estimular um maior envolvimento de outros agentes e segmentos.
A comunicação entre pessoas em ambientes de interação, como redes sociais e análise desta por sistemas
computacionais envolve o estudo e aplicação de técnicas relacionadas a área de processamento de linguagem
natural, que é considerada uma subárea da Inteligência Artificial. Atualmente há milhões de páginas com
informações na web, quase todas em linguagem natural. Um agente que deseja adquirir conhecimento precisa
entender, mesmo que parcialmente a ambígua e confusa linguagem usada por seres humanos [14]. Além disso, a
linguagem empregada em redes sociais evolui constantemente e nem sempre apresenta os padrões e as regras de
sintaxe e semântica clássicas, o que torna o problema de processar grandes conjuntos de dados textuais, ainda
maior.
A mineração de textos está diretamente associada à descoberta de conhecimento a partir de dados não
estruturados e pode ser definida como extração de padrões, ou de conhecimento, a partir de documentos de texto
não estruturados [17]. A área de Processamento de Linguagem Natural fornece importantes ferramentas para
auxiliar no processo de mineração de textos. Dentre as técnicas, destacam-se a tokenização, que propõe a quebra
do texto em unidades denominadas tokens e a PoS tagging que permite rotular palavras conforme a sua classe.
Na tentativa de obter conhecimento em bases textuais, pode-se usar uma abordagem baseada em classificação
ou em agrupamento.
A classificação em geral é um processo supervisionado, no qual classes são atribuídas a cada item Nesta
abordagem, documentos devem ser rotulados previamente para que o sistema aprenda a classificar.
Agrupamento de textos é a tarefa de descobrir rótulos ou classes de um conjunto de dados de forma não
supervisionada, com base na similaridade entre os mesmos.
Entre as possíveis aplicações práticas que requerem atividades de classificação e agrupamento nos circuitos
virtuais de aprendizagem, pode-se citar:
• Avaliação das condições de acessibilidade nas escolas e da participação de alunos especiais nas
atividades do Programa Mais Educação: Através das postagens em grupos e debates, será possível
analisar o conteúdo das manifestações e classificar ou extrair padrões que permitam interpretar e traçar
um perfil de escolas ou regiões.
• Principais atividades realizadas no Programa Mais Educação: Grande parte das manifestações das redes
é sobre as atividades realizadas. Pode-se inferir sobre o sentimento dos participantes quanto a estas
atividades, quanto a estrutura para a sua realização.
• Análise de aspectos relacionados ao uso de tecnologia e inclusão digital: O acesso a tecnologia por
parte de professores e alunos, tanto na escola, quanto fora dela são importantes dentro do contexto do
projeto e para a evolução do ensino. Compreender as dificuldades, analisar as manifestações sobre os
problemas existentes, caracterizando-os por escolas, regiões e perfil socioeconômico é uma atividade
que envolve a análise do conteúdo das manifestações e debates que ocorrem no âmbito dos circuitos
virtuais.
Vários métodos e algoritmos tem sido aplicado com sucesso em atividades relacionadas ao reconhecimento
de padrões, seja, em documentos textuais ou mesmo em imagens. Considerando que fotos e outras imagens são
extremamente comuns em postagens existentes nas redes, aplicações que visam analisar imagens e extrair
padrões, como, por exemplo, o sentimento ou o tipo de imagem são promissores.
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A análise do sentimento relacionado a conteúdos em ambientes online tem sido tema recorrente em diversas
pesquisas recentes. Além de dados explícitos como uma manifestação de “like” por parte de uma agente,
diversas postagens carregam sentimentos implícitos, que podem estar indicados em um texto ou mesmo em
imagens. Várias inciativas, tanto no âmbito nacional, quanto internacional tem sido propostas para extrair
sentimento contido em informações de redes como twitter ou facebook [1],[2], [12].
Cabe ressaltar também que, a partir da evolução das redes, de uma disponibilidade maior de dados e do uso
de novos recursos para interação podem surgir novas oportunidades para descoberta de conhecimento, além das
citadas neste projeto. O interesse sobre tendências e novos cenários relacionados a educação e a realidade do
país também poderão indicar aplicações e análises a serem realizadas no contexto do projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca por novas ferramentas e metodologias para qualificar práticas pedagógicas tem crescido ao longo
dos anos, organizações governamentais e instituições que desenvolvem atividades relacionadas ao ensino
buscam inovar através da inserção de novas tecnologias no processo de ensino aprendizagem. Parte destas
iniciativas constituem-se em aproveitar recursos tecnológicos já conhecidos como a Internet e as Redes Sociais
como recursos educacionais.
O projeto dos circuitos virtuais de aprendizagem descrito neste artigo, apresentou os princípios e resultados
do desenvolvimento e formação de cinco redes sociais, com foco em diferentes áreas do Programa Mais
Educação. Foram apresentados dados quantitativos que permitem estabelecer conclusões quanto ao cenário atual
das redes, considerando número de usuários, engajamento destes e a distribuição geográfica.
Um dos maiores desafios verificados na formação das redes é o cadastramento e principalmente a obtenção
de uma participação mais intensa por parte dos membros cadastrados. A meta de incluir participantes de acordo
com as atividades que estes executam no Programa Mais Educação foi alcançada, bem como a disponibilização
de um ambiente que permita a comunicação irrestrita entre pessoas com diferentes perfis, como professores,
diretores, alunos e outros interessados. Cabe salientar que por ser um ambiente temático, problemas verificados
em redes sociais públicas, como ofensas, conteúdos discriminatórios, entre outros, são raros ou inexistentes.
O projeto permite a troca de experiências e boas práticas entre escolas e educadores de todo o país,
extrapolando os limites geográficos, uma vez que pessoas das mais variadas regiões estão inseridas no ambiente
e apresentam relações de amizade, troca de mensagens, visualização de publicações, além da participação
simultânea em grupos de discussão.
Percebe-se que ainda é necessário um trabalho intenso, propondo atividades, debates que estimulem, não
apenas os educadores, mas especialmente os alunos a manifestar opiniões, a interagir mais diretamente através
do compartilhamento de experiências e conhecimento. Atualmente, os usuários mais ativos são responsáveis por
grande parte das interações e um número grande de membros não participa ou acessa os ambientes, estes são na
maioria dos casos, alunos, que foram cadastrados pelos responsáveis.
A continuidade do projeto deve focar na proposição de debates, de troca de ideias sobre a realidade das
escolas, assuntos como acesso a tecnologia, acessibilidade, entre outros. Será necessária a atuação de monitores
ou animadores com o objetivo de estimular uma participação mais intensa e constante. Desta forma, espera-se
transformar os circuitos virtuais de aprendizagem em fonte de dados para pesquisas e descoberta de
conhecimentos, experiências e práticas que no futuro sirvam para qualificar o ensino em todas as regiões e
escolas do país.
A continuidade do projeto prevê a realização de atividades de mineração de dados para obter informações
sobre agrupamentos, como ocorre a formação e grupos, a interação entre usuários, a análise da influência de
membros sobre pessoas e grupos. A mineração de textos visando encontrar padrões de sentimento e opiniões em
debates e discussões alinhadas com os temas educacionais é outra proposta para a continuidade das atividades
dos circuitos.
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