Força eletromotriz Sabe-se que quando se utiliza uma pilha num circuito como o da lanterna, por exemplo, a energia química da pilha é transformada em energia elétrica. Durante o processo, a pilha fica aquecida, o que significa que nem toda sua energia química for transformada em elétrica, pois houve dissipação por efeito Joule. O mesmo acontece com outros tipos de geradores, inclusive os usados em usinas. A potência não elétrica que o gerador recebe para ser colocado em funcionamento é transformada em potência elétrica, que então é cedida ao circuito. No entanto, a potência elétrica cedida tem um valor menor que o da potência recebida, porque uma parte da potência recebida é transformada em potência dissipada (que ocorre em resistores). Daí, podese concluir que o gerador também funciona como um resistor de resistência interna r. Por essas razões, a fonte de energia que faz os elétrons se moverem em um circuito elétrico é denominada fonte de força eletromotriz (fem). Exemplos de fontes fem: Energia química (bateria). Energia luminosa (bateria solar). Diferença de temperatura (termo-par). Energia mecânica (queda d'agua). Energia Térmica: o Queima de carvão. o Queima de óleo combustível. o Reações nucleares. Utilizaremos o termo “bateria'' de maneira genérica, para designar qualquer fonte de fem. Inicialmente vamos considerar somente situações para as quais a fem não varia como uma função do tempo. Neste caso, veremos que a corrente produzida no circuito pode ou não variar com o tempo. Se a corrente for também constante, temos uma situação de estado estacionário com uma corrente contínua fluindo no circuito. Circuitos Um circuito é um conjunto de dispositivos, tais como resistores e capacitores conectados por fios condutores idealmente sem resistência (ou qualquer outra propriedade que seja característica dos elementos do próprio circuito). Na figura 1, é mostrado o esquema básico de um circuito simples possuindo somente uma fonte de fem e um resistor. Este esquema pode estar representando, por exemplo, uma bateria (fem) ligada à uma lâmpada (R). Figura 1: Circuito com uma resistência A função da “Bateria'' Uma bateria (no sentido genérico mencionado anteriormente) nada mais é que um dispositivo que utiliza energia para “bombear'' cargas, analogamente a uma bomba d`água que impulsiona a água de um poço, vencendo a força gravitacional. Quando é ligada a um circuito, como na figura 1, uma corrente flui do terminal positivo (maior potencial elétrico) para o negativo (menor potencial elétrico). A diferença de potencial entre os terminais é denominada voltagem de terminal. A quantidade de corrente que flui, depende dos outros componentes do circuito da mesma forma que a quantidade de água que flui em uma rede hidráulica depende da espessura dos encanamentos, etc. No presente caso, a resistência vai determinar a corrente . A corrente é formada pelo movimento dos elétrons que estão sendo atraídos para o terminal positivo da bateria (lembre-se que a corrente é definida pelo movimento oposto ao dos elétrons). Suponha que o mecanismo interno da bateria realize um trabalho mover uma quantidade para de carga positiva do terminal negativo para o positivo. Então a fem da bateria é definida como (a) ou seja, a fem é a energia por unidade de carga que é fornecida pela fonte de energia. Sua unidade é o Joule/Coulomb (ou Volt). Algumas vezes utilizase de maneira imprecisa o termo voltagem referindo-se à fem. No entanto, esta denominação é mais apropriada para se referir à diferença de potencial entre os terminais da bateria, a qual pode ser diferente de . Para determinar quantitativamente a corrente que flui no circuito, consideremos o esquema esboçado na figura 1. Iniciando no ponto seguindo o sentido da corrente e , teremos um aumento de uma quantidade do potencial ao passar do terminal negativo para o terminal positivo da bateria (não há variação de potencial ao atravessarmos os fios de resistência nula). Ao atravessar a resistência (que estamos supondo ôhmica), o potencial diminui de uma quantidade . À esta queda de potencial está associada uma diminuição da energia potencial das cargas (a energia potencial está sendo convertida em energia térmica no resistor). Lembrando que o potencial elétrico é derivável de uma força conservativa, o trabalho realizado para transportar uma carga em um circuito fechado, é zero. Logo, a variação total de potencial correspondente deve ser também igual a zero. Portanto, devemos ter (b) (Em outras palavras, a soma algébrica das variações do potencial encontradas em todos os pontos ao longo de um percurso completo do circuito deve ser igual a zero.) Ou seja, (c) Resistência interna da “Bateria'' Sabemos que uma pilha comum ou uma bateria de automóvel produz algum aquecimento quando está em operação. Na verdade, qualquer mecanismo de “bombeamento de cargas'' possui uma resistência interna como está esquematizado na figura 2. Figura 2: Resistência interna de uma bateria Calculando a diferença de potencial total em um circuito fechado, como fizemos acima, teremos (d) Note que agora utilizamos (e) para a diferença de potencial entre os terminais da bateria. Assim, a corrente depende também da resistência interna da bateria, sendo dada por (f) Observe que podemos medir diretamente, fazendo com que a corrente no circuito seja igual a zero. Neste caso, a equação (e) nos dá , onde éa diferença de potencial que é medida entre os terminais da bateria. Para que a corrente seja igual a zero, podemos tomar uma resistência grande (o medidor da voltagem infinito). muito deve ter resistência idealmente igual a