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USO DE PALICOUREA RIGIDA KUNTH (RUBIACEAE) UTILIZADA PELA
COMUNIDADE INDÍGENA MACUXI
Ana Karina Silva Moura, Bruna Karla Miller de Souza, Cristiane Oliveira, Elidete
Kotinski, Elzenira Alves, Jucélia de Souza Sampaio, Wilde Silva dos Santos 1
Alexandre dos Santos Castilho e Janaina Dorneles Mahlke2
RESUMO
A Palicourea rigida Kunth (Rubiaceae), conhecida popularmente como douradão é
utilizada pela comunidade indígena Macuxi no tratamento das doenças de pele,
eczemas, coceiras, furúnculos, ulceras, feridas, reumatismo, depurativo, diurético,
cólica dos rins, fígado e para inflamação do ovário. O objetivo deste artigo é o de
avaliar a finalidade da Palicourea rigida Kunth por meio de uma análise fitoquímica.
Palavras Chave: Palicourea rigida Kunth, comunidade indígena, douradão.
ABSTRACT
The Palicourea rigida Kunth (Rubiaceae) popularly known as “douradão” is used by
the indigenous community Macuxi the treatment of skin diseases, eczema, itching,
boils, ulcers, sores, rheumatism, depurative, diuretic, colic kidney, liver and to
inflammation of the ovary. The aim of this paper is to evaluate the purpose of
Palicourea rigida Kunth through a phytochemical analysis.
Key-words: Palicourea rigida Kunth, indigenous community, “douradão”.
INTRODUÇÃO
O interesse pelo estudo de plantas medicinais pela comunidade indígena
macuxi vêm sendo proposto nos últimos anos segundo o Tuxaua da comunidade
indígena macuxi. A cultura do povo macuxi pelas plantas medicinais está
relacionada com a vivência do dia-a-dia e esses elementos tradicionais têm um valor
significativo para a população, principalmente como uma forma de valorizar a
identidade macuxi (Makuxi,2012).
1
O curso de Farmácia, disciplina de Controle Físico-Químico de Medicamento, correlatos e cosméticos.
Professores Orientadores
2
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As plantas medicinais estão relacionadas principalmente pela diversidade da
cultura e a crença praticada muito tempo, conforme informações dos mais velhos
camararém localizadas no estado de Roraima na terra indígena Raposa Serra do
Sol (MAKUXI, 2012).
A espécie Palicourea rigida kunth, é utilizada na medicina popular, como
preparado na forma de infuso e decocto das folhas, devido as suas propriedades
como depurativo nas doenças renais, expectorante, bronquites, doenças pulmonares
e inflamações no aparelho reprodutor feminino (SILVA et al,2005). Os índios da
comunidade indígena macuxi, utilizam o chá das folhas, para cura das
enfermidades.
A
família
aproximadamente
Rubiaceae
10700
é
constituída
espécies
por
cerca
(ROBBERCHT,
de
637
1988).
Os
gêneros
e
principais
ecossistemas de Rubiaceae no Brasil estão na Amazônia, lavrado, e Floresta
Atlântica, sendo que um grande número de espécies ainda permanece sem
quaisquer estudos químicos e biológicos (BOLZANI et al., 2001).
A família é
conhecida pela produção de alcalóide, iridóide e antraquinonas (YOUNG et al.,
1996). Porém, flavonóide também já foram isolados de espécies Rubiaceae (LOPES
et al ., 2004; CARDOSO et al ., 2005).
A espécie vegetal Palicourea rigida é conhecida como “gritadeira,
batecaixa, douradinha, douradinha do campo, douradão, Dom Bernardo, batedeira,
conconha do gentio, erva gritadeira’’, entre outras (CONCEIÇÃO 1980; BALBACH
1981). É constituído de arbustos e arvoretas com altura inferior a 3m, de flores
hermafroditas zigomorfas pentâmeras, reunidas em inflorescências do tipo racemo
terminal, produzidos em brotações novas, o cálice é composto por cinco sépalas,
que apresentam um par de glândulas produtoras de óleo. A corola é formada por
cinco pétalas albo-róseas e unguiculadas, o androceu é composto por dez estames
com anteras de coloração amarela (BENEZAR e PESSONI).
Palicourea rigida é uma planta bastante conhecida na medicina popular
indígena e seu uso terapêutico segundo os indígenas são para o tratamento de
infecção renal, pedra na vesícula, inflamações biliares, inflamações do ovário dentre
outras doenças como coceira, reumatismo, depurativo, diurético, doenças de pele,
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furúnculo, úlceras e feridas. As partes utilizadas da P. rigida são folhas, cascas do
caule e raízes (BOLZANI et al ., 2001).
O objetivo deste trabalho tem como finalidade propor uma pesquisa
fitoquímica da planta Palicourea rigida, para verificar se os compostos encontrados
no chá desta estão relacionados com as ações farmacológicas já estudadas
conforme literatura científica, sendo desta forma, uma maneira de controle de
qualidade físico-químico do fitoterápico. Bem como propor uma análise de controle
microbiológico de qualidade para este chá.
MATERIAL E MÉTODO
Material vegetal
As folhas de Palicourea rigida Kunth, Rubiaceae, serão coletadas no campo da
Universidade Federal de Boa Vista- RR, Brasil.
Método
Lavar as folhas em água abundante e depois colocar para fundir 10 folhas em 1 litro
de água até obter uma coloração rósea.
Segundo Lopes et al. (2004) e Cardoso et al. (2005) na espécie Rubiaceae já foram
isolados componentes flavonóides. Diante disto, propõem-se um screening
fitoquímico para identificação de flavonóides como forma de controle de qualidade
físico-químico do chá da planta, bem como uma análise microbiológica para verificar
a contaminação microbiológico através do método de contagem de microorganismos
viáveis por contagem de placas, de acordo com a Farmacopéia Brasileira IV edição,
parte 1, ano 1989.
O screening fitoquímico será realizado com o chá da folha para detecção e
prospecção preliminar dos diferentes constituintes químicos da planta como forma
de controle de qualidade físico-químico do fitoterápico conforme Moreira, 1979; Lock
de Ugaz, 1988; Matos, 1997.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados apresentados nas literaturas a espécie vegetal
Palicourea rigida empregada no tratamento de inflamações do trato urinário. Com
base no conhecido popular do potencial biológico de espécie da família Rubiaceae,
a proposta desta pesquisa servirá para avaliar se os componentes químicos das
folhas estão realmente presentes conforme citado pelos estudos relacionados
Bolzani et AL, (1992) e Vencato e colaboradores, 2004., bem como relacionados
com as atividades terapêuticas citadas pelo populares.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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HISTÓRICO DA COMUNIDADE MAKUXI, 2012
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Acesso em: 06.09.12
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