MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Campus São José – Área de Telecomunicações Curso Superior Tecnológico em Sistemas de Telecomunicações SISTEMAS ÓPTICOS FIBRAS ÓPTICAS 1 TIPOS DE FIBRAS • A forma mais simples de uma fibra óptica é constituída de um NÚCLEO, com índice de refração N1, e uma CASCA, com índice de refração N2, sendo N1 > N2. Esta fibra é conhecida como FIBRA DE ÍNDICE EM DEGRAU. N2 Casca N1 Núcleo N2 N1 N2 2 TIPOS DE FIBRAS • Com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho, evitando grandes degradações no sinal guiado, além das alterações na composição do núcleo, foram estudadas modificações na forma de distribuição dos valores do índice de refração ao longo da direção radial. Este tipo de fibra foi chamada de FIBRA COM NÚCLEO DE ÍNDICE GRADUAL ou FIBRA ÍNDICE GRADUAL. N2 N1 N2 N2 Casca Núcleo N1 3 TIPOS DE FIBRAS • Com o aumento das aplicações houve necessidade de incluir proteções nas fibras a fim de garantir sua durabilidade. A sua resistência mecânica intrínseca é bem elevada, suportando um esforço de tração de 5.000 MN/m2, contra 3.000 MN/m2 do fio de aço. • Na prática, é possível ocorrer microfraturas na superfície, que se propagam rapidamente em direção ao núcleo, reduzindo fortemente sua capacidade de suportar esforços mecânicos. • As microfraturas decorrem de agentes externos, tais como: umidade, variações de temperatura, agressões por partículas ou substâncias químicas presentes no ambiente, choques mecânicos, etc. Para reduzir a influência desses agentes, a fibra apresenta camadas externas de proteção. 4 TIPOS DE FIBRAS Fibra Multimodo Núcleo Casca 50µm 125µm 250µm Camada de silicone Camada de silicone Capa plástica 5 370µm 900µm TIPOS DE FIBRAS • Haverá reflexão total na fronteira de separação entre os dois meios dielétricos perfeitos quando o ângulo de incidência for maior ou igual ao valor crítico. E quando o índice de refração do meio de onde a onda está vindo (N1) for maior do que o meio para onde a onda estaria indo (N2). N2 Fonte luminosa NAR N1 N2 6 ABERTURA NUMÉRICA • O feixe luminoso partindo da fonte luminosa penetra no núcleo com um ângulo θi em relação ao seu eixo longitudinal (normal de separação entre o núcleo e meio externo). Por causa da diferença entre os índices de refração do núcleo e do ar, ocorre propagação para dentro do núcleo, com o ângulo θ1. • Se o ângulo de incidência na fronteira entre a casca e o núcleo for menor que o valor crítico, o feixe não será completamente refletido, tendo parte da sua energia transferida para a casca. Isto representa uma perda de potência, pois não se aproveita a luz que percorre a casca. • Existe um valor máximo do ângulo θ2 que permite a propagação da energia luminosa ao longo do núcleo sem que haja perda de energia para a casca. O ângulo máximo incidente no núcleo da fibra θi, é chamado de ABERTURA 7 NUMÉRICA da fibra. ABERTURA NUMÉRICA N2 Casca NAR θ2 θ1 Eixo da fibra θi N1 Núcleo N2 8 ABERTURA NUMÉRICA • Existem duas formas de calcular a Abertura Numérica: sen(θ 1 ) N AR 1 = = sen(θ i ) N1 N1 • Como o ângulo θ1 é complementar ao ângulo de incidência, sen(θi) = cos(θ1) e na condição de reflexão total, cos(θ1) = N2/N1. Logo, sen(θ 1 ) = N2 1 − N1 2 9 ABERTURA NUMÉRICA 2 N2 1 − 1 N1 = sen(θ i max ) N1 2 N2 = sen(θ i max ) = N1 1 − N1 • Abertura Numérica: AN = sen(θ i max ) = N12 − N 22 N12 − N 22 10 ABERTURA NUMÉRICA • Outra forma de calcular a Abertura Numérica, a partir do ângulo crítico formado pelo raio incidente do núcleo sobre a casca: N2 sen(θ c ) = sen(θ 2 ) = N1 θ 1 + θ 2 + 90° = 180° 11 ABERTURA NUMÉRICA sen(θ i max ) N1 N1 = ∴ sen(θ i max ) = sen(θ 1 ) ⋅ sen(θ 1 ) N AR N AR N1 AN = sen(θ i max ) = sen(θ 1 ) ⋅ N AR • Ângulo de aceitação: θ ac = 2 ⋅ AN 12 ABERTURA NUMÉRICA • Cone de aceitação: Casca θac Núcleo 13 ABERTURA NUMÉRICA • Exercício 1: Seja uma fibra óptica com 50 µm de diâmetro do núcleo e índice de refração do mesmo igual a 1,50. A casca envolvendo o núcleo tem um diâmetro de 125 µm e índice de refração igual a 1,48. Determine: a) O ângulo crítico formado entre o núcleo e a casca; b) A abertura numérica; c) O ângulo máximo de aceitação na interface do núcleo com a fonte luminosa. • Exercício 2: Seja uma fibra óptica cujo ângulo crítico é 65,5º. Sabendo que o índice de refração do núcleo é 1,51 e da fonte luminosa é 1, determine: a) O índice de refração da casca; b) A abertura numérica; c) O ângulo de aceitação. 14 MODOS DE PROPAGAÇÃO • Modos de propagação são todos os caminhos ou trajetórias que os raios luminosos podem percorrer dentro da fibra óptica; • O número de modos de propagação suportados por uma fibra pode variar desde 1 até 100.000. Este número tem relação com uma grandeza adimensional chamada FREQUÊNCIA NORMALIZADA (V): π∗d V= ∗AN λ • Onde: V → frequência normalizada; d → diâmetro do núcleo; λ → comprimento de onda do feixe luminoso; AN → abertura numérica. 15 MODOS DE PROPAGAÇÃO • O número de modos é definido por: 2 V N m→ = para fibras ópticas índice gradual; 4 2 V N m→ = para fibras ópticas índice degrau; 2 16 FIBRA MULTIMODO ÍNDICE DEGRAU • As pioneiras em aplicações práticas. Suas principais características são: Variação abrupta do índice de refração do núcleo com relação a casca; Índice de refração constante do núcleo; Dimensões e diferença relativa de índices de refração implicando a existência de múltiplos feixes se propagando na fibra óptica; Comprimento de onda típico: 850 nm; Distâncias típicas de aplicação: até 1km; Taxa de transmissão: até 10 Mbps. 17 FIBRA MULTIMODO ÍNDICE DEGRAU d1 → diâmetro do núcleo de 50 µm a 200 µm (tipicamente 50 µm e 62,5 µm) d2 → diâmetro da fibra óptica (núcleo + casca) de 125 µm a 280 µm (tipicamente 125 µm) 18 FIBRA MULTIMODO ÍNDICE GRADUAL • Suas principais características são: Variação gradual do índice de refração do núcleo com relação à casca; Núcleo composto por vidros especiais com diferentes valores de índice de refração; Maior capacidade de transmissão com relação as fibras ópticas MM - ID; Menor aceitação de energia luminosa; Utilizada em sistemas de comunicação com distâncias de poucos kilômetros; Comprimento de onda típico: 850 nm e 1310 nm; Distâncias típicas de aplicação: até 4km; Diâmetro do núcleo típico: 50 e 62,5 µm; Taxa de transmissão: até 100 Mbps. 19 FIBRA MULTIMODO ÍNDICE GRADUAL d1 → diâmetro do núcleo de 50 µm a 85 µm (tipicamente 50 µm e 62,5 µm) d2 → diâmetro da fibra óptica (núcleo + casca) de 125 µm n6 → índice de refração da casca n1 à n6 → índices de refração das superfícies concêntricas do núcleo 20 FIBRA MONOMODO • Existem fibras do tipo monomodo índice gradual, mas estas são muito incomuns devido as dimensões do núcleo; • Pode-se dizer que as fibras monomodo são do tipo índice degrau; • Suas principais características são: Possui capacidade de transmissão superior as fibras multimodo; Apenas é guiado o modo fundamental da (raio axial) da onda eletromagnética; O núcleo possui dimensões inferiores às fibras MM; Comprimento de onda típico: 1310 nm e 1550 nm; Distâncias típicas de aplicação: até 80km sem repetidores; Diâmetro do núcleo típico: 2000 a 10.000 nm (poucas vezes superior que o comprimento de onda); Taxa de transmissão: 2,4 Gbps ou superior. 21 FIBRA MONOMODO 22 FIBRA MONOMODO – RAIO MODAL • Um parâmetro importante que define a eficiência no acoplamento da potência do modo fundamental no núcleo fibra monomodo é o RAIO MODAL (W0); • O raio modal representa a metade da largura efetiva do campo propagado. Para um acoplamento ótimo, o raio modal deve ser próximo ao raio do núcleo da fibra; • Pode-se definir o raio modal como sendo: 3/ 2 W 0=a [0,65+0,434( Onde: 6 λ λ ) +0,0149( ) ] λc λc a → raio do núcleo da fibra λ → comprimento de onda λc → comprimento de onda de corte 23 COMPRIMENTO DE ONDA DE CORTE • Uma fibra óptica é caracterizada como monomodo quando a Frequência Normalizada (V) for inferior a 2,405; V =2,405 λc λ0 • Como a V é função do comprimento de onda da luz transmitida costuma-se caracterizar as fibras monomodo por um comprimento de onda de corte (λc), que é definido como o comprimento de onda na qual a fibra tem um comportamento monomodo; 2,405= 2πa N 21− N 22 √ λc 24 COMPRIMENTO DE ONDA DE CORTE • O raio modal tem importância para estudos de distribuição de energia que possam afetar o desempenho da fibra óptica, por exemplo: ao serem emendadas 2 fibras monomodo nos quais os raios modais possam ser diferentes; • Nesse caso, deve-se obter a área efetiva (Aef) do feixe óptico guiado admitindo uma simetria circular: Aef =π×w 2 25 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA • Distribuição de energia em fibras tipo índice degrau, multimodo (MM) e monomodo (SM): A distribuição de energia nas fibras MM está confinada no núcleo. Nas fibras SM, o máximo de distribuição de energia ocorre o centro do núcleo (sombreado mais escuro = maior energia) 26 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA • MM – ID: 27 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA • MM – IG: 28 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA • SM – ID 29