Resumo de Gramática – 1º ano 1º bimestre Texto: Um texto pode ser verbal ou não verbal, desde que suas partes se interliguem, compondo um sentido, através de uma articulação, ou seja, organização coerente. Além disso, o texto tem como sentido a comunicação, que é o ato de emitir mensagens através de métodos (a fala, por exemplo), havendo sempre o intuito de fazer com que o receptor entenda e aceite o que está sendo informado. São partes integrantes de um texto: – – – – – Emissor: quem produz a mensagem; Receptor: quem recebe a mensagem; Mensagem: aquilo que se quer transmitir; Código: a língua, gestos, etc.; Referente: a situação da mensagem, o assunto. Paráfrases, resumos e sínteses: Paráfrase é quando os dados de um texto são reapresentados, de forma a transmitir uma mensagem parecida, mas de uma “forma” diferente. Resumos são quando, focando nos fatos, uma paráfrase é feita. Ou seja, você deve manter os fatos, contando o que acontece com os personagens, mantendo o caráter narrativo. Sínteses são paráfrases em que se mostra uma “moral” da história. Não se deve fazer referência ao autor, ao emissor ou às ações; somente o que, no fundo, o texto significa. Por exemplo: Um dia a raposa convidou a cegonha para jantar. Querendo pregar uma peça na outra, serviu sopa num prato raso. Claro que a raposa tomou toda a sua sopa sem o menor problema, mas a pobre da cegonha com seu bico comprido mas pode tomar uma gota. O resultado foi que a cegonha voltou para casa morrendo de fome. A raposa fingiu que estava preocupada, perguntou se a sopa não estava do gosto da cegonha, mas a cegonha não disse nada. Quando foi embora, agradeceu muito a gentileza da raposa e disse que fazia questão de retribuir o jantar no dia seguinte. Assim que chegou, a raposa se sentou lambendo os beiços de fome, curiosa para ver as delícias que a outra ia servir. O jantar veio para a mesa numa jarra alta, de gargalo estreito, onde a cegonha podia beber sem o menor problema. A raposa, amoladíssima, só teve uma saída: lamber as gotinhas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra. Um possível resumo seria: “Uma raposa convida uma cegonha para jantar e serve sopa em um prato raso, impossibilitando-a de comer. No dia seguinte, a cegonha convida a raposa para jantar e serve sopa em uma jarra comprida, fazendo com que a segunda não pudesse comer.” Uma possível síntese seria: “Deve-se tratar os outros bem, para também ser tratado desta maneira”. É bem uma “moral de história”. Contexto: O contexto pode ser de dois tipos: Situacional e Linguístico. O primeiro se refere às pessoas, ao momento, à época, ao local, a tudo que poderia interferir. O segundo se refere à frase em que a palavra se encontra, ao texto, ao livro, etc. Contexto é um conceito meio óbvio, então não vou colocar mais exemplos. Conhecimento Prévio: prévio: É o conhecimento que você tem antes de ler o texto. Há três tipos de conhecimento – De Mundo: sobre matemática, química, experiências na vida, coisas que aprendeu. – Textual: sobre o tipo de texto – propagandas, fábulas, etc. – Linguístico: sobre o código, ou seja, sobre a língua. Intertextualidade: A intertextualidade pode se apresentar de duas maneiras: – Citações: são transcrições. Cópias exatas de algo que alguém disse, pensou, escreveu, etc. – Paródias: são apropriações de um texto, a fim de transformá-lo de alguma forma. Geralmente, são críticas ou mudanças que visam o humor. Atenção: o mais importante não é o humor, mas sim a apropriação de um texto transformando-o. Ruído de Comunicação: Ocorre um ruído de comunicação quando esta é interferida, por qualquer sinal indesejável. Tudo que perturbe a recepção ou compreensão da mensagem, causando perda de informação. Atenção: erros na fala, como gagueira ou pronúncia incorreta, só são ruídos de comunicação se o receptor fizer uma má interpretação da mensagem. Código e suas partes: O código tem alguns componentes: – – – – Fonologia, que estuda os sons; Morfologia, que estuda a forma da palavra, sua estrutura; Sintaxe, que estuda a organização da palavra em frases; Semântica, que estuda o sentido. Semântica: Sentido denotativo é aquele literal, isto é, objetivo; “do dicionário”. Já o sentido conotativo é o sentido figurado, que se utiliza de figuras de linguagens, permitindo que a palavra tenha um sentido mais amplo do que teria normalmente. Ambiguidade é quando, em uma mesma situação, dois sentidos são possíveis. Por exemplo: “Navegar às vezes enjoa. Por isso, o banco1.net tem atendimento 24 horas”. Na frase, o verbo “navegar” admite dois sentidos possíveis: velejar em um barco ou estar na internet. Porém, considerando a segunda frase, a ambiguidade é desfeita pela expressão “banco1.net”, deixando claro o segundo sentido, de estar na internet. Além deste caso, a ambigüidade pode se tratar de algo ruim, que pode funcionar como ruído de comunicação, ao invés de ser um recurso linguístico. Atenção: não explique uma ambiguidade utilizando a mesma palavra ambígua. Por exemplo: “O tratamento que me foi dado foi ruim”. Não explique “tratamento médico”, mas sim “o procedimento utilizado para a melhoria do paciente” ou algo assim. Sem utilizar o termo “tratamento”! Dica: ao formular resposta, em qualquer bimestre, apresente o conceito, contextualize o conceito e defina-o. Sempre! 2º bimestre Fonologia: Fonemas são as menores unidades distintivas de som. Ou seja, pronúncias diferentes não constituem fonemas diferentes, mas sim o mesmo fonema. Vogais vs. Semivogais: vogais são produzidos com maior intensidade, enquanto semivogais são mais “fracos”. O fonema /a/ nunca será uma semivogal. Por exemplo: Touro – “o” vogal, “u” semivogal, “o” vogal. Encontros vocálicos: Há alguns tipos de encontros vocálicos: – Hiato: encontro de fonemas vocálicos em sílabas diferentes; – Ditongo: encontro de vogal+semivogal em uma sílaba. Atenção: “cem” tem um ditongo, porque você fala “ceim”, na realidade. “quem”, “tem”, etc. Cuidado com isso, porque confunde mesmo. “Cantam” também é ditongo, porque você pronuncia /ão/. – Tritongo: encontro de semivogal+vogal+semivogal em uma única sílaba. Atenção: “iguais” é tritongo; “queijo”, não, porque “qu” é dígrafo. Assim, o único encontro vocálico se dá entre “ei”, formando um ditongo. Dígrafos Consonantais: É o tipo fácil de dígrafo. “Cachorro”, “Quilo”, “Descer”... Contam como UM SÓ FONEMA. Dígrafos Vocálicos: É o tipo filho da ... de dígrafo. Duas letras que representam um fonema vocálico. “Cantam”, “Onda”, “Emendar”. Você pronuncia “an” como /ã/, um único fonema. Dífonos: É quando uma única letra representa dois fonemas. Por exemplo, “táxi”, “x” represente dois fonemas: /k/ e /s/, como se pudesse ser escrita “táksi”. “Sexo” também. rç Recursos e Vícios de Linguagem: Recursos: – Aliteração: repetição de sons consonantais semelhantes. – Assonância: repetição de sons vocálicos semelhantes. – Paranomásia: aproximação de palavras de sonoridade parecida, mas com sentido diferente (se não for rima). – Rima: aproximação de palavras com sonoridade parecida a partir da vogal tônica. Se for rima, não é paranomásia. – Onomatopeia: tentativa de recuperar, por meio de linguagem verbal, o som daquilo que se procura caracterizar. Ou seja, fazer sons com palavras. Exemplo: “Café com pão café com pão café com pão”, tentando, podremente, imitar um trem. Vícios: – Eco: má utilização da rima em textos em prosa. (a introdução da sua redação possui uma repetição que causa aflição, tipo isso) – Cacofonia: construção que pode provocar mudança de sentido (a boca dela = cadela). – Silabada: erro de pronúncia causada pela mudança de posição da sílaba tônica. (ruim, gratuito, pudico, rubrica – palavras que ninguém sabe falar) Morfologia: Morfema é a menor unidade portadora de sentido. São radicais, afixos, desinências ou vogais temáticas. – Radical: o que realmente tem sentido da palavra. “sujeira”, o radical é “suj-”, visto que é o que carrega o sentido. Além disso, se você tentar formar outra palavra derivada, como “sujo”, o que permanece é o “suj-“ – o radical. – Afixos: são sufixos ou prefixos. Alteram o significado da palavra, e são adicionados aos radicais. Sufixos vêm depois, Prefixos vêm antes. Exemplos: “infeliz”, “desconcentrado” são prefixos. “açougueiro”, “meninão”. – Desinências: são as coisas na palavra que definem suas flexões, ou seja, plural, tempo verbal, blablabla. Podem ser: a) Nominais: presentes em substantivos e adjetivos (“menino” – desinência nominal de gênero masculina –; “menina” – desinência nominal de gênero feminina – ; “meninos” – desinência nominal de gênero masculina e desinência nominal de número plural) b) Verbais: presentes em verbos (“cantei” – desinência verbal número-pessoal –; “cantávamos” – desinência verbal modo-temporal e desinência verbal número-pessoal) c) Verbo-nominais: presentes nas formas nominais dos verbos – infinitivo, gerúndio, particípio (“cantar” – desinência verbo-nominal de infinitivo) – Vogais temáticas: a) Verbal: indica a conjugação. “cantar”, “beber”, “parir”. b) Nominal (substantivos / adjetivos): apenas completa a palavra, não tem sentido, a não ser deixar a pronúncia melhor: “casa”, “felizes” Tema: radical + vogal temática. Sim, é inútil. Mas... Exemplo: “fadas”, “felizes” Termos Cognatos: isso é importante. São termos que tem o mesmo radical. Palavras derivadas umas das outras, etc. “Casa” – casado, casamento, casarão, caseiro. Critérios para saber se é substantivo, adjetivo, verbo, artigo, advérbio: Classe Gramatical Substantivos Adjetivos Artigo Verbo Advérbio Critério Morfológico Admite desinências nominais (flexões), pode ser precedido por artigo Admite desinências nominais (flexões), de acordo com a palavra a que se refere Admite flexões, de acordo com a palavra a que se refere Admite desinências verbais Não admite flexões Critério Semântico Nomeia seres, ações, sentimentos, etc. Critério Sintático Núcleo do sintagma nominal Caracteriza seres, ações, sentimentos, etc. Se liga ao núcleo do sintagma nominal Especifica ou generaliza seres, ações, sentimentos Ações/Processos Se liga ao núcleo do sintagma nominal Cria circunstâncias, condições Núcleo do sintagma verbal Se liga a adjetivos, verbos ou outros advérbios Sintaxe: finalmente, algo mais fácil Sintagma nominal: são aqueles cujos núcleos são substantivos. Ou seja, sujeito, adjunto adnominal, etc., mas é só ver se todo mundo se refere ao substantivo e, se sim, é nominal. Sintagma verbal: são aqueles cujos núcleos são verbos. A frase toda pode ser entendida como um sintagma verbal, na verdade, se houver verbo, além do predicado. Transformação de sintagma nominal para verbal e vice-versa: Você troca o verbo por um substantivo cognato e vice-versa, adaptando a frase. “Os moradores de rua ameaçam invadir hotéis” ficaria, como sintagma nominal, “A ameaça de invasão dos moradores de rua aos hotéis”. “Os grevistas ameaçam seus chefes” ficaria, como sintagma nominal, “A ameaça dos grevistas aos usineiros”. “O governo informou os sindicalistas sobre o aumento” seria “A informação do governo aos sindicalistas sobre o aumento”. Paralelismo Sintático: em uma enumeração, todos os itens “enumerados” devem estar em um mesmo tipo de sintagma. Por exemplo: “Pediram a limpeza das calçadas e que pagassem aos coletores de lixo”, fica meio feio, porque “a limpeza das calçadas” é um sintagma nominal e “que pagassem aos coletores de lixo” é um sintagma verbal, não havendo paralelismo. Assim, para consertar: a) Pediram que limpassem as calçadas e que pagassem aos coletores de lixo”. b) Pediram a limpeza das calçadas e o pagamentos dos coletores de lixo”. Concordância Verbal: – O verbo deve concordar com o núcleo ou os núcleos do sujeito. – O verbo “haver”, com sentido de “existir”, é impessoal e, assim, é impessoal e deve ser conjugado somente na 3ª pessoal do singular. – Os verbos “haver” e “fazer”, quando indicando decorrência de tempo, são impessoais e devem ser conjugados somente na 3ª pessoa do singular. – Em locuções verbais, o verbo auxiliar deve assumir a concordância que o verbo principal (o que carrega o sentido, de fato) assumiria. Relações de Subordinação: Alguns termos são subordinados, ou seja, “obedecem” outros termos, os subordinantes. Os substantivos e verbos, por exemplo, são termos subordinantes na maioria dos casos. Já os adjetivos e artigos são subordinados. Verbos auxiliares, no entanto, são subordinados ao verbo principal. O que importa aqui é perceber que locuções adverbiais não podem ser subordinadas a substantivos (ou pronomes) e locuções adjetivas só se subordinam a substantivos (ou pronomes). Exemplos: “A felicidade de Maria se resumia a João” (momento poético do dia) “de Maria” se refere a “felicidade”, que é um substantivo. Assim, não pode ser uma locução adverbial, somente adjetiva. Além disso, caracteriza a felicidade da tia. “Eu bati na minha irmã com um machado” (momento assassino) “com um machado” se refere a “bati”, que é um verbo. Assim, só pode ser uma locução adverbial. Além disso, dá uma circunstância, de “com o que eu bati nela”. Resumo do Estudo Autônomo (2º bi): https://www.facebook.com/home.php?sk=group_206906739328877&view=doc&id=2191516 81437716 (agradeçam ao Lucas Mayor da 1B1) Lista de Afixos: http://pastebin.com/vQjPRYg5 (agradeçam ao Lucas também)