A Filosofia nos vestibulares da Universidade Federal de Uberlândia

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A Filosofia nos
vestibulares da
Universidade Federal
de Uberlândia
Curso preparatório para os alunos do
Colégio Cenecista Dr. José Ferreira
Departamento de Filosofia e Sociologia
Professores: Mozart e Uílson
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
PRÉ-VESTIBULAR UFU – PROFESSOR MOZART / UILSON
Prezados alunos,
A Universidade Federal de Uberlândia foi a primeira instituição de ensino
federal do Brasil a adotar a disciplina de filosofia como integrante da primeira e
da segunda fase de seus processos seletivos. Neste sentido, existe um
acúmulo suficiente de questões que nos permite determinar com precisão os
conteúdos, além das habilidades e competências que deverão ser dominadas
por seu futuro aluno. Em geral a UFU adota uma visão cronológica da filosofia,
ou seja, o estudante deverá ter proficiência dos autores fundamentais em
diferentes períodos da história da filosofia. Assim os autores clássicos são
evocados como pontos fundamentais tanto na primeira quanto na segunda fase
do vestibular UFU. A periodização adotada pela Universidade se coloca dentro
da seguinte distinção por tempo histórico, contemplando os seguintes autores:
Filosofia Antiga (Mito e o nascimento da filosofia / Pré-Socráticos / Sócrates /
Platão / Aristóteles) ; Filosofia Medieval ( Santo Agostinho e Tomás de Aquino);
Filosofia Moderna ( Hume, Descartes, Hegel, Nietzsche
Política
(
Marx,
Hobbes,
Locke,
Rousseau
e
e Kant); Filosofia
Maquiavel);
Filosofia
Contemporânea ( Sartre) ; esta relação expressa os autores adotados pela
UFU até o ano de 2014, entretanto, a instituição não possui uma tradição em
inovar para além dos autores listados acima. Dentro do contexto da resolução
das questões estaremos trabalhando as estruturas de leitura e interpretação de
textos filosóficos como metodologia chave para o domínio dos conceitos
fundamentais para a
realização
das questões objetivas,
bem
como
apresentando elementos centrais para a construção argumentativa da segunda
fase.
Bons Estudos!!!!
Mozart e Uílson
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
PRÉ-VESTIBULAR UFU – PROFESSOR MOZART / UILSON
Filosofia Antiga:
1. (UFU) No poema Teogonia, as Musas aparecem ao poeta Hesíodo e
dizem-lhe o seguinte: ―sabemos dizer muitas mentiras semelhantes aos
fatos e sabemos, se queremos, dar a ouvir verdades‖ (vv. 25-6)
Com base neste trecho é correto afirmar:
I) A Filosofia assemelha-se ao mito por entender que a verdade baseia-se na
autoridade de quem a diz.
II) No mito, há espaço para contradições e incoerências, pois a verdade nele se
estabelece em um plano diverso daquele em que atua a racionalidade humana.
III) O mito entende que a verdade é, por um lado, uma conformidade com
alguns princípios lógicos e, por outro, a verdade deve ser dita em conformidade
com o real.
IV) A crença e a confiança no mito provêm da autoridade religiosa do poeta que
o narra.
A) I e III são corretas.
B) II e III são corretas.
C) II e IV são corretas.
D) III e IV são corretas.
2. (UFU) Leia o texto abaixo:
―…Princípio dos seres…ele [Anaximandro] disse (que era) o ilimitado…Pois
donde a geração é para os seres, é para onde também a corrupção se gera
segundo o necessário ; pois concedem eles mesmos justiça e deferência uns
aos outros pela injustiça, segundo a ordenação do tempo.‖ Pré-Socráticos.
Coleção ―Os Pensadores‖. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
A partir da análise do texto de Anaximandro, é correto afirmar que a filosofia,
em contraposição ao mito, se caracteriza por:
A) conceber o tempo como um passado imemorial sem relação com o
presente.
B) os seres divinos concedem, por alianças ou rompimentos, justiça e
deferência uns aos outros.
C) o mundo ser explicado por um processo constante e eterno de geração e
corrupção, cujo princípio é o ilimitado.
D) narrar a origem do mundo por meio de alianças e forças geradoras divinas.
3. (UFU) Leia o texto abaixo:
―(…) Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do
desconhecido, englobando o pequeno campo do conhecimento concreto
comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou além do natural; e o
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conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da
experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem diferente e
superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou (como
diziam os gregos) ‗divino‘ — o mágico e o sacerdote, o poeta e o vidente‖.
CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.1415.
A partir do texto acima, é correto afirmar que
A) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo
concreto comum.
B) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto
comum.
C) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente a
todos os homens.
D) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento
do sobrenatural superior.
4.
(ENEM/2010) Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis
de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o
pai e se casaria com a mãe. Para evita-la, ordenaram a um criado que
matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o
entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para
que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu
então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que,
perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu
séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo
reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles
estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas,
dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se
rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso em 28 ago. 2010 (adaptado).
No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do
determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação
entre liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica que toma
como pressuposta a tese do determinismo é:
A) "Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo."
Jean Paul Sartre.
B) "Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que
quiser." Santo Agostinho.
C) "Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte." Arthur
Schopenhauer.
D) "Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo."
Michel Foucault.
E) "O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança."
Friedrich Nietzsche.
R: b
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5. (UFU) Leia atentamente o texto abaixo.
Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não
lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do
fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão
que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de
conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência.
Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na
intuição, mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós
temos um acesso direto através do pensamento. NIETZSCHE, Friedrich. A
filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os présocráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores
Marque a alternativa INCORRETA.
A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a
Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito.
B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como
fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos.
C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a
verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos.
D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à
essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes
para apreender a essência.
6. (UFU) De acordo com o pensamento do filósofo Parmênides de Eléia,
marque a alternativa correta.
A) A identidade é uma característica inerente ao domínio da opinião, uma vez
que a pluralidade das opiniões é o que atesta a identidade de cada indivíduo.
B) Segundo Parmênides, um mesmo homem não pode entrar duas vezes em
um mesmo rio, posto que a mutabilidade do mundo impede que o mesmo
evento se repita.
C) Uma das leis lógicas, presente no pensamento de Parmênides, é o princípio
de identidade, segundo o qual todas as coisas podem ser e não ser ao mesmo
tempo.
D) O caminho da verdade é também a via da identidade e da não contradição.
Nesse sentido, somente o Ser – por ser imóvel e idêntico – pode ser pensado e
dito.
7. (UFU) Heráclito nasceu na cidade de Éfeso, região da Jônia, e viveu
aproximadamente entre 540 e 480 a.C. Ficou conhecido como ―o
obscuro‖, porque seus escritos eram, em geral, aforismos, isto é, frases
enigmáticas que condensam a idéia transmitida. Dentre suas idéias mais
destacadas está a do ―eterno devir‖.
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A partir dessas informações, marque a alternativa que descreve corretamente o
significado de ―eterno devir‖.
A) O princípio de que tudo é água ou o elemento úmido.
B) A permanência do ser.
C) Transformação incessante das coisas.
D) O Mundo das Idéias.
8. (UFU) Leia atentamente o seguinte verso do fragmento atribuído a
Parmênides.
―Assim ou totalmente é necessário ser ou não.‖ SIMPLÍCIO, Física, 114, 29, Os
Pré-Socráticos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 2000, p.
123.
A partir do fragmento apresentado, escolha a alternativa que representa
corretamente o princípio parmenideano da verdade.
A) O Ser é e o Não-Ser é Não-Ser. Ambos podem ser pensados e afirmados,
pois é possível pensar e dizer falsidades e o que não existe.
B) Somente o Ser é, pode ser pensado e afirmado. O Ser coincide com o
pensamento e com a verdade. O Não-Ser não é e não pode nem ser pensado,
nem exprimido.
C) O Ser é (existe) necessariamente na Natureza, mas pode não existir no
pensamento, enquanto não é pensado. A relação entre o Ser e o pensamento
não é necessária.
D) O caminho da verdade é a via da opinião, que comporta ao mesmo tempo o
Ser e o Não-Ser. Afirmar totalmente o Ser e o Não-Ser implica a opinião
verdadeira.
9. (UFU) Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI e V a. C. e sua
doutrina, apesar de criticada pela filosofia clássica, foi resgatada por
Hegel, que recuperou sua importante contribuição para a Dialética. Os
dois fragmentos a seguir nos apresentam este pensamento.
I)
II)
―Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos
homens o fez; sempre foi, é e será um fogo eternamente vivo,
acendendo-se e apagando-se conforme a medida.‖ (fragmento 30).
―Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água,
morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, forma-se a
água, e da água a alma.‖ (fragmento 36).
De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a alternativa INCORRETA.
A) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão em perfeito acordo sobre a
imutabilidade do ser.
B) Para Heráclito, a idéia de que ―tudo flui‖ significa que nada permanece fixo e
imóvel.
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C) Heráclito desenvolve a idéia da harmonia dos contrários, isto é, a
permanente conciliação dos opostos.
D) A expressão ―devir‖ é adequada para compreendermos a doutrina de
Heráclito.
10. (UEL) ―Mais que saber identificar a natureza das contribuições
substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada
de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser
endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‗imposição
religiosa‘, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que
definem a filosoficidade.‖ (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario.
Présocráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)
Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto
afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos.
a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos
acontecimentos naturais.
b) A discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou
reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a
verdade imposta pela religião.
d) A confiança na tradição e na ―imposição religiosa‖ como fundamentos para o
conhecimento.
e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da ―proliferação de
óticas‖ conflitantes entre si.
11. (UFU) Leia os fragmentos abaixo:
―Muitos não percebem tais coisas, todos os que as encontram, nem quando
ensinados conhecem, mas a si próprios lhes parece que as conhecem e
percebem.‖ (DK 22 B 17)
―Más testemunhas para os homens são os olhos e ouvidos, se almas
bárbaras eles têm‖ (DK 22 B 107)
A partir destes dois textos de Heráclito, pode-se afirmar que, para ele,
A) as sensações, como as águas de um rio, são infalíveis e nos proporcionam
nelas mesmas a apreensão do real.
B) o conhecimento é obtido unicamente a partir da percepção sensível.
C) as sensações por si só não são garantias de conhecimento.
D) o conhecimento é proporcionado pelo ensino obtido pela atividade da alma,
qualquer que esta seja.
12. (UFU) Leia o texto abaixo:
―Só resta o mito de uma via, a do ser; e sobre esta existem indícios de que
sendo não gerado é também imperecível, pois é todo inteiro, inabalável e sem
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fim; nem jamais era nem será, pois é agora todo junto, uno, contínuo (…)‖
Sobre a
Natureza, 8, 2-5
A partir deste trecho do poema de Parmênides, é possível afirmar que
A) a continuidade, a geração e o imobilismo estão presentes na via do ser.
B) o ser, por não poder não ser, não é gerado nem deixa de ser, não tendo
princípio nem fim.
C) a via do ser é aquela percebida pelos nossos sentidos.
D) o ser, para o autor, de certo modo não é, pois nunca foi no passado nem
será no futuro.
TEXTO I
Anaxímenes de mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que
existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência.
Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar
condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais
condensadas, transformam-se em água. A água quando mais condensada,
transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transformase em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: ―Deus, como criador de todas as
coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se
nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos
filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos,
como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade,
dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.‖ GILSON,
E.;BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a
origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de
Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em
comum na sua fundamentação teorias que
A) eram baseadas nas ciências da natureza.
B) refutavam as teorias de filósofos da religião.
C) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
D) postulavam um princípio originário para o mundo.
E) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
R: d
13. (UFU) Marque a alternativa que está de acordo com a célebre frase de
Cícero: ―Sócrates foi o primeiro que desceu a filosofia do céu e colocoua nas cidades, e, também, introduziu-a nas casas e obrigou-a a indagar
sobre a vida, os costumes e sobre as coisas boas e más.” (Tusculanae,
5,4)
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A) Cícero refere-se ao fato de que Sócrates fundamentou toda a filosofia grega
na teoria das Ideias de Platão.
B) Cícero afirma que, graças a seu método empirista, Sócrates retirou as
características mitológicas da investigação filosófica.
C) Segundo Cícero, Sócrates foi o primeiro a alterar a temática da filosofia
grega, mudando o foco das investigações cosmológicas para o domínio das
coisas humanas.
D) Cícero refere-se à grande inovação introduzida por Sócrates em Atenas, a
saber: ministrar aulas de filosofia nas próprias casas de seus discípulos.
14. (UFU) Sócrates é tradicionalmente considerado como um marco
divisório da filosofia grega. Os filósofos que o antecederam são
chamados pré-socráticos. Seu método, que parte do pressuposto "só sei
que nada sei", é a maiêutica que tem como objetivo:
I- "dar luz a ideias novas, buscando o conceito".
II- partir da ironia, reconhecendo a ignorância até chegar ao conhecimento.
III- encontrar as contradições das ideias para chegar ao conhecimento.
IV- "trazer as ideias do céu à terra".
Assinale
A) se apenas I e II estiverem corretas.
B) se apenas I e III estiverem corretas.
C) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
D) se apenas III e IV estiverem corretas.
E) se apenas I e IV estiverem corretas.
15. O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois
momentos distintos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática,
pode-se afirmar que:
I- tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofística.
II- levava o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em
reflexões, cujo conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos.
III- tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor a confessar
suas próprias contradições e ignorâncias.
IV- tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor.
Assinale
A) se apenas a afirmação III é correta.
B) se as afirmações I e IV são corretas.
C) se apenas a afirmação IV é correta.
D) se as afirmações II e III são corretas.
16. (UFU) Leia o texto abaixo:
―(…) enquanto tiver ânimo e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos
advertir, de ensinar em toda ocasião àquele de vós que eu encontrar, dizendo-
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lhe o que costumo: ‗Meu caro, tu, um ateniense, da cidade mais importante e
mais reputada por sua sabedoria, não te envergonhas de cuidares de adquirir o
máximo de riquezas, fama e honrarias, e de não te importares nem pensares
na razão, na verdade e em melhorar tua alma?‘ E se algum de vós responder
que se importa, não irei embora, mas hei de o interrogar, examinar e refutar e,
se me parecer que afirma ter adquirido a virtude sem a ter, hei de repreendê-lo
por estimar menos o que vale mais e mais o que vale menos (…).‖ PLATÃO. Apologia
de Sócrates, 29 d-e.
A partir do trecho acima de Platão, é correto afirmar que para Sócrates:
I - a Filosofia é um saber que se transmite como lições morais, visto ele
conheça a verdade.
II - o filosofar é uma atividade que busca a verdade e a melhora da alma pela
refutação de falsos saberes.
III - o questionamento ao interlocutor só ocorre se este espontaneamente se
dispuser a responder às questões formuladas por Sócrates.
IV - a posse de bens materiais é para ele um valor inquestionável.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas.
A) Apenas II e III.
B) Apenas I e II.
C) Apenas I e IV.
D) Apenas III e IV.
17. (UFU) Leia atentamente o excerto do diálogo platônico Eutífron.
Recorda, porém, que não te pedi para demonstrar-me uma ou duas dessas
coisas, dessas que são piedosas, mas que me explicasse a natureza de todas
as coisas piedosas. Porque disseste, salvo engano, que existe algo
característico que faz com que todas as coisas ímpias sejam ímpias, e todas as
coisas piedosas, piedosas... PLATÃO. Eutífron. In: Platão. São Paulo: Abril Cultural, 1999. Col. Os
Pensadores, p. 41.
A partir do texto acima, escolha a alternativa correta quanto ao procedimento
filosófico empregado por Sócrates.
A) A investigação socrática caracteriza-se pela pesquisa das Formas
inteligíveis que seriam as causas de todas as manifestações particulares de
uma noção. Os seres sensíveis existem porque ―imitam‖ um modelo imutável e
eterno que determina a ―natureza de todas as coisas‖. A aporia decorre da
impossibilidade de se encontrar, nos seres sensíveis, um exemplo que
corresponda perfeitamente à Ideia inteligível.
B) A investigação socrática usa a pergunta: ―o que é...?‖, que tipifica a
investigação das características gerais e das formas distintivas invariáveis de
uma noção. A pesquisa de uma definição adequada exerce um papel regulador
para as respostas aceitáveis e inaceitáveis. A refutação consiste em descartar,
mediante contradições, definições insuficientes, e a aporia manifesta a
impossibilidade de uma definição concludente.
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C) A investigação socrática configura o exame filosófico sobre a ―piedade‖ e a
―natureza característica‖ da alma. Ao contrário dos Filósofos da Natureza,
Sócrates preocupa-se com o ―exame da alma‖ e estabelece um modelo tripartite da psykhé: uma parte apetitiva, uma irascível e outra racional. A
refutação socrática consiste em induzir os adversários da Filosofia à
contradição e levá-los ao estado de aporia.
D) A investigação socrática é delimitada pelo exame de noções éticas como,
por exemplo, a piedade, ou a coragem. Esse gênero de pesquisa resulta na
distinção de uma ―realidade sensível‖, formada por todos os particulares, e uma
―realidade inteligível‖, representada pelas Formas. A refutação socrática
consiste na negação do devir como única e verdadeira realidade, o que resulta
num estado de aporia.
18. A opinião (doxa, em grego), no pensamento de Platão (427-347 a.C.)
representa um saber sem fundamentação metódica. É um saber que
possui sua origem
A) nos mitos religiosos, lendas e poemas da Grécia arcaica.
B) nas impressões ou sensações advindas da experiência sensível.
C) no discurso dos sofistas na época da democracia ateniense.
D) num saber eclético, proveniente de algumas ideias dos filósofos présocráticos.
19. (UFU) A Alegoria da Caverna de Platão, além de ser um texto de teoria
do conhecimento, é também um texto político. No sentido político, é
correto afirmar que Platão sustentava um modelo:
A) monárquico, cujo governo deveria ser exercido por um filósofo e cujo poder
deveria ser absoluto, centralizador e hereditário.
B) aristocrático, baseado na riqueza e que representava os interesses dos
comerciantes e nobres atenienses, por serem eles os mecenas das artes, das
letras e da filosofia.
C) democrático, baseado, principalmente, na experiência política de governo da
época de Péricles.
D) aristocrático, cujo governo deveria ser confiado aos melhores em
inteligência e em conduta ética.
20. (UFU) Sobre a alegoria da caverna de Platão pode-se afirmar que
A) o filósofo deve ter uma vida exclusivamente contemplativa.
B) a educação do filósofo visa também à atividade política.
C) os sentidos são fundamentais para o conhecimento.
D) qualquer um pode encontrar em si mesmo, pela intuição, a luz para o
conhecimento.
21.
(UFU) ―Mas a faculdade de pensar é, ao que parece, de um caráter mais
divino, do que tudo o mais; nunca perde a força e, conforme a volta que
lhe derem, pode tornar-se vantajosa e útil, ou inútil e prejudicial. Ou
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ainda não te apercebeste como a deplorável alma dos chamados
perversos, mas que na verdade são espertos, tem um olhar penetrante e
distingue claramente os objetos para os quais se volta, uma vez que não
tem uma vista fraca, mas é forçado a estar a serviço do mal, de maneira
que, quanto mais aguda for sua visão, maior é o mal que pratica?‖ (Platão,
A República, trad. Maria Helena Rocha Pereira, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987, 518e-519a)
A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar que, para Platão,
A) a faculdade de pensar necessita da educação, para que, assim, a vista mais
penetrante alcance, pela luz, a visão do que deve ser conhecido.
B) o conhecimento para esse filósofo só depende da capacidade visual daquele
que conhece.
C) a natureza, favorecendo alguns, diferencia os mais aptos, e é unicamente
por esta distinção que se devem estabelecer os governantes da cidade.
D) os homens com maior capacidade de pensar jamais praticam o mal, pois
descobrem, por si mesmos, a diferença entre o justo e o injusto.
22.
(UFU) ―Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as
perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz
à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se
passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver,
não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por
falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma
maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por
reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira, deveria
felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter
compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria
do que aquela que descia do mundo luminoso.‖ A República, 518 a-b, trad. Maria
Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.
Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar.
I - A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão.
II - O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em
retornar às sombras.
III - O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível,
fundada em uma comparação entre o olho e a alma.
IV - No trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação,
pois quem se encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz.
Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
A) II e III
B) I e IV
C) I e III
D) III e IV
23. (UFU) Leia o texto abaixo:
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―(…) Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém
ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de
carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio
divino belo pudesse em sua forma única contemplar? Porventura pensas,
disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção e aquele objeto,
com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou
não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo
com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude,
porque não é em sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no
real que estará tocando?‖ Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril
Cultural, 1979, pp.42-43.
A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo:
I – O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela
observação das coisas humanas.
II – A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio da alma.
III – Cores e sombras são virtudes reais, visto que se possa, ao tocar nelas,
tocar no próprio real.
IV – Há, como na Alegoria da Caverna, uma relação direta para Platão entre o
conhecimento e a virtude.
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas.
A) I e II são corretas.
B) II e IV são corretas.
C) III e IV são corretas.
D) I, II e III são corretas.
24. (UFU) Leia o texto abaixo:
Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia
toma conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente
grudada a ele. Vê que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas
por meio desse seu caráter, paira por isso na mais completa ignorância. Mas
mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão: é que ela não tem outra razão
de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da
maneira mais segura, no seu próprio encarceramento. Platão, Fédon. Trad. Maria Tereza S.
de Azevedo. Brasília: UnB, 2000, p. 66.
Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta.
A) A ignorância é fruto da observação do que é em si e por si.
B) A filosofia para Platão é inata, não sendo necessário nenhum esforço de
quem a ela se dedica para obtê-la.
C) A alma encontra-se prisioneira do corpo por desejo do próprio homem.
D) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo
como o demonstram, claramente, a Alegoria da Caverna e o texto acima.
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25. (ENEM/2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides
era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de
sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto sensível
ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo.
Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das ideias formava-se em sua
mente. ZINGANO, M. PLATÃO e ARISTÓTELES: o fascínio da filosofia.
São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado)
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial
da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto,
como Platão se situa diante dessa relação?
A) estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
B) privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
C) atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são
inseparáveis.
D) afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação
não.
E) rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.
R: d
26. (UFU) A filosofia de Aristóteles representou uma nova interpretação
sobre o problema do ser. Nesse sentido, Aristóteles define a ciência
como:
A) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento que se fundamenta apenas
na compreensão do mundo inteligível porque as ideias, enquanto entidades
metafísicas, não mudam.
B) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento pelas causas, capaz de
compreender a natureza do devir e superar os enganos da opinião.
C) conhecimento relativo porque o ser é mobilidade, eterno fluxo e a verdade
não pode, portanto, ser absoluta.
D) conhecimento relativo porque a ciência, enquanto produção do homem, é
determinada pelo desenvolvimento histórico.
27. (UFU) Leia o silogismo abaixo:
Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Sobre o silogismo em geral e, sobre este em particular, é correto afirmar que:
I - é um raciocínio indutivo, pois parte de duas premissas verdadeiras e chega
a uma conclusão também verdadeira.
II - o termo médio homem liga os extremos e, por isso, não pode estar presente
na conclusão.
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III - é um raciocínio válido, porque é constituído por proposições verdadeiras,
não importando a relação de inclusão (ou de exclusão) estabelecida entre seus
termos.
IV - as premissas, desde que uma delas seja universal, devem tornar
necessária a conclusão.
Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
A) II e IV
B) I e II
C) II e III
D) III e IV
28. (UFU) Leia o texto abaixo:
Substância – aquilo a que chamamos substância de modo mais próprio,
primeiro e principal – é aquilo que nem é dito de algum sujeito nem existe em
algum sujeito, como, por exemplo, um certo homem ou um certo cavalo.
Chamam-se substâncias segundas as espécies a que as coisas primeiramente
chamadas substâncias pertencem e também os gêneros dessas espécies. Por
exemplo, um certo homem pertence à espécie homem, e animal é o gênero da
espécie; por conseguinte, homem e animal são chamados substâncias
segundas‖. Aristóteles. Categorias. Trad. Ricardo Santos. Porto: Porto Editora, 1995, p. 39.
Tendo o texto acima como referência, é correto afirmar que, segundo
Aristóteles,
A) a substância primeira, assim como o acidente, existe em algum sujeito e é
dito dele.
B) as substâncias segundas assemelham-se às Formas de Platão por ambas
existirem em si e por si mesmas.
C) as substâncias segundas são universais que não existem por si mesmos,
mas que podem ser conhecidos.
D) a substância primeira diferencia-se da substância segunda por esta última
englobar todos os acidentes a ela pertencentes.
29.
(UFU) ―A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a
escolha e consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós,
a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado
de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por
excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios ou vão muito
longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e
paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo.― ARISTÓTELES. Ética a
Nicômaco, II, 6. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores, p. 33.
Considerando o trecho acima e a concepção aristotélica de virtude, assinale a
alternativa correta.
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A) A virtude consiste na rejeição de todo prazer, resultado do uso da razão do
homem sábio e corajoso que, contendo suas paixões, escolhe viver de modo
ascético e agir sempre com piedade e compaixão, dispondo-se a sacrificar a
qualquer momento a própria vida pelo próximo, pois, pleno de audácia e
entusiasmo, não teme de forma alguma a morte.
B) A virtude é a firme e irrefletida determinação para superar uma condição
viciosa, como a coragem que, por se opor totalmente à covardia, define-se
como temeridade ou audácia.
C) A virtude consiste numa capacidade equilibrada e racional de agir, como,
por exemplo, a verificada na coragem, medianeira entre o excesso de audácia
que caracteriza a temeridade e a falta de audácia ou excesso de medo do
covarde.
D) A virtude é a capacidade ou força do político corajoso que usa
racionalmente os seus recursos para conservar o seu poder.
Filosofia Medieval
30. Leia o trecho extraído da obra Confissões.
Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de
nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo
homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que
fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova
Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores.
Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa
correta.
A) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as
verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão
no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável.
B) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano,
deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades,
necessárias e imutáveis, estão no interior do homem.
C) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades
eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo.
D) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades
eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da
reencarnação.
31. O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus.
As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio
das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside
sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar no entendimento de
Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo
natural, do cosmo, entendido como criação divina. MARCONDES, D. Textos
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básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999. p. 67.
A partir do texto, marque a alternativa correta.
A) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus.
B) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus,
utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus
argumentos.
C) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de
Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e
verificáveis sobre o mundo natural.
D) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de
Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia,
mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego.
32. (UFU) Leia com atenção o texto abaixo:
Nos três primeiros artigos da 2ª questão da Suma de Teologia, Tomás de
Aquino discute sobre a existência de Deus. Suas conclusões são: 1) a
existência de Deus não é auto evidente, sendo preciso demonstrá-la; 2) a
existência de Deus não pode ser demonstrada a partir de sua essência (pois
isso ultrapassa a nossa capacidade de conhecimento); 3) a existência de Deus
pode ser demonstrada, contudo, a partir de seus efeitos (demonstração quia),
isto é, a partir da natureza criada podemos conhecer algo a respeito do seu
Criador. A partir disso, ele desenvolve cinco argumentos ou vias segundo as
quais se pode mostrar, a partir dos efeitos, que Deus existe. Adaptado de:
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 2000. p. 126-130.
Sobre as cinco vias da prova da existência de Deus, elaboradas por Tomás de
Aquino, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Nos argumentos de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus, pode-se
perceber a influência dos escritos de Aristóteles em seu pensamento.
B) Segundo a prova teleológica, tudo que obedece a uma finalidade pressupõe
uma inteligência que o criou com tal finalidade, como o carpinteiro em relação a
uma mesa; ora, percebemos a finalidade no Universo (todas as criaturas têm
uma finalidade); logo, Deus é o princípio que dá essa finalidade ao Universo.
C) Segundo a prova que se baseia no movimento, Deus é considerado o motor
imóvel, isto é, como a causa primeira do movimento que percebemos no
mundo, e deve ser imóvel para evitar o regresso ao infinito.
D) Qualquer pessoa que consiga compreender os argumentos das cinco vias
conhecerá, com certeza evidente, a essência de Deus.
33. (UFU) Na medida em que o Cristianismo se consolidava, a partir do
século II, vários pensadores, convertidos à nova fé e, aproveitando-se
de elementos da filosofia greco-romana que eles conheciam bem,
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começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação cristãs, tentando
uma síntese com elementos da filosofia grega ou utilizando-se de
técnicas e conceitos da filosofia grega para melhor expor as verdades
reveladas do Cristianismo. Esses pensadores ficaram conhecidos como
os Padres da Igreja, dos quais o mais importante a escrever na língua
latina foi santo Agostinho. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia:
Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado) Esse
primeiro período da filosofia medieval, que durou do século II ao século
X, ficou conhecido como:
A) Escolástica.
B) Neoplatonismo.
C) Antiguidade tardia.
D) Patrística.
36. (UFU) A filosofia grega se expandiu para além das fronteiras do mundo
helênico e influenciou outros povos e culturas. Com o cristianismo não
foi diferente e, aos poucos, a filosofia foi absorvida. Conforme Chalita,
um dos motivos dessa absorção foi: [...] a necessidade de organizar os
ensinamentos cristãos, de reunir os fatos e conceitos do cristianismo sob
a forma de uma doutrina e elaborar uma teologia rigorosa. (CHALITA, G.
Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 94.)
Uma das características da patrística é a busca da conciliação entre a fé e a
filosofia, e Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.),
influenciado pelo neoplatonismo, tornou-se uma referência para a filosofia
cristã. Em relação ao desenvolvimento das ciências naturais, porém, o
pensamento de Agostinho não deu grande impulso uma vez que sua filosofia –
tal como a do mestre Platão – não adotava os fenômenos naturais como objeto
de reflexão.
37. (UFU) Com base nos textos acima e em seus conhecimentos sobre a
obra de Agostinho de Hipona, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Agostinho de Hipona criou a doutrina da iluminação divina baseado na teoria
da reminiscência de Platão, conciliando de modo original a fé cristã e o
pensamento filosófico.
B) A observação, a experimentação e a aplicação dos princípios da geometria
sobre os fenômenos naturais foi uma das principais características da filosofia
de Santo Agostinho.
C) Conforme Agostinho de Hipona, a filosofia grega é um instrumento útil para
a fé cristã.
D) As verdades eternas e imutáveis, que têm sua sede em Deus, só podem ser
alcançadas pela iluminação divina.
38. (UFU) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do
platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu
os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo
do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por
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Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se
cristão). PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In:
CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar
Editores: 1983, p. 77.
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos
de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se
comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, uma dessas diferenças.
A) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro,
enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser
humano.
B) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias,
enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural
em que vivemos.
C) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é
imortal, já que é apenas a forma do corpo.
D) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma
reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o
conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe
em cada um.
39. (UFU) Para responder a questão, leia o seguinte texto.
O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas (por
exemplo, o conceito de ser humano). Em outras palavras, pergunta-se se os
gêneros e as espécies têm existência separada dos objetos sensíveis: as
espécies (por exemplo, o cão) ou os gêneros (por exemplo, o animal) teriam
existência real? Ou seriam apenas ideias na mente ou apenas palavras?
(ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. Filosofando. 3ª edição. São Paulo:
Moderna, 2003, p. 126.)
A resposta correta à pergunta formulada no texto acima, sobre os universais, é:
A) Segundo os nominalistas, as espécies e gêneros universais são meras
palavras que expressam um conteúdo mental, sem existência real.
B) Segundo os nominalistas, os universais são conceitos, mas têm fundamento
na realidade das coisas.
C) Segundo os nominalistas, os universais (gêneros e espécies) são entidades
realmente existentes no mundo das Ideias, sendo as coisas deste mundo
meras cópias destas Ideias.
D) Segundo os nominalistas, os gêneros e as espécies universais existem
realmente, mas apenas na mente de Deus.
40. Assinale a alternativa verdadeira no que se refere ao tomismo
A) não a conflito entre razão e fé, pois a fé ultrapassa os limites de julgamento
da razão
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B) a fé deve sempre prevalecer sobre a razão, porque Deus assim o
estabelece
C) somente as verdades filosóficas são suficientes para julgar as verdades da
religião
D) quando o homem alcançar a revelação das verdades religiosas, haverá o
predomínio da razão
E) Tomás de Aquino despreza as verdades da filosofia, preocupando-se
somente com as verdades da teologia.
41. A relação entre as palavras, que designam idéias gerais e as coisas, foi
um problema filosófico que marcou a Idade Média. Foi grande a
discussão sobre a existência real ou não daquelas palavras, isto é, os
chamados ―universais‖. Nessa discussão, os filósofos nominalistas
defenderam a posição que os ―universais‖ são
A)
B)
C)
D)
E)
idéias gerais que só existem na mente de Deus
apenas palavras sem existência real
nomes que Deus põe nas coisas particulares
nomes com existência real de coisas que já não existem
apenas os axiomas matemáticos
42. Para Santo Tomás de Aquino, um dos princípios do conhecimento
humano era o princípio da causa eficiente. Esse princípio da causa
eficiente exigia que o ser contigente:
A)
B)
C)
D)
E)
não exigisse causa alguma
fosse causado pelo intelecto humano
fosse causado pelo ser necessário
fosse causado por acidentes casuais
fosse causado pelo nada
43. Em suas reflexões sobre a questão da fé, Santo Agostinho considerava
que
I)
II)
III)
IV)
é preciso crer acima de tudo, mesmo que não se entenda por que
acreditar
a razão e a fé são duas disposições do espírito que devem ser
consideradas no mesmo grau de importância
Deus é a voz interior daqueles homens que se dedicam à busca do
conhecimento; Ele os inspira em suas investigações
A razão deve sempre estar acima da fé, só assim se chega à verdade
Assinale a única opção que apresenta as afirmativas corretas
A)
B)
C)
D)
I e II
I e III
III e IV
I e IV
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E) II e IV
Filosofia Moderna
44. Leia com atenção o texto abaixo:
―Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente
astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de
que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa,
nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou
algo‖. DESCARTES. Meditações sobre Filosofia Primeira. Campinas: Editora
da UNICAMP, 2004. p. 45.
Para atingir o processo extremo da dúvida, Descartes lança a hipótese de um
gênio maligno, sumamente poderoso e que tudo faz para me enganar. Essa
radicalização do processo dubitativo ficou conhecida como dúvida hiperbólica.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação estabelecida por
Descartes entre a dúvida hiperbólica (exagerada) e o cogito (eu penso).
A) Descartes sustenta que o ato de pensar tem tamanha evidência, que eu
jamais posso ser enganado acerca do fato de que existo enquanto penso.
B) A dúvida hiperbólica é insuperável, uma vez que todos os conteúdos da
mente podem ser imagens falsas produzidas pelo gênio maligno.
C) Com o exemplo dos juízos matemáticos, que são sempre indubitáveis,
Descartes consegue eliminar a hipótese do gênio maligno.
D) Somente a partir da descoberta da ideia de Deus é que Descartes consegue
eliminar a dúvida hiperbólica e afirmar a existência do pensante.
45.
Em O Discurso sobre o método, Descartes afirma: Não se deve acatar nunca
como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência, ou seja,
evitar acuradamente a precipitação e a prevenção, assim como nunca se deve
abranger entre nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e
distintamente à nossa inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de
dúvida. (REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: Do humanismo a
Descartes. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2004. p. 289.)
Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa correta.
a) A evidência, apesar de apreciada por Descartes, permanece uma noção
indefinível.
b) A evidência é a primeira regra do método cartesiano, mas não é o princípio
metódico fundamental.
c) Ideias claras e distintas são o mesmo que ideias evidentes.
d) A evidência não é um princípio do método cartesiano
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46. Leia com atenção a citação e, em seguida, analise as assertivas.
"E, tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que me assegure de
que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é
preciso existir, julguei poder tomar por regra geral que as coisas que
concebemos mui clara e mui distintamente são todas verdadeiras, havendo
apenas alguma dificuldade em notar bem quais são as que concebemos
distintamente." (DESCARTES, Discurso do Método. São Paulo: Abril Cultural,
1973. p. 55. Coleção "Os Pensadores")
I- Este "eu" cartesiano é a alma e, portanto, algo mais difícil de ser conhecido
do que o corpo.
II- O "eu penso, logo existo" é a certeza que funda o primeiro princípio da
Filosofia de Descartes.
III- O "eu", tal como está no Discurso do Método, é inteiramente distinto da
natureza corporal.
IV- Ao concluir com o "logo existo", fica evidente que o "eu penso" depende das
coisas materiais.
Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas.
A) Apenas II e IV.
B) I, II, IV.
C) Apenas III e IV.
D) Apenas II e III.
47.
Sobre a filosofia de Descartes, pode-se afirmar, com certeza, que as suas mais
importantes consequências foram
Ia afirmação do caráter absoluto e universal da razão que, através de
suas próprias forças, pode descobrir todas as verdades possíveis.
IIa adoção do Método Matemático, que permite estabelecer cadeias de
razões.
IIIa superação do dualismo psicofísico, isto é, a dicotomia entre corpo e
consciência. Assinale a alternativa correta.
A) II e III
B) III
C) I e III
D) I e II
48.
Na obra Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de
investigação baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria:
evidência, análise, síntese, controle.
Assinale a alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de
análise e síntese.
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A) A regra da análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a
regra da síntese orienta decompor o problema em seus elementos últimos, ou
mais simples.
B) A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos
últimos ou mais simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples
aos mais complexos.
C) A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais
complexos; a regra da síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos
aos mais simples.
D) A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é
evidente; a regra da análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se,
firmemente, pela opinião.
49.
Descartes (1596-1650) é importante para a Filosofia Moderna porque foi quem
superou o ceticismo da filosofia do século XVI. Embora tenha se servido do
recurso dos céticos: a dúvida. Descartes utilizou este recurso para atingir a
ideia clara e distinta, algo evidente e, portanto, irrefutável.
Com base neste argumento:
Ia evidência não diz respeito à clareza e à distinção das coisas;
IIa análise é o procedimento que deve ser realizado para dividir as
dificuldades até a sua menor parte;
IIIa enumeração é a primeira regra do método para a investigação da
verdade;
IVa síntese proporciona a ordem para os raciocínios, desde o mais
simples até o mais complexo.
Estão corretas as afirmações:
A) I, II e III
B) I, III e IV
C) II e IV
D) II e III
50.
David Hume escreveu que "podemos, por conseguinte, dividir todas as
percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por
seus diferentes graus de força e vivacidade". (HUME, D. Investigação acerca
do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 69.)
Assinale a ÚNICA alternativa, que apresenta estas duas classes de
percepções:
A) os pensamentos e as impressões.
B) as idéias inatas e os dogmas religiosos.
C) as certezas evidentes e os hábitos sociais.
D) as superstições e as intuições intelectuais.
51.
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Podemos, por conseguinte, dividir todas as percepções do espírito em duas
classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e
vivacidade. As menos fortes e menos vivas são geralmente denominadas
pensamentos ou ideias. A outra espécie (...) pelo termo impressão, [pelo qual]
entendo, pois, todas as percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos,
sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões
diferenciam-se das ideias, que são as percepções menos vivas, das quais
temos consciência, quando refletimos sobre quaisquer das sensações ou dos
movimentos acima mencionados. HUME, D. Investigação acerca do
entendimento humano. Trad. de João Paulo Gomes Monteiro. São Paulo: Nova
Cultural, p. 69-70. (Os Pensadores)
Para Hume, podemos afirmar que o conhecimento deve ser entendido como
A) possível unicamente quando as impressões são reduzidas às ideias simples
das quais se originam.
B) descrição da realidade pautada pela ideia de substância e pela impressão
de causalidade.
C) uma associação de ideias, que são, em última instância, formadas por
impressões.
D) resultado da associação de ideias, que se originam exclusivamente do
intelecto.
52.
A respeito da filosofia de David Hume (1711-1776), escolha entre as
alternativas abaixo a única que oferece, respectivamente, uma característica
empirista e uma característica cética do pensamento deste filósofo escocês.
A) Nenhuma ideia complexa pode ser derivada das sensações; a ideia de eu
pode ser representada pelo pensamento puro.
B) As ideias simples são inatas e independem dos sentidos; a causalidade é
uma conexão necessária e facilmente observável.
C) As ideias se originam da experiência sensível; as impressões não são
constantes e invariáveis a ponto de constituir a ideia de eu.
D) A relação causa-efeito é apreendida pelo raciocínio a priori; as impressões
são variáveis, por isso não há nada de regular no mundo.
53.
Para David Hume, a negação da validade universal do princípio de causalidade
e da noção de necessidade que tal princípio implica, é fundamentada:
A) na observação dos fenômenos que permite a compreensão e o
conhecimento do mecanismo interno das coisas reais. Assim, qualquer ciência
pode atingir o conhecimento pleno e definitivo dos fenômenos.
B) na observação dos fatos e no hábito que permitem a afirmação mais geral
quando a observação permite a associação de situações semelhantes; o
hábito, portanto, vai além da experiência.
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C) em toda relação de causa e efeito, porém, é a causalidade que permite a
passagem de um objeto para outro objeto, cada associação permite o
conhecimento da natureza íntima das coisas, ou seja, da sua realidade interior.
D) no conhecimento que só é possível pela refutação de todas as crenças; isto
significa purificar o entendimento dos hábitos que o condicionam, permitindo o
fluir das idéias inatas e independentes da experiência.
54.
Hume escreveu: ―Quando pensamos numa montanha de ouro, apenas unimos
duas ideias compatíveis, ouro e montanha, que outrora conhecêramos.
Podemos conceberam cavalo virtuoso, pois o sentimento que temos de nós
mesmos nos permite conceber a virtude e podemos uni-la à figura e forma de
um cavalo, que é um animal bem conhecido‖
HUME. ―Investigações acerca do entendimento humano‖ — Seção II. In: Da
origem das idéias. Coleção ―Os Pensadores‖. São Paulo: Abril Cultural, 1989.
(Grifos do autor).
Observando os exemplos empregados pelo filósofo escocês, analise as
assertivas abaixo.
I - Todas as ideias utilizadas pela razão originam-se, diretamente, do
pensamento puro, sem nenhuma relação com as sensações.
II - A vinculação de uma coisa — o ouro, com outra — a montanha, não
depende da vontade de querer associá-las.
III - Tudo aquilo que está no pensamento deriva das sensações externas e
internas: o cavalo e a virtude do exemplo acima.
IV - Toda composição das coisas, conhecidas em separado, depende do
espírito e da vontade que as empregam.
Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras.
A) Apenas II e III.
B) Apenas I, III e IV.
C) Apenas I e II.
D) Apenas III e IV.
55.
O criticismo de Kant representa a reação do pensamento do Século das Luzes
à polarização decorrente do racionalismo e do empirismo do século anterior.
Logo, na introdução da sua obra Crítica da razão pura, Kant defende a
realização da revolução copernicana na filosofia. Sobre esta revolução, analise
as assertivas abaixo.
I - A filosofia, até então, sempre se guiou pelos instintos, deixando sempre no
plano inferior o objeto do conhecimento.
II - Nas atividades filosóficas é preciso que o objeto seja regulado pelo
conhecimento humano, o conhecimento a priori.
III - O conhecimento a priori resulta da faculdade de intuição, cuja comprovação
é alcançada com a experiência.
IV - Só é verdadeiro o conhecimento resultante da experiência, quando esta
toma o objeto como a coisa em si mesma, sem o auxílio da razão.
Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras.
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A) Apenas II e IV.
B) Apenas I, II e IV.
C) Apenas II e III.
D) Apenas I, III e IV.
56.
O esclarecimento exige liberdade. Kant associou a liberdade ao exercício da
razão em todas as circunstâncias da vida. Frente às informações
apresentadas, analise as assertivas abaixo.
I-A liberdade consiste no uso público da razão, ou seja, cada um faz uso de
sua própria razão e fala em seu próprio nome.
II-O uso privado da razão é, sempre e em todas as circunstâncias, o
impedimento do progresso do esclarecimento.
III-A prática de uma profissão, a do professor por exemplo, quando destituída
de crítica, ela é tão só o uso privado da razão.
IV-O sábio é aquele que, além de desempenhar uma função profissional,
exerce sua liberdade de expor publicamente suas ideias.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
A) II, III e IV
B) I, II e III
C) I, III e IV
D) II e IV
57.
Kant (séc. XVIII) distinguiu duas modalidades de conhecimentos: os empíricos
e os apriorísticos. Segundo ele, esses dois tipos de conhecimentos se
exprimem como juízos sintéticos e juízos analíticos. Assim,
Ijuízo analítico é aquele em que o predicado é a explicitação do
conteúdo do sujeito.
IIjuízo sintético é aquele no qual o predicado não acrescenta novos
dados sobre o sujeito.
IIIum juízo, para ter valor científico ou filosófico, deve ser universal e
necessário e verdadeiro.
IVjuízo sintético, a priori, é o conhecimento universal, necessário e
verdadeiro.
Estão corretas as afirmativas.
A) I, II e III
B) I, III e IV
C) I, III, e IV
D) I e II
58.
A respeito da distinção entre o conhecimento puro e o conhecimento empírico,
tal como são apresentados na Crítica da Razão Pura de I. Kant, analise as
assertivas abaixo:
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I)
O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso
pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a priori.
O conhecimento a priori é um conhecimento puro e independente de
todas as impressões dos sentidos, portanto, livres dos elementos
empíricos.
O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado com universalidade
rigorosa, de modo que tal juízo não aceita nenhuma exceção.
O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo analítico, pois ele só
é possível por intermédio de um conhecimento analítico dos conceitos.
II)
III)
IV)
Assinale alternativa que contém as assertivas verdadeiras:
A) II e III
B) I, II e IV
C) I, III e IV
D) III e IV
59.
Na Crítica da razão pura, Kant vincula o sistema da moralidade à felicidade.
Assinale a alternativa que explica no que consiste a relação moralidade —
subjetividade.
A) A esperança de ser feliz e a aspiração por tornar-se feliz podem ser
conhecidas pela razão prática, desde que o fundamento da ação e a norma da
conduta sejam a máxima do ―não faça aos outros aquilo que não queres que te
façam‖.
B) A convicção da felicidade humana decorre da certeza de que todos os entes
racionais comportam-se com a mais rigorosa conformidade à lei moral, de
maneira que cada um age orientado pela sua vontade, ou seja, pela razão
prática do arbítrio individual.
C) Quando a liberdade é dirigida e restringida pelas leis morais, é possível
pensar na felicidade universal, pois a observância dos princípios morais pode
proporcionar não só o bem estar para si, como também ser o responsável pelo
bem estar dos outros.
D) A felicidade implica na transcendência do mundo moral, pois somente na
esfera sensível é possível o conhecimento pleno das ações humanas, já que
somente nesse mundo sensível é possível a conexão entre moralidade e
felicidade.
60.
O texto abaixo comenta alguns aspectos da reflexão de Immanuel Kant sobre a
ética.
E por que realizamos atos contrários ao dever e, portanto, contrários à razão?
Kant dirá que é porque nossa vontade é também afetada pelas inclinações, que
são os desejos, as paixões, os medos, e não apenas pela razão. Por isso
afirma que devemos educar a vontade para alcançar a boa vontade, que seria
aquela guiada unicamente pela razão. COTRIM, G.; FERNANDES, M.
Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 301.
Sobre a reflexão ética de Kant, assinale a alternativa INCORRETA.
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A) A ação por dever é aquela que exclui todas as determinações advindas da
sensibilidade, como os desejos, as paixões e os medos.
B) A ação por dever está fundada na autonomia, ou seja, na capacidade que
todo homem tem de escolher as regras que sua própria razão construiu.
C) A ação por dever é uma expressão da boa vontade, na medida em que
exige que a mesma regra, escolhida para um certo caso, possa ser utilizada
por todos os agentes racionais.
D) A ação por dever é aquela que reflete um meio termo ou um equilíbrio entre
as determinações das inclinações e as determinações da razão.
61.
O que há de comum entre as teorias dos filósofos contratualistas é que
A) eles partem da análise do homem em estado de natureza, isto é, antes de
qualquer sociabilidade, tendo direito a tudo.
B) no estado de natureza, o homem possui segurança e paz, pois é dono de
um poder ilimitado.
C) os interesses egoístas não existem no estado de natureza, pois os homens
realizam todos os seus desejos.
D) as disputas evitam a guerra de todos contra todos, pois os homens
desfrutam de todas as coisas.
62.
Podemos afirmar que
I) segundo Rousseau, os indivíduos aceitam perder a liberdade civil; aceitam
perder a posse natural para ganhar a individualidade civil, isto é, a cidadania.
II) para Hobbes, o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoa
moral coletiva livre e corpo político de cidadãos.
III) para Locke, o poder está fundamentado nas instituições políticas e não no
arbítrio dos indivíduos.
Assinale
A) se apenas II e III estiverem corretas.
B) se apenas I e II estiverem corretas.
C) se apenas I e III estiverem corretas.
D) se I, II e III estiverem corretas.
63.
A filosofia política de Thomas Hobbes combatia as tendências liberais
de sua época. Hobbes sustentava que o poder resultante do pacto
político deveria ser
Iilimitado, julgando sobre o justo e o injusto, acima do bem e do mal e
em que a alienação do súdito ao soberano deveria ser total.
IIdividido entre o rei e o parlamento, superando as discórdias e
disputas em favor do bem-comum da coletividade.
IIIabsoluto, podendo utilizar a força das armas para manter a soberania
e o silêncio dos súditos.
Assinale a alternativa correta.
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A) I e III
B) II e III
C) I e II
D) II
64. Segundo Hobbes (séc. XVII), para cessar o estado de vida em que os
indivíduos vivem isolados e em luta permanente, onde ―homem é o lobo
do homem‖,
A) os homens reafirmam a liberdade natural e a posse natural de bens,
riquezas e armas.
B) os homens inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam.
C) os homens aceitaram que a única lei é a força do mais forte, que
conquista e conserva tudo quando usa.
D) os homens decidem passar à sociedade civil e ao Estado Civil, criando
as leis e o poder político.
65.
Thomas Hobbes escreveu que ―Uma lei de natureza (lex naturalis) é um
preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a
um homem fazer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios
necessários para preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir
melhor para preservá-la.‖ HOBBES, Thomas. Leviatã, ou matéria, forma e
poder de um Estado Eclesiástico e Civil. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Coleção ―Os Pensadores‖. p.79.
Assinale a alternativa correta.
A) A condição natural do homem é a perfeita harmonia em relação ao seu
semelhante.
B) A lei primeira e fundamental da natureza é procurar a paz e segui-la.
C) No estado de natureza, os homens são governados pela razão divina.
D) No estado de natureza, o homem não tem direito a todas as coisas, por isso,
ele tem segurança.
66.
Para Hobbes (1588-1679), o homem reconhece a necessidade de renunciar ao
seu direito sobre todas as coisas em favor de um "contrato". Isso implica
também na abdicação de sua vontade em favor de "um homem ou assembleia
de homens, como representantes" da sua pessoa.
Assim para Hobbes o contrato social se justifica porque
A) a situação dos homens, entregues a si próprios, é de segurança, de
estabilidade e de felicidade, graças a esta organização primitiva, os homens
vivem sempre em paz e harmonia.
B) as disputas são importantes para o desenvolvimento da indústria, da
agricultura, da ciência, da navegação, enfim, é ela a responsável pelas
comodidades e por todo o bemestar dos homens.
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C) os interesses egoístas predominam entre os homens, a ponto de cada
indivíduo representar um perigo eminente aos outros indivíduos, de modo que
o homem se torna o lobo do próprio homem.
D) o homem é sociável por natureza e, por meio dela, é levado a fundar um
estado social pautado pela autoridade política, abdicando dos seus direitos em
favor de um corpo político.
67.
As assertivas abaixo referem-se ao pensamento político de Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778).
INo estado de natureza os indivíduos vivem isolados e vagueando
pela imensa selva, sobrevivem com aquilo que a natureza lhes
oferece, desconhecem as lutas; este estágio equivale ao estado de
felicidade original: o homem é o bom selvagem.
IIO que originou o estado de sociedade foi o aparecimento da
propriedade privada, isto é, a divisão arbitrária que define o que é
meu e o que é teu; tal situação, acarretou o rompimento do estado de
felicidade original.
IIIO governante é o indivíduo que está investido da soberania, é ele
que representa a vontade geral; sob esta situação política, o povo
transfere de livre e espontânea vontade os seus direitos civis ao
governante.
Assinale a única alternativa que contém as afirmativas corretas.
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) I, II e III.
68. Assinale a alternativa INCORRETA.
Segundo John Locke (1632-1704), são proprietários
A) todos que são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus
trabalhos, isto é, todos são proprietários.
B) todos os operários, pois fazem parte da sociedade civil, portanto, podem
governar como qualquer cidadão, pois é sua prerrogativa.
C) todos os homens, já que a primeira coisa que o homem possui é o
seu próprio corpo; assim, todo homem é proprietário de si mesmo e de suas
capacidades.
D) somente aqueles que podem governar, isto é, os homens de fortuna, pois
somente esses podem ter plena cidadania.
69.
John Locke (1632-1704), vigoroso adversário do absolutismo, nos seus escritos
políticos partiu da situação de que os homens isolados no estado de natureza
buscaram se reunir por intermédio de um contrato social, tendo em vista a
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edificação da sociedade civil. Esta ação política associativa, quando
concretizada, confere soberania ao:
A)Poder Legislativo.
B)Poder Executivo.
C)Poder Federativo.
D)Povo.
70.
Marque a alternativa correta, considerando aquela que melhor completa o
enunciado abaixo. Locke (final do séc. XVII e início do séc. XVIII) legitima a
propriedade privada como direito natural, porque
A) os homens, por natureza, nascem com o direito de possuir o que já existe e
lhe é doado. Esse direito é dado por Deus.
B) Deus é o artífice do mundo que, como obra do trabalhador divino, a ele
pertence. O mundo é sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e
semelhança, deu-lhe a possibilidade de, através do trabalho, ter direito à
propriedade privada.
C) os homens, sendo lobos dos homens, cercam as terras que ocupam e as
defendem com armas, porque Deus permite aos homens conquistar e
conservar a propriedade pela força do mais forte, a única lei.
D) os homens, em estado de natureza, vivem isolados pelas florestas,
sobrevivendo com o que a natureza lhes dá, desconhecendo lutas e
comunicando-se pelo gesto, grito e canto.
71.
Locke foi o defensor do Liberalismo político, que pretendeu instaurar algumas
garantias para o cidadão frente ao poder soberano. Sobre este assunto, leia o
texto abaixo.
―Verdade é que os governos não podem sustentar-se sem grande dispêndio,
sendo natural que todos quantos gozam de uma parcela de proteção paguem
do que possuem a proporção necessária para mantê-lo. Todavia, será ainda
com o seu próprio consentimento, isto é — o consentimento da maioria, dado
diretamente ou por intermédio dos seus representantes. Se alguém pretender
possuir o poder de lançar impostos sobre o povo, pela autoridade própria sem
estar por ele autorizado, invadirá alei fundamental da propriedade e subverterá
o objetivo do governo; porque qual a propriedade que terei naquilo que outrem
tiver o direito de tomar para si quando lhe aprouver?‖
LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o governo. In: Locke . 3.ed. SãoPaulo:Abril
Cultural, 1983. Coleção Os Pensadores. p. 89-90.
Considere as assertivas abaixo.
I-O texto acima descreve a política econômica de Locke, sustentada pela
cobrança indiscriminada de tributos régios, pois, a cada novo endividamento do
rei, novos tributos passavam a ser incorporados à carga tributária.
II-Partidário da lei natural como fundamento para o funcionamento do Estado,
Locke defende o interesse da burguesia em expansão, ao afirmar que os
impostos dos súditos devem ser proporcionais ao seu patrimônio e
regulamentados pelo parlamento.
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III-A cobrança de impostos é uma prerrogativa do rei, cabendo a ele a criação
de novos tributos que incidam sobre a propriedade e a renda dos seus súditos,
principalmente em relação à propriedade, pois essa é subsidiada pelo tesouro
real.
IV-O imposto é um tributo necessário para o funcionamento do Estado e, em
última instância, é a garantia dos direitos naturais, sendo a preservação da vida
e a proteção da propriedade privada, juntamente com a liberdade, os
essenciais.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas verdadeiras.
A) II e IV
B) I e IV
C) II e III
D) I e II
72.
John Locke justificou a existência do Estado com estas palavras:
O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade é a preservação da
propriedade; e o objetivo para o qual escolhem e autorizam um poder
legislativo é tornar possível a existência de leis e regras estabelecidas como
guarda e proteção às propriedades de todos os membros da sociedade, a fim
delimitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro da
comunidade; pois não se poderá nunca supor seja vontade da sociedade que o
legislativo possua o poder de destruir o que todos intentam assegurar-se,
entrando em sociedade e para o que o povo se submeteu a legisladores por ele
mesmo criado. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo . Trad. de E. Jacy
Monteiro.3 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 121. Coleção .Os
Pensadores..
Analise as assertivas em conformidade com a citação acima.
I . A propriedade privada é contratual, isto é, ela é subseqüente ao nascimento
do Estado, que institui o direito à propriedade, distribuindo a cada um aquilo
que era propriedade comunal no estado de natureza.
II . A propriedade privada surge com o aparecimento da sociedade civil, a
geradora do Estado, que é a instituição suprema que tem, inclusive, a
prerrogativa de suprimir a propriedade em benefício da segurança do Estado.
III . A propriedade privada é parte do estado de natureza, pois o homem
possuía propriedade de si mesmo e, comisso, tem o direito de tornar como sua
propriedade aquilo que está vinculado com seu trabalho.
IV . A propriedade privada é anterior à sociedade civil, portanto, a propriedade
antecedeu ao Estado, cuja existência resultou do contrato social e teve a
finalidade de preservar e proteger a propriedade privada de cada um.
Assinale a alternativa que tem as assertivas corretas.
A) III e IV
B) I e II
C) II e III
D) II e IV
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73. Maquiavel esteve empenhado na renovação da política em um período
ainda dominado pela teologia cristã com os seus valores que atribuíam
ao poder divino a responsabilidade sobre os propósitos humanos. Em
sua obra mestra, O príncipe, escreveu: ―Deus não quer fazer tudo, para
não nos tolher o livre arbítrio e parte da glória que nos cabe‖.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução Lívio Xavier. São Paulo: Nova
Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 108.
Assinale a alternativa que fundamenta essa afirmação de Maquiavel.
A) Deus faz o mais importante, conduz o príncipe até o trono, garantindo-lhe a
conquista e a posse. Depois, cabe ao soberano fazer um bom governo
submetendo-se aos dogmas da fé.
B) A conquista e a posse do poder político não é uma dádiva de Deus. É
preciso que o príncipe saiba agir, valendo-se das oportunidades que lhe são
favoráveis, e com firmeza alcance a sua finalidade.
C) Os milagres de Deus sempre socorreram os homens piedosos. Para ser
digno do auxílio divino e alcançar a glória terrena é preciso ser obediente à fé
cristã e submeter-se à autoridade do papa.
D) Nem Deus, nem o soberano são capazes de conquistar o Estado. Tudo que
ocorre na História é obra do capricho, do acaso cego, que não distingue nem o
cristão nem o gentio.
74. A relação homem-natureza consome a maior parte das obras de
Rousseau, que seguiu uma direção peculiar assentada na crítica ao
progresso das ciências e das artes. A este respeito, pode-se afirmar que
I - prevalece, nos escritos de Rousseau, a moral fundada na liberdade, a
primazia do sentimento sobre a razão e, principalmente, a teoria da bondade
natural do homem.
II - o bom selvagem ou o homem natural é dotado de livre arbítrio e sentido de
perfeição, sentimentos esses corrompidos com o surgimento da propriedade
privada.
III - o bom selvagem, descrito por Rousseau, possui uma sabedoria mais
refinada que o conhecimento científico, o que confirma a completa ignorância
da cultura letrada.
IV - Rousseau não defende o retorno do homem à animalidade, ao contrário, é
preciso conservar a pureza da consciência natural, isto é, alcançar a verdadeira
liberdade.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas.
A) I, III e IV
B) II, III e IV
C) I, II e IV
D) I, II e III
75.
Para Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o contrato social que seja
verdadeiro e legítimo é aquele que:
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A) os indivíduos pelo pacto, reconhecem, como seus, os atos e decisões de
alguém, não podendo, legitimamente, celebrar entre si um novo pacto no
sentido de obedecer a outrem, seja no que for, sem sua licença.
B) o indivíduo pelo pacto, abdica de sua liberdade, mas sendo ele próprio parte
integrante e ativa do todo social, ao obedecer à lei, obedece a si mesmo sendo,
portanto, livre.
C) pelo pacto, todos os homens associados se alienam totalmente, abdicam,
sem reserva, de todos os seus direitos em favor da comunidade, mas somente
os proprietários nada perdem, porque, somente eles, participam plenamente da
sociedade civil.
D) pelo pacto, os homens deixam de ser livres, pois o poder soberano deve ser
absoluto, ilimitado, sendo que o pouco que seja conservado da liberdade
natural do homem, instaura de novo o estado de guerra.
76.
A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado
unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O
Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre
outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira
representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a
segunda é relativa aos ―acasos da sorte‖ aos quais todos estão submetidos,
inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff:
Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo). Por isso, um príncipe
prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne
prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura,
1973, p. 79 - 80.
Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta
o pensamento de Maquiavel.
A) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que ―as causas que o
determinaram cessem de existir‖; e de virtú, quando Maquiavel diz que o
príncipe deve ser ―prudente‖.
B) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as ―causas mudaram‖; e de
fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal
qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas.
C) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela
não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna.
D) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o
príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois
em nenhum momento afirma que as ―circunstâncias‖ podem mudar.
77.
―Portanto, um príncipe deve gastar pouco para não ser obrigado a roubar seus
súditos; para poder defender-se; para não se empobrecer, tornando-se
desprezível; para não ser forçado a tornar-se rapace; e pouco cuidado lhe dê a
pecha de miserável; pois esse é um dos defeitos que lhe dão a possibilidade de
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bem governar.‖ MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural,
1987. Coleção Os Pensadores. p. 66.
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento do filósofo
florentino.
A) O príncipe não precisa roubar os súditos, porque a ele é reservada a
fortuna, toda riqueza possível de ser acumulada graças à capacidade de
poupar os tesouros. Esta definição de fortuna, cunhada por Maquiavel, é típica
da época em que havia o apego às riquezas materiais, especialmente, a prata
e o ouro da América.
B) A visão política de Maquiavel era a mesma dos seus contemporâneos,
favorável ao poder absoluto dos governantes e defensora da opressão do
Estado sobre os súditos, o que resultou na manutenção do Estado feudal,
caracterizado pela expropriação da sociedade, por meio de tributos elevado se
injustos
C) A defesa da sobriedade administrativa do príncipe evidencia a forte ligação
que unia Maquiavel à Igreja Católica, ambos imbuídos na defesa do poder
divino dos soberanos. Prova disso é que, em seu livro O Príncipe, Maquiavel
exorta o novo príncipe a ser sempre piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso.
D) Maquiavel identifica o príncipe com o homem de ação, cujo caráter é
formado pela ética que lhe permite ouso dos meios apropriados para a
organização do seu Estado; o novo príncipe deve ser corajoso e inteligente,
evitando a opulência e a ostensão em favor de seu poder político.
Filosofia Contemporânea
78.
Leia com atenção o fragmento abaixo, extraído das Lições de Filosofia da
História, do filósofo alemão G.W.F.Hegel.
―A finalidade do espírito universal é encontrar-se, voltar-se para si mesmo e
encarar-se como realidade. Porém, o que poderia ser questionado é se essa
vitalidade dos indivíduos e dos povos, quando buscam os seus interesses e os
satisfazem, é também meio e instrumento de algo mais sublime e abrangente
— a respeito do que eles nada sabem, e que realizam sem consciência.‖
Analise as assertivas abaixo.
I-Quando Hegel fala da finalidade do espírito universal, ele refere-se a algo que
se concretiza na história sob a forma do Estado, tendo como ápice o Estado
Moderno, inspirado na revolução francesa, cuja constituição reuniu os direitos
do homem, isto é, os direitos naturais, e os direitos do cidadão, ou seja, os
direitos civis.
II-Aquilo que merece ser questionado conduz à refutação da vitalidade dos
indivíduos e dos povos como agentes históricos, pois a edificação do Estado
acontece graças à cadeia cega dos eventos humanos, que são arrastados pelo
destino e sempre produziram, como resultado, o melhor dos mundos. Essa
teoria foi enunciada por Leibniz.
III-A questão, levantada por Hegel, se a vitalidade ―dos indivíduos e dos povos
quando buscam os seus interesses e os satisfazem, é também meio e
instrumento de algo mais sublime e abrangente‖, encontra, no próprio texto da
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Filosofia da História, uma resposta afirmativa, pois Hegel acreditava que o
Estado Moderno é resultado da astúcia da razão.
IV-O voltar-se para si é típico da visão da história como passado, essa visão
não admite o progresso na história universal, de maneira que todos os eventos
humanos concorrem para a ruína da sociedade humana. Por isso, o ―voltar-se
para si mesmo‖ equivale ao mito do eterno retorno, amplamente popularizado
no século XIX com a filosofia de Nietzsche.
Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras.
A) II e IV
B) I e IV
C) II e III
D) I e III
79.
A respeito do conceito de dialética, Hegel faz a seguinte afirmação: ―O
interesse particular da paixão é, portanto, inseparável da participação do
universal, pois é também da atividade do particular e de sua negação que
resulta o universal.‖ HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2. ed. Tradução de
Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasília: Editora da UnB, 1998. p. 35.
Com base no pensamento de Hegel, assinale a alternativa correta.
A) O particular é irracional, por isso é a negação do universal, portanto, a
História não é guiada pela Razão, mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos
acontecimentos que se sucedem sem nenhuma relação entre eles.
B) O universal é a somatória dos particulares, de modo que a História é tão só
o acumulado ou o agregado das partes isoladas, e assim elas estão articuladas
tal como engrenagens de uma grande máquina.
C) O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sempre em oposição à
finalidade da História, isto é, do universal da Razão que governa o mundo, mas
esta depende da ação dos indivíduos, sem os quais ela não se manifesta.
D) O universal é a vontade divina que por intermédio da sua ação providente
preserva os homens de todos os perigos, evitando que se desgastem com suas
paixões, assim, o humano é preservado desde o seu surgimento na Terra.
80.
Com base em seus conhecimentos e no texto abaixo, assinale a alternativa
correta, segundo Hobbes.
[...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que
podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é do que
uma simples guerra de todos contra todos na qual todos os homens têm igual
direito a todas as coisas; [...] e que todos os homens, tão cedo chegam a
compreender essa odiosa condição, desejam [...] libertar-se de tal miséria.
HOBBES, Thomas, Do Cidadão, Ed. Martins Fontes, 1992.
A) O estado de natureza não se confunde com o estado de guerra, pois este é
apenas circunstancial ao passo que o estado de natureza é uma condição da
existência humana.
B) A condição de miséria a que se refere o texto é o estado de natureza ou, tal
como se pode compreender, o estado de guerra.
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C) O direito dos homens a todas as coisas não tem como consequência
necessária a guerra de todos contra todos.
D) A origem do poder nada tem a ver com as noções de estado de guerra e
estado de natureza.
81.
[...] O estado de guerra é um estado de inimizade e destruição [...] nisto temos
a clara diferença entre o estado de natureza e o estado de guerra, muito
embora certas pessoas os tenham confundido, eles estão tão distantes um do
outro [...]. LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Ed.
Abril Cultural, 1978.
Leia o texto acima e assinale a alternativa correta.
A) Para Locke, o estado de natureza é um estado de destruição, inimizade,
enfim uma guerra ―de todos os homens contra todos os homens‖.
B) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de guerra.
C) Segundo Locke, para compreendermos o poder político, é necessário
distinguir o estado de guerra do estado de natureza.
D) Uma das semelhanças entre Locke e Hobbes está no fato de ambos
utilizarem o conceito de estado de natureza exatamente com o mesmo
significado.
82.
Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos
considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo
este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes
as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da
lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer
outro homem. LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo:
Abril Cultural, 1978.
A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do
autor, assinale a alternativa correta.
A) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de
servidão.
B) Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe da
conveniência de cada um.
C) Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza.
D) Segundo Locke, a existência de permissão para agir é compatível com o
estado de natureza.
83.
Segundo Marx (séc. XIX), o Estado é
A)garantidor do bem-comum, da justiça, da ordem, da lei, da paz, da segurança
e da liberdade para todas as classes sociais.
B)o aparato da ordem e da força pública, sendo um poder público distante e
separado da sociedade civil, garantidor de justiça para todas as classes
sociais.
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C)garantidor do direito de propriedade privada e expressão do interesse geral,
intervindo para impedira luta de classes.
D)a expressão legal-jurídica e policial- dos interesses de uma classe social
particular, a classe dos proprietários privados dos meios de produção ou classe
dominante.
84. Leia atentamente o texto abaixo e assinale a alternativa que indica com
qual teoria filosófica ele se relaciona.
―É possível afirmar que a sociedade se constitui a partir de condições materiais
de produção e da divisão social do trabalho, que as mudanças históricas são
determinadas pelas modificações naquelas condições materiais e naquela
divisão do trabalho e que a consciência humana é determinada a pensar as
idéias que pensa por causa das condições materiais instituídas pela
sociedade.‖ CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007.
Este texto descreve
A) a concepção de Marx, que escreveu obras como Contribuição à Economia
Política e O Capital.
B) a concepção de Nicolau Maquiavel, que escreveu, dentre outras obras, O
Príncipe.
C) a concepção de Thomas Hobbes, autor do Leviatã.
D) a concepção de Jean Jacques Rousseau, autor de O Contrato Social.
85.
Sobre a filosofia de Marx, analisando o conceito de trabalho, é correto afirmar
que
I- a produção e a reprodução das condições de existência se realizam através
do trabalho;
II- a divisão social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas a
manifestação da existência da propriedade;
III- os seres humanos distinguem-se dos animais porque são dotados de
consciência e não porque produzem.
Assinale a alternativa correta.
A)II e III
B)III
C)I e III
D)I e II
86.
Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do
materialismo mecanicista. Analisando estas diferenças as autoras concluem:
[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da
ação da matéria, podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja o
conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ação deste sobre
o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. ARANHA, Maria Lúcia
de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed.
Moderna, 2000, p. 241.
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Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a
alternativa correta.
A) Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações
espirituais humanas derivam da estrutura material ou econômica da sociedade,
mas não de modo absoluto, pois o espírito pode se libertar.
B) Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as
manifestações do espírito, que será, em consequência, sempre passivo diante
desta estrutura.
C) Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica
da sociedade, por isso jamais pode modificá-la.
D) A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da
razão na história e não o agir histórico que realiza os conteúdos da razão.
87.
Leia o fragmento abaixo, de Karl Marx..Com o próprio funcionamento, o
processo capitalista de produção reproduz, portanto a separação entre a força
de trabalho e as condições de trabalho, perpetuando, assim, as condições de
exploração do trabalhador. Compele sempre o trabalhador a vender sua força
de trabalho para viver, e capacita sempre o capitalista a comprá-la. MARX, K.
O capital , Livro I, O processo de produção do Capital [Vol.II]. Trad. De
Reginaldo Sant.Anna. 11.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1987, p.672.
De acordo com o filósofo alemão, a condição do trabalhador na economia
capitalista clássica é
I . de realização plena da sua capacidade produtiva, alcançando a autonomia
financeira e a satisfação dos valores existenciais tão almejados pela
humanidade, desde os primórdios da história.
II . de alienação, pois os trabalhadores possuem apenas sua capacidade de
trabalhar, que é vendida ao capitalista em troca do salário, por isso, a produção
não pertence ao trabalhador, sendo-lhe estranha.
III . de superação da sua condição de ser natural para tornar-se ser social,
liberto graças à divisão do trabalho, que lhe permite o desenvolvimento
completo de suas habilidades naturais na fábrica.
IV . de coisa, isto é, o trabalhador é reificado, tornando-se mercadoria, cujo
preço é o salário, ao passo que as coisas produzidas pelo trabalhador, na ótica
capitalista, parecem dotadas de existência própria.
Assinale a alternativa que apresenta as assertivas corretas.
A) II e IV
B) I e II
C) II e III
D) III e IV
88.
O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o
refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta,
pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se
distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...]. HEGEL,
G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.
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Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a
alternativa correta segundo a filosofia de Hegel.
A) A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque
permanente dos contrários.
B) As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se
contradizerem, todos são igualmente necessários.
C) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por
isso, a possibilidade de uma vida ética.
D) Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer
finalidade benevolente.
89.
Leia o excerto abaixo e assinale a alternativa que relaciona corretamente duas
das principais máximas do existencialismo de Jean-Paul Sartre, a saber:
i.
―a existência precede a essência‖
ii.
ii. ―estamos condenados a ser livres‖ Com efeito, se a existência
precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a
uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe
determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se
Deus não existe, não encontramos já prontos, valores ou ordens que
possam legitimar a nossa conduta. [...] Estamos condenados a ser
livres. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo
que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se
criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado
no mundo, é responsável por tudo o que faz. SARTRE, Jean-Paul. O
Existencialismo é um Humanismo. 3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987.
A) Se a essência do homem, para Sartre, é a liberdade, então jamais o homem
pode ser, em sua existência, condenado a ser livre, o que seria, na verdade,
uma contradição.
B) A liberdade, em Sartre, determina a essência da natureza humana que,
concebida por Deus, precede necessariamente a sua existência.
C) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, à qual o homem, como
existência já lançada no mundo, está condenado, e pela qual projeta o seu ser
ou a sua essência.
D) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo, porque a existência do
homem depende da essência de sua natureza humana, que a precede e que é
a liberdade.
90.
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) encontrou um motivo de reflexão sobre a
liberdade na obra de Dostoiévski Os irmãos Karamazov: ―se Deus não existe,
tudo é permitido‖. A partir daí teceu considerações sobre esse tema e algumas
consequências que dele podem ser derivadas. [...] tudo é permitido se Deus
não existe e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não
encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não
encontra desculpas. [...] Estamos sós, sem desculpas. É o que posso
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expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado,
porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi
lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz. SARTRE, Jean-Paul. O
existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9
(coleção ―Os Pensadores‖).
Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e
nas informações acima, assinale a alternativa correta.
Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia não engajada,
isto é, uma filosofia que não deve se importar com os acontecimentos sociais e
políticos de seu tempo.
A) Para Sartre, a angústia decorre da falta de fé em Deus e não do fato de
sermos absolutamente livres ou como ele afirma ―o homem está condenado a
ser livre‖.
B) As ações humanas são o reflexo do equilíbrio entre o livre-arbítrio e os
planos que Deus estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira
liberdade.
C) Para Sartre, as ações das pessoas dependem somente das escolhas e dos
projetos que cada um faz livremente durante a vida e não da suposição da
existência e, portanto, das ordens de Deus.
D) O existencialismo de Sartre é o contrário do quietismo, porque defende que
a vida humana é feita a partir das ações e escolhas que cada ser humano
realiza juntamente com outros homens. A vida do homem é um projeto que se
realiza em plena liberdade.
91.
A) a liberdade do homem só poderá efetivar-se plenamente o âmbito da
sociedade burguesa que defende a livre iniciativa e o papel mínimo do Estado.
B) o homem é o único ser que é ser-para-si, isto quer dizer que ele é o seu
próprio projeto.
C) a má fé resulta da fuga da experiência da angústia de ter sempre que
escolher.
D) os valores que estruturam a existência humana não são obrigações
metafísicas individuais e nem imposições da tradição; cabe apenas ao homem
criá-las.
92.
Para Sartre (1905-1980) o homem a todo momento está escolhendo o caminho
a seguir em sua existência, e esta escolha tem valor porque é feita entre outras
inúmeras possibilidades; esta situação é de angústia, mas, uma vez feita a
escolha, a angústia passa a ser a autonomia do querer. A situação
existencialista da escolha, tal como foi descrita, implica
A) a má fé do homem, pois a escolha é feita somente para satisfação de si
mesmo.
B) a responsabilidade do homem, pois ele é sempre o autor da escolha feita.
C) a falsa consciência, que desconhece a autonomia e aceita aquilo que fazem
de si.
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D) a natureza humana imutável do indivíduo, que é a certeza da liberdade
espiritual.
93.
Jean-Paul Sartre, (1905-1980), afirma que ―estamos condenados à liberdade‖.
Sendo assim, afirma
A) que a liberdade é o poder do todo para agir em conformidade consigo
mesmo, instaurando leis e normas necessárias para os indivíduos.
B) que estamos sob o poder de forças externas mais poderosas que nossas
vontades, que nos obrigam a ser livres.
C) que a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu
ser e de seu mundo.
D) que a liberdade é resignar-se ou conformar-se às situações, que
encontramos no mundo e que nos determina.
94.
Liberdade, para Jean-Paul Sartre (1905-1980), seria assim definida:
A) o estar sob o jugo do todo para agir em conformidade consigo mesmo,
instaurando leis e normas necessárias para os indivíduos.
B) circunstâncias que nos determinam e nos impedem de fazer escolhas de
outro modo.
C) conformação às situações que encontramos no mundo e que nos
determinam.
D) escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo.
―Estamos condenados à liberdade‖, segundo o autor.
95.
Friedrich Nietzsche (1844–1900) opõe à moral tradicional, herdeira do
pensamento socrático-platônico e da religião judaica-cristã, a transvaloração
de todos os valores. Conforme Aranha e Arruda (2000): ―Ao fazer a crítica da
moral tradicional, Nietzsche preconiza a ‗transvaloração de todos os valores‘.
Denuncia a falsa moral, ‗decadente‘, ‗de rebanho‘,‗de escravos‘, cujos valores
seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo‖. Desta forma,
opõe a moral do escravo à moral do senhor, a nova moral.(ARANHA, M. L. de
A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia . São Paulo:
Moderna, 2000, p. 286.)
Assinale a alternativa que contenha a descrição da ―moral do senhor‖
para Nietzsche.
A) É caracterizada pelo ódio aos instintos; negação da alegria.
B) É negativa, baseada na negação dos instintos vitais.
C) É transcendental; seus valores estão no além-mundo.
D) É positiva, baseada no sim à vida.
96.
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A Filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900) é marcada por uma nova
relação entre o racional e o irracional, na medida em que o irracional adquire
validade por corresponder à necessidade de um movimento de afirmação da
vida. Com base nessa afirmação, assinale (V) para o que for verdadeiro e (F)
pra o que for falso.
( ) Para Nietzsche, o Iluminismo não libertou os homens de seus prejuízos,
mas reforçou ainda mais seus mitos, como a crença na razão e no
conhecimento científico.
( ) Para Nietzsche, o conhecimento é fruto de um lento processo de
acumulação e comprovação empírica, cuja finalidade é salvar os fenômenos.
( ) Contra a moral dos aristocratas e nobres, Nietzsche defende os fracos, isto
é, a moral dos escravos.
( ) A ―vontade de potência‖ é a afirmação do nacional-socialismo alemão,
expresso na doutrina do superhomem e no antissemitismo nietzscheano.
Assinale a sequência correta:
A) V F V F
B) V F F F
C) F F V V
D) F V V V
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