Tendências Globais em Fecundidade

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Tendências Globais em fecundidade
Nos últimos 50 anos, o número de habitantes do mundo mais que duplicou, passando de
2 bilhões e 500 mil em 1950 e atingindo 7 bilhões em 2011. Ainda que, na maioria dos
países, as taxas de natalidade estejam decrescendo, a população mundial segue
aumentando e, segundo se prevê, chegará a 8 bilhões e 900 mil pessoas até 2050.
Os fatores populacionais afetam todos os aspectos do desenvolvimento sustentável,
incluindo pobreza, urbanização, HIV/aids, envelhecimento, segurança do meio-ambiente,
migração, questões de gênero e de saúde reprodutiva.
Em 2011, a população mundial ultrapassou os 7 bilhões e está projetada para alcançar 9
bilhões até 2050. Em termos gerais, o crescimento populacional é maior nos países mais
pobres, onde as preferências de fecundidade são mais altas, onde os governos carecem
de recursos para atender à crescente demanda por serviços e infraestrutura, onde o
crescimento dos empregos não está acompanhando o número de pessoas que entram
para a força de trabalho e onde muitos grupos populacionais enfrentam grandes
dificuldades no acesso à informação e aos serviços de planejamento familiar (Population
Reference Bureau, 2011; UNFPA, 2011).
No mundo todo, as taxas de nascimento têm declinado vagarosamente. Entretanto, há
grandes disparidades entre as regiões mais e menos desenvolvidas. Isto é
particularmente verdadeiro em relação à África Subsaariana, onde as mulheres têm
três vezes mais filhos, em média, do que as das regiões mais desenvolvidas do
mundo (5,1 versus 1,7 nascimento por mulher).
Grande parte dessa diferença espelha o desejo por famílias maiores na África
Subsaariana. Mas como muitas mulheres dessa região agora querem ter
menos filhos (Westoff e Bankole, 2002), as diferenças de fecundidade
cada vez mais revelam acesso limitado e desigual aos meios de prevenção à gravidez
indesejada no mundo em desenvolvimento.
Pobreza, desigualdade de gênero e pressões sociais são todas causas da persistente alta
taxa de fecundidade. Mas em quase todos os países menos desenvolvidos, a falta de
acesso ao planejamento familiar voluntário é o principal fator que contribui para isso.
Quem está empregando o planejamento familiar?
O emprego de métodos modernos de planejamento familiar, conforme medido pela taxa
de prevalência contraceptiva, aumentou globalmente em ritmo muito modesto nos últimos
anos, 0,1% ao ano, mais lentamente que na última década (Departamento de Assuntos
Econômicos e Sociais das Nações Unidas, 2011). O aumento modesto é devido, em
parte, ao grande crescimento do número de mulheres casadas em idade reprodutiva – um
aumento de 25% entre 2000 e 2010, em 88 países que recebem apoio de doações para
contracepção (Ross, Weissman e Stover, 2009). Devido à alta fecundidade do período
anterior, mais pessoas em países em desenvolvimento agora alcançaram suas idades
reprodutivas, e o atendimento às necessidades de um grupo muito maior de mulheres
contribuiu para um ganho apenas marginal no percentual coberto.
Taxas de fecundidade
Taxa de fecundidade total (nascimentos por mulher)
Mundo - 2.5
Mais desenvolvidos - 1.7
Menos desenvolvidos - 2.8
Minimamente desenvolvidos - 4.5
África Subsaariana - 5.1
Fonte: Nações Unidas, 2011
Globalmente, cerca de três, em cada quatro mulheres sexualmente ativas na idade
reprodutiva de 15 a 49 anos, que podem engravidar, mas não estão grávidas ou não
querem ficar, estão utilizando contracepção (Singh e Darroch, 2012). Em todos os países,
a maior parte das mulheres escolarizadas e em boa situação econômica adota o
planejamento familiar. No Leste da Ásia, 83% das mulheres casadas utilizam a
contracepção (Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas,
2011). Inversamente, nas regiões mais pobres do mundo, as taxas de prevalência
contraceptiva são as mais baixas e as que tiveram crescimento mais vagaroso. Sua
utilização entre as mulheres da África Subsaariana, em 2010, era mais baixa que entre as
mulheres de outras regiões em 1990.
O tamanho das famílias e o uso de contraceptivos mudaram drasticamente no mundo
inteiro, na década de 1970, quando os casais tinham uma média de cinco filhos por
família. Hoje, eles têm uma média de 2,5 (Departamento de Assuntos Econômicos e
Sociais das Nações Unidas, 2010). O aumento do uso de contraceptivos é grande mente
responsável pelos declínios da fecundidade nos países desenvolvidos (Singh e Darroch,
2012). Embora os níveis de prevalência de contraceptivos tenham se estabilizado desde
2000, o desejo de ter famílias menores continua forte no mundo inteiro e está
aumentando nos países em desenvolvimento.
Fonte: Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012 - UNFPA
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