Departamento de Informática Escola Superior de Tecnologia de Viseu Engenharia de Sistemas e Informática SISTEMAS DE INSTRUMENTAÇÃO - 2.º ANO - Manuel Baptista SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS INDICE 1. Introdução _________________________________________________ 3 2. Definição de Sistema de Aquisição de Dados ____________________ 3 3. Arquitetura dos Sistemas de Aquisição de Dados ________________ 5 4. Tipos de Sistemas de Aquisição de Dados ______________________ 5 5. 4.1. Sistemas Locais_________________________________________ 5 4.2. Sistemas Remotos_______________________________________ 6 Elementos dum Sistema de Aquisição de Dados________________ 6 5.1. Sensores e Transdutores _________________________________ 6 5.2. Condicionadores de Sinal_________________________________ 7 5.3. Módulos ou Placas de Aquisição___________________________ 9 5.3.1. 5.3.2. 5.3.3. 5.3.4. 5.3.5. 5.3.6. 5.4. 6. Processadores _________________________________________ 14 Características dos Sistemas de Aquisição de Dados ____________ 14 6.1. Precisão ______________________________________________ 14 6.1.1. 7. Entradas Analógicas________________________________________9 Conversor Analógico-Digital (A/D) ____________________________10 Saídas Analógicas ________________________________________11 Triggers ________________________________________________12 Entradas e Saídas Digitais __________________________________12 Contadores e Temporizadores _______________________________13 Precisão Relativa _________________________________________17 6.2. Resolução_____________________________________________ 17 6.3. Sensibilidade __________________________________________ 18 6.4. Ruído_________________________________________________ 21 6.5. Calibração ____________________________________________ 22 Sistemas de Aquisição de Dados utilizando PC _________________ 23 7.1. Algumas Aplicações que utilizam Sistemas de Aquisição de Dados baseadas em PC _____________________________________________ 26 7.1.1. 7.1.2. 7.1.3. 7.1.4. 7.1.5. 7.1.6. Agricultura ____________________________________________26 Indústria Automóvel___________________________________26 Meio Ambiente _________________________________________27 Industria ______________________________________________27 Gestão de Energia______________________________________28 Pesquisa & Desenvolvimento _____________________________28 8. Sistemas de Aquisição de Dados Wireless _____________________ 29 9. Referências Bibliográficas___________________________________ 30 2 1. Introdução A Aquisição de Dados está presente em quase todas as nossas actividades. Estamos cercados por todos os lados, pelos mais diversos tipos de sistemas que recolhem informações e auxiliam o processo de tomada de decisão. Nós possuímos um sistema complexo de aquisição de dados. Estamos, sempre a amostrar dados como o cheiro, luz, sons, gostos, sensações. Baseados nessas informações, nós decidimos o que fazer para tornar nossa vida mais conveniente. Além do próprio homem, temos outros exemplos de sistemas de aquisição de dados: exames e diagnósticos médicos, medição de consumo de água e luz nas nossas habitações, pesquisas de opinião pública; todos esses e mais uma infinidade de exemplos caracterizam a importância dos sistemas de aquisição de dados. No campo da Engenharia, os exemplos são também infindáveis. Muitos cientistas e profissionais têm projectado e utilizado Sistemas de Aquisição de Dados nas suas pesquisas de laboratório, teste e medição e na automação industrial. Este capítulo vem apresentar os actuais Sistemas de Aquisição de Dados, em termos dos conceitos e critérios mais importantes na definição e utilização destes sistemas na Engenharia de Sistemas e Informática. Este capítulo apresenta algumas aplicações práticas onde se utiliza aquisição de dados como elemento fundamental. 2. Definição de Sistema de Aquisição de Dados Adquirir dados pode, de maneira simplista, ser definida como medir informações do mundo real. A maior parte dos eventos do mundo real e a sua medição são de natureza analógica. Isto é, a medição pode conduzir a uma gama de valores contínuos. As quantidades físicas de interesse, podem ser várias: 3 • Luz • Temperatura • Pressão • Força • Deslocamento Todas essas grandezas possuem energia. Deste modo, torna-se necessário para sua medição a utilização de dispositivos capazes de receber esta energia, relativa a uma determinada quantidade física da grandeza desejada e converte-la numa forma de energia manipulável pelos circuitos eletrónicos. Estes dispositivos são os sensores e/os transdutores. Os sensores e transdutores recebem as quantidades físicas de grandezas analógicas e convertem-nas em quantidades eléctricas, tais como tensão, corrente ou impedância. A figura abaixo mostra o processo de aquisição de dados: Luz Pressão Temperatura Força Deslocamento Sensores e/ou Sinal Eléctrico Transdutores Além da própria medição, um sistema de aquisição de dados deve garantir que os dados adqueridos possuem uma relação aceitável com o mensurando. Para tal, além dos sensores e/ou transdutores, um sistema de aquisição de dados deve possuir elementos que analisem e validem os dados adqueridos 4 3. Arquitectura dum Sistema de Aquisição de Dados Um sistema de aquisição de dados deve, assim, medir, analisar e validar as informações adquiridas do mundo real. Para tanto, esses sistemas devem apresentar uma arquitectura onde os elementos comunicam e se entendem mutuamente, interagindo entre si. Isso significa que um sinal gerado por um sensor e/ou transdutor pode ser analisado pelo condicionador de sinais, que tem por função entregar um novo sinal, relacionado com o primeiro e que pode ser tratado pelo conversor analógico-digital e assim sucessivamente. 4. Tipos de Sistemas de Aquisição de Dados 4.1. Sistemas Locais São denominados sistemas de aquisição de dados remotos aqueles cuja aplicação se encontra próxima do sistema que irá processá-los. Para efeitos de referência, consideram-se sistemas de aquisição de dados locais aqueles cuja aplicação se situa a uma distância inferior a 30 metros do elemento de processamento do sinal. 5 4.2. Sistemas Remotos Consideram-se sistemas de aquisição de dados remotos aqueles cuja aplicação se encontra longe do elemento de processamento do sinal aquerido, geralmente a uma distância superior a 30 metros. 5. Elementos de um Sistema de Aquisição de Dados Um sistema de aquisição de dados típico para aplicações em Engenharia de Sistemas e Informática é composto pelos elementos seguintes: 5.1. • Sensores e Transdutores; • Condicionadores de Sinais; • Módulo ou Placa de Aquisição de Dados; • Processador Sensores e Transdutores Os Sensores eIou Transdutores sentem o mensurando e produzem sinais eléctricos que os sistemas de aquisição medem (Ex.: termopares, resistências dependentes de temperatura (RTD’s), termistores e sensores em circuitos integrados convertem a temperatura para um sinal analógico, que pode ser medido por um conversor analógico digital). Temos também extensímetros, transdutores de fluxo, transdutores de pressão, que medem força, 6 variação de fluxo e pressão, respectivamente. Em cada caso, os sinais eléctricos produzidos são proporcionais aos parâmetros físicos, sob monitorização. 5.2. Condicionadores de Sinal Os sinais eléctricos gerados pelos sensores e transdutores devem ser optimizados para a escala de entrada do conversor D/A. Os dispositivos condicionadores de sinal amplificam sinais de baixa intensidade, isolando-os e filtrando-oes para uma medição mais precisa. Os circuitos de condicionamento de sinal utilizados apresentam uma grande variedade de características: • Amplificação – O tipo mais comum de condicionamento é a amplificação. Os sinais de baixa intensidade como os dos termopares, por exemplo, devem-se amplificr para aumentar a resolução e reduzir o ruído. Para uma maior precisão, o sinal deve ser amplificado de forma, que a tensão máxima do sinal a ser condicionado coincida com a tensão máxima de entrada do conversor A/D; • Isolamento – Outra característica comum no condicionamento sinais é o seu isolamento dos sensores/transdutores em relação à entrada do conversor, de forma a garantir a segurança. O sistema a ser monitorado pode conter "transientes" de alta tensão que podem danificar o conversor. Outra razão para o isolamento é garantir que as leituras do equipamento de aquisição são imunes a diferenças de potencial entre as terras ou a tensões em modo comum (CMV). Quando as entradas de sinal a ser adquirido pelo dispositivo estão referidas à terra, podem ocorrer problemas se existir uma diferença de potencial em duas terras. Esta diferença pode levar ao designado curto de terra, o que caus imprecisão na representação do sinal adquirido; e mesmo a diferença pode ser tão alta que pode danificar 7 o sistema de medição. Através da utilização de módulos de condicionamento de sinal isolados elimina-se o curto de terra e garante-se que os sinais são adquiridos com precisão. • Multiplexagem – Trata-se duma técnica para medir diversos sinais utilizando um único equipamento de medição. Geralmente o equipamento de condicionamento de sinal para sinais analógicos fornece multiplexagem para uso com sinais que variam lentamente, tais como temperatura. O conversor A/D amostra um canal, comuta para o próximo, amostra, comuta para o próximo, amostra e assim sucessivamente. Por amostrar muitos canais ao mesmo tempo, a taxa de amostragem efectiva de cada canal será inversamente proporcional ao número de canais amostrados. • Filtragem – O objectivo de um filtro é remover os sinais indesejados do sinal que se está a medir. Um filtro de ruídos é utilizado para sinais DC, como temperatura, para atenuar os sinais de alta frequência, que podem reduzir a precisão da medição. Geralmente , os sinais AC como a vibração, requerem um tipo de filtro diferente, conhecido por filtro anti-aliasing. Tal como o filtro de ruído, o filtro anti-aliasing é também um filtro passa-baixa; entretanto, requer uma frequência de corte muito alta, e remove em em geral, por completo todas as frequências do sinal superiores à largura de banda de entrada do equipamento. Se esses sinais não forem removidos, estes surgirão erroneamente com os sinais da largura de banda de entrada do equipamento. Os equipamentos projectados especificamente para medição de sinais AC incluem filtros anti-aliasing. • Excitação – O condicionamento de sinais pode gerr a excitação para alguns transdutores. Os extensímetros, termistores, e RTDs, por exemplo, requerem uma tensão externa ou corrente de excitação. Geralmente, os módulos de condicionamento de sinais para esses transdutores geram esses sinais. As medições com RTD 8 são feitas geralmente com uma fonte de corrente, que converte a variação de resistência em relação a uma tensão mensurável. Os Extensímetros, que são equipamentos de baixa resistência, são usados tipicamente na configuração de ponte de Wheatstone, com uma fonte de tensão para excitação. • Linearização – Uma outra função do condicionamento de sinal é a linearização. Muitos transdutores, como os termopares, têm uma resposta não-linear às variações nos fenómenos que estão sob medição. Deve-se entender a natureza do sinal, a configuração que se está a usar para medir o sinal e os efeitos do ambiente em redor do sistema. Com base nestas informações, pode-se determinar se o condicionamento de sinais é necessário num sistema de aquisição de dados. 5.3. Módulos ou Placas de Aquisição Uma placa de aquisição de dados é geralmente composta pelos seguintes elementos: • Entradas Analógicas • Conversor A/D • Conversor D/A • Saídas Analógicas • Triggers • Entradas e Saídas Digitais • Contadores e Temporizadores 5.3.1. Entradas Analógicas As especificações de entradas analógicas fornecem informações sobre as características e a precisão do sistema de aquisição de dados. As especificações básicas informam sobre o número de canais, a taxa de amostragem, a resolução e a escala de entrada. 9 • Número de Canais – O número de canais analógicos de entrada é especificado pelas entradas single-ended e diferenciais. As entradas singleended são todas referenciadas a uma terra comum. Tipicamente, estas entradas são usadas quando os sinais de entrada são de alto nível (maior que 1V), as distâncias entre a fonte de sinal ao hardware de entrada analógica são pequenas (inferiores a 3 m) e todos os sinais de entrada partilham uma terra comum. Se os sinais não se enquadarm nesses critérios, devem-se utilizar as entradas diferenciais. Nas entradas diferenciais, cada entrada tem sua própria terra; os erros causados por ruídos são reduzidos. • Taxa de amostragem – Este parâmetro determina a frequência com que as conversões são efectuadas. Uma taxa de amostragem muito alta adquire mais dados num tempo determinado, e pode portanto gerar uma representação do sinal original. Este parâmetro é medido em termos do n.º de amostras por segundo (samples per second, samples/s) • Escala – A escala refere-se aos níveis de tensão máxima e mínima que um conversor pode quantizar. 5.3.2. Conversor Analógico-Digital (A/D) O conversor A/D converte o sinal de entrada de natureza analógica para um valor digital. A precisão da conversão é dependente da resolução e linearidade do conversor. O ganho e os erros de offset do amplificador de entrada afectam ainda a precisão. A principal característica a ser observada num conversor analógico-digital é a sua taxa de desempenho ou seja, o sua taxa de processamento (throughput). Os três elementos que especificam o throughput de um conversor A/D são: o tempo de conversão, o tempo de aquisição e o tempo de transferência: • Tempo de conversão: é o tempo necessário para o conversor A/D produzir um valor digital, correspondente ao valor da entrada analógico. 10 • Tempo de aquisição: é o tempo necessário associado ao circuito analógico que adquire o sinal. • Tempo de transferência: o tempo de transferência corresponde ao tempo necessário para transferir os dados da interface, para os "centros de processamento" (memória dos computadores). O throughput é a taxa à qual os três tempos são completados. Geralmente, o throughput é o factor mais importante na escolha da interface de aquisição de dados. O teorema de Nyquist especifica que uma entrada deve ser amostrada no mínimo a uma taxa duas vezes mais rápida que a componente de frequência mais alta do sinal a ser adquerido. Por exemplo, para uma medição precisa de um sinal de 1kHz, deve possuir uma taxa de throughput mínima de 2kHz. 5.3.3. Saídas Analógicas As saídas analógicas são geralmente necessárias para gerar estímulos, para um sistema de aquisição de dados. As diversas especificações para o conversor digital-analógico determinam a qualidade do sinal de saída produzido: tempo de ajuste, slew rate, e resolução de saída. • Tempo de ajuste – é o tempo necessário para a saída (um amplificador, um relé ou outros circuitos) alcançar um modo estável. Normalmente, o tempo de ajuste é especificado para uma alteração na escala total (FS) em tensão. • Slew Rate – O slew rate é a taxa máxima de variação que o conversor digital analógico pode produzir para o sinal de saída. O tempo de ajuste e o slew rate trabalham juntos, na determinação da rapidez das alterações no nível do sinal de saída. Portanto, um conversor digital analógico com um pequeno tempo de ajuste e um slew rate alto podem gerar sinais de alta frequência porque é necessário um tempo pequeno para alterar com precisão a saída para um novo nível de tensão. 11 • Um exemplo de aplicação, que requer elevado desempenho desses parâmetros é a geração de sinais de áudio. O conversor D/A precisa dum slew rate alto, dum pequeno tempo de ajuste para gerar sinais de alta frequência, para cobrir a escala de áudio. Por contraste, um exemplo de aplicação que não requer conversão D/A rápida é o duma fonte de tensão que controla um aquecedor. Isto porque o aquecedor não responde rapidamente a alterações de tensão, portanto uma rápida conversão D/A torna-se desnecessária. • Resolução de Saída – é o número de bits no código digital que gera o sinal analógico. Um número de bits elevado reduz a amplitude de cada incremento de tensão de saída, tornando possível, desse modo a geração de sinais que variam suavemente. As aplicações que requerem uma escala dinâmica grande, com pequenas variações incrementais de tensão no sinal de saída analógico, precisam duma resolução de saída alta. 5.3.4. Triggers Muitas aplicações necessitam de parar ou iniciar uma operação de aquisição de dados, com base num evento externo. Os triggers digitais sincronizam a aquisição e a geração de tensão, através dum impulso digital externo. Os triggers analógicos, usados essencialmente nas operações que envolvem entradas analógicas, param ou iniciam a operação de aquisição quando um sinal de entrada atinge um nível de tensão especificado e/ou troca sua polaridade. 5.3.5. Entradas e Saídas Digitais Geralmente as Interfaces de Entrada e Saída Digital são usadas nos sistemas de aquisição de dados baseados em PC para controlar os processos, gerar padrões para teste e comunicar com os equipamentos periféricos. Em cada caso, os parâmetros incluem o número de linhas (entradas/saídas) digitais, a taxa à qual se pode admitir e gerar dados digitais nessas linhas, assim como a capacidade de acionamento dessas linhas. Se as linhas digitais são usadas para controlar eventos tais como desligar aquecedores, motores ou luzes, não é 12 normalmente necessária uma taxa de dados alta, pois esses equipamentos não têm uma resposta muito rápida. O número de linhas digitais deve estar relaciondo com o número de processos a serem controlados. Em cada um desses exemplos, a corrente necessária para accionar e desligar esses equipamentos deve ser menor que a corrente disponibilzada pelo equipamento. Contudo, com acessórios de condicionamento de sinais digitais apropriados, podem-se usar sinais TTL de baixa corrente, do hardware de aquisição de dados, para monitorar ou controlar tensões elevadas e sinais de corrente de dispositivos industriais. Por exemplo, a tensão e a corrente necessárias para abrir e fechar uma válvula grande, são aproximadamente 100 VAC e 2 A. Por estar a saída um dispositivo digital torno de 0 a 5 V DC e alguns miliamperes, é necessário geralmente um módulo de accionamento com acoplamento óptico, para activar o sinal de potência que controla a válvula. Uma aplicação comum que utiliza um dispositivo digital é a transferência de dados entre um computador e equipamentos como os data loggers, os processadores de dados, e as impressoras. Como normalmente estes equipamentos trabalham com transferência de bytes (8 bits), as linhas digitais num dispositivo digital são organizados em grupos de 8. Além disso, alguns módulos ou placas possuem elementos de hand-shaking para a sincronização da comunicação. O numero de canais, a taxa de dados e o hand-shaking são especificações importantes, que devem ser compreendidas e analisadas de acordo com as necessidades da aplicação. 5.3.6. Contadores e Temporizadores Normalmente, os contadores e os temporizadores são utilizados em muitas aplicações, incluindo a contagem de eventos digitais, a temporização digital de impulsos e a geração de ondas quadradas e de impulsos. Podem-se implementar todas essas aplicações, utilizando os três sinais de contadores e temporizadores - gate, fonte e saída. • Gate – A gate é a entrada digital, que é usada para habilitar (enable) ou desabilitar (disable) a função do contador; 13 • Fonte – O sinal de fonte é a entrada digital que provoca o incremento do contador em cada impulso, gerando assim a base de tempo para as operações de temporização e contagem; • Saída – A saída gera ondas quadradas ou impulsos na linha de saída. As especificações mais importantes para operações de contagem e temporização são a resolução e a frequência de clock. A resolução é o número de bits que o contador utiliza. Uma alta resolução significa simplesmente que o contador pode incrementar. A frequência do clock determina a velocidade a que se pode activar a fonte de entrada digital. Com uma frequência mais alta, o contador a incrementação é mais rápida e portanto podem-se detectar sinais de maior frequência na entrada e gerar impulsos de maior freqüência e ondas quadradas na saída. 5.4. Processadores Os elementos responsáveis pelo processamento dos sinais adquiridos são os processadores. Actualmente os mais utilizados em sistemas de aquisição de dados são os computadores pessoais (PC). 6. Características dos Sistemas de Aquisição de Dados 6.1. Precisão A precisão dos dados adquiridos por um sistema de aquisição depende basicamente do dispositivo utilizado na aquisição. A avaliação da precisão precisa do conhecimento dos dados e das fontes que podem contribuir para o erro. Existe uma variedade enorme de formas e configurações de dispositivos de aquisição de dados, tornando difícil a comparação de produtos. Porém, durante a especificação, a precisão do dispositivo merece uma atenção especial . Com que grau um determinado dispositivo está livre de erro? Para tal determinação é necessário um pouco de experiência. Torna-se fácil confundir resolução do conversor A/D de um dispositivo com a precisão global do sistema. A resolução é a menor variação incremental que o 14 conversor A/D pode reconhecer. A precisão global de um sistema é sempre menos precisa. Por exemplo, um conversor A/D de 16-bits tem uma resolução de 1 em 65,536. Combinando a precisão do conversor A/D com os diversos componentes que interferem na aquisição, chega-se a uma precisão global do sistema de 3 a 100 em 65,536. Os fabricantes de dispositivos de aquisição de dados utilizam vários métodos e condições para definir a precisão. Uma conceptualização, diz que a precisão descreve a quantidade de incerteza que existe numa medição relativamenteo ao padrão absoluto. Mas, geralmente, a precisão de um dispositivo é melhor definida através da soma de três componentes: a leitura, a escala e o bit menos significativo (LSB). Quando esses componentes são computadas, a precisão do dispositivo (ou incerteza) é maior que 1 LSB. Normalmente, a precisão não é constante em toda a escala; varia com a amplitude – temos erros maiores no inicio da escala e resultados mais precisos no fim. Ao comparar os diferentes dispositivos, a aproximação mais prática é feita através da análise da precisão especificada na folha de dados fornecida pelo fabricante para uma determinada medida de tensão, e da definição dos limites superiores e inferiores. Um dispositivo com a menor variação de tensão é o mais preciso para a medida duma determinada tensão. Para determinar o desempenho real do sistema, devem-se considerar todas as fontes de erro possíveis, tais como o dispositivo D/A, os sensores externos ou as fontes de sinal, e toda a instalação eléctrica conectada. Combinam-se estas fontes de erro através do método da raiz quadrada da soma dos quadrados. Obtemos desta forma um parâmetro verdadeiro da precisão do sistema. Se se verificar que a aplicação apresenta resultados menos precisos que o esperado, pode-se dizer que alguma fonte de erro foi negligenciada durante a análise O erro pode ser também introduzido por sinais indesejados que afectam a precisão de sistema. Enquanto os sinais externos ideais teriam impedância zero e um nível de ruído desprezível, os sinais reais contêm ruído e uma impedância diferente de zero. Estes aspectos indesejáveis dos sinais e as limitações internas dos dispositivos de D/A reduzem a precisão. Nenhum sensor é perfeito, e nenhuma 15 instalação está livre de ruído; assim todas aplicações que envolvam medida de dados terão alguma incerteza que não pode ser controlada ou prevista. Em geral, os dispositivos de aquisição de dados têm circuitos de condicionamento de sinal entre a fonte deste e o conversor A/D. Estes circuitos contribuem para a falta de exactidão através como offset, erro de ganho, e ruído. A tensão de offset é um valor de tensão diferente de zero entregue ao conversor A/D quando os dados lidos pelo circuito (provenientes dos elementos de leitura como os sensores) forem diferentes de zero. O erro de ganho é a diferença entre ganho ideal e ganho actual. O ruído entra na forma de ruído térmico nas resistências, conduzindo ou induzindo níveis de potência DC nas fontes de alimentação ou nos circuitos digitais, e ruídos nos fios de tensão AC. A redução da maioria do ruído pode ser feita utilizando dispositivos D/A com canal de condicionamento individual e incluindo filtros passa-baixos em cada canal. Outra fonte de erro é o aliasing. Se um conversor A/D converte algumas componentes de frequência iguais ou próximas da frequência de conversão A/D, o aliasing surge. O aliasing causa a entrega de dados errados devido às baixas frequências no conversor A/D. Geralmente pode-se prevenir o aliasing limitando a largura de banda do circuito de entrada de amplificação, para menos da metade da frequência de conversão A/D. Frequentemente alguns fabricantes incluem filtros passa-baixa, ou filtros anti-aliasing para eliminar esta fonte de erro. A segunda causa mais comum de aliasing, é uma taxa de amostragem muito baixa em relação ao sinal de entrada. Pode-se evitar isto facilmente, através do aumento da taxa de amostragem. Os dispositivos de aquisição de dados utilizam dois tipos de conversores A/D para gerar níveis diferentes de precisão. Os conversores de aproximação sucessiva com andares de sample-and-hold na entrada de alta velocidade excedem 1 MHz; porém, as leituras individuais estão sujeitas a níveis de ruído que devem ser calculadas de forma a obter uma leitura o mais precisa possível. Este conversor é o mais frequentemente encontrado na maioria das placas de aquisição. 16 6.1.1. Precisão relativa A precisão relativa é a medida em LSBs do pior caso de desvio da função de transferência do equipamento de aquisição de dados em relação à ideal, uma recta. Esta determina-se ligando o equipamento de aquisição de dados a uma tensão de fim de escala (FS) negativa, digitalizando-a, aumentando a mesma e repetindo os passos até a escala de entrada ser coberta. Quando os pontos digitalizados são traçados, o resultado é uma aparente linha recta. Contudo, pode-se subtrair a recta actual dos valores digitalizados e traçar os pontos resultantes, como mostrado a seguir. O desvio máximo do zero é a precisão relativa do equipamento. Determinação da precisão relativa de um dispositivo de aquisição de dados. A figura da esquerda mostra a aparente linha recta gerada pelo varrimento da entrada. A figura da direita mostra, após subtracção dos valores digitalizados com os valores da linha recta a precisão relativa. 6.2. Resolução Em termos relativos, a resolução descreve o grau pela qual uma mudança pode ser detectada. Esta é expressa como uma fracção duma quantidade facilmente relacionável. Por exemplo, os fabricantes de impressoras descrevem geralmente a resolução como pontos por polegada: o que é mais fácil do que comparar com pontos por página. No universo da aquisição de dados, a resolução é expressa geralmente como o número de bits tais como 12, 16, ou 20. No universo dos multímetros 17 digitais, a resolução é descrita normalemte em relação ao número de dígitos; como 4, 5, ou 6. Para relacionar is bits de resolução com os parâmetros de medição tais como a tensão ou a temperatura, devem-se realizar alguns cálculos. Suponhamos um equipamento de aquisição de dados com uma escala total de ±10 V, com 16 16 bits de resolução. Para relacionar a resolução em volts, deve-se calcular 2 , que é 65,536. Como resultado, o equipamento pode gerar uma parte dos 65,536; sendo a escala ±10V (20V pico-a-pico), o equipamento pode gerar 20 V/65,536 = 305 µV. Geralmente isto significa que a menor variação que pode ser detectada pela medição é de 305 µV. Na realidade, nem toda a resolução é necessariamente utilizada, devido a outros factores, entre os quais o mais significativo, que é o ruído. Um produto especificado com uma resolução de 16 bits deve ter 4 bits para o ruído. Desta forma, dos 16 bits, pode-se somente gerar 12. 6.3. Sensibilidade A sensitibilidade é uma quantidade absoluta. A resolução é uma quantidade relativa. A sensibilidade descreve a menor quantidade absoluta da alteração que pode ser detectada pela medição, expressa geralmente em termos de milivolts, ou décimos de grau. A sensibilidade não deve ser confudida com a precisão — são parâmetros completamente diferentes. Por exemplo, um equipamento com uma sensibilidade de 1mV pode gerar 10mV se a entrada aplicada for de 10V. Se uma entrada de 10V varia de 1mV, o equipamento poderá ainda observar a diferença. A sensibilidade pode algumas vezes ser aumentada realizando a média. A sensibilidade actual é mais uma função do equipamento de medição do que do meio ambiente em que a medição se efectua. Um equipamento deve ser perfeitamente capaz de fazer medições com uma sensibilidade de 1µV. Mas se a cablagem não é adequadamente ligada à terra e não se evitar as tensões geradas termicamente, então alcançar a sensibilidade de 1µV será impossível. 18 A forma mais fácil para determinar a sensibilidade de um equipamento é ver o desempenho na sua escala mais baixa. A especificação de ruído nesta escala será ditada largamente pela sensibilidade do dispositivo. Outros factores como as entradas de curta duração, o dreno da tensão de offset e a qualidade dos conectores de entrada, infleuenciam a sensibilidade. A seguir, apresenta-se um exemplo de aplicação real utilizando um sistema de aquisição de dados baseado na placa IOtech Personal Daq/56 USB-based. A tabela a seguir apresenta um resumo das especificações de medição desse produto. Assuma que possui um sensor ou transdutor que funciona com uma escala de saída entre poucos microvolts e 3 V. Speed vs Resolution Maximum Sample Rate (S/s) Resolution (Bits rms) (-4V to +4-V Range) Slow, 60-Hz Rejection 3.2/s 22 Medium, 60 Hz Rejection 9.2/s 21 Fast 48/s 17 Very Fast 80/s 15 Speed Designation Programmable Voltage Ranges -4 V to +4 V -2 V to +2 V -1 V to +1 V -500 mV to +500mV -250 mV to +250 mV Slow 4 4 2 1.5 <1 RMS Noise (µV) Medium 5 4 3 2 2 Fast 60 30 20 15 8 Suponha, que em determinadas condições, a saída do sensor é 200 mV, e noutas condições a saída é 3V. Determinaremos a resolução, a sensibilidade e a precisão da medição para cada uma dessas condições. Primeiro, deve-se considerar a dependência entre a velocidade e a resolução. Para este exemplo, garante-se a máxima resolução, e assim, selecciona-se uma taxa de conversão baixa, de forma a fornecer a melhor rejeição ao ruído resultando uma resolução disponível de 22 bits. 19 • Precisão Com base na especificação do desempenho para um ano, para a escala de 15 a 35°C de temperatura ambiente, a precisão é 0.01% da leitura + 0.002% da escala (sem contribuição de ruído). Esta é a precisão absoluta. - Com um sinal de 200 mV usando 250 mV de escala: 0.01% × 200 mV = ±20 µV - Para o percentual da escala usando 250 mV de escala: 0.002% × 250 mV = ±5 µV A incerteza devida ao ruído nesta escala é de 1 µVrms ou ±3 µV p-p, um valor bastante pequeno. A menos que se faça alguma correcção (uma subtracção aritmética simples do valor de offset medido), deve ser ainda incluída a incerteza devido à entrada de tensão de offset. A especificação para o pior caso é de 20 µV para a Personal Daq/56. A incerteza total na medição para uma saída de 200 mV do sensor é: (20 µV + 5 µV + 20 µV +3 µV) = ±48 µV Isto implica que para uma saída de 200mV do sensor, pode ser medida uma precisão de ±48 µV. Usando a mesma metodologia, calcula-se a precisão para uma saída de 3 V do sensor. Neste caso, usa-se uma escala de 4 V. Incerteza Total = ±(300 µV + 80 µV + 20 µV + 12) = ±412 µV Assim, a precisão das medidas quando a saída do sensor for 3 V será conservativamente ±412 µV. • Resolução A tabela anterior mostra que a resolução disponível especificada para uma escala de 4V é 22 bits rms. Determina-se a resolução ao nível de 3V. Deve-se lembrar que a resolução é a razão entre o máximo sinal que se está medindo e a menor parte que se pode entender. A especificação de ruído para a escala de 4V é is 4 µVrms, que representa a menor parte que se pode entender. 20 4 µVrms/3 V = 1 parte de 750,000, na qual é aproximadamente 220, ou 20 bits rms Para o exemplo de 200mV, 1 µVrms/200 mV = 1 parte de 200,000, que é aproximadamente 218, ou 18 bits rms Para ambos os exemplos, a resolução é limitada pelo ruído. Se tivesse sido usada uma resolução de 16 bits ao invés de 22 bits, então o conversor analógico-digital – ao contrário do ruído – seria o factor limitante, reduzindo a resolução de 16 bits. • Sensibilidade Uma medição mais sensível pode ser feita na escala de 250 mV, onde o ruído é µVrms. Neste caso, a sensibilidade é 1 µVrms, ou 6 µV p-p (ruído picoa-pico é calculado como ~6x o valor rms). Se as medidas estiverem confinadas à escala de 4 V, a sensibilidade é de 4 µVrms ou 24 µV p-p. • Observações Um resumo dos resultados encontrados está na tabela seguinte. Esta mostra que se pode obter melhor sensibilidade numa escala mais baixa. Contudo, as escalas mais baixas, geralmente limitam dinamicamente a escala das medidas, neste caso para ±250 mV. Se existe dúvida sobre a saída que o sensor deve ter, então procura-se uma escala maior com maior sensibilidade ao configurar as medições. Sensor Signal Best Range Accuracy Resolution Sensitivity 200 mV ± 250 mV ± 48 µV 18 bits 6 µV 3V ±4V ± 412 µV 20 bits 24 µV 6.4. Ruído Qualquer sinal indesejado que apareça no sinal digitalizado de um sistema de aquisição de dados é denominado ruído. Num sistema de aquisição baseado em PC, por ser o PC um ambiente digital ruidoso, a aquisição de dados tem uma construção cuidadosa em diversas camadas. Pois, colocar simplesmente um conversor A/D, um amplificador de instrumentação e 21 um barramento de interface sobre uma ou duas camadas de uma placa irá resultar certamente num equipamento ruidoso. Os projectistas podem usar massa metálica sobre o dispositivo de aquisição para ajudar a reduzir o ruído. Uma massa apropriada não só deverá ser adicionada em torno das partes analógicas sensíveis, como ainda deve ser construída dentro das camadas de dispositivos à massa. A figura a seguir mostra uma curva de ruído DC que foi encontrada com uma escala de ±10 V e um ganho de 10. A entrada de um amplificador de instrumentação, que multiplexa 40 sinais DC parece ser um sinal AC de alta frequência. 6.5. Calibração A calibração é necessária para se alcançar uma maior precisão. Pode-se optar por diferentes sistemas de calibração, cada um com um grau diferente de precisão. Os dois elementos principais de calibração são os compensadores e os elementos de ganho. 22 Não é comum seleccionar componentes de valores fixos para os andares de amplificação da entrada de um conversor A/D e esperar atingir uma precisão aceitável, além de 8 bits. Para sistemas de 12-bits, as componentes ajustáveis manualmente podem gerar bons resultados dentro de uma faixa estreita nominal. Para sistemas de 16-bits, o ajuste manual de calibração é algo bastante difícil. Métodos de calibração de hardware por meio de software utiliza conversores D/A para compensação, cancelando tensões e erros de ganho antes da conversão A/D acontecer. Alternativamente, podem ser aplicadas constantes de correção de software aos dados digitais depois da conversão A/D,com base na calibração previamente estabelecida. Se se calibrar o sistema por canal, as correções também podem cobrir variações de canal-para-canal. Para sistemas que funcionam em ambientes com temperatura variável, as técnicas de auto-ajuste podem cancelar os efeitos indesejados dos compensadores originalmente afectados pelo ambiente. A maioria dos dispositivos de conversão A/D requer padrões externos, entretanto, para a recalibração de alta precisão, estes padrões podem causar problemas inesperados. Por exemplo, os calibradores de tensão DC têm baixa largura de banda e podem exibir transientes de saída quando conectados a uma carga variável no tempo, como um canal de entrada multiplexada. Tal transiente pode resultar numa tensão mais baixa entregue ao conversor A/D do que a indicada pelo calibrador. A calibração incorrecta pode reduzir a precisão dos dados dum modo inesperado. A maioria dos dispositivos D/A multiplexam vários canais num único canal de entrada, que amplifica o sinal antes de o entregar ao conversor A/D. Alguns dispositivos de multiplexagem podem perturbar a fonte de alimentação se a impedância for maior que 100 Ω . Isto pode levar a perturbações e a resultados aparentemente inexplicáveis, particularmente quando o dispositivo de D/A foi calibrado recentemente. Se as fontes de alimentação não forem conhecidas em relação à impedância, deve-se utilizar um sistema com buffer. 7. Sistemas de Aquisição de Dados utilizando PC Existe alguma surpresa por o uso de computadores pessoais se ter tornado a plataforma mais popular para aquisição de dados? Os PC’s são 23 abundantes no ambiente de trabalho, que é difícil encontrar um ramo de negócio que não os utilize. Desde que o barramento ISA (Industry Standard Architecture) permitiu ao utilizador adicionar uma série de placas de expansão, milhões de utilizadores tem adicionado placas de aquisição de dados nos PC’s. Os motivos dessa explosão são muitos: • Baixo Custo – Usar um PC para realizar aquisição de dados é algo simples. O custo dos PC's tem baixado muito nos últimos anos, ao passo que se têm tornado mais rápidos e mais poderosos. Actualmente, não existe um custo efectivo da plataforma. Além disso, mais pessoas no ambiente de trabalho tem uma experiência considerável de trabalho com PC's, e na maioria dos casos existe uma curva de aprendizagem muito curta. • Arquitectura Aberta – A arquitectura aberta dos PC's permite ao utilizador flexibilidade para configurar qualquer sistema. A sua grande popularidade tem criado uma rede de suporte de todos os tipos, o que tornou a procura de periféricos e software extremamente fácil. Como mais e mais normas têm sido desenvolvidas, a compatibilidade entre os diferentes fabricantes de placas e periféricos tem deixado de ser um problema. • Poderoso – Por os PC’s se terem tornado mais poderosos e robustos, tem sido fácil superar as limitações que impediam as pessoas de considerar o PC como uma plataforma de aquisição de dados. A Instrumentação Inteligente oferece diversos produtos que permititem um elevado número de canais, podendo chegar até 240 canais digitais de I/O numa única placa. As placas de alta velocidade permitem capturar transientes e formas de onda a velocidades até 100MHz. As placas com processadores 24 DSP (Processamento digital de sinais) podem manipular o processamento intenso de sinais e aplicações de alta velocidade. • Versatilidade - Os sistemas baseados em PC’s já não estão limitados a placas ligadas internamente. Com o advento dos computadores portáteis e notebooks surgiu uma variedade de sistemas de aquisição de dados portáteis Pode-s realizar qualquer operação de entrada e saída, analógica ou digital, convenientemente através do barramento ISA: por exemplo, pela porta paralela ou por um slot PCMCIA. competitivamente A Instrumentação sistemas Inteligente completos, para oferece ambas as interfaces. • Software – Além disso tudo, não existe nenhuma plataforma melhor que o PC para tirar proveito do poder do software disponível actualmente. Com um bom pacote de software de aquisição de dados pode-se fazer um completo uso da interface de utilizador do Microsoft Windows adapatando o seu sistema aos seus próprios requisitos. Podese realizar um poderoso processamento de sinais e análises, criar ecrãs profissionais, extremamente realistas para apresentar os dados e exportá-los para outras aplicações de software tais como folhas de cálculo ou bases de dados, tudo sem qualquer conhecimento de programação. 25 7.1. Algumas Aplicações que utilizam Sistemas de Aquisição de Dados baseados em PC 7.1.1. Agricultura • Sistema de Controlo e Monitorização de Estufas – Um PC é utilizado para monitorar e controlar a temperatura, a humidade e a irrigação. Um fino controlo e monitorazação permitem avaliar os métodos precisos a serem conduzidos para determinar as condições optimizadas para as culturas. • Sistema de Controlo e Monitorização de Criação de Peixes Um PC é utilizado para controlar as condições da água. O sistema monitoriza a temperatura, o pH e a taxa de oxigénio dum tanque. Estas informações são usadas no controlo dos compressores, dos aquecedores, dos misturadores ácido/base e da entrada e saída de fluxo de água para manter as condições desejadas. 7.1.2. Indústria automóvel • Teste de Estrada – Os sistemas com PC portáteis são usados para capturar e analisar dados pertinentes dos factores de desempenho tais como o ruído, o desempenho do motor, da suspensão, da aceleração e dos travões. 26 • Teste Automóvel de Pré-Montagem - As soluções de aquisição de dados baseadas em PC são usadas no teste eléctrico e eletrónico de montagem, tais como um painel de comando. Um painel de comando é colocado numa instalação de teste e o PC controla os actuadores que movem as chaves e os controles e medem o resultado. Um sistema testa 5 painéis de comando de cada vez: até 150 tipos de montagens são testados. 7.1.3. Meio Ambiente • Monitor de Aquecimento Solar de Água – Um PC com uma placa multifunção é usada para medir a eficiência e a distribuição de temperatura dum aquecedor solar de água. A água aquecida é utilizada para fornecer água quente aos moradores de um complexo de apartamentos. • Sistemas de Controlo de Poluição – Uma placa DAQ é usada para monitorar uma série de sensores que medem o nível de poluentes do ar, que passaM através do sistema. Baseado nessas medições, o sistema usa um queimador para eliminar a presença dos poluentes antes de liberar o ar para fora. O sistema é usado em pequenas e médias fábricas de componentes semicondutores. 7.1.4. Indústria • Sistema de Monitoramento da Qualidade de Água - Múltiplos PC’s com placas de aquisições de dados são usadoss para monitorizar a qualidade da água usada numa instalação de produção automóvel. O sistema mede a qualidade da água armazenada nos tanques usadas para lavar as peças do carro antes da pintura. A monitorização on-line dos tanques reduz as anomalias, causadas pelos produtos químicos usados no processo. 27 • Simuladores de Equipamentos de Radiação – Muitos fabricantes de equipamentos de raio-X usam uma combinação de placas e módulos de expansão para construir equipamentos simuladores de radiação usados na terapia do câncro. Os simuladores são usados para o desenvolvimento de software e experiências de Pesquisa e Desenvolvimento. 7.1.5. Geradores de Energia • Monitorização de Sistemas Geradores Portáteis - Uma placa DAQ é usada para implementar um sistema de teste de geradores de energia portátil. O sistema monitora as entradas, as saídas e as condições de funcionamento tais como a potência de saída, a temperatura, o consumo de combustível, o fluxo de ar e a eficiência. • Monitorização de Centrais Nucleares – Uma placa DAQ é usada para monitorar a distribuição de temperatura no sistema de fluxo de vapor de uma central nuclear. Depois dos dados de temperatura terem sido adquiridos, são exibidos graficamente usando software (ex: LabVIEW). 7.1.6. Pesquisa & Desenvolvimento • Analisador de Distribuição de uma Tostadeira – Uma placa de entrada analógica em conjunto com um condicionador de sinal é usado para medir a distribuição de temperatura através de uma fatia de pão. Os dados coletados são usados para refinar o projeto de uma tostadeira. Um segundo sistema calcula o projeto de uma máquina de café. • Analisador dum Motor de Alta Potência - Uma placa multifunção com contadores adicionais é usada para calcular a performance 28 de motores eléctricos de alta potência usados em aspiradores de pó. 8. Sistemas de Aquisição de Dados Wireless Os Sistemas de Aquisição Wireless constituem um exemplo de sistema de aquisição de dados remoto. A tecnologia Wireless é uma alternativa à cablagem para a troca de dados em medições e aplicações de automação. As vantagens incluem: • solução mais barata e mais conveniente; • compatibilidade com aplicações que envolvem partes móveis ou correias de transporte; • fácil de usar devido à configuração transparente. Pode-se utilizar comunicação sem fios para qualquer faixa de frequência livre de licença ou frequências autorizadas. Pode-se adquirir dados num local que possua um sistema de I/O distribuído, e então transmitir em cima de ondas de rádio para um computador. Dependendo do poder do transmissor, são permitidas distâncias até 10 Km não necessariamente dentro de linha-de-visão. 29 9. Referências Bibliográficas • DAQ Designer 2001 – National Instruments Corporation (Catálogo Eletrônico) • Data Acquisition and Control Tutorial – www.promicro.com • http://daq.virtualave.net/webpages/daq/daqtut.html • http://www.natinst.com/catalog/overviews/daq.htm • http://www.taltech.com/introserial.htm • http://www.datx.com/products/dataacq/datut.html • http://digital.ni.com/appnotes.nsf/web/product/ 30