UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA Disciplina de Eletrônica de Potência – ET66B Aula 25 – Conversor CCCC-CC à acumulação indutiva Buck--Boost Buck Prof. Amauri Assef [email protected] UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 1 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Conversores CC-CC diretos – buck e boost Transferência de potência da entrada para a saída se processa diretamente, sem a passagem por elementos intermediários acumuladores de energia Conversor CC-CC Buck Alimenta uma carga com características de fonte de corrente contínua, a partir de uma fonte de tensão contínua Conversor CC-CC Boost Alimenta uma carga com características de fonte de tensão contínua, a partir de uma fonte de corrente contínua UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 2 2 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Conversor CC-CC à acumulação de energia (indiretos) Em muitas aplicações é comum encontrar situações onde se deseja controlar o fluxo de potência entre carga e fonte de mesma natureza Nessas situações, a transferência de potência é feita indiretamente através da utilização de componentes acumuladores de energia Assim, caso se deseje controlar o fluxo de energia entre uma fonte de tensão contínua e uma carga com características de fonte de tensão contínua, devese empregar um conversor à acumulação indutiva, também conhecido na literatura como conversor Buck-Boost No caso em que se deseje controlar o fluxo de energia entre uma fonte de corrente contínua e uma carga com características de fonte de corrente, devese empregar um conversor à acumulação capacitiva, também conhecido como conversor Cúk UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 3 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Conversor CC-CC à acumulação indutiva: Buck-Boost A transferência de energia, de forma direta, entre duas fontes de mesma natureza é uma impossibilidade na Eletrônica de Potência Para transferir energia entre duas fonte de tensão é imprescindível o uso de um componente armazenador de energia, em um ponto estratégico, que se comporta como fonte de corrente: Indutor O conversor buck-boost combina as características de entrada de um conversor buck e as características de saída de um conversor boost No conversor buck-boost, a tensão média de saída pode ser maior, igual ou menor que a tensão de entrada, porém com a polaridade invertida UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 4 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Estrutura do conversor Buck-Boost Carga RC UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 5 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Etapas de funcionamento – Condução Contínua 1ª Etapa (a chave S é fechada 0 < t < tc – carga do indutor): Durante o intevalo tc, a energia proveniente de E é acumulada no indutor L 2ª Etapa (a chave S é aberta tc < t < T – descarga do indutor): Com a abertura da chave S a polaridade no indutor L é invertida, polarizando diretamente o diodo D, que entra em condução. A partir desse momento t=tc, a energia acumulada em L é transferida à fonte Eo UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 6 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Formas de onda – Condução Contínua ΔI iL IM ILmed Im t 0 iE = iS 0 t iD t 0 VL (E) 0 t (Eo) tc ta UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 7 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Ganho estático Em regime permanece o fluxo magnético no indutor, desse modo: tc T 0 tc ∫ VL dt = ∫ dt ⇒ E ⋅ tc = Eota Onde T = tc + ta ⇒ ta = T − tc Eo tc tc = = E ta T − tc Sabendo-se que: D = tc T Então: Obtém-se: Eo D = E 1− D UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 8 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost A equação representa a relação da tensão de saída/tensão de entrada do conversor Buck-Boost Quando D tende à zero, Eo = 0 (tensão mínima) Quando D tende à unidade, Eo tende teoricamente a um valor infinito Eo D = E 1− D D < 0,5 – conversor abaixador D > 0,5 – conversor elevador Eo E 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 D 0 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 0,25 0,5 0,75 1 9 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Condução contínua: Tanto a corrente de entrada como a corrente de saída são descontínuas, porém a corrente no indutor L pode ser contínua ou descontínua Etapa 1: 0 < t < tc Chave fechada (curto-circuito) Etapa 2: tc < t < T Chave aberta UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 10 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Principais formas de onda – Condução Contínua VL iD (E) 0 IDmed = Io t (Vo) ΔI iL t 0 IM ILmed Im iC IM - Io t 0 t 0 VS (E+Vo) ΔVc = ΔVo VC Vo 0 t 0 t io iE = iS Io = IDmed IEmed 0 tc ta UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef t t 0 tc ta 11 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Equações - Condução contínua: E = vL ⇒ E = L Etapa 1: 0 < t < tc Chave fechada (curto-circuito) diL dt E E t ⇒ iL = I min + t L L E = I min+ tc L iL − I min = I Max diL dt −V iL − I Max = o t L V I min = I Max − o ta L − Vo = L Etapa 2: tc < t < T Chave aberta UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 12 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Condução contínua: Ao final da 1ª etapa (t=tc), admitindo que IL cresce linearmente durante tc: E E I M = I m+ ⋅ tc = I m+ ⋅ D ⋅ T L L E E E V L= D ∆I = D ∆I = ⋅ tc = o (T − tc ) ∆ I f Lf L L max Corrente média fornecida pelo indutor à carga = IDmed 1 T (1 − D ) I o = I Dmed = ⋅ ∫ iD (t )dt ( ) I = I = I + I ⋅ o Dmed M m T 0 2 Valores máximos e mínimos de corrente (pag. 118) Io D⋅E ∆I IM = + I M = I Lmed + (1 − D ) 2 ⋅ L ⋅ f 2 ∆I Io D⋅E I m = I Lmed − Im = − 2 (1 − D ) 2 ⋅ L ⋅ f UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 13 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Corrente média na chave S: Corrente média no diodo D: I D = I O Corrente média no indutor: I Lmed = Corrente eficaz na chave S: I s ( RMS ) = D ⋅ I Lmed * Corrente eficaz no diodo D: I D ( RMS ) = 1 − D ⋅ I Lmed * Is = IE = D Io 1− D Io (1 − D ) * Equações válidas para pequenas ondulações de corrente (< 20% ILmed), onde Ilmed = IE UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 14 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Cálculo do capacitor A ondulação da tensão no capacitor ΔVc é igual à ondulação da tensão Δvo Durante a condução de S o capacitor C fornece energia à carga (↓Vc) Quando S é aberta, a fonte de alimentação recarrega o capacitor (↑Vc) Em regime permanente, ocorre a ondulação da tensão do capacitor ΔVc Considerando uma constante de tempo Ro.Co suficientemente grande, durante o intervalo de tempo Δt=tc, o capacitor alimenta a carga com corrente constante Io: ic = C ⋅ dvc ∆v ⇒ Io = C ⋅ c dt ∆t 1 tc 1 Ou seja, a ondulação no capacitor é: ∆vc = ∫ I o ⋅ dt = ⋅ I o ⋅ tc T0 C D ⋅ Io I ⋅ T tc ∆vc = ∆vo = ∆vc = o ⋅ f ⋅C C T UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 15 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Dessa forma, pode-se determinar o valor do capacitor por: C= D ⋅ Io D ⋅ Io D ⋅ Vo = = f ⋅ ∆vo f ⋅ ∆vc f ⋅ Ro ⋅ ∆vc Cálculo do indutor ∆I = L= E D Lf E D ∆If UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 16 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Cálculo da indutância crítica Para garantir a operação em condução contínua, o mínimo valor da corrente no indutor deve ser maior do que zero Pode-se determinar o mínimo valor de indutor que garante esta condição, fazendo-se a corrente mínima igual a zero (condução crítica): Im = 0 = Io D⋅E − (1 − D ) 2 ⋅ Lcrit ⋅ f Condução contínua UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef L ≥ Lcrit = E ⋅ D(1 − D ) 2 ⋅ f ⋅ Io Condução descontínua 17 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Condução descontínua: Se durante o tempo de abertura (ta) da chave a corrente IL se anular, significa que toda a energia armazenada no indutor L foi transferida à carga 1ª Etapa (0; tc): S fechada => L acumula energia => D bloqueado. O capacitor C alimenta a carga R. 2ª Etapa (tc; tc + to): S aberta => D em condução. Transferência da energia do indutor para carga. 3ª Etapa (tc + to; T): Toda a energia armazenada em L foi transferida à carga => D bloqueado => O capacitor C alimenta a carga R. UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 18 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Condução descontínua – Formas de onda: (E+Vo) VS io (E – tensão de entrada) t 0 VL IDmed = Io 0 vc = vo (E) t 0 (Vo) 0 iL (IM) ILmed 0 t ΔVc = ΔVo t iC t tc to ta 0 IE = IS ID t T UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 19 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Exercício: O conversor buck-boost tem uma tensão de entrada E=12V. A razão cíclica D=0,25 e a frequência é 25kHz. A indutância L=150uH e a capacitância C=220uF. A corrente média de saída é 1,25A. Determinar: (a) a tensão média de saída, (b) a ondulação da tensão de saída de pico a pico, ΔVc, (c) a ondulação da corrente no indutor de pico a pico, ΔIL, (d) corrente máxima do transistor. Eo D = E 1− D IM = Io D⋅E + (1 − D ) 2 ⋅ L ⋅ f D ⋅ Io ∆vc = ∆vo = f ⋅C Im = Io D⋅E − (1 − D ) 2 ⋅ L ⋅ f E ∆I = D Lf L= I Lmed = E ∆I max f D Io (1 − D ) UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 20 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Simulação: UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 21 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost Formas de onda: UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 22 Eletrônica de Potência – BuckBuck-boost UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 23 Eletrônica de Potência – Buck Referências bibliográficas: - BARBI, Ivo. & MARTINS Denizar Cruz. Conversores CC-CC Básicos Não-Isolados, 1ª edição, UFSC, 2001 MUHAMMAD, Rashid Eletrônica de Potência; Editora: Makron Books, 1999 ERICKSON, Robert W.; MAKSIMOVIC, Dragan. Fundamentals of power electronics. New York: Kluwer Academic, 2001. MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS, William P. Power electronics: converters, applications, and design, New York: John Wiley, 1995 AHMED, Ashfaq. Eletrônica de Potência; Editora: Prentice Hall, 1a edição, 2000 José A. Pomilio, “Eletrônica de Potência”, UNICAMP. Disponível em: <http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/> - - UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 24