Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 1 Introdução ao Magnetismo (d) A que se deve o magnetismo? Os antigos gregos já sabiam que algumas rochas, procedentes de uma cidade da Ásia Menor chamada Magnésia, atraíam pedaços de ferro. Essas rochas eram formadas por um mineral de ferro chamado magnetita. Por extensão, diz-se dos corpos que apresentam essa propriedade que eles estão magnetizados, ou possuem propriedades magnéticas. Assim, magnetismo é a propriedade que algumas substâncias têm de atrair pedaços de ferro. 1 Figura 1 – Imantação por contato (a) e por influência (b). Força de atração em ímãs (c) e entre ímãs e objetos que contém ferro (d). (a) Os ímãs: (b) (c) Ímã é um corpo formado de material magnético. Os ímãs podem ser naturais, como a magnetita, ou artificiais, como o ferro doce (gusa) ou o aço aos quais tenham sido conferidas as propriedades atrativas da magnetita. Costumam ter a forma reta, de ferradura ou de agulha metálica (bússola). Os corpos podem ser magnetizados por diferentes métodos. Ao atritar um objeto de aço, sempre no mesmo sentido e com a mesma extremidade de um ímã, obtém-se um ímã por atrito. Se aproximarmos um ímã de uma agulha de costura, o ímã a atrairá, e a agulha, em seguida, atrairá limalhas de ferro. Nesse caso, ela se comporta como um ímã, mesmo separada do ímã primitivo. É que a agulha foi imantada por contato. Os ímãs artificiais são permanentes ou temporários. Ímãs de aço são permanentes: mantêm a imantação mesmo depois de haver cessado a sua causa. Os ímãs de ferro são temporários, se desmagnetisa com o tempo. A atração de um ímã sobre outros corpos é máxima nas extremidades e nula em sua parte central. As extremidades do ímã são os pólos, e o centro chamamos de linha neutra. Cada um dos pólos _ norte (N) e sul (S) _ é distinto. A maneira mais prática de reconhecê-los é aproximar uma bússola, cuja parte mais escura coincide com o pólo norte: este apontará para o pólo sul do ímã, enquanto a outra ponta da bússola, o pólo sul, se orientará para o pólo norte do ímã. Se permitirmos que a agulha da bússola se alinhe com o campo magnético terrestre, veremos que a parte escura da bússola (pólo norte) se orienta aproximadamente com o norte geográfico. Isto porque o Pólo Norte geográfico está próximo ao pólo sul magnético e vice-versa. 1 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 2 Figura 2 – Orientação de uma bússula no campo magnético terrestre: condutor, de modo que o polegar aponte no sentido da corrente convencional, os outros dedos dobrados fornecerão o sentido das linhas do campo magnético. Figura 3 – Ilustração das linhas de campo magnético de um ímã (a) e ímã em forma de U (b). (a) 2 (b) Campo magnético Chama-se campo magnético de um ímã a região do espaço onde se manifestam forças de origem magnética.Um ímã cria ao redor de si um campo magnético que é mais intenso em pontos perto do ímã e se enfraquece à medida que dele se afasta como o campo gravitacional. Para representar graficamente um campo Figura 4 – Ilustração da experiência de Öersted. Em (a) não magnético, utilizam-se as linhas de força. Se colocarmos há corrente. Em (b) e (c) as correntes causam deflexões na bússula. sobre um ímã, como o da figura a seguir, uma folha de papel com limalhas de ferro, estas se orientarão de acordo com o campo magnético. Na representação acima, por exemplo, as linhas de força são linhas imaginárias que reproduzem a forma como se alinharam as limalhas. O sentido das linhas, mostrado por uma ponta de seta, é escolhido de maneira arbitrária: saem do pólo norte e entram pelo pólo sul. Eletromagnetismo Os fenômenos elétricos e magnéticos possuem aspectos semelhantes. Em 1820, o físico dinamarquês Hans C. Oersted (1777-1851) demonstrou a relação existente entre eles. Aproximou uma bússola de um circuito de corrente contínua (ao que parece, acidentalmente) e observou como a agulha da bússola se desviava, colocandose numa posição perpendicular à direção da corrente. Ao conectar os pólos do gerador ao contrário para mudar o sentido da corrente, a agulha também se desviava em sentido contrário. Dessa experiência, concluiu que: um condutor pelo qual circula uma corrente elétrica gera um campo magnético. Determinar o sentido das linhas de campo assim formadas, utiliza-se uma regra conhecida como regra da mão direita. Colocando-se a mão direita sobre o fio Para visualizar o campo magnético gerado por um fio condutor retilíneo, a experiência é a seguinte: atravessa-se uma cartolina com um fio condutor ligado aos pólos de um gerador; espalham-se limalhas de ferro ao redor do fio e elas se orientam formando círculos concêntricos de acordo com as linhas de força. A mesma regra da mão direita, também conhecida como regra do saca-rolhas, é usada para determinar o sentido das linhas de força.. Imagine um saca-rolhas avançando. Para tanto, ele é girado num sentido. Se o sentido do avanço coincide com o sentido da corrente elétrica, então o sentido das 2 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 3 linhas de força coincide com o sentido de giro do sacarolhas. Disso se conclui: 1) Uma carga elétrica gera um campo elétrico; 2) Uma carga elétrica em movimento cria também um campo magnético; 3) Para expressar a existência dos dois campos, diz-se que a corrente elétrica gera um campo eletromagnético. O eletromagnetismo estuda as relações entre correntes elétricas e fenômenos magnéticos. A fonte do campo magnético estacionário pode ser um imã permanente, um campo elétrico variando linearmente com o tempo ou uma corrente contínua. Vamos ignorar o imã permanente e deixar o campo elétrico variante no tempo para uma discussão posterior. Nossas relações atuais dizem respeito ao campo magnético produzido por um elemento diferencial de corrente contínua no espaço livre. Podemos imaginar este elemento diferencial de corrente como uma seção diminuta de um condutor filamentar, onde um condutor filamentar é o caso limite de um condutor cilíndrico de seção reta circular com o raio tendendo a zero. Consideramos uma corrente I fluindo em um vetor de comprimento diferencial dL do filamento. A lei de Biot-Savart' afirma que, em qualquer ponto P, a magnitude da intensidade do campo magnético produzido pelo elemento diferencial é proporcional ao produto da corrente pela magnitude do comprimento diferencial e pelo seno do ângulo entre o filamento e a linha que une o filamento ao ponto P onde se deseja conhecer o campo; ainda, a magnitude da intensidade de campo magnético é inversamente proporcional ao quadrado da distância do elemento diferencial ao ponto P. A direção da intensidade do campo magnético é normal ao plano que contém o filamento diferencial e a linha desenhada a partir do filamento ao ponto P. Das duas normais possíveis, a escolhida deve ser aquela que está no sentido de progresso de um parafuso direito ao giramos a partir de áL através do menor ângulo até a linha do filamento a P. Usando as unidades do sistema mks, a constante de proporcionalidade é 1/4 . A lei de Biot-Savart, descrita acima com cerca de 150 palavras, pode ser escrita concisamente usando a notação vetorial como: dH Idl aˆ R 4 R2 Idl R 4 R3 Figura 5 – Ilustração da geometria para calcular o campo devido a um elemento de corrente. âR As unidades da intensidade do campo magnético H são evidentemente ampéres por metro (A/m). A geometria está ilustrada na Figura 4. Índices podem ser usados para indicar o ponto ao qual cada uma das grandezas em (l) se refere. Se localizarmos o elemento de corrente no ponto l e descrevermos o ponto 2 como o ponto P no qual o campo deve ser determinado, então: I ' dl' aˆ R12 dH 2 4 R122 3 Indução Magnética B: Definimos o vetor indução por: B dB2 Aqui, do vácuo. 0 0 H dl' aˆ R12 0 0 I 4 R122 é chamado de permeabilidade magnética 4 km 4 10 7 N A2 Unidade: Tesla T T N A m Gauss: 1G 10 4 T Nikola Tesla: Nascido em 07/10, 1856 em Smiljan, Lika (Áustria-Hungria) - janeiro em 7, 1943 em New York City, (EUA) Treinando para uma carreira da engenharia, atendeu à universidade técnica em Graz, em Áustria, e na universidade de Praga. Em Graz que o viu primeiramente o dynamo do grama, que se operou como um gerador e, quando invertido, se transformou um motor elétrico, e conceived uma maneira usar a corrente alterna à vantagem. Mais tarde, em Budapest, visualizou o princípio do campo magnético girando e desenvolveu plantas para um motor de indução que se transformasse sua primeira etapa para a utilização bem sucedida da corrente alterna. Em 1882 Tesla foi trabalhar em Paris para os Continental Edison Companhia, e, quando na atribuição a Strassburg em 1883, construiu, em apóstrabalhe horas, seu primeiro motor de indução. Tesla sailed para América em 1884, chegando em york novo, com quatro centavos em seu bolso, em alguns de seus próprios poemas, e em cálculos para uma máquina do vôo. Encontrou primeiramente o emprego com Thomas Edison, mas os dois inventores eram distantes distantes no fundo e nos métodos, e sua separação era inevitável. Em maio 1885, George Westinghouse, cabeça do Westinghouse Elétrico Companhia em Pittsburgh, comprou as direitas de patente ao sistema polifásico de Tesla de dynamos, de transformadores, e de motores da corrente alternada. A transação precipitated um esforço titanic do poder 3 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 4 entre sistemas de Edison de corrente contínua e a aproximação da corrente alternada de Tesla-Tesla-Westinghouse, que ganhou eventualmente para fora. Tesla estabeleceu logo seu próprio laboratório, onde sua mente inventive poderia ser dada a rédea livre. Experimentou com os shadowgraphs similares àqueles que deviam mais tarde ser usadas por Wilhelm Röntgen quando descobriu raios X em 1895. As experiências incontáveis de Tesla incluíram o trabalho em uma lâmpada da tecla do carbono, no poder do resonance elétrico, e em vários tipos de lighting. Tesla deu exhibitions em seu laboratório em que iluminou lâmpadas sem fios permitindo que a eletricidade corra através de seu corpo, para allay medos da corrente alterna. Foi convidado frequentemente lecture no repouso e no exterior. A bobina de Tesla, que inventou em 1891, é usada extensamente hoje em jogos do rádio e de televisão e no outro equipamento eletrônico. Que ano marcado também a data do citizenship unido dos estados de Tesla. Westinghouse usou o sistema de Tesla iluminar a exposição columbian do mundo em Chicago em 1893. Seu sucesso era um fator em ganhá-lo o contrato para instalar a primeira maquinaria do poder nas quedas de Niagara, que furam números do nome e da patente de Tesla. O projeto carregou o poder ao búfalo por 1896. Em Tesla 1898 anunciado sua invenção de um barco teleautomatic guiado pelo controle remoto. Quando o skepticism foi exprimido, Tesla provou suas reivindicações para ele antes de uma multidão no jardim quadrado de Madison. Em Colorado salta, Colo., onde permaneceu de maio 1899 até 1900 adiantado, Tesla feito o que considerou como sua descoberta mais importante -- ondas estacionárias terrestrial. Por esta descoberta provou que a terra poderia ser usada como um condutor e seria tão responsiva quanto uma forquilha ajustando às vibrações elétricas de alguma freqüência. Também iluminou 200 lâmpadas sem fios de uma distância de 25 milhas (40 quilômetros) e criou o relâmpago sintético, produzindo os flashes que medem 135 pés (41 medidores). Em uma vez estava certo que tinha recebido sinais de um outro planeta em seu laboratório de Colorado, uma reivindicação que fosse encontrada com com o derision em alguns jornais científicos. Retornando a york novo em 1900, Tesla começou a construção no console longo de uma torre transmitindo do mundo wireless, com o capital $150.000 do financeiro americano J. Pierpont Morgan. Tesla reivindicouele do fixou o empréstimo atribuindo 51 por cento de suas direitas de patente o telephony e o telegraphy a Morgan. Esperou fornecer uma comunicação worldwide e fornecer facilidades para emitir retratos, mensagens, avisos do tempo, e os relatórios conservados em estoque. O projeto foi abandonado por causa de um pânico financeiro, de uns problemas labour, e de uma retirada de Morgan da sustentação. Era a derrota a mais grande de Tesla. O trabalho de Tesla deslocou então to as turbinas e os outros projetos. Por causa de uma falta dos fundos, suas idéias remanesceram em seus cadernos, que são examinados ainda por coordenadores para indícios unexploited. Em 1915 foi decepcionado severamente quando um relatório que e Edison deviam compartilhar do prêmio de Nobel provou errôneo. Tesla era o receptor da medalha em 1917, a honra a mais elevada de Edison que o instituto americano de coordenadores elétricos poderia bestow. Tesla permitiu-se somente alguns amigos próximos. Entre eles eram os escritores Robert Underwood Johnson, marca Twain, e Francis Marion Crawford. Era completamente pouco prático em matérias financeiras e em um excêntrico, dirigido por compulsions e por um phobia progressivo do germe. Mas teve uma maneira intuitively de detetar segredos científicos escondidos e de empregar seu talent inventive para provar suas hipóteses. Tesla era um godsend aos repórteres que procuraram a cópia do sensational mas um problema aos editores que eram incertos como seriamente seus prophecies futuristic devem ser considerados. O criticism cáustico cumprimentou seus speculations a respeito de uma comunicação com outros planetas, suas afirmações que poderia rachar a terra como uma maçã, e sua reivindicação de ter inventado um raio da morte capaz de destruir 10.000 aviões em uma distância de 250 milhas (400 quilômetros). Após a morte de Tesla o curador da propriedade estrangeira impounded seus troncos, que prenderam seus papéis, seus diplomas e outras honras, suas letras, e suas notas do laboratório. Estes foram herdados eventualmente pelo nephew de Tesla, Sava Kosanovich, e abrigados mais tarde no museu de Nikola Tesla em Belgrado. As centenas arquivaram na catedral da cidade de york novo de St. John o divine para seus serviços funeral, e uma inundação das mensagens reconheceu a perda de um gênio grande. Três receptores premiados de Nobel dirigiram-se a seu tributo a "um dos intellects proeminentes do mundo que pavimentou a maneira para muitos dos desenvolvimentos technological de épocas modernas." (I.W.H.) Invenções: transformador um repetidor do telefone, um princípio girando do campo magnético, um sistema polifásico da corrente alternada, um motor de indução, uma transmissão de poder da corrente alternada, de uma bobina de Tesla, uma comunicação wireless, rádio, luzes fluorescentes, e mais de outras 700 patentes. 4 Hans Christian Oersted agosto nascido 14, 1777, Rudkøbing, Dinamarca - março 9, 1851, Copenhaga Hans Christian Oersted nasceu na Dinamarca, era filho de um farmacêutico e estudou Filosofia na Universidade de Copenhague. Depois de viajar pela Europa, retomou àquela universidade e ali trabalhou como professor e pesquisador, desenvolvendo várias pesquisas no campo da Física e da Química. Exemplo 1 - Dados os seguintes valores para P1, P2, e I1Δl1, calcular ΔH2 em: (a) P1(0, 0, 2) e P2( 4, 2, 0) 2azμA/m. (b) P1(0, 2, 2) e P2( 4, 2, 3) 2azμA/m. (c) P1(1, 2, 3) e P2( 3, -1, 2) 2(-ax+ay+az )μA/m. (a) P1(0, 0, 2) e P2( 4, 2, 0) 2azμA/m. R12 P2 P1 4aˆ x 2aˆ y 2aˆ z 2 R12 R12 42 22 2 24 R12 4 2 2 aˆ R12 aˆ x aˆ y aˆ z R12 24 24 24 I ' dl ' aˆ R12 dH 2 4 R122 4 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 5 dH 2 4 aˆ z 2 2 aˆ x 24 24 4 dH 2 4 dH2 48 24 24 2 aˆ y 24 2 aˆ y 24 Chamando: aˆ z tg 2 dz aˆ x 8,05aˆ x 17,01aˆ y nA m Exemplo 2 – Um filamento de corrente conduzindo 15A na direção z está situado ao longo do eixo z. Determine H em coordenadas cartesianas se: (a) PA( 20 , 0, 4); (b) PB( 2, -4, 0). dH r r R Idl aˆ R 4 R2 z aˆ z 20aˆ x r r R 4aˆ z 20aˆ x 2 20 R Idl R 4 R3 15dz aˆ z Idl R 4 R3 15dz aˆ z dH 2 20aˆ x H H 15 20 4 15 20 4 2 32 1 tg 2 20 4 z 4 2 z sen 2 32 4 z 20 1 tg 2 1 1 tg 2 1 32 tg aˆ y 1 tg 2 4 z tg aˆ y 20 4 z H 20 3 20 16 20 1 dz 2 5 1 sen dz 15 20 1 sec aˆ y dz 4 20 20 1 cos 2 2 32 4 z 4 z 20 3 2 1 H 4 z aˆ z 15dz 20 4 20 sen cos 4 20 dH z 4 20tg 20 20sec2 d 3 20 sec 2 d H aˆ y 32 16 1 tg 2 3 20 sec 2 d H aˆ 32 y 16 sec 2 3 20 sec 2 d H aˆ y 16 sec 3 3 20 d H aˆ y 16 sec 3 20 H cos d aˆ y 16 3 20 H sen zz aˆ y 16 Como: z )2 (4 20 (4 z ) Idl dH (4 z )aˆ z 4 z aˆ 32 y H 3 20 16 4 z 2 aˆ y 20 4 z 20 (4 z ) 2 aˆ y 5 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 6 H 3 20 16 lim z H 4 z 20 (4 z ) 2 lim z 4 z 20 (4 z ) 2 aˆ y 3 20 1 1 aˆ y 16 6 20 H aˆ y 16 3 5 H aˆ y 4 H 0,53aˆ y mA Campo magnético gerado por um condutor circular Um condutor de forma circular chama-se também espira. Pode-se comprovar experimentalmente que as linhas de força são como as descritas para o condutor reto em cada uma das interseções do condutor com o plano perpendicular ao eixo. Uma espira, figura ao lado, se comporta como um pequeno ímã Figura 6 – Ilustração da regra da mão direita . 6 O solenóide comporta-se, em seu exterior, como um ímã reto, com seus dois pólos. Do pólo norte saem as linhas de força que retornam ao solenóide por seu pólo sul e, em seu interior, elas se fecham deslocando-se de sul a norte. Diferentemente do que ocorre num ímã reto, somando-se todos os efeitos das espiras gera-se, no interior da bobina, um campo magnético muito intenso e uniforme. Em seu interior, a agulha de uma bússola se orienta paralelamente ao eixo da bobina. Da mesma forma que um ímã, o solenóide atrairá objetos de ferro. Assim, se o pendurarmos para que possa girar livremente, ele se orientará no campo magnético da Terra como uma agulha magnética. Os solenóides exercem uns sobre os outros forças de atração e repulsão como as que existem entre os ímãs. Eletroímãs Se observarmos sua face dianteira, comprovaremos que todas as linhas entram por ela. Como nos ímãs, diremos que é a face sul e a corrente circula no mesmo sentido que os ponteiros do relógio. A face posterior será a face norte. Dela saem as linhas de força e a corrente circula no sentido contrário aos ponteiros do relógio. Outra regra prática para reconhecer os pólos de uma espira consiste em desenhar um N ou um S; as pontas de seta das extremidades das letras indicam o sentido da corrente. Solenóides ou Bobinas Se em vez de uma única espira pegarmos um fio condutor, de cobre, por exemplo, e o enrolarmos em espiral formando um conjunto de espiras iguais e paralelas e nele estabelecermos uma corrente elétrica, obteremos um solenóide ou bobina. Se colocarmos uma barra de ferro chamada núcleo no interior de um solenóide, teremos um eletroímã. Com a passagem da corrente, o conjunto age como um poderoso ímã. O aumento do campo magnético acontece porque o ferro doce imanta-se, por estar no campo magnético produzido pelo solenóide, e produz seu próprio campo magnético, que é somado ao do solenóide. Ao cessar a passagem da corrente, o campo magnético do solenóide desaparece. Daí por que o eletroímã é um ímã temporário. Os eletroímãs têm muitas aplicações no dia-adia como nas campainhas elétricas. Figura 8 – Esquema de uma campainha. Figura 7 – Solenóide. 6 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 7 No esquema de uma campainha elétrica percebe-se seu funcionamento. Com o circuito aberto, não passa corrente e o eletroímã não atua. Ao fechar o circuito com um aperto do botão, a corrente passa a circular por ele, acionando o eletroímã que atrai a vareta metálica que golpeia a campainha. Assim, o circuito se abre, cessa a atração e a vareta metálica volta à sua posição inicial, fechando novamente o circuito. O processo se repetirá enquanto o interruptor estiver apertado. 7 (b) Correntes induzidas e correntes alternadas Uma corrente elétrica produz magnetismo. O efeito contrário é possível? O físico inglês Michael Faraday demonstrou que sim. Em determinadas condições, um campo magnético gera corrente elétrica: ele ligou uma bobina a um amperímetro e, ao introduzir rapidamente um ímã na bobina, o amperímetro assinalava passagem de corrente. É a indução eletromagnética. Um ímã em movimento gera uma corrente elétrica em um fio condutor: é a corrente induzida. Se em vez de introduzir o ímã o retirarmos, a corrente assume o sentido inverso. Se aproximarmos ou afastarmos a bobina em vez do ímã, o resultado será idêntico. A aplicação mais importante da indução é a produção de corrente elétrica. Se fizermos girar a espira no interior do campo magnético do ímã, produz-se uma corrente induzida. Conforme a figura, a cada meia-volta da espira, a corrente muda de sentido: é uma corrente alternada. Os alternadores, componentes do sistema elétrico dos carros, são geradores de corrente alternada. Funcionam com base (b) na descoberta de Faraday. Modificações na montagem dos coletores e escovas (contatos entre a espira móvel e o circuito no qual vai circular a corrente induzida) podem originar os geradores de corrente contínua, como são os dínamos de bicicletas. (a) Linhas de Força do campo Magnético Figura 10 – Partículas espiralando (a) no campo magnético A figura abaixo mostra a disposição de limalhas de terrestre (b). ferro colocadas em um papel próximo a um ímã. As linhas O campo Magnético Terrestre: de força estão mostradas na figura abaixo. Veja a situação em que há dois pólos iguais (repulsão) e dois pólos Há no interior do Planeta, um movimento de diferentes (atração). magma complicado, constituído de diversos elementos derretidos a altas temperaturas, que atuam como se fossem Figura 9 – Linhas de força do campo magnético de um ímã um magneto, com o pólo norte magnético com pólos iguais (a) e pólos opostos (b). aproximadamente próximo ao pólo Sul geográfico e o 7 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 8 pólo sul magnético aproximadamente próximo ao pólo Norte Geográfico. A figura ilustra o campo magnético Terrestre. O momento de dipolo magnético terrestre, tem um valor aproximadamente de 8,0.1022 J/T. O eixo do dipolo faz um ângulo de aproximadamente 11,50 com o eixo de rotação Terrestre. Devido às aplicações em navegação, o campo magnético Terrestre tem sido estudado por vários anos. As quantidades de interesse, são a magnitude e direção do campo terrestre em diferentes localidades. Estudos mostram que há reversão na polaridade aproximadamente a cada milhão de anos. A interação com partículas provenientes do chamado vento solar (prótons, elétrons provenientes de explosões solares), com o campo magnético terrestre, provoca modificações espaciais na forma do campo magnético Terrestre. As partículas são armazenadas no campo magnético Terrestre, formando os chamados cinturões de radiação de Van Allen, que estão acima da atmosfera Terrestre, entre os pólos norte e sul magnéticos. As partículas são armadilhadas nesses cinturões, e nas regiões próximas aos pólos Norte e Sul Geográficos, como as linhas de campo são mais intensas, estando a uma altitude mais baixa, cerca de 100 km, as partículas chocamse com as moléculas de N2 e a átomos de O, gerando luz de cores rosa e verde, respectivamente. Tal fenômeno é chamado de aurora boreal. Figura 12 – O vento Solar. 8 O campo é semelhante ao de um ímã de barra, mas essa semelhança é superficial. O campo magnético de um íman de barra, ou qualquer outro tipo de ímã permanente, é criado pelo movimento coordenado de elétrons (partículas negativamente carregadas) dentro dos átomos de ferro. O núcleo da Terra, no entanto, é mais quente que 1043K, a temperatura de Curie em que a orientação dos orbitais do elétron dentro do ferro se torna aleatória. Tal aleatorização tende a fazer a substância perder o seu campo magnético. Portanto, o campo magnético da Terra não é causado por depósitos magnetizados de ferro, mas em grande parte por correntes elétricas do núcleo externo líquido. Outra característica que distingue a Terra Figura 11 – Componentes do campo magnético terrestre (a) e magneticamente de um íman em barra é sua magnetosfera. aurora boreal (b). A grandes distâncias do planeta, isso domina o campo (a) magnético da superfície. Correntes elétricas induzidas na ionosfera também geram campos magnéticos. Tal campo é sempre gerado perto de onde a atmosfera é mais próxima do Sol, criando alterações diárias que podem deflectir campos magnéticos superficiais de até um grau. A intensidade do campo na superfície da Terra neste momento varia de menos de 30 microteslas (0.3 gauss), numa área que inclui a maioria da América do Sul e África Meridional, até superior a 60 microteslas (0,6 (b) gauss) ao redor dos pólos magnéticos no norte do Canadá e sul da Austrália, e em parte da Sibéria. Magnetômetros detectaram desvios diminutos no campo magnético da Terra causados por artefatos de ferro, fornos para queima de argila e tijolos, alguns tipos de estruturas de pedra, e até mesmo valas e sambaquis em pesquisa geofísica. Usando instrumentos magnéticos adaptados a partir de dispositivos de uso aéreo desenvolvidos durante a Segunda Guerra Mundial para detectar submarinos, as variações magnéticas através do fundo do oceano foram mapeadas. O basalto - rocha vulcânica rica em ferro que compõe o fundo do oceano contém um forte mineral magnético (magnetita) e pode distorcer a leitura de uma bússola. A distorção foi percebida por marinheiros islandeses no início do século XVIII. Como a presença da magnetita dá ao basalto 8 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 9 propriedades magnéticas mensuráveis, estas variações magnéticas forneceram novos meios para o estudo do fundo do oceano. Quando novas rochas formadas resfriam, tais materiais magnéticos gravam o campo magnético da Terra no tempo. Em Outubro de 2003, a magnetosfera da Terra foi atingida por uma chama solar que causou uma breve, mas intensa tempestade geomagnética, provocando a ocorrência de auroras boreais. O campo magnético da Terra é revertido em intervalos que variam entre dezenas de milhares de anos a alguns milhões de anos, com um intervalo médio de aproximadamente 250.000 anos. Acredita-se que a última ocorreu 780.000 anos atrás, referida como a reversão Brunhes-Matuyama. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico_terrestre) O mecanismo responsável pelas reversões magnéticas não é bem compreendido. Alguns cientistas produziram modelos para o centro da Terra, onde o campo magnético é apenas quase-estável e os pólos podem migrar espontaneamente de uma orientação para outra durante o curso de algumas centenas a alguns milhares de anos. Outros cientistas propuseram que primeiro o geodínamo pára, espontaneamente ou através da ação de algum agente externo, como o impacto de um cometa, e então reinicia com o pólo norte apontando para o norte ou para o sul. Quando o norte reaparece na direção oposta, interpretamos isso como uma reversão, enquanto parar e retornar na mesma direção é chamado excursão geomagnética. A intensidade do campo geomagnético foi medida pela primeira vez por Carl Friedrich Gauss em 1835 e foi medida repetidamente desde então, sendo observado um decaimento exponencial com uma meia-vida de 1400 anos, o que corresponde a um decaimento de 10 a 15 % durante os últimos 150 anos. Cinturões de radiação – Texto extraído de: www-spof.gsfc.nasa.gov/Education/Iradbelt.html Radiation Belts Figura 13 – Trajetória de partícula aprisionada pelo campo magnético terrestre. O movimento de íons energéticos e elétrons no espaço é regido fortemente pelo campo magnético local. O movimento básico é a rotação das linhas de campo magnético em fileira, enquanto deslizando ao mesmo tempo ao longo dessas linhas, dando para as partículas uma trajetória espiral. Em linhas de campo típicas, volta-se para a Terra até o final das linhas, e tal movimento conduz as partículas a seguir na atmosfera onde elas colidiriam e perderiam a energia. Porém, uma característica adicional de movimento apanhado normalmente impede isto de acontecer: o movimento corrediço reduz a velocidade como os movimentos de partícula em regiões onde o campo magnético é forte, pode parar e até mesmo inverter o movimento. É como se as partículas fossem repelidas de tais regiões, um contraste interessante com ferro para o 9 qual é atraído onde o campo magnético é forte. A força magnética é muito mais forte perto da Terra que longe, e em qualquer linha de campo está maior nos fins onde a linha entra na atmosfera. Assim elétrons e íons podem permanecer apanhados por muito tempo e podem saltar de um lado para outro de um hemisfério para o outro (veja quadro acima, não escalar a espiral atual, que se encontra muito perto de Terra). Deste modo a Terra se agarra a seus cintos de radiação. Além de espiralar e saltar, as partículas apanhadas também lentamente vão de uma linha de campo para outra, indo todo o modo gradualmente ao redor de Terra. Íons acumulam um modo (à direita, do norte), elétrons o outro, e em qualquer movimento, a carga de elétricas é equivalente a uma corrente elétrica que circula a Terra à direita. Isso é a corrente de anel denominada cujo campo magnético debilita o campo ligeiramente observada em cima da maioria da superfície da Terra. Durante tempestades magnéticas a corrente de anel recebe muitos íons adicionais e elétrons do lado escuro " forma fileira " da magnetosfera e seu efeito aumenta, entretanto, à superfície da Terra, sempre é um efeito muito pequeno e raramente excede só 1% da intensidade de campo magnética total. Descoberta do Cinto de Radiação Antes de 1958 os cientistas estavam bastante atentos em íons e elétrons que pudessem ser apanhados pelo campo magnético da Terra, mas não se comprovou de fato se tais partículas existiram. No máximo foi proposto que durante tempestades magnéticas uma população apanhada temporária criava um anel atual e se deteriora novamente com o final da tempestade. Os anos 1957-8 foram designados como o ―Ano‖ Geofísico Internacional (IGY), e o EUA e a União Soviética (a Rússia) prepararam lançamentos de satélites artificiais. A Rússia prosperamente conseguiu colocar em órbita seu primeiro satélite Sputnik em 4 de outubro de 1957, mas o satélite dos EUA, Vanguard, falhou em seu lançamento, retardando assim a entrada oficial dos EUA. Os EUA construíram um foguete alternativo que levava um satélite diferente, o Explorer 1, pequeno e construído 9 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 10 por James Van Allen e o time dele na Universidade de é necessária. Uma lei fundamental de estados da natureza Iowa. Rapidamente foi lançado 31 janeiro, 1958. é a que diz que a energia nunca desaparece, só muda sua forma: por exemplo, pode ser convertida a energia de luz solar em eletricidade por uma célula solar, ou a energia do vento é convertida por um moinho de vento. Fenômenos do espaço envolvem energia em duas balanças muito diferentes. Uma balança envolve a energia de íons individuais e elétrons que freqüentemente movem Figura 14 – Lançamento do Explorer 1. O Explorer 1 levava um instrumento, um detector a uma fração respeitável da velocidade de luz (um limite pequeno de partículas energéticas, um contador Geiger superior que eles nunca podem alcançar). Quanto mais projetado para observar raios cósmicos (íons de energia rápido a partícula se move, mais alto sua energia e maior é muito alta e de origem desconhecida, chegando a Terra do a espessura de material necessário para detê-las. As espaço). A experiência se realizou muito bem a baixas Energias de partículas gostam estes são medidas 10 em altitudes, mas ao topo da órbita não foi contada nenhuma elétrons-volt (eV): elétrons da aurora têm 1000-15,000 eV, partícula. O Explorer 3 que seguiu dois meses depois prótons no cinto interno talvez 50 milhões de eV, gravou em fita um registro contínuo de dados que enquanto a energia de íons de raio cósmicos podem revelaram que as contas 0 na verdade representaram um alcançar muitos bilhões. Em contraste, moléculas de ar na nível muito alto de radiação. Tantas partículas energéticas atmosfera só têm aproximadamente 0.03 eV, elevando o bateram no contador às altitudes mais altas que seu modo que poderia ser a pergunta mais fundamental em pesquisa de operação foi subjugado e nada registrou. Não só era de espaço: como algumas partículas adquirem tanta estava presente o cinto de radiação a todo o momento, energia? como era notavelmente intenso. A outra balança é um fenômeno espacial global: tempestades magnéticas, nas regiões boreais exibem correntes elétricas que unem Terra e espaço. Quem Os Cinturões de Radiação da Terra A Terra tem duas regiões de partículas rápidas caminha a conta de energia ? A fonte principal de energia apanhadas. O cinto de radiação interna descoberto por Van parece ser o vento solar, mas a maneira pelos quais esta Allen é relativamente compacto e estende talvez um raio de energia é transportada e é distribuída na magnetosfera não Terra sobre o equador (1 RT = 6371 km ou são contudo completamente claro. aproximadamente 4000 milhas). Consiste de prótons muito energéticos, um subproduto de colisões por íons de raios Órbita síncrona cósmicos com átomos da atmosfera. O número de tais íons Provavelmente o maior número de satélites é relativamente pequeno, e o cinto interno acumula operacionais, mais que 200, habitam a órbita síncrona lentamente, mas porque apanhando perto de Terra são denominada, uma órbita circular sobre o equador da Terra alcançadas intensidades muito estáveis, bastante altas, com um rádio de 6.6 RT (raio de Terra), aproximadamente embora a formação deles possa ocupar anos. 42,000 km ou 26,000 milhas. Mais para fora é a região grande do anel atual e A aceleração orbital de qualquer satélite depende contém íons e elétrons de muita mais baixa energia (o mais de sua distância da Terra. Em uma órbita circular fora da enérgico entre eles também conhecido como o " cinto " de atmosfera densa, um satélite precisa de só 90 minutos para radiação exterior). Distinto o cinto interno, esta população uma órbita completa, mas satélites mais distantes movem flutua amplamente e sobe quando tempestades magnéticas mais lentamente, e a um rádio de 6.6 RT o período está injetam partículas frescas do rabo do magnetosfera e caem perto de 24 horas e emparelha o período de rotação da gradualmente. O anel de energia atual é principalmente Terra. Um satélite a esta distância, sobre o equador, levado pelos íons, a muitos dos quais são prótons. sempre fica sobre a mesma mancha na Terra, e quando se Porém, há também no anel partículas alfa (que são vê da Terra (diga-se, por uma TELEVISÃO) sempre está núcleos de átomos de hélio, que perdeu os dois elétrons), na mesma direção no céu. um tipo de íon que é abundante na radiação proveniente do Isto faz a órbita síncrona o lugar perfeito para vento solar; uma certa porcentagem é a de íons de O+ satélites dedicados a comunicações e para radiodifusão, e (oxigênio), semelhante aos que existem na ionosfera da também é usado para monitorar o tempo no mundo inteiro, Terra, entretanto, muito mais energético. Esta mistura de por exemplo, pelo VAI série de satélites de NOAA íons sugere que as partículas do anel provavelmente vêm (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional). A de mais de uma fonte. órbita síncrona também é útil para trabalhos científico, porque mapeia totalmente o anel da magnetosfera ―noite Energia e Partículas Energéticas Energia é a moeda corrente na quais processos da Terra‖. naturais devem ser custeados: acelerar movimentos, virar A Anomalia Magnética do Atlântico Sul, uma máquina, para fazer o sol lustrar ou dirigir uma AMAS ou SAA (do inglês, South Atlantic Anomaly) é corrente elétrica por um arame, uma quantidade de energia uma região onde a parte mais interna do cinturão de Van 10 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 11 Allen tem a máxima aproximação com a superfície da Terra. O resultado é que para uma dada altitude, a intensidade de radiação é mais alta nesta região do que em qualquer outra. A AMAS é produzida por um "mergulho" no campo magnético terrestre nesta região, causada pelo facto de que o centro do campo magnético terrestre esta deslocado em relação ao centro geográfico por 450 km. Campo magnético total da Terra, sobre o Brasil na área azul mais escura existe a AMAS, Anomalia Magnética do Atlântico Sul, observar que as linhas de campo formam na região uma figura que se assemelha à uma cabeça de um pato, por isso é chamada "El Pato" A anomalia do Atlântico Sul afecta satélites e outras espaçonaves com órbitas a algumas centenas de quilômetros de altitude e com inclinações orbitais entre 35° e 60°. Nessas órbitas, os satélites passam periodicamente pela AMAS, ficando expostos durante vários minutos às fortes radiações que ali existem. A International Space Station, orbitando com uma inclinação de 51.6°, necessitou de um revestimento especial para lidar com o problema. O Hubble Space Telescope não faz observações enquanto está passando pela região. A AMAS sofre um deslocamento para a direção oeste, cuja velocidade de deslocamento é de 0.3° por ano. A taxa de deslocamento é muito próxima da rotação diferencial entre o núcleo da Terra e sua superfície, estimada estar entre 0.3° e 0.5° por ano. A dança do magnetismo terrestre, artigo de Marcelo Gleiser Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu". Artigo publicado na ?Folha de SP?: Os pólos magnéticos da Terra passam por inversões: de vez em quando, o que é norte vira sul, e vice-versa. Em suas notas autobiográficas, Einstein conta como ele ganhou uma bússola de presente de seu pai quando tinha cinco anos: "Ainda me lembro ou acredito que me lembro que essa experiência causou um profundo efeito sobre mim. Algo de fundamental tinha de estar escondido por trás das coisas". A bússola de Einstein, como qualquer outra, apontava para o norte, independentemente de onde estivesse: o metal da agulha tende a se alinhar com o campo magnético da Terra, que corre na direção norte-sul. Essa observação, tão óbvia quanto a volta do Sol a cada dia, que marinheiros e pássaros usam para se orientar em suas viagens, não tem nada de trivial. O fato de a Terra ser um gigantesco ímã se deve a uma confluência de fatores, que só agora começam a ser entendidos. Dentre as descobertas relativamente recentes, a mais chocante é a de que os pólos magnéticos da Terra -quase alinhados com seus pólos geográficos (daí a utilidade da bússola)- passam por inversões: de vez em quando, o que é norte vira sul, e vice-versa. A questão é quando será a próxima. A última inversão de polaridade ocorreu há 780 mil anos, bem mais tempo do que a média de 250 mil anos. Por alguma razão, os intervalos entre elas vêm encolhendo nos últimos 120 milhões de anos. Sabemos disso porque cada inversão deixa uma assinatura nas rochas magnéticas, suscetíveis a mudanças de orientação do magnetismo terrestre quando aquecidas. Ao resfriarem, mantêm a nova orientação, reproduzindo no tempo a coreografia dos pólos magnéticos. Portanto, a próxima inversão está bem atrasada. Vivemos num período de relativa estabilidade que não durará para sempre. E os primeiros sinais estão já aparecendo. Dados colhidos por satélites em 1980 e em 1999 mostram que ilhas de polaridade oposta no campo magnético terrestre estão crescendo. Imagine uma bola de futebol com o hemisfério sul pintado de azul e o norte de vermelho. 11 As medidas indicam que dentro da região vermelha existem manchas azuis, e vice-versa, e que essas manchas aumentaram nos últimos 20 anos. A suspeita é que elas sejam os precursores da próxima inversão. O campo magnético terrestre se reduziu em 10% desde 1830. O centro da Terra é uma esfera de metal líquido, principalmente ferro, com volume seis vezes maior que o da Lua inteira. Devido à enorme pressão exercida pela crosta e pelo manto, 2 milhões de vezes maior no centro do que na superfície, a temperatura lá chega a 5.000 C, comparável à superfície do Sol. Como em uma sopa, bolhas de metal mais quente e, portanto, menos denso, tendem a subir. Na subida, elas se resfriam e voltam a afundar. Esse processo, chamado de convecção, transporta calor do centro da Terra para a região entre o centro e o manto. O metal líquido conduz eletricidade. Quando adicionamos a rotação da Terra, temos uma esfera de metal líquido e borbulhante girando, essencialmente um gerador elétrico, ou dínamo. Em geradores comuns, o que gira são fios metálicos que transportam corrente. Desse movimento nasce um campo magnético que varia ao longo do tempo. A Terra é um gigantesco dínamo. Sua corrente muda ocasionalmente de direção, invertendo a polaridade de seu campo magnético. Simulações em computadores e experimentos em laboratório têm ajudado no estudo das inversões. Um satélite internacional está tomando novas medidas. Mesmo assim, não podemos ainda prever quando a próxima irá ocorrer. No meio tempo, é bom ficar de olho nos pássaros e nas bússolas. (Folha de SP, 17/7) Lei de Lorentz e Movimento de uma partícula na região de um campo magnético Uniforme. Uma carga em movimento quando em uma região onde atua um campo elétrico E e um campo magnético B está sujeita à chamada força de Lorentz: F q E q v B Regra da mão esquerda: O sentido da força F é dado pela regra da mão esquerda (para carga q positiva ((a)): INDICADOR NO SENTIDO DE B, O DEDO MÉDIO NO SENTIDO DE v E O POLEGAR DARÁ O SENTIDO E DIREÇÃO DE F. Quando a carga q é negativa (b) , o sentido é ao contrário. Escreve-se a força magnética Fm Fm kˆ iˆ q vx ˆj vy vz Bx By Bz q v B 11 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 12 B B. Onde v aqui, vx iˆ v y ˆj vz kˆ e Bx iˆ By ˆj Bz kˆ F q v B sen , onde é o ângulo entre v e v Exemplo 6 – Campo saindo,carga positiva : viˆ, B - v Bkˆ F F qvBˆj - v j i k Exemplo 7 – Campo saindo,carga positiva : viˆ, B F Bkˆ qvBˆj F + Nos exemplos abaixo indicamos diversas situações onde uma partícula de carga q penetra na região de um campo magnético B, com velocidade v, dando a força F que aparece. B B 12 + v j i k v Exemplo 8 – Campo saindo,carga negativa : viˆ, B F Bkˆ qvBˆj F - B - v j i k Exemplo 9 – Campo entrando no campo do : v Exemplo 3 – Campo entrando no campo do papel viˆ, B + v F F Bkˆ j - F Bkˆ F v j Exemplo 5 – Campo saindo,carga positiva : + Bkˆ v F v qvBˆj B vˆj, B F Bkˆ F i + j qvBi B - v j i k Exemplo 11 – Campo entrando no campo do papel, carga negativa: v vˆj, B F Bkˆ B - j qvBˆj i k Exemplo 10 – Campo entrando, carga negativa : v + B F v - i F F B k viˆ, B Bkˆ qvBˆj - v viˆ, B + i k Exemplo 4 – Campo entrando, carga negativa : viˆ, B v qvBˆj B + v papel : qvBiˆ j F i k k 12 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 13 Exemplo 12 – Campo entrando no campo do papel, carga positiva: vˆj, B v Bkˆ B v F F qvBiˆ - j k i Exemplo 13 –Partícula com carga positiva entrando no campo do papel: v vkˆ, B Biˆ F qvBˆj B F Exemplo 14 –Partícula com carga negativa entrando no campo do papel: v vkˆ, B F Biˆ F Quando uma partícula carregada penetra 13 na região de um campo magnético uniforme, ela descreve um movimento circular uniforme na região de campo magnético uniforme, como mostram as figuras a seguir. Figura 16 – Movimento de uma partícula carregada numa região de campo magnético uniforme. qvBˆj B Quando a partícula penetra numa direção v qualquer, somente a componente perpendicular ao campo causará a força magnética. Então é necessário decompor a velocidade nas componentes perpendicular e paralela ao campo: v v v// Observe que uma partícula carregada que entra numa região de campo magnético uniforme não sofre atuação de força magnética. Uma partícula neutra também não sofre atuação de força nenhuma. A figura ilustra uma partícula entrando numa direção qualquer. Figura 15 – Componentes da velocidade (a) e movimento de uma partícula numa região onde há um campo eletromagnético (b) e (c). 13 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 14 Figura 17– Dispositivo de Thomson para determinar a razão e/m de um raio catódico (a) mostrando os campos B e E cruzados; dispositivo original usado por Thomson (b). Assim, a resultante centrípeta é a força magnética: v2 mv Fcp m qvB R R qB R é o raio da órbita. Se quisermos calcular o período: 2 R v 2 m v m qB T T R qB A freqüência desse movimento é: 1 T f q B 2 m f Tubos de Raios Catódicos J.J. Thomson (1856 – 1940), realizou uma experiência que possibilitou medir a razão entre a carga e a massa do elétron. Usando o dispositivo indicado na Figura 17, no recipiente de vidrro onde há vácuo, os elétrons provenientes de um catodo são acelerados e agrupados em um feixe por uma diferença de potencial V entre os anodos A e A’. A velocidade v dos elétrons é determinada pelo potencial V que os acelera: 1 m v2 2 eV v 2 e V m Os elétrons passam entre as placas P e P’ e colidem com a tela no final do tubo, que é recoberto por um material que se torna fosforescente (cintila) no ponto onde ocorre a colisão. Os elétrons passam pelo tubo ao longo de uma trajetória retilínea, pois os campos elétricos e magnéticos são perpendiculares, assim: Fe Fm 0 14 Espectrômetros de massa. Técnicas semelhantes às usadas na experiência de Thomson de e/m podem ser empregadas para medir a massa de íons e, portanto, massas atômicas e massas moleculares. Em 1919, Francis Aston (1877 – 1945), um aluno de Thomson, construiu a primeira versão de um instrumento conhecido como espectrômetro de massa. Uma variante construída por Bainbridge é indicada na figura 18. Figura 18 – O espectrômetro de massa de Bainbridge utiliza um seletor de velocidades para produzir partículas com velocidade constante v. Na região de campo magnético, as partículas com maiores velocidade produzem trajetórias de raios maiores. e E e v B 0 E v B Assim: E B 2 eV m e m E2 2 V B2 Assim, atribuíu-se a Thomson descoberta da primeira partícula subatômica, o elétron. a 14 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 15 Íons positivos provenientes de uma fonte passam através das fontes S1 e S2, formando um feixe estreito. A seguir o feixe passa por um seletor de velocidades com campos E e B ortogonais entre si., a fim de bloquear todos os íons, exceto aqueles com velocidades v = E/B. Finalmente, os íos passam por uma região onde há um campo magnético B perpendicular ao plano da figura, onde eles se movem em uma trajetória semi-circular com raior R dado por: R m v q B Assim, íons com massas diferentes colidem com a placa em diferentes pontos. Supomos que cada átomo perdeu um elétron, de modo que o íon possua carga igual a +e. Conhecendo-se os valores de todas grandezas na equação acima, exceto m, podemos calcular a massa m de um íon. Um dos primeiros resultados desse trabalho, foi a descoberta de isótopos de elementos. Os espectrômetros de massa utilizados atualmente podem medir massas com uma precisão da ordem de 1 parte em 10000. A placa fotográfica é substituída por um detector de partículas mais sofisticado que faz uma varredura na região onde ocorre o impacto. Cyclotrons e Sincrotrons. Existem aparelhos com aplicações em alta Tecnologia, como Cyclotrons e Sincrotrons. Tais aparelhos sofisticados produzem partículas a altas velocidades com objetivo de provocar radiação por meio da desaceleração dessas articulas. A interação dessa radiação com a matéria é de fundamental importância para estudar as propriedades físicas e químicas de novos materiais. Na física de partículas, cíclotron é um equipamento no qual um feixe de partículas sofre a ação de um campo elétrico com uma frequência alta e constante e um campo magnético perpendicular estático. Foi inventado em 1929 por Ernest Lawrence que o usou em experimentos com partículas com 1 MeV (Um Mega elétron-Volt). O cíclotron possui dois eletrodos com a forma de um "D", estes são ocos e semicirculares. Sua montagem é numa câmara de vácuo entre os pólos de umeletromagneto. Os prótons, dêuterons (Núcleo de um átomo de deutério, constituído por um próton e um nêutron), começam a se locomover no interior dos eletrodos em forma de D.No início da locomoção, é injetada uma diferença de potencial alternada de alta freqüência e potência nos eletrodos ("Dês") cuja freqüência de ressonância é próxima à da circulação iônica, produzindo assim saltos de aumento de velocidade. Cada vez que as partículas passam de um eletrodo para o outro subseqüente estas adquirem uma trajetória em forma de espiral. Em seguida ocorre com as partículas uma trajetória em forma hipóide, ou de semi-círculos, cujos raios são crescentes havendo então uma perda do foco do feixe No Brasil, o IPEN fornece radioisótopos de ciclotron para uso em medicina nuclear e pesquisa básica por meio de irradiação por cíclotrons. Radiofármacos são substâncias emissoras 15 de radiação utilizadas em medicina para radioterapia e para exames de diagnóstico por imagem. A Medicina Nuclear permite observar o estado fisiológico dos tecidos de forma não invasiva, através da marcação de moléculas participantes nesses processos fisiológicos com isótopos radioactivos. Estes, denunciam sua localização com a emissão de particulas detectáveis, sob a forma de raios gama (fóton). A detecção localizada de muitos fótons gama com uma camara gama permite formar imagens ou filmes que informem acerca do estado funcional dos órgãos. A maioria das técnicas usa ligações covalentes ou iónicas entre os elementos radioactivos e as substâncias alvo, mas hoje já existem marcadores mais sofisticados, como o uso de anticorpos especificos para determinada proteína, marcados radioactivamente. A emissão de particulas beta ou alfa, que possuem alta energia, pode ser útil do ponto de vista terapeutico, para destruir células ou estruturas indesejáveis. Um radiofármaco incorpora dois componentes. Um radionúclido, ou seja, uma substância com propriedades físicas adequadas ao procedimento desejado (partícula emissora de radiação beta, para terapêutica; ou partícula emissora de radiação gama, para diagnóstico) e uma vector fisiológico, isto é, uma molécula orgânica com fixação preferencial em determinado tecido ou órgão. Essencialmente, os radionúclidos são a parte radioactiva dos radiofármacos. Mas estes também possuem uma molécula (não radioactiva) que se liga ao radionúclido (marcação radioactiva) e o conduz para esse órgão ou estrutura que se pretende estudar. Tecnécio-99-metaestável: é um radionúclido artificial, criado pelo homem. Tem vida-média de aproximandamente 6 horas, isto é, a sua Actividade, ou "quantidade de radioactividade" reduz-se para metade a cada 6 horas. Emite um fóton gama com 140.511keV de energia, ideal para a Camara Gama. É muito reactivo quimicamente, reagindo com muitos tipos de moléculas orgânicas. Esta grande versatilidade química permite que hoje em dia a grande maioria dos estudos em Medicina Nuclear sejam efectuados com base no uso de radiofármacos Tecneciados. 15 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 16 Iodo-123 ou Iodo-131: importantes no estudo da Tiroideia. Têm emissão de radiação gama e beta, respectivamente. Semi-vida de 8 dias para o I131, 13 horas para o I123. Tálio-201: tem propriedades químicas semelhantes ao Potássio, tendo sido utilizado durante muitos anos para imagiologia cardíaca (integrava a bomba de sódio-potássio). Os seus fótons gama têm energias baixas, mas as imagens eram menos nítidas e a sua interpretação mais complexa. Semi-vida de 3 dias. Actualmente os estudos com Tálio-201 têm caído em desuso, face ao apareciamento de novos radiofármacos marcados com Tc-99m. Gálio-67: tem propriedades semelhantes ao ião Ferro. É um emissor gama de média energia e apresenta semi-vida de 3 dias. É utilizado em estudos de Infecção e em Oncologia. Índio-111: semi-vida 3 dias. É um emissor de radiação gama de média energia. Xenon-133 e Cripton-81m: gases nobres radioactivos que podem ser usados na cintigrafia de ventilação pulmonar. No entanto, a maior parte dos estudos de ventilação pulmonar são feitos com um aerossol marcado com Tc-99m. Flúor-18: emite pósitrons. É usado no exame PET. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) é um exame imagiológico da medicina nuclear que utiliza radionuclídeos que emitem um pósitron aquando da sua desintegração, o qual é detectado para formar as imagens do exame. Utiliza-se glicose ligada a um elemento radioativo (normalmente Fluor radioativo) e injeta-se no paciente. As regiões que estão metabolizando essa glicose em excesso, tais como tumores ou regiões do cérebro em intensa atividade aparecerão em vermelho na imagem criada pelo computador. Um exemplo de um grande utilizador de glicose é o músculo cardíaco - miocárdio. Um computador produz uma imagem tridimensional da área, revelando quão ativamente as diferentes regiões do miocárdio estão utilizando o nutriente marcado. A tomografia por emissão de pósitrões produz imagens mais nítidas que os demais estudos de medicina nuclear. A PET é um método de obter imagens que informam acerca do estado funcional dos órgãos e não tanto do seu estado morfológico como as técnicas da radiologia propriamente dita. A PET pode gerar imagens em 3D ou imagens de "fatia" semelhantes à Tomografia computadorizada. Os radionuclídeos usados na PET são necessariamente diferentes dos usados nos restantes exames da medicina nuclear, já que para esta última é importante a emissão de fótons de radiação gama, enquanto a PET se baseia no decaimento daqueles núcleos que emitem pósitrons. Flúor-18: marca a Fluorodeoxiglicose (FDG) radioactiva que é um análogo da Glicose. É usado para estudar o metabolismo dos órgãos e tecidos. Semi-vida de 2 horas. Nitrogénio-13: é usado para marcar amônia radioactiva que é injectada no sangue para estudar a perfusão sanguínea de um órgão (detecção de isquemia e fibrose por exemplo). Carbono-11 Oxigênio-15: usado em estudos do cérebro. Rubídio-82: é usado em estudos de perfusão cardíacos. Imagem de corpo inteiro obtida através do exame PET PET oncológico: É injectado FDG com Flúor18 no sangue do paciente. O F18-FDG, um análogo 16 da Glicose, é transportado para dentro das células pelo mesmo transportador na membrana celular do açúcar, contudo dentro da célula ele não é completamente metabolizado mas é transformado em uma forma que é conservada (fixada) no interior da célula. Assim ele pode ser utilizado para detectar células com alto consumo de glicose e que portanto contenham muitos transportadores membranares (hiperexpressão destes genes), como acontece nas células dos tumores de crescimento rápido, os quais são frequentemente malignos (cancro). É usado para distinguir (estadiar) massas benignas de malignas no pulmão, cólon, mama, linfomas e outras neoplasias, e na detecção de metástases. Esta técnica constitui 90% dos PET feitos actualmente. PET do cérebro: é usado Oxigênio-15. Usado para avaliar perfusão sanguínea e actividade (consumo de oxigénio) de diferentes regiões do cérebro. A F18-DOPA está em estudo enquanto análogo do precursor de neurotransmissor DOPA. PET cardíaco: FDG-F18 usado para detectar áreas isquémicas e fibrosadas, mas o seu benefício-custo em comparação com a técnica de SPECT Cintigrafia de Perfusão (discutida em medicina nuclear) é duvidoso. Também são usados PET em investigação em farmacologia. O fármaco é marcado com radionuclídeo de modo a estudar a sua absorção, fixação e eliminação. O PET foi desenvolvido por Edward Hoffman e Michael E.Phelps em 1973 na Universidade de Washington em St. Louis, EUA. O exame PET ficou limitado a usos de investigação médica até cerca de 1990. Hoje em dia é frequente a combinação dos exames PET e TAC do mesmo órgão. Existem equipamentos que permitem efectuar ambos os exames simultaneamente, inventados por David Townsend e Ron Nutt. O exame de PET é uma técnica intensiva apenas practicada nos hospitais centrais. É necessário um ciclotron para produzir continuamente o Flúor-18, que tem uma semi-vida curta de apenas algumas horas. 16 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 17 Figura 19 – O Cyclotron (a) e o Cern (b). O Fermilab (c) e o LNLS (d) (a) 17 Na física de partículas, síncrotron é um acelerador de partículas cíclico no qual os campos elétrico, responsável pela aceleração das partículas, e o magnético — responsável pela mudança de direção das partículas — estão cuidadosamente sincronizados com o feixe de partículas. O desenvolvimento dos síncrotrons foi necessário para melhorar as soluções de aceleração de partículas cujas trajetórias são de raios fixos. Estes, da mesma forma que os cíclotrons, aceleram as partículas eletricamente e as confinam em campos magnéticos. A diferença é que o síncrotron utiliza o princípio da estabilidade de fase, mantendo desta forma o sincronismo entre campo elétrico aplicado e a freqüência de revolução da partícula. O funcionamento se dá através de um campo magnético que causa a deflexão da partícula para uma órbita circular, e cuja intensidade do campo é modulada de forma cíclica, mantendo assim órbitas cujo raio é bastante estável e constante, apesar do ganho de energia e massa conseqüentemente. Uma vez que se usa o campo magnético para manter a órbita ao invés de acelerá-la, as linhas de campo magnético só são necessárias na região anular que é definida pela órbita. O campo é gerado por um eletromagneto anular. Os síncrotrons de prótons são os aceleradores de partículas que atingem a maior energia chegando a 800 GeV, enquanto o síncrotron de elétrons alcança no máximo 12 GeV. A velocidade do próton só chega próxima da velocidade da luz no vácuo com uma energia acima de 1 GeV. O próton acelerado não perde energia por radiação, ou se perde muito pouco. Os elétrons adquirem uma velocidade muito alta a energias relativamente baixas, e quando defletidos por campos magnéticos irradiam energia eletromagnética próxima do comprimento de onda dos raios X. Essa energia irradiada precisa ser reposta pelo sistema acelerador. (b) 17 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 18 (c) O círculo maior mostra o Supercondicting Super Collider (SSC) em uma foto de satélite de Washington DC. O círculo intermediário é o acelerador europeu CERN na Suíça e o círculo menor corresponde às dimenões do acelerador Fermilab. (d) O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) oferece a cientistas condições excepcionais para realizarem pesquisas com nível de competitividade mundial. dH 1 Idl aˆR 4 r2 Onde: aˆ R r r 18 r r Aqui, os vetores: r : é orientado do elemento de corrente Idl até o ponto P onde queremos calcular o campo H. r : é orientado da origem O do sistema de coordenadas ao elemento de corrente Idl. REGRA DA MÃO DIREITA: Vimos que a corrente elétrica, na experiência de Oersted, provoca o aparecimento de um campo magnético que circula o fio, cujo sentido e direção e é dado pela regra da mão direita. Polegar no sentido de I e vetor indução B saindo da palma da mão. Lembrando que cargas que atravessam um comprimento L de um fio num intervalo de tempo definem a corrente elétrica, na expressão F qvB q L B t BIL. Podemos representar um elemento de força magnética em um elemento de fio dl dado por: dF Idl B Aqui, dl aponta para o sentido convencional da corrente I (contrário ao real, do movimento dos elétrons). Analisando o elemento de vetor indução magnética dB ,devido a esse elemento de fio Idl, Ampére deduziu a seguinte equação, também chamada de Lei de Biot-Savart: rˆ 0 Idl dB 2 4 r Essa equação é análoga à Lei de Coulomb, para o caso da eletricidade. Aqui, 0 é chamado de permeabilidade magnética do vácuo. 0 4 km 4 10 7 N A2 Podemos escrevê-la também com a definição do vetor campo magnético H: Força magnética entre dois condutores Combinando a Lei de Biot-Savart com a expressão da força sobre um elemento de corrente num campo magnético, podemos escrever uma equação da força exercida por uma corrente elementar sobre outra. A força sobre o elemento de corrente I2dl2 exercida pelo elemento I1 dl1 é dada por: dF12 I1dl1 rˆ km r2 I 2 dl 2 Esta relação diz que: A força exercida pela corrente elementar 1 sobre o elemento 2 não é igual e oposta à força exercida pelo elemento 2 sobre o elemento 1. As forças não obedecem à Lei de Newton de Ação e Reação. Na maioria das situações as correntes elementares são partes de um circuito completo, existindo forças sobre eles de outros elementos do circuito. A análise da força total exercida sobre um circuito pelo outro mostra que esta força obedece à terceira Lei de Newton. Uma semana depois de ter ouvido falar da descoberta de Oersted sobre o efeito da corrente em uma agulha imantada, Ampére descobria que duas correntes paralelas se atraíam quando tinham a mesma direção e sentido e duas correntes opostas se repeliam. Podemos calcular a força de um condutor sobre outro por meio da equação: Escrevemos: F1 2 I 2l2 B1 F2 1 I 1l1 B2 . Assim: 18 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 19 F1 2 I 2l2 B1 2k m I 1 I 2 l 2 r F2 l2 2k m I 1 I 2 r Figura 20 – Força sobre uma carga positiva se movendo em um condutor que transporta corrente. 19 Figura 22 – Componentes de um alto falante (a). O ímã permanente cria um campo magnético que exerce uma força sobre a bobina do alto falante; para a corrente I no sentido indicado, a força está indicada. Quando uma corrente elétrica oscilante percorre a bobina do alto falante, o cone ligado à bobina oscila com a mesma freqüência (b). Figura 21 – Força magnética F sobre um elemento de fio l que transporta uma corrente I, Figura 22– (a) Os três vetores indução magnética B, força magnética F e elemento l que transporta uma corrente. (b) Se o sentido de B se inverte, o mesmo ocorre com o sentido de F. (c) Invertendo o sentido da corrente, l se inverte e a força F retorna ao sentido de (a). 19 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 20 Figura 23 – Força magnética entre dois fios percorridos por uma corrente. Como: J dS I S J H Fluxo Magnético Definimos o fluxo magnético através de uma superfície de modo análogo à descrição do fluxo elétrico relacionado com a Lei de Gauss. Assim: B dA B 20 S Definição do Ampére: Unidade: Weber: 1 Wb = 1 T.m2. Numa superfície fechada, o fluxo magnético será sempre nulo, pelo fato de só ocorrerem dipolos magnéticos. Quando dois condutores retilíneos e paralelos, estão B dA 0 B separados por uma distância de um metro, são percorridos por duas correntes iguais, a intensidade de cada uma é um ampére, quando a força por unidade de comprimento dos Figura 24 – Representação das linhas de campo magnético para diversas fontes. condutores é de 2 . 10-7 Newtons por metro. Quando os fios são percorridos por correntes em sentidos opostos. A Lei de Ampére Observamos que as linhas de indução de campo de uma corrente retilínea eram circulares em torno de um condutor. Essas linhas são completamente diversas das de qualquer campo elétrico que encontramos. O campo elétrico é conservativo. O trabalho realizado por uma carga elétrica puntiforme de prova quando ela desloca um círculo no campo é nulo. Esse trabalho é igual, por unidade de carga, à E .dl ao longo da trajetória. A integral de linha do campo eletrostático sobre qualquer trajetória é nula, pois o campo é conservativo: E dl 0 Porém a soma de B.dl ao longo da trajetória não é em geral nulo. Se fizermos essa soma ao longo de uma trajetória circular, em torno de uma corrente retilínea, o vetor indução magnética B é sempre tangente à trajetória. Então B.dl é sempre positivo se percorremos a trajetória no sentido de B. Sendo a indução paralela a dl e tendo grandeza constante, teremos: B dl 0 I Fontes de campo Campo magnético C Essa relação é conhecida como Lei de Ampére: H dL I C S O teorema de Stokes é: H dl H dS Campo magnético de um fio retilíneo percorrido por uma corrente I: Exemplo 15 - Para um fio condutor percorrido por uma corrente I, o campo em um ponto P a uma distância r do fio é dado por: C 2 H d 0 I H I 2 aˆ 20 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 21 0 B 2 Figura 26 – (a) Campo de um fio de comprimento 2a. I r O campo magnético de um fio infinito, localizado no centro do cubo e percorrido por uma corrente constante I de baixo para cima. O campo ;é dado por B i ˆ 2 r 0 0 2 i y x 2 y 2 aˆ x x x 2 y2 aˆ y , Figura 25 – Representação do campo de um fio (a) e distribuição de campo magnético no espaço de um fio (b). 21 (a) Idl Idyaˆ y Idl aˆR dH 4 r2 Idyaˆ y aˆR dH 4 r2 Observe que: r r (b) aˆ R xaˆ x yaˆ y yaˆ y r r r r xaˆ x aˆ R dH x2 y x2 Aqui aˆ x (1, 0, 0); aˆ y (0,1, 0) representam I 4 os H versores ortonormais do plano Oxy. Ix 4 Campo magnético de um fio finito: Exemplo 16 - Calcule o campo magnético de um fio longo e retilíneo percorrido por uma corrente I, usando a Lei de Biot-Savart, num ponto do eixo que cruza a metade do fio. Escolhendo o eixo x coincidente com a direção do condutor: y aˆ y y x2 4 2 y xaˆ x Idyaˆ y dH y aˆ y y y y 2 y 2 y 2 x x2 a a 2 32 y y dyaˆ z x x 2 y 2 32 y dyaˆ z y a H H Ix 4 x2 x2 y y y a I 4 x y y x2 y a aˆz 2 y a y a 2 x2 y a 2 aˆ z 21 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 22 B y a I 4 x 0 x2 y a 2 y a x2 y a dH aˆz 2 Idzaˆz a I y a lim 4 xa yaˆ y z z aˆz x 2 y 2 ( z z )2 I xaˆ y yaˆ x dz 3 4 Observe que: lim H xaˆx x2 y a y a lim H 2 x2 I 2 1 1 aˆz 4 x H a y a aˆ z I aˆ z x2 4 H 2 x 0I aˆz 2 x B dH H I xaˆ y yaˆ x a 4 I xaˆ y 32 y 2 ( z z )2 dz x2 a yaˆ x 1 4 x 2 y 2 32 a dz a z z Veja que deduzimos a partir da Lei de Ampére, muito mais simples!!! Exemplo17 – Cálcule o campo magnético de um fio de comprimento 2a percorrido por uma corrente elétrica I num ponto P( x, y, z) qualquer. x2 y2 Chamando de: z z u x2 z I xaˆ y H y2 du x 2 y2 yaˆ x x2 4 a y2 z u x2 dz z x 2 y2 y 2 32 a a du 1 u2 Chamando de: sec2 u tg dl x r r Em coordenadas cartesianas: xaˆ x yaˆ y r r xaˆx R r r aˆR r r dH sec2 d du zaˆ z yaˆ y x2 y 2 ( z z )2 Idl aR 4 R2 z z aˆz y2 xaˆx z z yaˆ y H I xaˆ y 1 2 x y2 yaˆ x 4 I xaˆ y yaˆ x 4 H 2 z z aˆ z yaˆ x 4 H 1 x2 I xaˆ y H H z aˆz dl dz aˆz r r 1 tg 2 y -a 1 tg 2 tg sen I xaˆ y 1 2 x y2 4 yaˆ x sec2 d sec3 a a d sec a a cos d a 1 sen x y2 2 4 I xaˆ y a 1 2 x y2 yaˆ x 1 x y2 2 22 2 32 1 Figura 26 – (b) Campo de um fio de comprimento 2a num ponto P (x, y, z) qualquer. P(x , y, z) 32 y 2 ( z z )2 tg 1 tg 2 22 32 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 23 z a H z z I xaˆ y H yaˆ x x 1 x y2 2 I xaˆ y 1 2 x y2 4 I xaˆ y H yaˆ x yaˆ x 1 x y2 4 x2 y2 x2 z a z a y2 y2 z z r 2 z 2 x2 y2 a Se o z a z a I xaˆ y yaˆ x 1 lim x y2 a z a z a 2 4 I xaˆ y H x2 y2 yaˆ x 1 x2 y 2 4 H I xaˆ y H I xaˆ y z a yaˆ x yaˆ x z a cos aˆ sen aˆ aˆ aˆ aˆ 2 z a aˆ R xaˆ x 2 z a 2 aˆ z aˆz r r r r aˆ y2 Idzaˆ z para dH z z z aˆ z 2 2 I 4 H 2 z aˆ 4 dH z aˆ z z 2 2 32 z z a I 4 2 z z 2 2 z z dzaˆ 1 3 z z a 1 2 32 dz aˆ Chamando: H cos aˆ y I sen aˆ x u 1 2 2 I cos aˆ y 2 aˆ Para qualquer ponto, em coordenadas cilíndricas: 1 x2 y 2 z a x2 y2 z a z a 2 x2 y2 z a H z z u du H 2 I z z dz sen aˆ x 2 H 4 2 yaˆ y 2 sen aˆ cos aˆ H 2 23 y2 x2 y2 x cos y sen yaˆ x z a zaˆ z aˆ R cos aˆ x sen aˆ y sen aˆ x cos aˆ y I xaˆ y 2 z a 2 H 2 z aˆz dl dz aˆz 1 1 Passando de coordenadas cartesinanas coordenadas cilíndricas: Lembrando que em coordenadas cilíndricas: aˆ x aˆ y z a z a z a 2 1 x2 2 y2 r r 2 x2 4 x2 I 4 r 2 z a 2 2 Observe que: fio for infinito: H z a 2 Calculando em coordenadas cilíndricas z z z a 2 H z z x2 1 4 2 1 H y sen aˆ x 2 2 4 cos aˆ y I I 4 1 I a 4 a 2 a a 1 32 1 u2 du 1 u2 32 ( du )aˆ aˆ 2 Chamando agora: u tg sec2 1 tg 2 23 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 24 tg sen sec2 d sec2 du H H H H H H a I 4 a I 4 32 1 tg 2 a sec 32 2 d aˆ 1 d aˆ sec a I a l 2 2 l 2 0 l 0 2 2N B 2 l 2 l 2 l2 2 4 I l 0 I l 2 l 2 2 l 0 2 aˆ z l 2 aˆ z l2 2 4 1 aˆ z 2 I B 2 2N 0 aˆz l Campo magnético de uma espira cos d aˆ 4 0 d aˆ a I 4 I 4N l 4 2 0 B sec2 a B 1 tg 2 2N 0 2 24 a I 4 I tg 4 Exemplo 19 - Calcule o campo magnético e a indução magnética no eixo de uma espira circular de raio a em: (a) um ponto P(x, y, z); (b) no eixo z. (c) no centro da espira. sen aˆ aˆ 1 tg 2 z z H I 4 2 z z 1 A geometria necessária para esse cálculo está na figura a seguir. Considere, inicialmente a corrente aˆ elementar no topo da espira, onde Idl está na direção k̂ . Figura 27 – Campo de uma espira circular. z a H H I 4 2 I 4 z z z z z z a 2 aˆ 2 a z a z a 2 2 z a 2 aˆ Exemplo 18 - Calcule a indução magnética no centro de uma espira quadrada de N voltas. Figura 26 – (c) Campo de uma espira quadrada. l I dH Idl aˆR 4 r2 Escolhendo a origem como indicado: x = l/2 e y = 0 e tomando a = l /2: dl d aˆ d aˆ dl ad aˆ Observe que: r aˆ dz aˆz zaˆ z 24 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 25 r aˆ r aaˆ r r aˆ R a aˆ aˆR 4 H 2 a 2 2 32 zaˆ d aˆ 32 d aˆ z 0 e dB cos aˆ x a 2 z 2 dB B Como B sen aˆ y d B km R a 2 km dBz . Então: Idl z a2 Idl sen 2 aˆz z R2 2 Idl ˆ i km 2 z z a aI 2 2 B a =0 Ia 2 a 0 a z2 aˆ z Casos particulares: Sobre o eixo Oz: H B z=0 2 32 B Ia 2 z2 0 2 a2 32 aˆ z 32 aˆ z Ia 2 z2 a 2 3 2 z 2 z 2 3 2 3 dlaˆ aˆ z ou aˆ z I aˆ z 2a 0 (Campo magnético no centro de uma espira circular) Sobre o plano da espira: H Ia 2 a 2 z Veja que no centro da espira, x = 0, o campo magnético será: B 2 a2 z Ia 2 0 2 2 a2 I 2 km a B dB sen iˆ r2 sen dBaˆ z dB km aˆ z 32 podemos 25 Idl rˆ z aˆ d 0 z Idl , 2 32 2 aˆ z a I aˆz 2a 0I aˆ z 2a indução magnética se anula. Veja que: dBx 0 Ia 2 H Observe que, ao fazer a integral sobre todos os componentes elementares de corrente, a componente da 2 2 z2 No centro da espira: dB dBz dB z2 2 z2 a a zaˆ z z z2 a 2 aˆ z 2 Para cada elemento de corrente decompor a indução magnética como: 2 a aˆ z a a B 2 a Ia 4 Ia 4 H r r a Ia 4 2 a aˆ dH H Ia z2 Iad aˆ dH 0 zaˆ z 2 a B z aˆ z aˆ z 25 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 26 Campo magnético de um solenóide Figura 29 – Vistas das linhas do vetor indução magnética no Exemplo 20- Calcule a indução magnética no eixo interior de um solenóide. de um solenóide. Figura 28 – Vistas das linhas de campo de um solenóide. Figura 30 – Módulo da indução magnética ao longo do eixo 26 de um solenóide de comprimento 4a. Campo magnético de um toróide Nas figuras mostramos como é um solenóide, as linhas de de força do campo magnético em seu interior e a Exemplo 21 - Calcule a indução magnética no curva fechada retangular necessária para aplicar a lei de eixo de um toróide. Ampére. A figura a seguir ilustra um corte de um toróide, O campo magnético no interior de um solenóide percorrido por uma corrente i0, mostrando também a curva pode ser calculado usando a Lei de Ampére utilizando a de Ampére para se calcular o campo magnético. curva fechada indicada na figura acima: Aplicando a Lei de Ampére para essa curva: B dl 0 I Bh 0 h N I l B 0 B dl N I l Ou, chamando de n = N/l o número de espiras por unidade de comprimento: B 0 nI (B no interior de um solenóide) i 0 0 C B 2 r 0 N i0 B N i0 2 r 0 Veja que o B não é constante, contrastando com o campo no interior (eixo) do solenóide. Equação paramétrica do torus: r (u, v) cos v R r cos u aˆx s env R r cos u aˆ y rsenuaˆz Figura 31 – Superfície do toróide (a). Enrolamento toroidal (b). 26 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 27 Figura 32 – Vistas de um tokamak. (a) v 27 (c) Formação de plasma em um tokamak. (d) Configuração do campo magnético num tokamak. (b) Vistas (a), (b) e (c). (c) O toróide é o aparelho central de um promissor dispositivo: um reator de fusão controlada, denominado tokamak. 27 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 28 Campo magnético de um fio sólido Exemplo 22 - Calcule o campo na região interna e externa de um fio condutor cuja corrente que o atravessa é I0 e seu raio vale R. Nesse caso usamos duas curvas de Ampére para fazer o cálculo: uma de raio r menor que R e outra de raio r maior que R. Precisamos saber qual a corrente que atravessa a curva de Ampére. Figura 33 – Vetor indução de um fio (a) e curvas C (b) (a) 0I0 B I r2 1 se r R R2 2 r 0I0 se r R 2 r r se r R 2 R2 0I0 se r R 2 r 0 0 B Veja que a intensidade de Campo magnético possui um comportamento linear no interior do fio. 28 A figura a seguir mostra como o campo varia com r no interior e no exterior de um fio condutor de raio 1.5 mm. Veja que em r = R os campos interno e externo coincidem. Figura 34 – Variação do vetor indução de um fio (a) e (b) (a) (b) (b) Definimos densidade de corrente J como sendo a razão entre corrente que atravessa a área da seção transversal de um condutor, limitado pela curva C e a área limitada pela curva C. J I (Uniade SI:A/m2) A Assim, a definição mais geral para corrente elétrica J nˆdA é: I s I (interior a C) Veja que se J é constante: Observe que: Se r < R I=Ii e se r > R I=If=I0 I0 I i J Ai r2 R2 I f I0 Assim, a Lei de Ampére fica: 0 I i se r B dl 0 I f se r C B dl R R 2 B 2 r C r se r R R2 R 0 I 0 se r I 0 0 Assim, o campo ficará: 28 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 29 Campo devido a uma lâmina de corrente: z 3 3’ 1 y 1’ uma espira fechada, não há força resultante, pois a soma das forças nas diferentes partes somadas para todo o condutor se anulam (Admitindo a indução magnética constante). As forças magnéticas, porém, provocam um torque no condutor, que tendem a provocar a rotação da espira, até que sua área seja perpendicular à indução magnética B. Figura 36 – Torque sobre uma espira. x 29 2 2’ Figura 35 – Lâmina de corrente. Aplicando a Lei de Ampére nos caminhos: C a : 1 1' 2 2' Cb : 3 3' 2 2' H dL I H x1 L H x2 L Ky L L Ky L Ca H x1 H x2 H dL I Ky H x3 L H x2 Cb H x3 H x2 H x3 H x1 Ky A figura mostra uma espira retangular com uma corrente I . A espira está numa região de campo magnético uniforme, paralelo ao seu plano. As forças em cada segmento aparecem indicadas na figura. Não há forças nas direções em que a corrente flui na direção do campo magnético. Como: dF Idl B 1 Hx Ky 2 Logo, Hx é o mesmo para z > 0 e z < 0. Assim: H F1 F2 IaB Definimos como o torque da da força F relação ao ponto P: 1 K aˆ N 2 em l F O módulo do torque da força F ponto P1 será dado por: F1b IabB 1 em relação ao IAB Aqui A = ab é a área da espira, assim, o torque é o produto da corrente pela área da espira e pelo campo magnético. O torque tende a girar a espira de modo que seu plano seja perpendicular ao vetor B. Momento de Dipolo Magnético O sentido do versor n normal à área é dado coincidente com o sentido da regra da mão direita. Definimos momento de dipolo magnético Quando a normal n faz um ângulo com o vetor magnetico ao produto da corrente elétrica pela área: indução magnética B o torque tende a girar a espira de I A nˆ modo que seu plano seja perpendicular a B. D Onde n̂ é perpendicular ao plano da área de A com Nesse caso, como l F , teremos: sentido dado pela regra da mão direita. IabBsen IABsen Unidade: A.m2 (Ampére metro quadrado). Pode-se escrever esse torque em termos do produto vetorial de n e B, da seguinte forma: Torque sobre uma espira colocada num campo Magnético IAnˆ B IAnˆ da espira Quando um condutor percorrido por uma corrente A grandeza está associada ao I é colocado em um campo magnético, existem forças em chamado momento magnético de uma barra imantada, é o cada segmento do condutor. Quando ele tem a forma de mesmo que acontece quando colocamos um ímã retilíneo 29 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 30 sobre um campo magnético uniforme: surge um torque sobre o ímã tendendo-o a alinhar-se com a direção do campo. Esse torque é dado por: Materiais Magnéticos Ao discutirmos como as correntes produzem campos magnéticos, consideramos os condutores ql B m B circundados no vácuo. Porém, as bobinas existentes em m q *l é chamado de momento geradores e eletroímãs, motores e transformadores, quase * Onde magnético do ímã (Unidades: Ampére metro quadrado: sempre usam um núcleo de ferro para fazer aumentar o Am2). q* é definido como a grandeza de pólo , a razão entre campo magnético e confiná-lo em determinadas regiões. Os ímãs permanentes, as fitas de gravação magnética e os a grandeza da força F sobre o pólo e o vetor indução B. discos dos computadores dependem diretamente das Figura 37 – Campo paralelo ao plano da espira. propriedades magnéticas dos materiais. Ao armazenar informações num computador, cria-se uma rede de ímãs 30 microscópicos no interior do disco. Assim, é fundamental determinar alguns aspectos das propriedades magnéticas dos materiais. Os átomos possuem elétrons que se movem, e esses elétrons formam espiras de correntes microscópicas que se movem e produzem individualmente campos magnéticos. Em muitos matérias, esses campos magnéticos estão distribuídos aleatoriamente e não Figura 38 – Campo normal ao plano da espira. produzem nenhum campo magnético resultante. Em alguns materiais, um campo magnético externo, que pode ser produzido por correntes fora do material, pode fazer essas espiras se orientarem paralelamente ao campo e se somarem com o campo magnético externo. Dizemos que esse material ficou magnetizado. Figura 40 – Elétron se movendo com velocidade v. Outra aplicação importante são amperímetros e voltímetros analógicos, onde a leitura é feita observando a deflexão de um ponteiro sobre uma escala, utilizando o torque exercido pelo campo magnético sobre uma bobina. Figura 39 – Amperímetro. Suponha o elétron se movendo com uma trajetória circular de raio r indicada na figura 40. A corrente que ele produz é dada por: e T I e v 2 r O momento magnético é dado por: e v 2 r e v r 2 I A D D r2 Podemos expressar o momento magnético em termos do momento angular L do elétron. Como L = m.v.r, teremos: D e L 2 m 30 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 31 O momento angular atômico é quantizado: seu estão acima da temperatura de Curie, e nos componente em uma dada direção é sempre múltiplo inteiro antiferromagnéticos acima da temperatura de Néel. Em átomos sem dipolo magnético, um momento de . Aqui: magnético pode ser induzido em uma direção anti-pararela h a um campo aplicado, este efeito é chamado de 2 diamagnetismo. Os materiais paramagnéticos podem h: é a chamada constante de Planck e vale: também exibir o diamagnetismo, mas tipicamente com valores fracos. h 6.626 10 34 J s Os materiais paramagnéticos em campos Assim, existe uma incerteza na direção do magnéticos sofrem o mesmo tipo de atração e repulsão momento angular e consequentemente na direção do que os ímãs normais, mas quando o campo é removido momento de dipolo magnético. Portanto, dizer que o omovimento Browniano rompe o alinhamento magnético. momento de dipolo magnético está alinhado com o campo 31 No geral os efeitos paramagnéticos são pequenos magnético é o mesmo que dizer que -3 -5 D possui seu (susceptibilidade magnética na ordem entre 10 e 10 ). Em um átomo, muitos momentos magnéticos componente máximo possível na direção de B . Todos os orbitais e de spin se somam produzindo uma resultante componentes são sempre quantizados. igual a zero. Porém, em alguns materiais, o átomo possui h Quando L , teremos: um momento magnético da ordem do magnéton de Borh 2 B. Quando esse material é colocado em um campo magnético, o campo exerce um torque sobre cada e h e h momento magnético: D D 2 m 2 4 m Chamamos esse valor de magneton de Bohr, cujo D B valor é: Esses torques tendem a alinhar os momentos magnéticos com o campo, que é a posição correspondente 9.274 10 A m 9.274 10 J T B a uma energia potencial mínima, fornecendo nessa posição A energia potencial para o dipolo é dada por: um campo que se soma com o campo magnético externo. O campo adicional produzido pelas espiras U B D microscópicas dos elétrons é diretamente proporcional ao Paramagnetismo O paramagnetismo consiste na tendência que momento magnético total DT por unidade de volume do os dipolos magnéticos atômicos têm de se alinharem material. Chamamos essa grandeza vetorial de paralelamente com um campo magnético externo. Este magnetização do material e definimos por: efeito ocorre devido ao spin mecânico-quântico, assim DT como o momento angular orbital dos elétrons. Caso estes M dipolos magnéticos estejam fortemente unidos então o V fenômeno poderá ser o ferromagnetismo ou Verica-se que o campo magnético adicional o ferrimagnetismo. produzido pela magnetização do material é dado por Este alinhamento dos dipolos magnéticos atômicos 0 M , onde 0 é a permeabilidade magnética do vácuo. tende a se fortalecer e é descrito por uma permeabilidade magnética relativa maior do que a sua unidade (ou, Quando o material preenche por completo todas as equivalentemente, uma susceptibilidade magnética positiva vizinhanças de um condutor que transporta uma corrente, e pequena). o campo magnético total B no seio do material é dado O paramagnetismo requer que os átomos possuam, por: individualmente, dipolos magnéticos permanentes, mesmo B B M sem um campo aplicado, o que geralmente implica em um 0 0 átomo desemparelhado com os orbitais atômicos ou Aqui B0 é o campo magnético produzido pela moleculares. No paramagnetismo puro, estes dipolos atômicos corrente que flui no condutor. Dizemos que é paramagnético todo material que não interagem uns com os outros e são orientados um comportamento análogoao descrito aleatoriamente na ausência de um campo externo, tendo possui como resultado um momento líquido zero. No caso de anteriormente. Assim, no interior do material, o campo existir uma interação, então podem espontaneamente se magnético fica ampliado, em relação ao que existiria se alinhar ou antialinhar-se, tendo como resultado o ele fosse substituído pelo vácuo, por um fator ferromagnetismo ou o antiferromagnetismo, adimensional designado de Km, conhecido como respectivamente. O comportamento paramagnético pode permeabilidade relativa do material. Os valores de Km também ser observado nos materiais ferromagnéticos que variam de material para outro. Para líquidos e sólidos 24 2 24 31 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 32 paramagnéticos comuns na temperatura ambiente, variam de 1.00001 a 1.003. As equações deduzidas anteriormente para o cálculo do campo magnético, podem ser utilizadas substituindo a permeabilidade magnética do vácuo 0 pela permeabilidade magnética do material, definida por: Km Suscetibilidade magnética 0 A diferença entre a permeabilidade relativa e a unidade é definida por suscetibilidade magnética: m Km 1 1 0 A tendência dos momentos magnéticos atômicos se alinharemparalelamente ao campo magnético é dificultada pelo movimento caótico oriundo da agitação térmica, que tende a desalinhar os momentos magnéticos. Por essa razão, a suscetibilidade magnética diminui com o aumento da temperatura. Em alguns casos, pode-se espressar a magnetização pela Lei de Curie: M C externo apresenta um momento dipolar magnético orientado no sentido oposto ao do campo magnético externo. Se o campo magnético externo é não-uniforme, o material diamagnético é repelido da região onde o campo magnético é mais intenso para a região onde o campo magnético é menos intenso. (HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. 2007, p.340) B T C: constante de Curie. Possui valores diferentes para materiais diferentes. Diamagnetismo O diamagnetismo é um tipo de magnetismo característico de materiais que se alinham em um campo magnético não uniforme e tem como efeito diminuir o módulo do campo no interior do material. Ele foi nomeado por S. J. Brugmans, em 1778, e inicialmente estudado por Michael Faraday, em 1845. Através de seus estudos, Faraday concluiu que alguns elementos e quase todos os compostos exibem esse tipo de magnetismo. De acordo com Halliday, Resnick e Walker, ―o diamagnetismo existe em todos os materiais, mas é tão fraco que em geral não pode ser observado quando o material possui uma das outras duas propriedades‖ (HALLIDAY, RESNICK E WALKER, 2007, p.338). Ou seja, ―o diamagnetismo corresponde ao tipo mais fraco de resposta magnética de um sistema‖ (RIBEIRO, 2000, p.301). Esse tipo de magnetismo é observado em substâncias como os cristais iônicos ou os gases nobres, com estrutura eletrônica simétrica e sem momento magnético permanente. Nos materiais diamagnéticos, os dipolos elementares não são permanentes, sendo que esses materiais não são afetados com a mudança de temperatura e o valor da sua susceptibilidade é tipicamente próximo de um milhão e sempre negativo, devido a Lei de Lenz que afirma que ―um circuito submetido a um campo magnético externo variável, cria um campo contrário opondo-se a variação deste campo externo‖ (RIBEIRO, 2000, p.301). Devido ao valor da susceptibilidade ser negativo, o material sofre uma repulsão, entretanto o efeito é muito fraco. Segundo Halliday, Resnick e Valker: Todo material diamagnético submetido a um campo magnético Material m Paramagnético Alúmen de Fe e amônio Urânio Platina Alumínio Sódio Oxigênio gasoso Diamagnético Bismuto Mercúrio Prata Carbono (Diamante) Chumbo Cloreto de sódio Cobre K m 1 10 66 40 26 2.2 0.72 0.19 5 32 -16.6 -2.9 -2.6 -2.1 -1.8 -1.4 -1.0 Ferromagnetismo O ferromagnetismo é o ordenamento magnético de todos os momentos magnéticos de uma amostra, na mesma direcção e sentido. Um material ferromagnético é aquele que pode apresentar ferromagnetismo. A interacção ferromagnética é a interacção magnética que faz com que os momentos magnéticos tendam a dispôr-se na mesma direcção e sentido. Tem que se estender por todo um sólido para que se alcance o ferromagnetismo. O ferromagnetismo é o resultado do acoplamento spin-órbita dos elétrons desemparelhados que se alinham em regiões chamadas domínios magnéticos. Em geral, as amostras tem magnetização nula porque os domínios são orientados aleatoriamente. Aplicando um campo magnético nessa amostra, os domínios se orientam no mesmo sentido e a amostra passa a ter uma magnetização não nula. Mesmo que o campo externo seja desligado, a amostra ainda assim apresentará uma magnetização não nula. Todos os materiais (como o ferro, aço, níquel e cobalto) e algumas ligas metálicas que se caracterizam por serem fortemente magnetizáveis, pois, quando colocadas num campo magnético forte, os seus domínios alinham-se, dando origem à formação de um pólo norte e outro sul (magnéticos). 32 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 33 Figura 41 – (a) Orientação randômica dos momentos magnéticos de um material não magnetizado e quando aplicado um campo B0 os momentos magnéticos tendem a se alinhar ao campo, dando ao conjunto uma magnetização M. energia e a temperatura do material aumenta durante o processo. Figura 42 – Figura 43 – Ciclo de Histerese. 33 A permeabilidade relativa Km é muito maior que 1, em geral da ordem de 1000 até 100000. Os materiais ferromagnéticos são largamente empregados em eletroímãs, transformadores, motores e geradores, dos Histerese. quais é desejado obter um campo magnético elevado para uma dada corrente. Em geral usa-se o ferro doce, pois A medida que o campo magnético externo nessas aplicações deve haver um ciclo de histerese mais aumenta, por fim atinge-se um ponto ao qual todos os estreito possível, diminuindo as perdas energéticas. momentos magnéticos do material ferromagnético estão alinhados com o campo magnético externo. Essa condição chama-se magnetização de saturação. A figura 42 ilustra a curva de magnetização, um gráfico da magnetização M em função do comportamento do campo magnético externo B0 para o ferro doce. Pode-se afirmar que Km não é constante, diminui á medida que B0 aumenta. Para muitos materiais ferromagnéticos, a relação entre a magnetização e o campo magnético externo quando o campo magnético aumenta é diferente da relação obtida quando ele diminui. A figura 43 mostra esse comportamento, denominado histerese. Quando o material é magnetizado até atingir a saturação e a seguir o campo magnético é reduzido até zero, alguma magnetização persiste. Esse comportamento é característico de um ímã, que mantém a maior parte de sua magnetização de saturação quando o campo magnético é removido. Para reduzir a magnetização até zero, é necessário aplicar um campo magnético em sentido contrário. As curvas indicadas na figura 43 são denominadas ciclo de histerese. A magnetização e a desmagnetização de um material que possui histerese produz dissipação de 33 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 34 Exemplo 23 – Expresse o campo H em coordenadas cartesianas em P(0, 0,2, 0) no campo de: (a) um filamento de corrente de 2,5 A na direção az em x = 0,1, y=0,3; (b) um cabo coaxial centrado no eixo z, com a = 0,3, b =0,5, c = 0,6 e I = 2,5 A na direção az no condutor central; (c) três lâminas de corrente, 2,7 ax A/m, em y = 0,1, -1,4 ax A/m, em y = 0,15 e -1,3 ax A/m, em y = 0,25, Solução: (a) um filamento de corrente de 2,5 A na direção az em x = 0,1, y=0,3; r 0,2aˆ y r 0,1aˆ x 0,3aˆ y z aˆ z r r 0,1aˆ x 0,1aˆ y z aˆ z 2 2 R r r 0,1 0,1 R r r 0,02 z 2 R R aˆ R 1 0,02 z dl dH dH I dzaˆ z 4 I (0,1aˆ x 4 Chamando: z H H 0,1aˆ y ) I (0,1aˆ x 4 0,1aˆ y ) H I (0,1aˆ x 4 I 1 (0,1aˆ x 0,1aˆ y ) cos d 4 0,02 I 1 H (0,1aˆ x 0,1aˆ y ) sen 4 0,02 I (0,1aˆ x 4 I (0,1aˆ x 4 0,1aˆ y ) I (0,1aˆ x 4 0,1aˆ y ) I (0,1aˆ x 4 z aˆ z z aˆ z z 2 32 H dL C I 32 0,02 0,02tg 2 H dL sec 2 d 3 1 0,1aˆ y ) 0,02 1 z2 1 0,02 1 0,02 1 0,02 0,02 z 0,1aˆ y ) 1 z 0,02 0,02 z Cálculo do Campo Magnético H: 0,02 sec 2 d 0,02 1 1 0,02 34 2 2 (b) um cabo coaxial centrado no eixo z, com a = 0,3, b =0,5, c = 0,6 e I = 2,5 A na direção az no condutor central; 0,02 sec2 d 0,02 1 1 1 0,02 1 tg 2 I 1 (0,1aˆ x 0,1aˆ y ) 2 4 0,02 2,5 1 H (0,1aˆ x 0,1aˆ y ) 4 0,01 2,5 0,1 H (aˆ x aˆ y ) 4 0,01 A H 1,989(aˆ x aˆ y ) m A H 1,989aˆ x 1,898aˆ y m dz 0,02 0,1aˆ y ) H 2 32 dz I (0,1aˆ x 4 2 z 32 0,1aˆ y ) 0,02tg H H z2 0,1aˆ x )dz z H H 0,1aˆ y dz aˆ z I dl aˆ R 4 R2 0,1aˆ x 0,1aˆ y 0,02 I ( 0,1aˆ y 4 0,02 dH H 0,1aˆ x 2 H sec 2 d sec 32 C I I c1 se I se a I c2 se b I I se JAC1 se I se a JAC2 se b I I se a b c c a b c c 34 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 35 I 2 se 2 a I se a H 2 I I 2 c2 b2 0 se H I 2 H H H aˆ aˆ b 2 se b c 35 c c 0,2 sen aˆ x H cos aˆ y P(0,0,2,0) Campo de uma lâmina: H H H H (0,0,2,0) I aˆ 2 a2 2,5 0,2aˆ 2 0,3 2 0,884aˆ aˆ x c I aˆ se a 2 a2 0I aˆ se a b 2 2 b2 0I 1 aˆ se b 2 c2 b2 0 se c 0 0,2 2 (c) três lâminas de corrente, 2,7 ax A/m, em y = 0,1, -1,4 ax A/m, em y = 0,15 e -1,3 ax A/m, em y = 0,25, b I aˆ se a 2 a2 I aˆ se a b 2 2 b2 1 aˆ se b c2 b2 0 se c 0 B a K H1 1 K 1 2 1 2 1 aˆ N H2 H3 aˆ N1 2,7aˆ x aˆ y 1 2 1 K2 aˆ N2 ( 1,4aˆ x ) aˆ y 1 2 1 K3 aˆ N3 ( 1,3aˆ x (aˆ y ) 2 2 2 1, 4 1,3 1 H (0,0,2,0) 2 2,7aˆ z 2 aˆ z 2 aˆ z H (0,0,2,0) 1,3aˆ z ( mA ) 2 0,884aˆ x 35 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 36 Definimos como densidade de fluxo magnético como: B 0H Forma integral das equações de Maxwell para campos estacionários: D dS Q No espaço livre, onde B é medido em Tesla (T) ou Weber por metro quadrado (Wb/m2): 1T 1 S C C H m Observando que o fluxo magnético é definido por: B dS dV V H dL A constante 0 é a permeabilidade magnética do espaço livre e tem o valor definido nas unidades em Henry por metro: 4 10 7 v E dL 0 Wb m2 0 E 0 H J B 0 Fluxo magnético, Equações de Maxwell e o Potencial Vetor: J dS I B dS 36 S 0 S Vamos lembrar algumas identidades vetoriais importantes: u 2. u S Unidade: Weber Como nenhuma fonte para as linhas de fluxo magnético foi descoberto, como mostramos na figura a seguir: 1. Figura 40 – Linhas de fluxo magnético B para: (a) ímã permanente; (b) bobina cilíndrica; (c) eletroímã com núcleo de ferro; (d) plano perpendicular a um fio infinito; (e) plano que contém o eixo central de uma espira; 4. 3. 5. 6. 7. 8. v v u v w u w u v u w v u v w u w f g f g u w u w fu u f f u fg f g g f fu f u f u u v v u u v 9. w w w u v u v v u u v v u 11. u v u v v u v u u v 10. 12. Portando não há fontes descobertas para as linhas de fluxo magnético. Assim, se aplicarmos o teorema da divergência, a Lei de Gauss para o campo magnético é: 13. 14. B dS 0 15. f f u u 2 0 f 0 u u 2 S Ao aplicarmos o teorema da divergência ou teorema de Gauss: B dS S BdV 0 B 0 V Reunindo todas as equações vistas, mostramos as quatro equações de Maxwell que se aplicam a campos magnéticos estacionários e a campos elétricos estáticos: Forma diferencial das equações de Maxwell para campos estacionários: D v Analizando a relação vetorial: u v v u v Se fizermos: u v v v v 0 Observe que o fato de B 0 , de acordo com a relação anterior, podemos expressar B como um campo 36 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 37 vetorial. Chamamos então de potencial magnético vetorial A definido por: B A Ou H 1 Jf R 0 Jf 1 R A 1 A dS C S B B dS B 0 IdL R 4 R3 0 C B 0 4 aˆR R2 V Jf 0 4 A R 1 R 1 R y y aˆ y 2 x x y y 2 z z 2 x x R R3 1 R aˆ R R2 Logo podemos então escrever: 0 4 1 R J f dV V Usando a identidade vetorial: fu f u 2 y y 2 x x aˆ x 2 y y aˆ y 2 z z aˆ z fu Jf f u 2 V R dV f u V u f 1 R Jf Jf 1 R 1 R J f dV V 1 R 1 R 2 z z y y Jf 1 R 0 4 Jf Jf 2 z z 2 Então: 2 A R R3 aˆ R R2 1 R Jf 0 4 32 Jf Jf R Jf 1 R 1 R Substituindo, vem: A 0 4 1 R dV V Aplicando novamente: 0 Portanto: 1 x x B 4 dV dV R 4 Podemos mostrar que: z z aˆz 2 Jf Como Jf é uma função de (x’, y’, z’): Como: x x aˆx dV A 0 R Com V’ o volume do condutor. R R 0 Usando a propriedade: aˆ R dV R2 V A A dV Ou B 0 Jf V B Tomando a divergência de A Se a corrente I es´ta distribuída no espaço como uma densidade de corrente Jf podemos substituir I por Jfda. Logo, JfdadL torna-se Jf dV: Jf 0 4 Teremos: IdL aˆR 4 R2 Jf Jf V Comparando com: ou Jf R 4 B C C 0 Veja que, da Lei de Biot e Savart: Jf Mudando a ordem da diferenciação e integração, obtemos: 37 S B Então, podemos escrever: A dL Ou: 1 R R Observe que, se calcularmos a integral de linha do vetor potencial magnético A sobre uma curva fechada C e aplicarmos o teorema de Stokes, teremos: Jf 1 R Como Jf é uma função de (x’, y’, z’): Unidade: Weber por metro: Wb/m A dL Jf 1 R 1 R 1 R 1 R Jf Jf Jf ~ Jf R Jf R V 37 dV Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 38 Como estamos preocupados com campos estacionários, a equação da continuidade mostra que: Jf 0 Jf 4 0 dV R 4 V Jf R Assim: Como expressão: H 1 agora A 0 Veja que: u v w u w v u v w 2 A A A 2 H 10 A A Como deduzimos que: A 0 2 H 10 A 2 A J 0 f d 0 Az 2 0 C1 S analisaremos I I ln 2 C2 Comparando as relações, chega-se a: dS I 2 Se escolhermos um zero de referência em: = b, teremos: Aqui, a superfície S envolve todo o volume que estamos integrando, que por sua vez envolve toda a corrente.Fora desse volume não há corrente, e portanto, se integrarmos sobre um volume ligeiramente maior ou uma superfície ligeiramente maio sem modificar A, a densidade de corrente Jf deve ser zero. A 0 H J, 0 Az 0 Aplicando o teorema da divergência, ficaremos com: A Logo: Az 0 b I 2 ln b C2 0 Az A a I 0 0 ln 2 I 2 0 I 2 0 C2 ln 2 I ln b 38 ln b b aˆ z O potencial magnético vetorial A é extremamente útil no estudo de irradiação de antenas, de aberturas e fugas de irradiação de linhas de transmissão, de guias de ondas e de fornos de microondas, podendo ser usado em regiões onde a densidade de corrente é zero ou diferente de zero. K Exemplo 28 – Uma lâmina de 2,4aˆz (A/m) está presente na superfície espaço livre. (a) Determine H para I I Esse resultado é similar à equação de Poisson: = 1,2 no > 1,2. 2 1, 22, 4 2 K 5,76 H dL corrente I 2 H 5,76 C 2 H v V 0 2,88 aˆ Podemos escrever: A Exemplo 29 – O valor de A no interior de um condutor sólido não magnético de raio a conduzindo uma Se a densidade de corrente for nula, e pelas corrente I na direção az pode ser encontrado facilmente. relações de simetria que informam a equação Usando o valor conhecido de H ou de B para < a, então 2 A Jf 0 4 R 2 Axaˆx 2 Ay aˆ y 2 Az aˆz dV , equação A considerando somente dependência a V de Az em , teremos: Az 1 Escolha 1 2 Az 1 Az C1 Como B 2 0 2 Az Az z2 2 0 Az Az C1 ln A A IdL pode serresolvida para A. 4 R em = a e determine A em 0 I ln 5 / 2 0 2 : 0 (a) 0; (b) 0,25a; (c) 0,75a; (d) a; C1 I C2 aˆ Az aˆ A Como 1 Az B A z A: aˆ A z Az aˆ 1 A A 38 aˆz Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 39 J dV e I está na direção de z, 4 R Se A Apêndice – Efeitos 0 V então A e J estão nessa direção: Adaptado de: http://www.feiradeciencias.com.br/sala19/texto72.asp 1. Efeito de magnetoestricção B A Az z I 2 a2 2 0I 2 a2 2 Az Az ( 0 I 2 2 =0; A 0 I 2 I ln 5 2 0 C 1 2 ln5 0 I 2 1 2 ln 5 aˆ z 2 2a (a) 39 I a2 2 a2 2 I 2 2 a2 2 I d 2 ln 5 aˆ z 1 2 02 ln 5 12 aˆ z 2a 2 A 0,4218I aˆz Wb m 0 I 2 0, 25a 2a 2 2 1 2 ln 5 A 0,4156I aˆz aˆ z Wb m (c) 0,75a; A 0 I 2 0, 75a 2a 2 2 ln 5 1 2 A 0,3656I aˆz Wb m Você pode constatar isso experimentalmente, utilizando-se de um tubo de aço ou de ferro, conforme a montagem que ilustramos. 2. Efeito Brigite Bardot (b) 0,25a; A Quando metais, como o níquel, o ferro ou o cobalto, são magnetizados pela presença de um campo magnético, eles sofrem uma variação no seu comprimento. Em freqüências ultra-sônicas, esse efeito é útil para aplicações de limpezas ou como transdutor para sonar. C 0 0 I 2 a2 0 Az 0 a) A A 0 0 Az C I aˆ 2 a2 aˆ aˆ z Assim é como os técnicos norte-americanos e brasileiros, denominam um bizarro defeito nas TVs. Ele se caracteriza por "ondulações sinuosas" nas linhas verticais da imagem. O defeito é provocado por um sinal parasita que modula o sincronismo horizontal. Para sanar tal defeito recomendamos: verificação dos componentes em paralelo com o yoke; verificação do transistor (ou válvula) do estágio de saída horizontal e, finalmente, verificação do comparador de fase, particularmente o circuito de constante de tempo na linha de tensão de controle fornecida pelo comparador de fase. (d) a; A 0 2 I 2 a ln 5 12 2 2a A 0,322 aˆz aˆ z Wb m 39 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 40 3. Efeito Kerr É um efeito eletro-óptico, segundo o qual certas substâncias transparentes tornam-se birrefringentes, quando submetidas a um campo elétrico. Esse campo é aplicado em direção perpendicular ao estreito feixe de luz que se deseja modular em intensidade. Tem sido usado atualmente (célula Kerr) para modular feixes de luz de laser. O efeito Barkhausen, do ferromagnetismo, resultado do salto espontâneo dos eixos dos dipolos dos recintos de Weiss, pode ser posto em destaque de um modo muito simples: uma haste de ferro (virgem), que se pretende imantar pela primeira vez, é introduzida no interior de uma bobina de carretel isolante; ao aproximarmos a haste de um pólo magnético, cada um dos saltos dos recintos magnéticos produz um aumento instantâneo do campo de indução na bobina, o que origina um pulso de tensão induzida na mesma. Essa, por sua vez, num circuito fechado, estimula um circulação de um pulso de corrente elétrica. Essas correntes são recebidas pelo amplificador de áudio e, os golpes 40 de indução são ouvidos corno um crepitar no alto-falante. Se a imantação se efetuar com lentidão suficiente, podemos mesmo ouvir distintamente cada golpe. 4. Efeito Stark Surge quando associamos campos elétricos e luz. Stark descobriu que os campos elétricos intensos "dissecam" as linhas espectrais de vários elementos, em numerosas linhas mais finas, relacionando-se esse efeito com a polarização do material. 5. Efeito Hallwachs Também é relacionado com a luz. É graças a esse efeito que um corpo eletrizado negativamente, no vácuo, se descarrega quando banhado com luz ultravioleta. Isso pode ser constatado, conforme ilustramos, colocando-se uma esfera eletrizada negativamente dentro de uma campânula da máquina pneumática. Um eletroscópio de folhas, interligado à esfera, mantém suas folhas abertas, indicando a eletrização. Após a incidência de luz ultravioleta, as delgadas lâminas do eletroscópio fecham-se, indicando a neutralidade da esfera. 6. Efeito Barkhausen É o efeito de orientação da força magnetizante imposta por uma corrente elétrica, sobre os elementos cristalinos num corpo ferromagnético. O efeito Barkhausen explica a elevação abrupta da curva de magnetização até a saturação. É originado pela repentina reordenação dos mesmos domínios magnéticos, que são facilmente girados. Barkhausen é geralmente mais conhecido devido à sua descoberta da auto-oscilação em válvulas termiônicas, quando uma grade (eletrodo de controle) está a um potencial maior que aquele da placa. 7. Efeito Seebeck É o efeito que permite a utilização dos termos elementos (par termelétrico). Seebeck foi o primeiro a constatar que um circuito formado pela conexão de dois metais diferentes, passa a ser fonte de força eletromotriz (e conseqüentemente a causa da corrente elétrica num circuito fechado), quando as junções desses metais estiverem a temperaturas diferentes. Você pode verificar isso facilmente e até utilizar desse efeito para, por exemplo, examinar as diferentes temperaturas nas típicas regiões da chama de um bico de Bunsen. 40 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 41 condutor, o qual passa a agir como um verdadeiro "isolante magnético". 10. Efeito Luxemburgo Denomina-se assim, por ter sido observado, pela primeira vez, com relação às transmissões da Rádio Luxemburgo. Manifesta-se quando as ondas irradiadas por uma emissora poderosa atravessam a mesma região da ionosfera que são também atravessadas por ondas de outras freqüências, de outras emissoras. Corno resultado, o programa da estação mais potente 41 poderá ser distintamente ouvido durante a recepção das emissoras mais fracas. 8. Efeito Doppler Consiste no aparente desvio de freqüência que ocorre quando existe movimento relativo entre uma fonte de ondas (sonoras ou eletromagnéticas) e o receptor (adequado a cada caso). Esse efeito explica, por exemplo, a aparente modificação do tom do apito de uma locomotiva (sirene de ambulância, ruído dos motores de carros de corrida etc) aproximando-se ou afastando-se, a grande velocidade, do observador. Ele explica, também, o "desvio para o vermelho" das estrelas que se afastam da Terra. Quando o efeito é relativo às ondas eletromagnéticas, ele também é conhecido por Doppler-Fizeau. 9. Efeito Meissner 11. Efeito Ettinghausen Pertence à família dos efeitos termelétricos. Manifesta-se em condutores planos situados perpendicularmente a campos magnéticos. Quando circula corrente elétrica por esses condutores, observa-se um gradiente de temperatura na direção perpendicular ao fluxo dos elétrons participantes da corrente elétrica. 12. Efeito Siemens Manifesta-se quando um condutor é resfriado num campo magnético. Ao atingir a temperatura de supercondutividade, o campo magnético é expelido para fora da massa do Consiste no aquecimento da massa dielétrica de um capacitor "percorrido" por corrente alternada de alta freqüência. Esse efeito é muito empregado atualmente nos equipamentos de aquecimento dielétricos industriais, de plásticos, madeiras, secagens etc. 41 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 42 13. Efeito Bequerel Bequerel descobriu que, emergindo-se duas lâminas do mesmo metal numa solução condutora (eletrólito), aparecerá uma diferença de potencial entre ambas, caso uma seja iluminada mais intensamente do que a outra. 14. Efeito Barnett Consiste na magnetização de um cilindro de aço, na ausência de campos magnéticos (a menos do campo magnético terrestre), bastando para tanto, girar velozmente o cilindro em torno de seu eixo. 15. Efeito Hall É o fenômeno segundo o qual um condutor num campo magnético apresentará uma diferença de potencial de lado a lado, na direção do campo. Na realidade o efeito surge com virtualmente quase nenhum campo magnético, em alguns semicondutores ou em uma coluna de gás (naturalmente, sempre há algum campo magnético proveniente do próprio planeta). A realidade das forças que atuam sobre as cargas que se movem no interior de um condutor em um campo magnético e demonstrada de maneira espetacular pelo efeito Hall, análogo ao desvio transversal de um feixe de eletrons em um campo magnético no vácuo. (Esse efeito foi descoberto pelo tísico norte-americano Edwin Hall em 1879 enquanto ele era ainda um aluno da graduação.) Para descrevermos esse efeito, vamos considerar um condutor em forma de uma tira larga, como na Figura. A corrente está no sentido +x e existe um campo magnético uniforme B perpendicular ao plano da tira no sentido +y. A velocidade de arraste da carga móvel (com modulo |q|) possui modulo v. A Figura (a) mostra o caso de uma carga negativa, tal como o caso dos elétrons de um metal, e a Figura (b) mostra uma carga positiva. Em ambos os casos, a força magnética é orientada de baixo para cima, porque a força magnética sobre um condutor depende do sentido da corrente e não do fato de a carga ser positiva ou negativa. Em ambos os casos, uma carga móvel se move para a extremidade superior da tira sob a ação da força magnética dada por Fz = |q|vB. Se os portadores de carga são elétrons, como na Figura (a) cargas negativas em excesso se acumulam na extremidade superior da tira deixando cargas positivas em excesso em sua extremidade inferior. Esse acúmulo de cargas continua até continua o campo eletrostático transversal Ee torne-se suficientemente grande para produzir uma força elétrica (módulo |q|Ee) igual e oposta à força magnética (módulo |q|vdB). Depois disso, as cargas que se movem não sofrem mais nenhum desvio produzido por nenhuma força transversal. Esse campo elétrico produz uma diferença de potencial transversal entre as extremidades opostas da tira, denominada voltagem Hall ou fem Hall. A polaridade depende do sinal da carga que se move. A experiência mostra que, para uma tira metálica, a extremidade superior da tira na Figura (a) torna-se carregada negativamente, o que mostra que os portadores da carga em um metal são, na verdade, eletrons negativos. Contudo, quando o portador de carga é positivo, como na Figura (b), então as cargas positivas se acumulam na extremidade superior, e a diferença de potencial é oposta à situação indicada no caso de cargas negativas. Logo após a descoberta feita por Hall. em 1879, verificou-se 42 que alguns materiais, em particular alguns semicondutores, exibem uma fem Hall oposta a existente nos metais, como se os portadores de carga lessem positivos. Hoje, sabemos que nesses materiais ocorre a chamada condução por buracos. No interior de tais materiais há lugares, chamados de buracos que deveriam ser ocupados por eletrons mas que na realidade estão vazios. A ausência de carga elétrica negativa equivale a uma carga elétrica positiva. Quando um elétron se move para preencher um buraco, ele deixa outro buraco no local onde se encontrava. Portanto, o buraco se move em sentido contrario ao do elétron. Em termos dos eixos coordenados, na Figura (b) o campo eletrostatico Ee para o caso de a carga q positiva estar no sentido -z seu componente E é negativo. O campo magnético está no sentido +y e podemos escrever esse campo como By. A força magnética (no sentido +z.) é dada por |q|vdB . A densidade de corrente Jx, está no sentido +x. No caso estacionário. quando as forças |q|EZ e |q|vd By possuem módulos iguais mas sentidos contrários, Isso confirma que quando q é positivo, Ez é negativo. A densidade de corrente J é dada por: q Ez q vd By Jx n q Figura (a) 0 Ez vd By n q vd J x By Ez (b) 42 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 43 16. Efeito Thomson Consiste no fato de que um gradiente de temperatura num metal sempre se faz acompanhar por um pequeno gradiente de potencial elétrico, segundo direção que depende do metal. O resultado disso é que, num condutor atravessado por uma corrente elétrica, o calor devido aos efeitos resistivos (efeito Joule) é ligeiramente maior ou menor que aquele que se pode explicar. No cobre, isto é mais notável, quando a corrente flui de partes quentes para partes frias. No ferro ocorre o oposto. A pequena diferença que fugia às explicações é devida, exatamente, ao efeito Thomson. 17. Efeito Peltier Comumente é confundido com o efeito de termoelemento, porque de fato está presente na ação de um partermelétrico. Na realidade, é um estorvo nessa explicação. O efeito Peltier ocorre quando passamos uma corrente elétrica pela junção de dois metais diferentes; na junção ocorrerá aquecimento ou um resfriamento, dependendo do sentido da corrente elétrica. Encontra atual aplicação prática, no aquecimento ou resfriamento de pequenos objetos por elementos semicondutores e na termopilha. A revista Química Nova, vol. 16, no. 1, janeiro/fevereiro de 1993 trás excelente artigo de Pedro L. O. Volpe, da UNICAMP, na página 49, com título: "O que são termopilhas, como funcionam e como os químicos podem utilizar estes componentes". Química Nova é uma publicação da Sociedade Brasileira de Química. 18. Efeito Volta Consiste na tensão elétrica gerada quando metais diferentes são postos em contato. Assim, uma lâmina de cobre superposta a uma lâmina de zinco geram uma d.d.p., com cobre positivo e zinco negativo. 19. Efeito Joule Quando portadores de carga elétrica atravessam um meio condutor, haverá choques (interações) entre esses portadores e partículas do próprio condutor. Dessas interações, parte da energia elétrica associada aos portadores transfere-se para as partículas do meio condutor, as quais passam a vibrar mais intensamente - o que caracteriza o aquecimento do condutor. A lei de Joule permite equacionar quanto de energia elétrica é convertida em térmica. Num resistor, a rapidez com que se efetua essa conversão, é grandeza conhecida como "potência dissipada pelo resistor". 43 O valor dessa grandeza vem expresso por: P = R.i2 ou P = U.i ou P = U2/R Se indicarmos por E a quantidade de energia elétrica que é convertida em térmica durante o intervalo de tempo (delta)t, teremos: E = P. Dt = R.i2. Dt que é exatamente a lei de Joule. 20. Efeito Miller Encontra aplicação na linearização da varredura dos geradores de sinais dente de serra. O efeito reside no fato de que a capacitância intereletródica, grade-placa, nas válvulas termiônicas, em particular do triodo, modifica a capacitância efetiva do circulo gerador, variando em eficácia segundo a freqüência e assim, contribui para a linearidade de subida do dente de serra gerado. 21. Efeito Edison Edison observou que uma lâmpada incandescente (de sua época, quando então o filamento era de carbono), após certo tempo de uso, ficava com a superfície interna do bulbo evacuado revestida de uma fina e escura camada (A). Ele concluiu que isso era devido às minúsculas partículas de carvão que se destacavam do filamento, quando o mesmo era levado à incandescência, pela corrente elétrica. Experimentando achar um modo de evitar esse escurecimento, Edison colocou uma placa de metal (P) entre o vidro e o filamento (F). Isso resolveu o problema do escurecimento do bulbo porém, nosso ilustre observador verificou que tal placa ficava carregada (eletrizada). Um sensível galvanômetro (G) ligado entre a tal placa e o filamento acusava uma corrente elétrica unidirecional (retificada, como diríamos hoje!). Corno explicar a origem dessa corrente elétrica? Edison não foi capaz de resolver essa questão, aliás, ninguém o faria pois, o elétron ainda não tinha nascido. A válvula termiônica nasceu dessa observação de gênio. 43 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 44 Se o elétron fosse conhecido na época, sem dúvida Edison enunciaria o efeito, que hoje leva o seu nome, assim: "Todo metal aquecido emite elétrons" A primeira válvula foi a retificadora; depois De Forest inventou a grade e dai para a frente você sabe no que deu isso tudo. Boa parte das válvulas, já há bom tempo, foram substituídas pelos transistores que, por curiosidade, baseiam-se num efeito conhecido mesmo antes de Edison --- o efeito galena. Experiência de Compton Para explicar a modificação da freqüência dos raios espalhados, Compton utilizou a teoria quântica da luz. O físico norte-americano propôs que a interação entre um fóton ou quantum de luz e um elétron de um átomo podia ser considerada sob certas condições como a colisão entre duas partículas em mecânica Clássica. Os elétrons, ligados ao núcleo do átomo por forças eletrostáticas, podiam comportar-se como elétrons livres se a energia (hn) e a quantidade de movimento (hn/c) dos fótons incidentes fosse suficientemente grande. 44 Utilizando as leis da conservação da energia: hn = hn’ + (1/2) mv2 , onde h.n = energia do fóton incidente, hn’ = energia do fóton espalhado e (1/2)mv2 = energia cinética do chamado ―elétron de recuo‖. 22. Efeito magnetotrópico A ação do magnetismo sobre substâncias orgânicas já havia sido notado por Pasteur, há um século atrás. Experiências mais recentes, levadas a efeito por diversas Universidades, permitiram verificar que após 11 dias de exposição de tomates verdes ao intenso campo magnético de um pólo Sul, os tornaram praticamente vermelhos, enquanto que outros, isentos do "tratamento", apresentaram-se apenas meramente rosados. Mais recentemente, conseguiu-se, com a aplicação do magnetismo, acelerar a germinação de sementes. O efeito foi batizado de "magnetotropismo". Uma causa sugerida é a de que o campo magnético excita os sistemas enzimáticos e assim estimula a respiração. 23. Efeito Compton Arthur Compton ao estudar o espalhamento de raios X, utilizando como meio espalhador um bloco de carbono (isso acorre com certas substâncias cujos átomos são relativamente leves, como o carbono, o boro, o oxigênio e outros), observou que as freqüências dos raios X espalhados diminuíam em certos ângulos. Efeito Compton. Como o valor da velocidade do ―elétron de recuo‖ está próximo da velocidade da luz, em muitos casos deve-se utilizar a correção relativística para a massa (ver relatividade, na Sala 23). Compton também aplicou a conservação da quantidade de movimento (como no caso de duas esferas elásticas), obtendo finalmente a equação: l' - l = (h/mo.c)(1 - cosq) onde: l' - l = aumento do comprimento de onda para o fóton espalhado; ( h/mo.c) = ' comprimento de onda' de Compton, onde h é a constante de Planck, mo a massa em repouso do elétron e c a velocidade da luz e, q = ângulo de espalhamento do fóton de comprimento de onda l'. O elétron de recuo do efeito Compton foi descoberto simultaneamente por Wilson e por Bothe e Becker. O efeito Compton ocorre principalmente com elétrons livres ou fracamente ligados e pode ser explicado como uma absorção do fóton incidente pelo elétron livre. A energia deste fóton aparece repartida entre o elétron de recuo e um outro fóton de menor energia. Na explicação deste fenômeno, utiliza-se a idéia de ―fótons virtuais‖, mas não podemos neste resumo 44 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 45 sobre os efeitos da Física estender-nos em sua explicação. 24. Efeito Selbt Relativo às estacionárias. ondas eletromagnéticas (de Exemplos Resolvidos Tipler Exemplo 1 – O Campo magnético terrestre é medido num ponto da superfície terrestre e possui rádio) intendidade de 0.6 G e direção sudeste indicada, formando um ângulo de 70° com direção Norte. 45 O transmissor tem freqüência fixada em 85 MHz e é alimentado por um transformador (primário para a rede local e secundário com tensões adequadas para os filamentos das válvulas osciladoras e suas placas). O tubo de Selbt demonstra ondas de rádio estacionárias para as quais a velocidade de propagação é inferior à velocidade da luz no vácuo (c). Um próton de carga q = 1.6.10-19Cestá movendo-se O tubo de Selbt é de vidro e tem sobre si um fio horizontalmente na direção norte com velocidade de cobre enrolado em forma de espiral. Essa espiral é 10Mm/s=107m/s. Calcule a força magnética sobre o projetada de modo a ter freqüência natural de oscilação próton usando: igual a do transmissor. O tubo é acoplado ao transmissor (a) F q v B sen apenas mantendo uma de suas extremidades próxima á (b) F q v B bobina de transmissão. À medida que deslocamos uma limpada Solução: (fluorescente, de néon ou incandescente) ao longo do tubo, (a) F q v B sen podemos visualizar os ventres (lâmpada acesa) e os nós F 1.6 10 19 107 0.6 10 4 sen70 (lâmpada apagada) da onda estacionária. Para a freqüência F 9.02 10 17 N da transmissão especificada (85MHz), a distância entre ventres consecutivos ou nós consecutiva está em torno de 11 cm, o que corresponde a meio comprimento da onda. (b) v vy iˆ É necessário que a pessoa que segura a lâmpada esteja em contato com a terra para que, em regiões de B By ˆj Bz kˆ ventre, a lâmpada seja percorrida por corrente elétrica. O melhor afeito se obtém com lâmpadas fluorescentes ou de F q v B néon. Referências 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Página_principal F F 1.6 10 ˆj kˆ q 0 vy 0 By 0 Bz iˆ F 19 F q vy Bz iˆ 107 0.6 10 9.02 10 17 4 sen70 iˆ N Exemplo 2 – Um segmento de fio de comprimento 3 mm transporta uma corrente de 3ª ao longo da direção do eixo x. Ele está numa região de campo magnético de 0.01T no plano xy, formando um ângulo de 45 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 46 30° com o eixo Ox. Qual a magnitude da força exercida no segmento de fio? Solução: 46 Solução: F F I l B I l B sen30 kˆ F 3 0.003 0.02 sen30 kˆ F 9 10 5 N kˆ dl dF I I dl B dF R d dl B sen Exemplo 3 – Um segmento de fio semi-circular de dF I R d sen B iˆ raio R está sobre o plano xy. Ele carrega uma corrente I que dF I R d sen vai do ponto a ao ponto b. Há um campo magnético dF I R B sen d B Bz kˆ perpendicular ao plano da curva. Encontre a força que atua na parte semi-circular do fio. F I R B sen d F F iˆ dl cos dl sen Rd B kˆ iˆ R d I R B cos B kˆ ˆj cos kˆ R d cos B ˆj B ˆj R d cos B ˆj I R B cos d ˆj I R B 0 I R B ˆj cos kˆ iˆ iˆ iˆ d 0 cos 0 ˆj I R B sen 0 cos0 ˆj I R B sen 2 I R B ˆj F iˆ sen0 iˆ Exemplo 4 – Um próton de carga q = 1.6.10-19C e massa 1.67.10-27kg move-se em uma trajetória circular de raio R = 21cm perpendicular a um campo magnético B = 4000G. Encontre: (a) O período do movimento. (b) A velocidade do próton. (a) T Solução: 2 m T 1.64 10 7 s q B (b) R m v q B v q B R m v 8.05 106 46 m s Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 47 Exemplo 5 – Num aparelho de Thomson, o feixe de elétrons não sofre desvio ao passar por um campo elétrico de 3000 V/m e um campo magnético cruzado de 1.40 G. O comprimento dos eletrodos defletores é de 4 cm e a tela está a 30 cm da borda mais avançada destes eletrodos. Determinar o desvio do feixe sobre a tela na ausência de campo magnético. 47 Solução: (a) y y v0 1 m v2 q V 2 2 q V v2 m m v r q B m2 v2 r2 q2 B2 2 q V m2 2 m r q2 B2 2 m V r2 q B2 Solução: E B y1 y2 y1 1 q E x1 2 m v0 2 y2 q E x1 x2 m v02 3000 m v0 2.14 107 4 1.4 10 s 2 19 1 1.6 10 3000 0.04 31 2 9.1 10 2.14 107 y1 9.2 10 4 m v0 1.6 10 19 3000 0.04 0.3 2 9.11 10 31 2.14 107 y2 1.38 10 2 m y y1 r y2 y 14.7mm Exemplo 6 – Um íon de 58Ni, com carga +e e a massa de 9.62.10-26kg, é acelerado por uma diferença de r potencial de 3 kVe depois desviado em um campo (b) 2 r1 magnético de 0.12 T. (a) Calcular o raio da órbita do íon no campo. (b) Calcular a diferença entre os raios das órbitas dos íons 58Ni e 60Ni. Admita que a razão entre as massas seja 58/60. r m2 m1 r2 r2 r1 2 m V q B2 2 9.62 10 26 3000 1.6 10 19 0.122 r 0.501m r2 60 1.017 58 r1 r2 1.017 r1 1.017 0.501 r2 0.510m r2 r1 9mm 47 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 48 Exemplo 7 – O campo magnético de um cíclotron Exemplo 9 – Uma bobina quadrada com lados de 40 de prótons é de 1.5 T e o raio máximo do aparelho é 0.5 m. cm transporta uma corrente de 3A. Ela está no plano xy e (a) Qual a freqüência do cíclotron? na presença de um campo magnético: (b) Qual a energia dos prótons do feixe que sai do B 0.3T iˆ 0.4T kˆ aparelho? Encontre: (a) o momento magnético na bobina. (b) o torque sobre a bobina. (c) a energia potencial da bobina. 48 (a) (a) (b) K Solução: f q B 2 m 1.6 10 19 1.5 f 2 1.67 10 27 f 2.29 107 Hz (b) 4.31 10 12 U J K 26.9MeV Exemplo 8 – Uma espira circular de 2 cm de raio possui tem 10 voltas de fio transportando uma corrente de 3A. O eixo da bobina forma um ângulo de 30° com um campo magnético de 8000 G. Encontre a magnitude do torque na bobina. Solução: B N I A 10 3 N I l 2 kˆ 5.76 Am . kˆ 0.3T iˆ 0.4T kˆ 1.73N .m ˆj (c) U B U 5.76 Am . kˆ 0.3T iˆ 0.4T kˆ 1 m v2 2 K Solução: N I A kˆ 12 3 0.42 kˆ 5.76 A.m kˆ B 2.3J Exemplo 10 – Uma espira circular de raio R, massa m e corrente I, está pousada sobre uma superfície horizontal áspera. Um campo magnético uniforme B é paralelo ao plano da espira. Qual é o valor de I para que um lado da espira seja erguido pelo campo magnético? Solução: B sen R2 N I 2 10 2 2 3.77 10 2 Am . 2 3.77 10 0.8 sen30 1.51 10 2 N.m Torque magnético: B I R2 m Torque gravitacional sobre a espira: m g R g Igualando, teremos: 48 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 49 m g R B I na 5.86 1028 átomos m3 Exemplo 11 – Um disco não-condutor, de massa M, raio R tem uma densidade superficial de carga e gira com a velocidade angular em torno de seu eixo. Calcular o momento magnético deste disco girante. 49 Solução: dq dI Exemplo 13 – Uma carga pontual de magnitude q = 4.5 nC movendo-se com velocidade v = 3.6.107m/s paralelo ao eixo x ao longo da reta y = 3m. Encontre o campo magnético produzido pela carga na origem, quando ela estiver no ponto x = -4m y = 3m, como mostra a figura. dA dq d A dI f dq dI d r dr 2 d r dI dA 2 r2 dr r 2 r dr r3 dr d R r 3 dr d 0 1 4 1 4 R4 R4 Exemplo 12 – Uma plaqueta de placa, com 1 mm de espessura e 1.5 cm de largura, conduz uma corrente de 2.5 A numa região em que há um campo magnético de 1.25 T perpendicular ao plano da plaqueta. A voltagem Hall, nessas circunstâncias, é 0.334 V. (a) Calcular a densidade numérica dos portadores de carga. (b) Comparar a resposta obtida com a densidade numérica dos átomos de prata, cuja densidade mássica é = 10.5 g/cm3 e a massa molar é M = 107.9 g/mol. B 0 r 2.5 1.25 0.001 1.6 10 19 3.34 10 7 elétrons n 5.85 1028 m3 NA 6.02 1023 na 10.5 M 107.9 átomos na 5.86 1022 cm3 0 4 q v rˆ r2 4 10 7 4 km v v iˆ v 3.7 106 iˆ r 4 iˆ 3 ˆj m r Solução: I B n t e VH na Solução: Pela Lei de Biot-Savart: n rˆ B 42 ( 3)2 r rˆ r 4 ˆ 3 ˆ i j 5 5 0 4 N A2 5 q v rˆ r2 49 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 50 B 4 10 4 7 4.5 10 3.7 106 iˆ 9 4 ˆ 3 ˆ i j 5 5 Resposta: B 1.91 10 5 T Exemplo 15 – Uma pequena barra magnética possui momento magnético µ = 0.03 A.m2 e é colocada no 3.89 10 10 kˆ T centro da espira de forma que o momento magnético Exercício: Encontre o campo magnético sobre o forma um ângulo de 30° com o eixo x. Encontre o torque sobre a barra. eixo y em y = 3 m e em y = 6 m. 52 B Respostas: B 0 T B 3.89 10 10 kˆ T Exercício: Encontre a corrente em um aro circular de raio 8 cm que possua um campo magnético de 2 G no centro da curva. Respostas: 25.5A 50 Exercício: Mostre que o campo calculado no centro de uma espira de raio R pode ser obtido a partir de: 2 R2 I 0 B 4 x 2 R 2 Solução: B 9.04 10 6 N m 32 com x = 0. I 2 R 0 B Exemplo 16 – Encontre o campo magnético no centro de um solenóide de comprimento 20 cm, raio 1.4 Exemplo 14 – Uma espira circular de raio 5 cm tem cm, N = 600 e transporta uma corrente de 6 A. 12 voltas e está sobre o plano yz. Ela carrega uma corrente de 4 A de tal forma que o campo magnético gerado está ao longo do eixo x. Encontre o campo magnético sobre o eixo x em: (a) em x = 0 m. (b) em x = 15 cm. (c) em x = 3 m. Solução: (a) x = 0 m N I 2 R B 6.03 10 4 T 0 B B 1 2 B 1 2 (b) em x = 15 cm 0 B 2 R2 N I 4 x 2 R 2 B 1.91 10 5 T (c) em x = 3 m. 32 Solução: 0 0 n I N I l b b2 a R2 a2 b b2 R2 a R2 a2 R2 No centro do solenóide, a = b = 10 cm. 1 600 10 10 2 R2 N I B 4 10 7 4 3 2 2 2 2 0.2 4 x 10 1.4 10 1.42 B 2.79 10 9 T B 1.5 10 2 T Exercício: Encontre o campo magnético no problema anterior em x = -15 cm usando: Exercício: Encontre o campo magnético sobre o 2 N I eixo do solenóide utilizando a expressão para um 0 2 R B solenóide comprido: 4 x2 R2 3 2 B 0 50 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 51 B 0 N I l 5.07 10 6 T BL B Resposta: 1.51.10-2T 6 R cos Exemplo 16 – Encontre o campo magnético no centro de uma espira quadrada de lado L = 50 cm transportando uma corrente I = 1.5 A. iˆ 2 BL cos B B 6 cos 2 3 62 cos 0.894 2 BL cos iˆ 9.07 10 6 iˆ(T ) Exercício: Determine o valor de B na origem. Solução: O campo de cada fio será dado por: 0 I sen 1 sen 2 4 l I 0 sen45 sen45 4 L4 B B B 8.47 10 7 T Solução: dF2 I 2 dl2 B1 4 8.47 10 T BR 3.39 10 6 T Exemplo 17 – Um fio longo, transporta uma corrente de 1.7 A, na direção do eixo z positivo ao longo da reta x = -3 cm e y = 0. Um outro fio similar transporta uma corrente de 1.7 A ao longo da reta x = 3 cm e y = 0. Encontre o campo magnético no ponto P sobre o eixo y em y = 6 cm. I 2 dl2 B1 dF2 7 O campo total BR 51 Exercício: Determine o valor de B na origem, supondo que o sentido de ID é para dentro do papel. B 2.27 10 5 ˆj (T ) Exemplo 18 – Duas barras retilíneas com 50 cm de comprimento, afastadas de 1.5 mm, fazem parte de uma balança de corrente e são percorridas por uma corrente de 15 A em sentidos opostos. Qual é o valor da massa que deve ser colocada na barra de cima para compensar a força magnética de repulsão? I2 dl2 I1 2 R 0 0 I1 I 2 l2 4 R I I 2 0 1 2 l2 m 1.53g 4 R F2 m g dF2 2 Exemplo 19 – Um fio reto, longo, de raio R é submetido a uma corrente I que se distribui uniformemente por toda a seção reta do fio. Determine o campo magnético pelo lado de fora e do lado de dentro do fio. Solução: Aplicando a Lei de Ampére à circunferência de raio r: Solução: dl 0 IC dl 0 IC B C B C B BR BR BL BL 0 I 2 R B 2 B r 0 0 2 IC IC r 51 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 52 r2 I R2 r2 I R2 r IC B 0 2 0 B 2 R2 B 0.993T Exemplo 21 – Se = B, em que temperatura a magnetização será igual a 1 % do valor de saturação para um campo magnético aplicado de 1 T? Solução: I r M Do lado de fora do fio a corrente vale I: Aplicando a Lei de Ampére: B dl 0 IC dl Bapl T C 1 Bapl MS 3 k T M 0.01M S 0.03k T 52 22.4 K Exemplo 22 – Um solenóide longo com 12 espiras por centímetro tem um núcleo de ferro recozido. C Quando a corrente é 0.5 A, o campo magnético interior do B 2 r 0 I núcleo é 1.36 T. Determine: I (a) o campo magnético aplicado Bapl. 0 B (b) a permeabilidade relativa m. 2 r (c) a magnetização M. Solução: Exemplo 20 – Determine a magnetização de B (a) saturação e o campo magnético correspondente para o caso 0 n I do ferro, supondo que cada átomo de ferro possui um B 7.74 10 4 T momento magnético igual a 1 magnetón de Bohr. B 0 I Solução: A magnetização de saturação é igual ao produto do número de átomos por unidade de volume pelo momento magnético do átomo: Ms n O número de átomos por unidade de volume pode ser obtido a partir do número de Avogadro, da massa atômica e da densidade: (b) m B Bapl m (c) M B 0 1800 M 1.08 106 A m NA M 23 6.03 10 átomos mol kg 7.9 103 3 3 55.8 10 kg mol m átomos n 8.52 1028 m3 Ms n átomos 8.52 1028 9.27 10 24 A m2 3 m A M s 7.90 105 m B 0 MS T m A B 4 10 7 7.90 105 A m n n Ms 52 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 53 Aplicações Tecnológicas do Magnetismo: Disco discos rigidos foram criados originalmente para serem usados em computadores em geral. Mas no século 21 as rígido de computador. Adaptado de: aplicações para esse tipo de disco foram expandidas e http://pt.wikipedia.org/wiki/Disco_r%C3%ADgido agora são usados em câmeras filmadoras, ou camcorders nos Estados Unidos; tocadores de música como Ipod, mp3 player; PDAs; videogames, e até em celulares. Para exemplos em videogames temos o Xbox360 e o Playstation 3, lançados em 2005 e 2006 respectivamente, com esse diferencial, embora a Microsoft já tivesse lançado seu primeiro Xbox (em 2001) com disco rígido convencional embutido. Já para celular os primeiros a terem esse tecnologia foram os da Nokia e da Samsung. [2] 53 E também devemos lembrar que atualmente o disco rigido não é só interno, existem também os externos, que possibilitam o transporte de grandes quantidades de dados entre computadores sem a necessidade de rede. Como os dados são gravados e lidos Disco rígido ou disco duro, no Brasil Os discos magnéticos de um disco rígido são popularmente chamado também de HD (derivação de HDD recobertos por uma camada magnética extremamente fina. do inglês hard disk drive) ou winchester (em desuso), Na verdade, quanto mais fina for a camada de gravação, "memória de massa" ou ainda de "memória secundária" é a maior será sua sensibilidade, e conseqüentemente maior parte do computador onde são armazenados os dados. O será a densidade de gravação permitida por ela. disco rigido é uma memoria não-volátil, ou seja, as Poderemos, então, armazenar mais dados num disco informações não são perdidas quando o computador é do mesmo tamanho, criando HDs de maior capacidade. Os desligado, sendo considerada a "memória" propriamente primeiros discos rígidos, assim como os discos usados no dita (não confundir com "memória RAM"). Por ser uma início da década de 80, utilizavam a mesma tecnologia de memória não-volátil, é um sistema necessário para se ter mídia magnética utilizada em disquetes, chamada coated um meio de executar novamente programas e carregar media, que além de permitir uma baixa densidade de arquivos contendo os dados inseridos anteriormente quando gravação, não é muito durável. Os discos atuais já utilizam ligamos o computador. Nos sistemas operativos mais mídia laminada (plated media), uma mídia mais densa, de recentes, ele é também utilizado para expandir a memória qualidade muito superior, que permite a enorme RAM, através da gestão de memória virtual. Existem vários capacidade de armazenamento dos discos modernos. A tipos de discos rígidos diferentes: IDE/ATA, Serial ATA, cabeça de leitura e gravação de um disco rígido funciona SCSI, Fibre channel, SAS, SSD. como um eletroímã semelhante aos que estudamos nas Histórico aulas de ciências e física do colegial, sendo composta de O primeiro disco rígido foi construído pela IBM em uma bobina de fios que envolve um núcleo de ferro. A 1957, e foi lançado em 14 de Setembro de 1956. [1] Era diferença é que, num disco rígido, este eletroímã é formado por 50 discos magnéticos contendo 50 000 setores, extremamente pequeno e preciso, a ponto de ser capaz de sendo que cada um suportava 100 caracteres alfanuméricos, gravar trilhas medindo menos de um centésimo de totalizando uma capacidade de 5 megabytes, incrível para a milímetro de largura. Quando estão sendo gravados dados época. Este primeiro disco rígido foi chamado de 305 no disco, a cabeça utiliza seu campo magnético para RAMAC (Random Access Method of Accounting and organizar as moléculas de óxido de ferro da superfície de Control) e tinha dimensões de 152,4 centímetros de gravação, fazendo com que os pólos positivos das comprimento, 172,72 centimetros de largura e 73,66 moléculas fiquem alinhados com o pólo negativo da centímetros de altura.[1] Em 1973 a IBM lançou o modelo cabeça e, conseqüentemente, com que os pólos negativos 3340 Winchester, com dois pratos de 30 megabytes e tempo das moléculas fiquem alinhados com o pólo positivo da de acesso de 30 milissegundos. Assim criou-se o termo cabeça. Usamos, neste caso, a velha lei "os opostos se 30/30 Winchester (uma referência à espingarda Winchester atraem". Como a cabeça de leitura e gravação do HD é um 30/30), termo muito usado antigamente para designar HDs eletroímã, sua polaridade pode ser alternada de qualquer espécie. Ainda no início da década de 1980, os constantemente. Com o disco girando continuamente, discos rígidos eram muito caros e modelos de 10 megabytes variando a polaridade da cabeça de gravação, variamos custavam quase 2 mil dólares americanos, enquanto em também a direção dos pólos positivos e negativos das 2009 compramos modelos de 1.5 terabyte por pouco mais moléculas da superfície magnética. De acordo com a de 100 dólares. Ainda no começo dos anos 80, a mesma direção dos pólos, temos um bit 1 ou 0 (sistema binário). IBM fez uso de uma versão pack de discos de 80 Para gravar as sequências de bits 1 e 0 que formam os megabytes, usado nos sistemas IBM Virtual Machine. Os dados, a polaridade da cabeça magnética é mudada alguns 53 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 54 milhões de vezes por segundo, sempre seguindo ciclos bem determinados. Cada bit é formado no disco por uma seqüência de várias moléculas. Quanto maior for a densidade do disco, menos moléculas serão usadas para armazenar cada bit, e teremos um sinal magnético mais fraco. Precisamos, então, de uma cabeça magnética mais precisa. Quando é preciso ler os dados gravados, a cabeça de leitura capta o campo magnético gerado pelas moléculas alinhadas. A variação entre os sinais magnéticos positivos e negativos gera uma pequena corrente elétrica que caminha através dos fios da bobina. Quando o sinal chega à placa lógica do HD, ele é interpretado como uma seqüência de bits 1 e 0. Desse jeito, o processo de armazenamento de dados em discos magnéticos parece ser simples, e realmente era nos primeiros discos rígidos (como o 305 RAMAC da IBM), que eram construídos de maneira praticamente artesanal. Apesar de nos discos modernos terem sido incorporados vários aperfeiçoamentos, o processo básico continua sendo o mesmo. Exemplos de sistema de arquivos Os sistemas de arquivos mais conhecidos são os utilizados pelo Microsoft Windows: NTFS e FAT32 (e FAT ou FAT16). O FAT32, às vezes referenciado apenas como FAT (erradamente, FAT é usado para FAT16), é uma evolução do ainda mais antigo FAT16 introduzida a partir do MS-DOS 4.0. No Windows 95 ORS/2 foi introduzido o FAT32 (uma versão ―debugada‖ do Windows 95, com algumas melhorias, vendida pela Microsoft apenas em conjunto com computadores novos). A partir do Windows NT, foi introduzido um novo sistema de arquivos, o NTFS, que é mais avançado do que o FAT (em nível de segurança, sacrificando algum desempenho), sendo o recurso de permissões de arquivo (sistemas multi-usuário), a mais notável diferença, inexistente nos sistemas FAT e essencial no ambiente empresarial (e ainda a inclusão do metadata), além dos recursos de criptografia e compactação de arquivos. Em resumo, versões antigas, mono-usuário, como Windows 95, 98 e ME, trabalham com FAT32 (mais antigamente, FAT16). Já versões novas, multi-usuário, como Windows XP e Windows 2000, trabalham primordialmente com o NTFS, embora o sistema FAT seja suportado e você possa criar uma partição FAT nessas versões. No mundo Linux, há uma grande variedade de sistemas de arquivos, sendo alguns dos mais comuns o Ext2, Ext3 e o ReiserFS. O FAT e o NTFS também são suportados tanto para leitura quanto para escrita. No Mundo BSD, o sistema de arquivos é denominado FFS (Fast File System), derivado do antigo UFS (Unix File System). Em 2009, encontramos um novo tipo de sistema de arquivo chamado NFS (Network File System), o qual possibilita que HDs Virtuais sejam utilizadas remotamente, ou seja, um servidor disponibiliza espaço através de suas HDs físicas para que outras pessoas utilizem-nas remotamente como se ela estivesse disponível localmente. Um grande exemplo desse sistema encontramos no Google ou no 4shared, com espaços disponíveis de até 5 GB. Setor de boot Quando o computador é ligado, o POST (Power-on Self Test), um pequeno programa gravado em um chip de memória ROM na placa-mãe, que tem a função de ―dar a partida‖, tentará inicializar o sistema operacional. Independentemente de qual sistema de arquivos se esteja usando, o primeiro setor do disco rígido será reservado para armazenar informações sobre a localização do sistema operacional, que permitem ao BIOS "achá-lo" e iniciar seu carregamento. 54 No setor de boot é registrado onde o sistema operacional está instalado, com qual sistema de arquivos o disco foi formatado e quais arquivos devem ser lidos para inicializar o computador. Um setor é a menor divisão física do disco, e possui na grande maioria das vezes 512 Bytes (nos CD-ROMs e derivados é de 2048 Bytes). Um cluster, também chamado de agrupamento, é a menor parte reconhecida pelo sistema operacional, e pode ser formado por vários setores. Um arquivo com um número de bytes maior que o tamanho do cluster, ao ser gravado no disco, é distribuído em vários clusters. Porém, um cluster não pode pertencer a mais de um arquivo. Um único setor de 512 Bytes pode parecer pouco, mas é suficiente para armazenar o registro de boot devido ao seu pequeno tamanho. O setor de boot também é conhecido como "trilha MBR", "trilha 0' etc. Como dito, no disco rígido existe um setor chamado Trilha 0, geralmente (só em 99.999% das vezes[carece de fontes?]) está gravado o (MBR) (Master Boot Record), que significa "Registro de Inicialização Mestre", um estilo de formatação, onde são encontradas informações sobre como está dividido o disco (no sentido lógico)e sobre a ID de cada tabela de partição do disco, que dará o boot. O MBR é lido pelo BIOS, que interpreta a informação e em seguida ocorre o chamado "bootstrap", "levantar-se pelo cadarço", lê as informações de como funciona o sistema de arquivos e efetua o carregamento do sistema operacional. O MBR e a ID da tabela de partição ocupam apenas um setor de uma trilha, o restante dos setores desta trilha não são ocupados, permanecendo vazios, servindo como área de proteção do MBR. É nesta mesma área que alguns vírus (Vírus de Boot) se alojam. Disquetes, Zip-disks e CD-ROMs não possuem MBR; no entanto, possuem tabela de partição, no caso do CDROMs e seu descendentes (DVD-ROM, HDDVD-ROM, BD-ROM...) possuem tabela própria, podendo ser CDFS (Compact Disc File System) ou UDF (Universal Disc Format) ou, para maior compatibilidade, os dois; já os cartões de memória Flash e Pen-Drives possuem tabela de partição e podem ter até mesmo MBR, dependendo de como formatados. O MBR situa-se no primeiro setor da primeira trilha do primeiro prato do HD (setor um, trilha zero, face zero, prato zero). O MBR é constituído pelo bootstrap e pela tabela de partição. O bootstrap é o 54 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 55 responsável por analisar a tabela de partição em busca da partição ativa. Em seguida, ele carrega na memória o Setor de Boot da partição. Esta é a função do bootstrap. A tabela de partição contém informações sobre as partições existentes no disco. São informações como o tamanho da partição, em qual trilha/setor/cilindro ela começa e termina, qual o sistema de arquivos da partição, se é a partição ativa; ao todo, são dez campos. Quatro campos para cada partição possível (por isso, só se pode ter 4 partições primárias, e é por isso também que foi-se criada a partição estendida...), e dez campos para identificar cada partição existente. Quando acaba o POST, a instrução INT 19 do BIOS lê o MBR e o carrega na memória, e é executado o bootstrap. O bootstrap vasculha a tabela de partição em busca da partição ativa, e em seguida carrega na memória o Setor de Boot dela. A função do Setor de Boot é a de carregar na memória os arquivos de inicialização do sistema operacional. O Setor de Boot fica situado no primeiro setor da partição ativa. Capacidade do disco rígido A capacidade de um disco rígido atualmente disponível no mercado para uso doméstico/comercial varia de 10 a 2000 GB, assim como aqueles disponíveis para empresas, de até 2 TB. O HD evoluiu muito. O mais antigo possuía 5 MB (aproximadamente 4 disquetes de 3 1/2 HD), sendo aumentada para 30 MB, em seguida para 500 MB (20 anos atrás), e 10 anos mais tarde, HDs de 1 a 3 GB. Em seguida lançou-se um HD de 10 GB e posteriormente um de 15 GB. Posteriormente, foi lançado no mercado um de 20 GB, até os atuais HDs de 60GB a 1TB. As empresas usam maiores ainda: variam de 40 GB até 2 TB, mas a Seagate informou que em 2010 irá lançar um HD de 200 TB (sendo 50 TB por polegada quadrada, contra 70 GB dos atuais HDs)[carece de fontes?] . No entanto, as indústrias consideram 1 GB = 1000 * 1000 * 1000 bytes, pois no Sistema Internacional de Unidades(SI), que trabalha com potências de dez, o prefixo giga quer dizer * 10003 ou * 109 (bilhões), enquanto os sistemas operacionais consideram 1 GB = 1024 * 1024 * 1024 bytes, já que os computadores trabalham com potências de dois e 1024 é a potência de dois mais próxima de mil. Isto causa uma certa disparidade entre o tamanho informado na compra do HD e o tamanho considerado pelo Sistema Operacional, conforme mostrado na tabela abaixo. Além disso, outro fator que pode deixar a capacidade do disco menor do que o anunciado é a formatação de baixo nível (formatação física) com que o disco sai de fábrica. Sua construção consiste de um solenóide ou bobina, enrolado sobre um anel de forma semelhante. O anel é feito de um material de alta permeabilidade magnética (condutor magnético), exceto por um pequeno vão (gap), na extremidade oposta ao solenóide, propositalmente construído com material de baixa permeabilidade magnética. Gravação: O sinal elétrico desdejado é aplicado ao solenóide, que gera um campo eletromagnético sobre o anel ferromagnético. No gap, as linhas de força do campo magnético espalham-se pelo campo circundante, de modo que, quando próxima ou em contato com o gap, a fita magnética fica imersa no campo magnético gerado. Se este campo for convenientemente forte, será capaz de reorientar permanentemente os elementos magnéticos depositados sobre a mídia. Leitura: para ler as informações gravadas numa mídia, acontece o processo oposto: os elementos magnéticos da fita, que foram previamente orientados, ao passarem pelo gap induzem um pequeno sinal elétrico no solenóide, que pode então ser tratado adequadamente55 no circuito eletrônico. Referências 1. IBM Archives: IBM 350 disk storage unit. Página visitada em 27 de Janeiro de 2009. 2. Martyn Williams. Samsung mostra celular com 8GB. Página visitada em 27 de Janeiro de 2009. 3. TDK looks to deliver 2.5TB hard drives in early 2010. Página visitada em 31 de Agosto de 2009. Cabeça Magnética É um dispositivo utilizado para converter energia magnética em elétrica e vice-versa. É utilizada para gravar informações do circuito eletrônico em uma mídia magnética, ou operação inversa, para recuperar informações da mídia e transmití-las ao circuito eletrônico. A maioria das mídias magnéticas é feita de uma base plástica coberta por um substrato magnético. São as partículas do substrato que são reorientadas para a gravação da informação. Elas podem vir em forma de fita ou de disco (no caso dos disquetes). Nos HDs de computador, o substrato é depositado sobre uma base rígida de metal. 55 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 56 Ressonância Magnética Adaptado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ressonância_magnética Ressonância magnética é uma técnica que permite determinar propriedades de uma substância através do correlacionamento da energia absorvida contra a frequência, na faixa de megahertz (MHz) do espectro eletromagnético, caracterizando-se como sendo uma espectroscopia. Usa as transições entre níveis de energia rotacionais dos núcleos componentes das espécies (átomos ou íons) contidas na amostra. Isso dá-se necessariamente sob a influência de um campo magnético e sob a concomitante irradiação de ondas de rádio na faixa de frequências acima citada. Histórico O conceito de spin surgiu da necessidade de se explicar os resultados até então impensados na experiência de Stern-Gerlach na década de 1920. Nessa experiência, um feixe colimado de átomos de prata, oriundos de um forno a alta temperatura, atravessavam um campo magnético altamente não-homogêneo. Tal experiência era destinada a medir a distribuição dos momentos magnéticos, devidos principalmente aos elétrons. Como os átomos, na temperatura em que estavam emergindo do forno, estavam no seu estado fundamental 1S0, deveriam sofrer desvios nulos na presença do campo magnético não-homogêneo. A distribuição esperada era da perda da coerência espacial do feixe durante o seu tempo de vôo, do forno de origem até o alvo. Tal não sucedeu, contudo. O resultado obtido foram duas manchas de depósito de prata sobre o alvo, indicando que o feixe se dividira em dois durante o percurso. Isso indicou que os átomos de prata do feixe ainda tinham um grau de liberdade de momento angular, mas que não era o momento angular orbital dos elétrons no átomo, mas sim um momento angular intrínseco destas partículas. A esse "momento angular intrínseco" deu-se o nome de spin (significando giro em português). Em 1924, Wolfgang Pauli postulou que os núcleos comportar-se-iam como minúsculos ímãs. Mais tarde, experiências similares, porém mais sofisticadas, aos do Stern-Gerlach determinaram momentos magnéticos nucleares de várias espécies. Posteriormente, em 1939, Rabi e colaboradores submeteram um feixe molecular de hidrogênio (H2) em alto vácuo a um campo magnético não-homogêneo em conjunto com uma radiação na faixa das radio-freqüências (RF). Para um certo valor de freqüência o feixe absorvia energia e sofria pequeno desvio. Isso era constatado como uma queda da intensidade observada do feixe na região do detector. Este experimento marca, historicamente, a primeira observação do efeito da ressonância magnética nuclear. Nos anos de 1945 e 1946 duas equipes, uma de Bloch e seus colaboradores na Universidade de Stanford, e outra de Purcell e colaboradores na Universidade de Harvard procurando aprimorar a medida de momentos magnéticos nucleares observaram sinais de absorção de radio-freqüência dos núcleos de 1H na água e na parafina, respectivamente, pelo que os dois grupos foram agraciados com o prêmio Nobel de Física em 1952. Quando Packard e outros assistentes de Bloch substituíram a água por etanol, em 1950 e 1951, e notaram que havia três sinais (um tripleto) e não somente um sinal (um singleto)[1] ficaram decepcionados. Entretanto, esse aparente fracasso veio a indicar alguns dos aspectos mais poderosos da técnica: a múltipla capacidade de identificar a estrutura pela análise de parâmetros originados 56 de acoplamentos mútuos de grupos de núcleos interagentes. Pouco tempo depois, em 1953, já eram produzidos os primeiros espectrômetros de RMN no mercado, já com uma elevada resolução e grande sensibilidade. Nos equipamentos de ressonância magnética para imageamento biológico, os núcleos dos átomos de hidrogênio presentes no objeto de análise são alinhados por um forte campo magnético e localizados por bobina receptora devidamente sintonizada na frequência de ressonância destes. Nesta imagem encontra-se um cérebro a ser analizado por ressonância magnética. Espectroscopia de ressonância magnética nuclear Em espectroscopia, o processo de ressonância magnética é similar aos demais. Pois também ocorre a absorção ressonante de energia eletromagnética, ocasionada pela transição entre níveis de energia rotacionais dos núcleos atômicos, níveis estes desdobrados em função do campo magnético através do efeito Zeeman anômalo. Como o campo magnético efetivo sentido pelo núcleo é levemente afetado (perturbação essa geralmente medida em escala de partes por milhão) pelos débeis campos eletromagnéticos gerados pelos eletrons envolvidos nas 56 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 57 ligações químicas (o chamado ambiente químico nas vizinhanças do núcleo em questão), cada núcleo responde diferentemente de acordo com sua localização no objeto em estudo, actuando assim como uma sonda sensível à estrutura onde se situa. Magnetismo macroscópico e microscópico O efeito da ressonância magnética nuclear fundamenta-se basicamente na absorção ressonante de energia eletromagnética na faixa de freqüências das ondas de rádio. Mais especificamente nas faixas deVHF. Mas a condição primeira para absorção de energia por esse efeito é de que os núcleos em questão tenhammomento angular diferente de zero. Núcleos com momento angular igual a zero não tem momento magnético, o que é condição indispensável a apresentarem absorção de energia electromagnética. Razão, aliás, pertinente a toda espectroscopia. A energia electromagnética só pode ser absorvida se um ou mais momentos de multipolo do sistema passível de absorvê-la são não nulos, além do momento de ordem zero para electricidade (equivalente à carga total). Para a maior parte das espectroscopias, a contribuição mais importante é aquela do momento de dipolo. Se esta contribuição variar com o tempo, devido a algum movimento ou fenômeno periódico do sistema (vibração, rotação, etc), a absorção de energia da onda electromagnética de mesma freqüência (ou com freqüências múltiplas inteiras) pode acontecer. Um campo magnético macroscópico é denotado pela grandeza vetorial conhecida como indução magnética B (ver Equações de Maxwell). Esta é a grandeza observável nas escalas usuais de experiências, e no sistema SI é medida em Tesla, que é equivalente a Weber/m3. Em nível microscópico, temos outra grandeza relacionada, o campo magnético H, que é o campo que se observa a nível microscópico. No sistema SI é medido em Ampere/m. O vetor dipolo magnético μ é um dos momentos de multipolo magnéticos[2] e é dado matematicamente por: m l Spin e momento angular Rigorosamente, núcleos não apresentam spin, mas sim momento angular (excepção feita somente ao núcleo do isótopo 1 do hidrogênio, que é constituído por um único próton). Embora o spin possa ser considerado um momento angular, por terem ambos as mesmas unidades e serem tratados por um formalismo matemático e físico semelhante, nem sempre o oposto ocorre. O spin é intrínseco, ao passo que objetos compostos tem momento angularextrínseco. Contudo, motivos históricos e continuado costume levaram a esse abuso de linguagem, tolerado57e talvez tolerável em textos não rigorosos. Um motivo a mais de complicação é o fato de que a moderna física de partículas considerar que certas partículas, antes pensadas como elementares (e portanto possuindo spin), sejam compostas (próton e nêutron compostos de quarks). Assim, fica um tanto impreciso o limite entre os casos onde se deva usar o termo spin e os casos onde se deva usar o termo momento angular. Imageamento biológico A técnica da ressonância magnética nuclear é usada em Medicina e em Biologia como meio de formar imagens internas de corpos humanos e de animais, bem como de seres microscópicos (como no caso da microscopia de RMN). É chamada de tomografia de ressonância magnética nuclear ou apenas de ressonância magnética. Consiste em aplicar em um paciente submetido a um campo magnético intenso, ondas com freqüências iguais às dos núcleos (geralmente do 1H da água) dos tecidos do corpo que se quer examinar. Tais tecidos absorvem a energia em função da quantidade de água do tecido. Entretanto, para se localizar espacialmente o grupo de núcleos de hidrogênio, é mister se empregar um meio de se diferenciar o campo, impondo-lhe gradientes segundo certas direções. Para imageamento de uma amostra, é necessário que a aparelhagem coloque a aquisição de sinal em função , e essa da posição. Esta função matemática é de informação é suprida através de aplicação de um campo magnético que apresenta um gradiente tridimensional. : vetor que dá o sentido . l S N Assim, para cada posição da amostra, dentro da margem Define-se o vetor magnetização M como: de erro resultante da resolução, a aquisição é levemente 1 diferente. O resultado então é tratado pela transformada de M Fourier (especificamente FFT: Fast Fourier Transform), V ou seja, representa a soma de todos os momentos sendo resolvido a partir daí no espaço e não mais em frequência. de dipolo magnético por unidade de volume V. Os SPINs, tem o seu mevimento em seu proprio Lembremos que no vácuo: eixo (ex: como pião),quando um atómo de hidrogênio e B posto em um campo magnetico, os spins que esta dentro 0 H dele tende a se orientalo em direção do campo magnetico e para meios materiais: paralelo. 3 Onde: m: pólo magnético; B 0 H M 57 Física III – Prof. Dr. Cláudio S. Sartori - CAPÍTULO V – Campo Magnéticoe Fontes de Campo magnético 58 Referências Victor M.S. Gil e Carlos F.G.C. Geraldes Ressonância Magnética Nuclear - Fundamentos, Métodos e Aplicações - Fundação Calouste Gulbenkian - Coimbra Portugal - 1987 R. K. Harris e E.B.Mann - NMR and the Periodic Table - Academic Press - London -1978 R. K. Harris - Nuclear Magnetic Resonance Spectroscopy - A Physicochemical View - Longman Scientific & Technical -Essex -England J. W. Hennel e J. Klinowski - Fundamentals of Nuclear Magnetic Resonance - Longman Scientific & Tecnical - Essex - England - 1993 J. Mason (Editor) - Multinuclear NMR - Plenum Press - New York -1989 Jasper D. Memory - Quantum Theory of Magnetic Resonance Parameters - McGraw-Hill Book Co. - New York - 1968 A. I. Popov e K. Hallenga - Modern NMR Techniques and Their Application in Chemistry - Marcel Dekker, Inc - New York - 1991 P.Sohar - CRC Nuclear Magnetic Resonance Spectroscopy Vol. I, II e III - CRC Press, Inc - Boca Raton - Florida - USA Barry, C.D., North, A.C.T., Glasel, J.A., Williams, R. J.P., Xavier, A.V.(1971) Quantitative determination of mononucleotide conformations in solution using lanthanide ion shift and broadening NMR probes, Nature 232, 236-245 58 58