a utilização de modelos didáticos no ensino de genética

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A UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GENÉTICA:
CONHECENDO O ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO (DNA)
Mônica Rocha de Oliveira (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Introdução
Com os avanços tecnológicos, que surgem a todo o momento, a biologia molecular se
atualiza a cada instante (ZAHA, 2003). Para acompanhar a trajetória de descobertas dessa
nova ciência e ensinar as suas utilidades é mais que necessário a compreensão, de maneira
sólida, dos conteúdos de base (GRIFFITS et al., 1996). Desde a descoberta da estrutura
molecular do DNA em dupla hélice, outras descobertas não param de acontecer. Para atualizar
a sociedade nos avanços da ciência molecular e da genética é imprescindível que as bases do
conhecimento sejam bem trabalhadas nas escolas (LORETO & SEPEL, 2003). Dentre os
conceitos básicos para compreensão das novas tecnologias em genética estão: célula, mitose,
meiose, gene, cromossomo, DNA e fluxo da informação genética (JUSTINA & FERLA,
2006). Para os alunos do ensino fundamental e médio compreenderem a importância dos
ácidos nucléicos no funcionamento da célula são importantes a criação e aplicação de novas
metodologias e recursos didáticos para auxiliar na prática docente (LEWIS et al., 2000).
Diante disso, o presente estudo teve como objetivo apresentar um plano de estudo com uma
metodologia para professores de área, sendo sugerido um modelo didático para auxiliar na
fixação e entendimento do ácido desoxirribonucleico (DNA).
Metodologia
Para a estratégia de ensino e plano de estudo foi utilizada uma sequência
metodológica. Na primeira etapa, o professor apresentará o tema, ácido desoxirribonucleico, à
classe utilizando conceitos básicos (hereditariedade, gene, ácidos nucleicos, cromossomos,
nucleotídeos, bases nitrogenadas, DNA) e imagens projetados com recursos de multimídia. A
segunda etapa será realizada uma atividade prática realizada em grupos. Cada grupo receberá
o material didático para a montagem do modelo dupla hélice do DNA. Cada grupo terá que
montar com o material, a molécula do DNA de acordo com as bases nitrogenadas de uma fita
de DNA descritas na lousa pelo professor. O material didático: o ácido desoxirribonucleico
será elaborado com bolinhas de isopor, dois pedaços de arame, caixa de palitos de dente, fita
adesiva, pincel e tinta guache. Durante a montagem, o professor poderá fazer intervenções e
correções necessárias. Com essa atividade será possível explorar as principais características
do ácido desoxirribonucleico, tais como: bases nitrogenadas, nucleotídeos, pontes de
hidrogênio, pareamento das bases e complementariedade das fitas. Na terceira etapa, os
alunos poderão apresentar seus modelos para toda a turma mostrando as principais
características do ácido desoxirribonucleico. Nessa terceira etapa, o professor poderá fazer
uma avaliação em grupo através de questões sobre o tema proposto.
Resultados
O ponto positivo do plano de estudo e do modelo didático proposto nesse trabalho é a
facilitação da compreensão e da aprendizagem do conteúdo em questão. Os pontos limitantes
da estratégia de ensino proposta estão associados à forma de aplicação da estratégia do plano
de estudo e do modelo didático. Estes pontos, baseados na análise da estratégia de ensino,
poderão ser confirmados ou rejeitados através da aplicação no âmbito escolar. Esse plano de
estudo e modelo didático proposto acima foi aplicado a uma Turma do Ensino Médio da
Escola Estadual Professor Antônio Pinto de Medeiros. Quanto aos pontos positivos da
primeira etapa do plano de estudo, pôde-se observar que os alunos ficaram estimulados
quando viram que o conteúdo seria exposto com recursos de multimídia. Durante a exposição
temática foi observado que a maioria dos alunos absorveu o conteúdo, uma vez que
interagiram com o Professor através de discussões e questões. E quanto ao modelo didático,
os alunos ficaram motivados a realizar a atividade prática, como foi relatado pela Professora
colaborada que observou que os alunos não fizeram questão de ir para casa às pressas quando
o sinal de fim de aula tocou. Foi observado também que os alunos após a apresentação do
conteúdo não tiveram grandes dificuldades para a realização da atividade prática, mostrando
assim, que os recursos de multimídia são meios facilitadores de ensino-aprendizagem. Dos
cinco grupos que realizaram a atividade, somente um grupo teve uma maior dificuldade de
executar a atividade prática. Quanto aos aspectos positivos do modelo didático, pôde-se
observar que foi de fácil manuseio pelos alunos e pelo professor. O modelo didático
possibilitou a realização de aula prática, sem a necessidade de laboratório e equipamentos
sofisticados (Figura 1). A estratégia de ensino proposta possibilitou a utilização de outro
recurso didático, além do livro adotado, bem como permitiu o manuseio do material concreto
e a visualização, neste caso, da representação do DNA, estimulando a participação dos alunos.
O modelo didático sugerido pode ser usado para demonstração pelo professor ou em uma
atividade prática, na qual os alunos manuseiam os materiais e buscam respostas às questões
problematizadas, que devem ser formuladas pelo professor, devem estar relacionadas a
situações reais e contextualizadas. O professor também deve fazer mediações que possibilitem
a associação com situações de aplicação dos conceitos científicos envolvidos em atividades
humanas, como é o caso das novas tecnologias em genética. Ao final da aula, os alunos
apresentaram o modelo de dupla hélice de DNA proposta na atividade prática.
Figura 1. Atividade prática sendo realizada em sala de aula pelos alunos.
Considerações Finais
O plano de estudo e o modelo didático permitiram um ambiente propicio para o aluno
construir seu próprio conhecimento, como observado quando aplicado em uma turma de
ensino Médio da Escola Estadual Prof. Antônio Pinto de Medeiros. O aluno, mais do que
compreender o funcionamento do ácido desoxirribonucleico e relacioná-los à hereditariedade
e à concepção da vida, deve fascinar-se pelo tema. Com esta perspectiva, são necessários
situações de motivação que possibilitem a efetiva aprendizagem. Dessa forma, a associação
da estratégia de ensino sugerida à motivação do educador permitirá a abstração do conteúdo
de forma concreta no processo de ensino-aprendizagem.
Referências
Griffits A.J.F., Miler J.H., Suzuki, D.T., Lewontin R.C, Gelbart W.M. Introdução a
Genética. 6ª edição. W.H. Freeman and Company, Nova York, p.916, 1996.
Justina, L.A.D., Ferla MR. A utilização de modelos didáticos no ensino de Genética exemplo de representação de compactação do DNA eucarioto. Arq Mudi. v.10, n.2, p.:35-40,
2006.
Lewis, J., Leach, J.; Wood-Robinson, C. What’s a cell? – young people’s understanding of
the genetic relationship between cells, within an individual. Journal of Biological
Education, v. 34, n.3, p. 129-132, 2000.
Loreto, E. L. S. e Sepel, L. M. N. Atividades Experimentais e Didáticas de Biologia
Molecular e Celular. 2ª edição. Sociedade Brasileira de Genética. Ribeirão Preto. São Paulo,
2003.
Zaha, A. (org.). Biologia Molecular Básica. 3ª edição. Mercado Aberto, Porto Alegre,
Volume Único, p. 424, 2003.
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