UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CIÊNCIAS SOCIAIS PROFA. MARILNE T. M. FERNANDES AP_1 O CONHECIMENTO COMO CARACTERÍSTICA DO SER HUMANO A INFLUÊNCIA GREGA A complexidade do mundo exige uma compreensão mais profunda de nossa posição e de nossos objetivos. Está na hora de repensarmos nossos valores e as regras que ordenam nossa sociedade. Para isso, vamos entender porque durante milhares de anos os homens vêm refletindo sobre os grupos e as sociedades em que vivem, procurando compreendê-los. OS PENSADORES HELÊNICOS e o LEGADO DA FILOSOFIA GREGA Os gregos romperam com os deuses e heróis que explicavam certos fenômenos sociais e a partir de então desenvolveram uma reflexão laica e independente. A Filosofia grega entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico demonstrativo e sistemático da realidade natural e humana, da origem e das causas da ordem do mundo e de suas transformações, da origem e das causas das ações humanas e do próprio pensamento. No correr dos séculos, tornou-se o modo de pensar e de se exprimir na cultura ocidental. Principais traços da atividade filosófica grega: Tendência à racionalidade – a razão humana ou o pensamento é a condição de todo o conhecimento verdadeiro Recusa de explicações pré-estabelecidas – descoberta de explicação racional Tendência à argumentação e ao debate – oferecer respostas conclusivas Capacidade de generalização (síntese) – uma explicação tem validade para muitas coisas diferentes ou muitos fatos diversos Capacidade de diferenciação (análise) – fatos ou coisas aparentemente iguais ou semelhantes são diferentes quando examinadas pelo pensamento ou pela razão. Com a Filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica e arte. As primeiras tentativas de estudo sistemático sobre a sociedade humana; começaram com os filósofos gregos. Platão (429-341 AC), A República, e Aristóteles (384-322 AC), A Política. É de Aristóteles a frase "o homem nasce para viver em sociedade". Eles foram os primeiros a tratar de tais problemas de maneira sistemática e separada da religião, mas não independentes dos regimes políticos e econômicos. A influência desses pensadores se faz sentir até nossos dias. Alguns fatores foram decisivos para o desenvolvimento da civilização grega; como: as viagens marítimas que permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por deuses e titãs eram, na verdade, habitados por outros seres humanos. As viagens produziram o desencantamento ou desmistificação do mundo. A invenção do calendário ajudou a calcular o tempo, revelando uma capacidade de abstração e uma percepção do tempo como algo natural e não como uma força divina. A invenção da moeda acabou com o escambo e criou uma troca abstrata, feita pelo cálculo. O surgimento da vida urbana com predomínio do comércio e do artesanato, desenvolvimento das técnicas de fabricação criando-se uma nova classe de comerciantes ricos, que procuravam prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos. A invenção da escrita alfabética também revela o crescimento da capacidade de abstração e de generalização. Essa sociedade perdurou ao longo do Império Romano, a razão a serviço do homem e da sociedade. A IDADE MÉDIA – FÉ e CRENÇA CONDICIONAM o COMPORTAMENTO HUMANO A Idade Média é o período histórico compreendido entre os anos de 476 (queda de Roma) ao ano de 1453 (a queda de Constantinopla); ou para ficar mais fácil o surgimento do movimento renascentista. Este período apresenta uma divisão: Alta Idade Média (do século V ao IX) - fase marcada pelo processo de formação do feudalismo. Baixa Idade Média (do século XII ao século XIV) - fase caracterizada pela crise do feudalismo. Período do século V ao século IX é caracterizado pela formação do Sistema Feudal. Observam-se os seguintes processos históricos: A formação dos Reinos Bárbaros, com destaque para o Reino Franco; e o I m pério Bizantino - parte oriental do Império Romano - e a expansão do Mundo Árabe. Para os romanos, "bárbaro" era todo aquele povo que não possuía uma cultura greco-romana e que, portanto, não vivia sob o domínio de sua civilização. Os bárbaros que invadiram e conquistaram a parte ocidental do Império Romano eram os Germânicos, que viviam em um estágio de civilização bem inferior, em relação aos romanos. Eles não conheciam o Estado e estavam organizados em tribos. As principais tribos germânicas que se instalaram na parte ocidental de Roma foram: Os Anglo-Saxões, os Visigodos, os Vândalos, os Francos entre outros. Após a queda do Império Romano, a Europa volta a ser uma sociedade predominantemente agrária e teocrática. Esse período se caracterizou pela hegemonia da Igreja Católica no Ocidente, a razão deixa de oferecer a melhor explicação para se entender o mundo. Mas, esse período histórico também possui uma diversidade que não se encerra no predomínio da religião em detrimento da busca pelo conhecimento. É durante o período medieval que se estabelece a complexa fusão de valores culturais romanos e germânicos. Ao mesmo tempo, é nesse período que vemos a formação do Império Bizantino, da expansão dos árabes e o surgimento das primeiras universidades. Os filósofos da época continuaram a descrever a sociedade em que viviam e a propor normas para que o homem vivesse numa sociedade ideal. Santo Agostinho (345-430), A Cidade de Deus, apresentou ideas e análises básicas para concepções jurídicas e até sociológicas. Ele acreditava que os homens viviam na cidade cheia de pecados. Apenas as ordens religiosas que viviam em mosteiros, tinham contato com textos de muitas ciências. Era ali que os clérigos faziam cópias, traduções e estudos. A população não participava de esse saber. Sofrendo grande influência da religião. São Tomás de Aquino (1226-1274), Summa Teológica. Nessa época o Cristianismo, então dominante, traçava normas que deveriam ser obedecidas, não constavam critérios científicos. O mesmo ocorreu, por exemplo, com o Islamismo com uma legislação minuciosa adotada até hoje. Referências Bibliográficas: COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da Sociedade. 3ed. São Paulo: Moderna, 2005. OLIVEIRA, Pérsio S. Introdução à Sociologia. 22ed. São Paulo: Ática, 1999. Sugestões para Leitura: As Cruzadas, de Hilário Franco Jr. São Paulo: Brasiliense, 1988. (Col. Tudo é História). Dicas de Vídeo: O nome da Rosa (Itália / França / Alemanha 1986). Direção de Jean-Jacques Arnaud. Baseado no romance homônimo de Umberto Eco. O filme conta a história de um monge franciscano designado pela igreja para solucionar crimes inexplicáveis em um mosteiro da Itália medieval. 130 min. ATIVIDADES Responda às seguintes questões: Qual o nome dessa obra de arte? Escreva sobre a importância da arte Bizantina na História da arte.______________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ _____________________________________________________________ Quais os fatores que ajudaram o desenvolvimento da civilização grega? Qual a principal característica da sociedade na Idade Média? Qual a diferença entre opinião e conceito? Procure no dicionário o significado das palavras abaixo: Raciocínio, Conhecimento, Educação, Laico.