CARACTERIZAÇÃO DA DIETA DE PEIXES DE CÓRREGOS DA BACIA DO RIO IVINHEMA, ALTO RIO PARANÁ BIANCA DE OLIVEIRA SOUZA¹; DJALMA PEREIRA MORAES2; FRANCIMARA ROBERTA LISBOA DA SILVA2; GABRIELA SERRA DO VALE DUARTE2; LUCILENE FINOTO VIANA2; YZEL RONDON SÚAREZ2 ¹ Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Ivinhema, MS 2Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PGRN), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Rod. Dourados Itahum km 12, Dourados, MS, Brasil, Caixa Postal: 79804970. Introdução: Os estudos da ecologia alimentar de peixes fornecem informações sobre as condições do hábitat e interações ecológicas, sendo uma importante ferramenta, para conservação das espécies [1]. Objetivo: Caracterizar a dieta de Astyanax lacustris, Astyanax fasciatus, Moenkhausia oligolepis e Piabina argentea em córregos da Bacia do rio Ivinhema, Alto Rio Paraná. Materiais e Métodos: O estudo foi realizado, em três córregos (Piravevê, Rosário e Vitória) de Ivinhema-MS. As amostragens foram realizadas em novembro de 2016, com auxílio de redes de arrasto (1,5 x 5 m) e peneiras (0,8 x 1,2 m). No campo, os peixes foram anestesiados com óleo de cravo, fixados em formalina a 10% e preservados em álcool etílico 70%. Para inferência da dieta, o conteúdo estomacal de cada indivíduo foi retirado, pesado e analisado sob lupa. A composição da dieta das espécies foi determinada de acordo com o método volumétrico e posteriormente, foi calculado Índice de Importância alimentar (IAi). Resultados e Discussão: A categoria alimentar mais importante para A. fasciatus foi material vegetal aquático (51%), seguido por algas filamentosas (20,55%) e material vegetal terrestre (18%). Para A. lacustris, os itens de maior importância foram algas filamentosas (68%), material vegetal aquático (17%) e restos de insetos aquáticos (7%). Já, para M. oligolepis, os itens com maior índice alimentar foram material vegetal aquático (60%), restos de insetos terrestres (23%) e algas filamentosas (9%). Em P. argentea houve maior proporção de sementes (34%), seguido por restos de insetos terrestres (28%) e material vegetal terrestre (14%). Os recursos alimentares que compõem a dieta das espécies analisadas apresentam grande diversidade, com alta proporção de itens autóctones consumidos, principalmente material vegetal aquático. Somente a P. argentea, consumiu maior proporção de recursos alóctones. Ressaltamos a importância da conservação da cobertura vegetal local, pois além de fornecer alimentos para os peixes, contribui para manutenção da integridade limnológica. Os recursos alóctones são essenciais na cadeia alimentar em riachos, mesmo se os peixes fazem uso de recursos autóctones [2]. Conclusão: As espécies estudadas apresentaram composição alimentar diversificada, ingerindo diferentes itens alimentares, tanto de origem animal ou vegetal, autóctone e alóctone, apresentando dieta onívora com características oportunistas, destacando assim a importância da mata ciliar para esses ecossistemas. Referências: [1] M. CETRA, G. R. RONDINELI, U. P. SOUZA. Biota Neotropica, 11(2011) 1-9. [2] A. FERREIRA, P. GERHARD, J. E. CYRINO. Iheringia. Série Zoologia 102(2012) 80-87. Palavras-chave: Riachos, peixes, ecologia trófica Agradecimentos: FUNDECT/MS. Promoção/Realização: Apoio: