UNISALESIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM Curso de Enfermagem Fernanda Sozzo Saltori Iara Aparecida Ventura Leonardo Leonel dos Santos ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO AO CÂNCER DE INTESTINO LINS – SP 2016 FERNANDA SOZZO SALTORI IARA APARECIDA VENTURA LEONARDO LEONEL DOS SANTOS ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO AO CÂNCER DE INTESTINO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação da Prof.ª Ma. Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana e orientação técnica da Prof.ª Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS – SP 2016 Saltori, Fernanda Sozzo; Ventura, Iara Aparecida; Santos, Leonardo Leonel Atuação da enfermagem na prevenção ao câncer de intestino S171a / Fernanda Sozzo Saltori; Iara Aparecida Ventura; Leonardo Leonel dos Santos. – – Lins, 2016. 103p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2016. Orientadores: Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana; Jovira Maria Sarraceni. 1. Neoplasias intestinais. 2. Promoção da saúde. 3. Educação em Saúde. I Título CDU 616-083 Dedico este trabalho a minha família que me apoiou não importa a dificuldade que enfrentava, que me inspirou todos os dias com a integridade moral cuja nunca poderei comparar a outras. A família que passou por momentos difíceis mas permaneceu junta, trabalhando para superar as desavenças impostas. Leonardo Leonel dos Santos Eu dedico este trabalho a Deus por me conceder saúde para que este sonho se tornasse uma realidade, aos meus pais Antonio e Sonia que estiveram todo o tempo ao meu lado me ajudando a seguir em frente, ao meu esposo Fabio que me deu apoio e suporte em muitos momentos e aos meus filhos amados Lucas Vinícius e Lívia que me dão ânimo para superar tudo, ao meu primo Diogo Ventura que me ajudou muito, aos colegas de sala que convivi todo este tempo e que se tornaram grandes amigos. Aos meus amigos Fernanda Sozzo e Leonardo Leonel que estiveram comigo realizando este trabalho com tanta dedicação e seriedade obrigada amigos. Este trabalho foi concluído com perseverança e êxito porque tenho ao meu lado um Deus maravilhoso uma família que está sempre comigo. Dedico a todos os professores do curso em especial a prof. Tais Contieri que nos orientou com sua sabedoria sublime, obrigada a todos os conhecimentos e aprendizado prestados, por todo o tempo em que estivemos juntos ao longo destes anos. Iara Aparecida Ventura Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, pois sem ele eu não teria forças para essa longa jornada. Aos meus pais Maria Eunice Sozzo Saltori e José Carlos Saltori e ao meu irmão Fabricio Sozzo Saltori que confiaram em mim, sempre me motivando e incentivando dando a oportunidade de concretizar e encerrar mais uma caminhada da minha vida. Fernando Sozzo Saltori AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por todos os meus amigos, colegas e professores, pela inteligência e coragem, pelos dias tristes que me ajudaram a aprender a ser forte e pelos dias bons que me ajudaram a descansar, por me colocar no caminho certo e deixar que eu o seguisse. Agradeço ao UNISALESIANO LINS pela junta de professores e mestres que me ajudaram a crescer de diversas maneiras e por me proporcionar experiências que jamais esquecerei. Agradeço a Coordenadora Helena Ayako Mukai por estar conosco desde sempre, por nos aturar e por nos orientar sempre preciso, assim como a professora Jovira Sarraceni, que esteve conosco mesmo quando passava por momentos difíceis. Agradeço também as minhas companheiras de Projeto, Fernanda Sozzo e Iara Ventura, que estiveram comigo nesta longa caminhada onde superamos diversos obstáculos almejando a magnificência da aprovação pelo nosso Trabalho de Conclusão de Curso. Pessoas com as quais criei e fortaleci laços cujos quais jamais esquecerei por fazerem parte de uma época tão importante de minha vida. Agradeço a minha namorada, Stefanni Roberto Moura, por sempre me apoiar e por me incentivar a ser melhor, a querer ser o melhor. E por último, mas não menos importante, agradeço a Professora Mestra Tais Contiere que esteve nos orientando nesta jornada com calma e sabedoria, nos provendo ajuda sempre que necessário, além de conforto e amizade, demonstrando que os vínculos criados em sala de aula podem se entender, por diversas vezes, ao companheirismo. Leonardo Leonel dos Santos AGRADECIMENTOS Todas estas linhas são poucas para agradecer o quão importante todos foram para mim. Agradeço a Deus pela força, fé, coragem e garra durantes toda a minha vida e nesta caminhada, pois sem Deus e sua força eu nada conseguiria. O que seria de mim sem essa luz que alimenta todos os meus sonhos que me ilumina minha vida. Quero agradecer aos meus amados e queridos pais, Antonio Ventura e Sonia Siva Ventura que são meu alicerce, minha base forte que sempre estiveram presentes em tudo na minha vida e que me ensinaram a nunca olhar para traz e desistir, obrigada pela confiança que depositaram e cofiaram a mim serei eternamente grata por tudo. Aos meus filhos Lucas Vinícius e Livia que amo incondicionalmente, todos os esforços enfrentados foram todos pensando em vocês que são as maiores conquistas da minha vida. Fabio o meu muito obrigada por tudo, pela força, pela paciência, sei que não foi fácil alguns momentos, pois conquistas brilhantes são conquistadas assim, as dificuldades enfrentadas são para nos fortalecer cada vez mais, que essa conquista seja um bálsamo de felicidade, obrigada pelo apoio e dedicação que teve todo esse tempo. À professora Taís Contieri agradeço por abraçar com tanto carinho este trabalho, toda confiança depositada em nós, pela paciência, incentivo e orientação pois sua sabedoria e seus conhecimentos enriqueceu e muito este trabalho. À coordenadora deste curso e professora Helena Mukai pela paciência, apoio, compreensão e amizade que se formou ao longo destes anos. Agradeço a todos os professores do curso em especial Prof. Paulo Fernando e Viviane Armede, que sem dúvida foram muito importantes para minha formação acadêmica e na contribuição deste trabalho. Aos meus amigos e primos estive ausente por algumas vezes mas agradeço pela compreensão, incentivo e apoio. Iara Aparecida Ventura AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que iluminou e me guiou estando presente em todos os momentos da minha vida dando força em diversos momentos de dificuldade, pois sem ele eu não teria alcançado meu sonho e feito a minha escolha pela Enfermagem. Ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium e todo seu corpo docente, além da direção e administração que me proporcionaram as condições necessárias para que eu alcançasse meus objetivos e a oportunidade da realização de um sonho. Agradeço especialmente a professora Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana por toda sua disponibilidade que dedicou durante o processo de realização deste trabalho para que se efetivasse a minha pesquisa com êxito, seu incentivo foi fundamental para realizar e prosseguir essa pesquisa, saliento seu apoio incondicional prestado, sempre interessada e preocupada em desenvolver o melhor, os seus ensinamentos foram muito além dos conteúdos curricular, obtive aprendizados importantes para a vida. Você foi uma verdadeira mestra despertando em mim uma admiração imensa de modo único e se tornou a minha inspiração durante a graduação. Sou grata por ter aceitado compartilhar suas experiências e todo seu aprendizado nesse projeto. Agradeço todos оs professores que me acompanharam durante a graduação e meus sinceros agradecimentos aos professores Paulo Fernando Barcelos Borges, Viviane Cristina Bastos Armede, Ludmila Janaína de Assis Balancieri e Patrícia Maria da Silva Crivelaro, carregarei na minha bagagem da vida o ensinamento eterno que me dedicaram e estavam sempre dispostos a me ajudar, mostrando sempre experiências novas durante toda a graduação e principalmente no estágio supervisionado. Podem ter certeza de que és grandes e nobres, pois os seus ensinamentos lapidaram e continuam a lapidar meus conhecimentos em cada momento da minha vida. Tudo isso se resumiria em uma simples frase “se conseguimos ver mais longe hoje, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes”. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos. Agradeço a professora e coordenadora do curso Helena Ayako Mukai, pelo convívio durante esse período de graduação, sempre incentivando a ir em busca de conhecimentos para tornar-me um profissional diferenciado no mercado de trabalho. Agradeço a professora e orientadora Jovira Maria Sarraceni pelo seu empenho e dedicação nas diversas análises deste trabalho, sempre disposta a ajudar e retirar todas as dúvidas durante esse percurso, transmitindo seus conhecimentos com muita competência. A minha formação profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda dos meus amáveis e eternos pais Maria Eunice Sozzo Saltori e José Carlos Saltori que nunca mediram esforços para concretizar meu sonho durante esses cincos anos e sempre incentivaram para a realização dos meus ideais, encorajando-me a enfrentar qualquer circunstância dessa caminhada com muita fé em Deus. Ao meu irmão Fabricio Sozzo Saltori por sempre estar presente em todos os momentos da minha vida, sempre me incentivando em todos os momentos que precisei. Quero agradecer especialmente aos familiares (Zanqueta, Garozi, Ruiz) por sempre me darem suporte durante todo esse período, pelo amor incondicional, pela paciência, e por toda confiança deposita sempre acreditando em meus sonhos e em especial a Jamila Gimenez que sempre esteve disposta a me ajudar nessa caminhada, sou eternamente grata. Agradeço аоs amigos Leonardo Leonel dos Santos e Iara Aparecida Ventura, pelo apoio constante durante toda a minha formação, pelas palavras amigas nas horas difíceis sendo essenciais na construção dessa monografia tornando-a mais fácil e agradável, e estarão sempre presentes na minha vida. Fernanda Sozzo Saltori RESUMO O câncer colorretal é considerado a principal causa de morte em todo país desenvolvido segundo a OMS, levantando preocupação em relação a sua alta epidemiologia e diagnóstico tardio. Trata-se de um estudo exploratório de abordagem quantitativa, realizado com moradores do município de Lins/SP, de ambos os sexos, a partir dos dezoito anos. O lócus do estudo foi a empresa JBS S.A., uma instituição com mais de mil funcionários, dos quais cinquenta foram selecionados de acordo com as características necessárias para o desenvolvimento do projeto, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas fechadas para levantamento do conhecimento do câncer colorretal e posteriormente a análise dos dados, realizou-se uma atividade educativa, a partir desta, observou-se uma grande deficiência no conhecimento inicial da população pesquisada, tanto na parte diagnóstica quanto na patológica do CA colorretal, dificuldades foram observadas também na interpretação das questões e em relacionar o tipo de câncer questionado as alternativas, dando então um enfoque para a evolução destes pós a atividade educativa, pode-se observar a absorção de conhecimento dos indivíduos que melhoram consideravelmente suas respostas à análise. Conclui-se com essa pesquisa que os indivíduos entrevistados não possuíam conhecimento suficiente sobre o tema e um déficit de interpretação necessitando de auxilio durante a execução da entrevista, deu-se então enfoque para o desenvolvimento pessoal desta população após a apresentação da atividade educativa onde, quando questionados novamente, a maioria dos entrevistados demonstraram grande absorção das informações apresentadas nos mostrando a importância da divulgação da educação em saúde não só no âmbito empresarial mas como para toda à sociedade, educando desde cedo os cidadãos quanto aos cuidados individuais e coletivos de saúde. Palavras chave: Neoplasias Intestinais. Promoção da Saúde. Conscientização. ABSTRACT Colorectal cancer is considered the leading cause of death in all developed country according to the WHO, raising concerns about its high epidemiology and late diagnosis. This is an exploratory study with a quantitative approach, conducted with residents of the municipality of Lins / SP, of both sexes, from the age of eighteen. The locus of the study was to JBS SA, an entity with more than thousand employees, of which fifty were selected according to the characteristics necessary for the project development, using as a data collection instrument a questionnaire with closed questions for survey knowledge of colorectal cancer and later data analysis, there was an educational activity, from this, there was a major deficiency in the initial knowledge of the studied population, both in the diagnostic part and in pathological colorectal CA, difficulties were also observed in the interpretation of questions and relate the type of cancer questioned the alternatives, then giving a focus for the development of these post educational activities, one can observe the absorption of knowledge of individuals that greatly improve their responses to the analysis. It is concluded from this research that the interviewees did not have enough knowledge about the topic and interpretation deficit requiring assistance during the execution of the interview was given then focus on the personal development of this population after presenting educational activity where, when asked again, most respondents showed great absorption of the information presented in showing the importance of health education dissemination not only the business sector but as for the entire society, educating early citizens as individual care and collective health. Key words: Intestinal Cancer. Health Promotion. Health Education. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Trato gastrintestinal, com destaque para intestino e região do Estômago. ......................................................................................................... 21 Figura 2 - Demonstração de parte gastrintestinal com enfoque no duodeno.... 24 Figura 3 - Trato gastrintestinal, demonstração do intestino grosso com foco em suas divisões. ................................................................................................... 26 Figura 4 - Musculatura intestinal quando sobre o efeito da Síndrome do intestino irritável. ............................................................................................... 29 Figura 5 - Demosntração das alterações intestinais durante um caso de Diverticulite. ...................................................................................................... 31 Figura 6 - Alteração gastrintestinal Pólipo Adenomatoso. ................................ 33 Figura 7 - Alteração fisiomorfologica causada pelo Adenoma Tubular. ............ 35 Figura 8 - Demonstração visual das alterações causadas por Pólipos hiperplásicos gastrintestinais. ........................................................................... 37 Figura 9 - Lesões causadas por pólipos de Peutz-Jeghers. ............................. 38 Figura 10 - Demonstração do megacólon congênito (doença de Hirchsprung) 42 Figura 11 - Sexo ............................................................................................... 79 Figura 12 - Estado civil ..................................................................................... 80 Figura 13 - Etnia ............................................................................................... 80 Figura 14 - Escolaridade ................................................................................... 81 Figura 15 - Questão 1 ....................................................................................... 81 Figura 16 - Questão 2 ....................................................................................... 82 Figura 17 - Questão 3 ....................................................................................... 83 Figura 18 - Questão 4 ....................................................................................... 84 Figura 19 - Questão 5 ....................................................................................... 84 Figura 20 - Questão 6 ....................................................................................... 85 Figura 21 - Questão 7 ....................................................................................... 86 Figura 22 - Questão 8 ....................................................................................... 86 Figura 23 - Questão 9 ....................................................................................... 87 Figura 24 - Questão 10 ..................................................................................... 88 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Técnicas para obtenção de material para diagnósticos......62 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AFP – Alfa-fetoproteina CA – Câncer CCNPH – Síndrome do câncer colorretal não-polipose hereditário CEA – Antígeno carcino-embriogênico CEP – Comitê de Ética e Pesquisa DCC – Deletado no câncer do cólon HCG – Gonadotrofina coriônica humana In situ – no lugar INCA – Instituto Nacional de Câncer OMS – Organização Mundial de Saúde PAC – Polipose adenomatosa do cólon PAF – Polipose adenomatosa familial RET – Reorganizados durante movimento RM – Ressonância magnética SCI – Síndrome do cólon irritável TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido TGI – Trato gastrintestinal TRT – Transcriptases reversa telomérica UICC – União Internacional Contra o Câncer exames SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................15 CAPÍTULO I - O INTESTINO............................................................................ 20 1. INTRODUÇÃO AO SISTEMA DIGESTIVO ......................................... 20 2. ANATOMIA – OS INTESTINOS .......................................................... 21 2.1. Intestino Delgado ................................................................................. 21 2.2. Duodeno............................................................................................... 23 2.3. Jejuno-íleo............................................................................................ 24 2.4. Intestino Grosso ................................................................................... 25 3. FISIOLOGIA – PROCESSOS DIGESTÓRIOS .................................... 28 4. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO INTESTINO ..................................... 29 4.1. Síndrome do Cólon Irritável .................................................................. 29 4.2. Diverticulite ........................................................................................... 31 4.2.1. Patologia .............................................................................................. 32 4.2.2. Manifestações clínicas ......................................................................... 32 4.3. Pólipos ................................................................................................. 33 4.3.1. Os pólipos adenomatosos são lesões pré-malignas ............................ 33 4.3.2. Pólipos neoplásicos (adenomas) ......................................................... 33 4.3.3. Adenoma tubular .................................................................................. 34 4.3.4. Adenoma viloso .................................................................................... 35 4.3.5. Adenoma tubuloviloso .......................................................................... 36 4.3.6. Pólipos não neoplásicos....................................................................... 36 4.3.7. Pólipos hiperplásicos............................................................................ 36 4.3.8. Pólipos hamartomatosos ...................................................................... 37 4.3.9. Os pólipos de Peutz-Jeghers ............................................................... 38 4.3.10. Pólipos inflamatórios ............................................................................ 39 4.3.11. Pólipos Linfóides .................................................................................. 40 4.3.12. Síndrome de polipose familial .............................................................. 40 4.4. Megacólon congênito (doença de Hirchsprung) ................................... 41 4.4.1. Patogenia ............................................................................................. 42 4.4.2. Patologia .............................................................................................. 43 4.4.3. Manifestações clínicas ......................................................................... 43 CAPÍTULO II - CÂNCER COLORRETAL ........................................................ 45 1. HISTÓRIA ............................................................................................ 45 2. DEFINIÇÃO ......................................................................................... 50 3. CAUSAS .............................................................................................. 52 4. FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO ........................................... 57 5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ............................................................ 58 6. DIAGNÓSTICO .................................................................................... 60 7. ESTADIAMENTO................................................................................. 67 8. TRATAMENTO .................................................................................... 68 8.1. Ressecção cirúrgica ............................................................................. 69 8.1.1. Princípios da cirurgia oncológica .......................................................... 70 8.1.2. Finalidades do tratamento cirúrgico ..................................................... 71 8.2. Radioterapia ......................................................................................... 71 8.2.1. Mecanismos de lesão celular ............................................................... 72 8.2.1.1. Efeitos diretos ...................................................................................... 73 8.2.1.2. Efeitos indiretos.................................................................................... 73 8.2.2. Os 4 R’s na radioterapia....................................................................... 73 8.2.3. Radiossensibilidade e radiocurabilidade .............................................. 74 8.3. Quimioterapia ....................................................................................... 74 8.3.1. Finalidades da quimioterapia antineoplásica........................................ 75 9. PROGNÓSTICOS ................................................................................ 76 CAPITULO III - A PESQUISA .......................................................................... 78 1. MÉTODO ............................................................................................. 78 2. DESENVOLVIMENTO ......................................................................... 79 3. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............. 79 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 88 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 90 CONCLUSÃO ................................................................................................... 91 REFERENCIAS ................................................................................................ 92 APÊNDICES ..................................................................................................... 95 ANEXOS ......................................................................................................... 100 17 INTRODUÇÃO O câncer de intestino (colorretal) é considerado a principal causa de morte em todos os países desenvolvidos, segundo a OMS é uma das doenças malignas comumente diagnosticadas. Segundo a última estimativa mundial, o câncer de cólon e reto configura-se como o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, com 746 mil casos novos, e o segundo nas mulheres, com 614 mil casos novos. Estimam-se, para 2016, no Brasil, 16.660 casos novos de câncer de cólon e reto em homens e de 17.620 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,84 casos novos a cada 100 mil homens e 17,10 para cada 100 mil mulheres. Mais da metade dos casos são provenientes de regiões mais desenvolvidas. Os padrões geográficos são bem semelhantes em relação ao sexo, sendo que o sexo masculino apresenta uma maior incidência na maioria das populações. (INCA, 2016) O câncer de colorretal é um grave problema de saúde pública que possui medidas de prevenção primária e secundária. Além disso, dada a sua elevada morbidade, mortalidade e bem conhecida história natural, a disponibilidade de métodos diagnósticos que permitam a detecção precoce desses tumores, ou mesmo de suas lesões precursoras, e a existência de terapias que aumentem a sobrevivência quando utilizadas em fases iniciais, satisfaz os critérios de rastreio estabelecidos pelo Organização Mundial da Saúde. (BRASIL, 2015) O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos. (INCA, 2016) Questiona-se, o aumento dos índices de câncer de intestino tem ocorrido devido à falta de orientação e conscientização da população adulta frente a um diagnóstico precoce e a negligencia da enfermagem com seu papel educativo em saúde. 18 Emergem como suposições o fato dos adultos desconhecerem a importância da investigação de lesões e hábitos intestinais que indiquem alerta para o câncer de intestino e até mesmo desconhecerem a doença e os fatores que contribuem para seu elevado índice. E também ao fato dos profissionais de enfermagem não estarem exercendo seu papel educativo de forma contundente na sociedade e principalmente com os grupos de risco. Tal pesquisa foi realizada com objetivo de conscientizar a população quanto aos fatores predisponentes e a necessidade de diagnóstico precoce do câncer colorretal e divulgar da maneiras que possam prevenir o desenvolvimento do câncer de intestino. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, pautada nos métodos quantitativos onde se utilizou como instrumento a aplicação de um questionário fechado, estruturado com perguntas fechadas com a finalidade de avaliar o conhecimento da população sobre a doença em um conceito amplo. Tal questionário será avaliado de maneira estatística e, após a coleta de dados, serão realizadas palestras educativas nas empresas colaboradoras. Posterior às apresentações educativas, aplicara-se o mesmo anterior questionário para verificar a eficácia destas apresentações. No primeiro capítulo demonstra-se uma revisão bibliográfica relacionada a anatomia gastrintestinal, com enfoque para os intestinos onde lê-se sobre o processo digestório geral, relacionando cada parte intestinal a sua função fisiológica, e, a partir disso, aborda-se sobre alterações gastrintestinais relacionadas ao desenvolvimento do CA colorretal. O segundo capítulo tem foco no próprio CA, abordando sobre sua história, definição, patogenia, manifestações clínicas, diagnóstico, estadiamento, tratamento e prognóstico deste. O capitulo metodologico explica que esta pesquisa é um estudo exploratório de abordagem quantitativa realizado com moradores do município de Lins, de ambos os sexos, a partir dos dezoitos anos. Os lócus do estudo foram as médias e pequenas empresas com mais de cinquenta funcionários, utilizando-se como instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas fechadas para levantamento do conhecimento do câncer colorretal, versando sobre: conhecimento da doença, causas, sintomas, fatores de risco, 19 presença de sangue nas fezes, riscos de detecção tardia, presença de câncer colorretal na família. Desta forma torna-se imprescindível que os profissionais de enfermagem estejam engajados na orientação da população quanto aos fatores de risco e detecção precoce de lesões colorretais, para contribuir com um diagnóstico e tratamento em estágio iniciais da doença. 20 CAPÍTULO I O INTESTINO 1. INTRODUÇÃO AO SISTEMA DIGESTIVO O organismo humano é dotado de inúmeros sistemas orgânicos, cada um com sua função e particularidades, sendo indispensáveis para manutenção da vida. Segundo DI DIO (2002, p.463), para que todo organismo se mantenha vivo e funcional ele precisa receber um suprimento constante de material nutritivo. Muitos dos alimentos ingeridos pelo homem precisam ser transformados em elementos solúveis e sofrer alterações químicas para que sejam absorvidos, nisto consiste a digestão. Os órgãos que em conjunto formam o sistema digestivo são especialmente adaptados para que estas exigências sejam cumpridas. Assim suas funções são as de preensão, mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos e a expulsão dos resíduos, eliminados sob a forma de fezes. Essas funções são desempenhadas dentro de um conjunto tubular que, no seu eixo, é constituído em quase sua totalidade de parede quadriestratificada, na qual cada estrato tem seu papel especial que contribui para a função geral da digestão. Para que esta se realize em sua plenitude, é necessário que haja motilidade e trânsito direcionado, para o qual existe a túnica muscular. Esta é responsável pela peristalse, que pode ser definida como: o movimento de ondas de contração por várias distâncias pelo qual o canal alimentar e os demais tubos do sistema digestório propulsionam o seu conteúdo. O trato digestivo inicia-se na boca, compreendendo o esôfago, intestino (delgado e grosso) e terminando no ânus, além de possuir seus anexos em cada órgão ou entre eles. O intestino é um segmento do sistema digestório, é a continuação do estômago, divide-se em duas porções: o intestino delgado e o intestino grosso. (DI DIO, 2002) 21 2. ANATOMIA – OS INTESTINOS Figura 1 - Trato gastrintestinal, com destaque para intestino e região do Estômago. Fonte: Imagem adaptada de Lippincott Williams & Wilkins, 2014. 2.1. Intestino Delgado De acordo com Di Dio (2002) o intestino delgado estende-se do piloro gastroduodenal ao óstio ileal. É um tubo cilíndrico de 4cm de diâmetro a porção oral, estreitando-se até 2,5 cm aproximadamente de diâmetro na porção aboral. Seu comprimento varia de acordo com as condições sob as quais ele é medido: pode ter de 2,5 a 7m de comprimento, dependendo de se medir antes ou após a morte, in situ ou depois da sua remoção do corpo. O comprimento está relacionado com a estatura do indivíduo e é cerca de 1 m menos nas mulheres. No vivente, a introdução de uma sonda de 3m pela boca pode fazer protrusão através do ânus. O intestino delgado é responsável pela maior parte da digestão e absorção dos alimentos, ocupa o maior volume da cavidade abdominal, sendo preso em um envoltório chamado 22 mesentérico por onde passam artérias, veias e vasos linfáticos chegando a uma extensão de aproximadamente 7 metros para secreção de muco, hormônios, eletrólitos e enzimas, que são secretadas de acordo com a quantidade de quimo presente no intestino, e absorção de nutrientes. Subdivide-se em 3 regiões: duodeno, jejuno e íleo. (DANGELO e FATTINI, 2011, p.148) Devido a pregas circulares e dos vilos intestinais, a superfície interna ou luminal do intestino não é lisa, como se pode observar no vivente em radiografias obtidas após a ingestão de contraste baritado. Nessas condições, o aspecto de barbas de pena é característico, com exceção da ampola, que é o bulbo da parte superior do duodeno, que se apresenta relativamente lisa, parecida com o estômago, por não ter as pregas circulares ou porque elas são muito pouco desenvolvidas. As funções do intestino delgado incluem completar a digestão, a absorção e a secreção. (DI DIO, 2002) A digestão dos alimentos é completada pelo suco entérico ou intestinal, o qual contém muco, enzimas e hormônios. A absorção é realizada pela túnica mucosa, especialmente adaptada para desempenhar essa função com sua grande superfície de contato para o quimo e com sua rica vascularização. Os produtos absorvidos são levados ao sangue e a linfa e conduzidos pelas veias e pelos linfáticos para a circulação portal e sistêmica, respectivamente. (DI DIO, 2002) A secreção de muco é feita pelas glândulas de Brunner e pelas células caliciformes, a das enzimas pelas glândulas de Lieberkühn e o hormônio secretina pela túnica mucosa do duodeno e da porção proximal do jejuno, esta substância é usada para teste de função acinosa do pâncreas e teste de diagnóstico de gastrinoma, que é um tumor de célula de ilhota pancreática secretora de gastrina, de célula não-beta, encontrado no pâncreas, mas que pode estar no antro gástrico, no hilo do baço e nos linfonodos regionais. (DI DIO, 2002) A estrutura do intestino delgado é a de um órgão visceral oco e apresenta, de dentro para fora, túnica mucosa, tela submucosa, túnica muscular, tela subserosa e túnica serosa. (DI DIO, 2002) A túnica mucosa contém epitélio colunar simples, lâmina própria e muscular da mucosa, que possui estratos de fibras circulares e outro de fibras longitudinais externas. A superfície luminal da túnica mucosa apresenta 23 aproximadamente 800 pregas circulares (ausentes na porção oral do duodeno e na porção aboral do íleo) e vilos microscópicos, responsáveis pelo aspecto aveludado. (DI DIO, 2002) Glândulas intestinais incluem as tubulares simples, que se abrem entre os vilos, e as glândulas tubuloalveolares, maiores, que estão presentes principalmente na porção oral do duodeno. (DI DIO, 2002) Os folículos linfoides estão dispersos na túnica mucosa, mas os grandes invadem a tela submucosa. Eles podem também agrupar-se, especialmente na porção distal ou aboral do íleo, como nódulos linfoides agregados, suas dimensões podem alcançar 7cm de comprimento e 3cm de largura. Esses nódulos agregados são áreas preferidas de perfuração intestinal na febre tifoide e na tuberculose. (DI DIO, 2002) A tela submucosa é constituída de um tecido conectivo frouxo que contém uma rica rede vascular e o plexo nervoso submucoso e a túnica muscular por um tecido muscular liso e dividida em um estrato circular interno e um estrato longitudinal externo. A túnica serosa e a tela subserosa fazem parte do peritônio. As células mesoteliais estão ausentes nas porções retroperitoniais do duodeno. (DI DIO, 2002) 2.2. Duodeno De acordo com Dangelo e Fattini (2011) o duodeno é a parte inicial do intestino delgado, com 26cm, em média, de comprimento. Estendendo-se do óstio pilórico até a brusca angulação da flexura duodenojejunal, que marca o início do jejuno. 24 Figura 2 – Demonstração de parte gastrintestinal com enfoque no duodeno. Fonte: Google Imagens, 2016. É um órgão bastante fixo, acolado à parede posterior do abdome e apresenta, no adulto, em forma de U aberto para a esquerda e que “envolve” a cabeça do pâncreas, com o qual mantém íntimas relações. Nas crianças o duodeno tem forma de um C, e nos idoso, de um V. Independente da forma, identifica-se no duodeno quatro partes: superior, descendente, horizontal e ascendente. Entre as tais partes está a flexura duodenal superior, e entre a descendente e horizontal, a flexura duodenal inferior. Na porção descendente do duodeno desembocam os ductos colédoco (que traz a bile) e pancreático (que traz a secreção pancreática) numa projeção mamilar da mucosa denominada papila maior do duodeno. Antes de desembocarem na papila duodenal maior, os ductos colédoco e pancreático, geralmente, unem-se na ampola hepatopancreática. Eventualmente a ampola pode não existir e, neste caso, os dois ductos estão separados por um septo. Um pouco acima da papila duodenal maior existe outra saliência, a papila menos do duodeno, na qual desemboca o ducto pancreático acessório. (DANGELO E FATTINI, 2011) 2.3. Jejuno-íleo O jejuno, por não ter limite nítido na sua continuação com o íleo, pode ser descrito em conjunto com este. Compreendem a parte móvel do intestino delgado, que começa no nível de flexura duodenojejunal e termina no nível da 25 região inguinal direito, com o íleo terminal, onde ele estabelece continuidade com o intestino grosso. O jejuno-íleo apresenta numerosas alças intestinais e está fixado à parede posterior do abdome por uma prega peritoneal ampla, o mesentério, de aproximadamente 15cm de comprimento, que é oblíqua, estendendo-se de cima para baixo e da esquerda para a direita. O mesentério tem a forma de leque, porque sua inserção no intestino é muito mais longa do que o comprimento da sua raiz. Entre as duas lâminas que constituem o mesentério encontram-se ramos da artéria mesentérica superior, nervos, diversas cadeias de linfonodos, vasos linfáticos e quantidade variável de gordura. (DANGELO E FATTINI, 2011) O íleo abre-se na 1ª porção do intestino groso, o ceco, através do óstio ileal de uma projeção denominada papila ileal. A nomenclatura anatômica consigna também os termos de lábios ileocólico e ileocecal delimitando uma fenda horizontal que seria a desembocadura da porção terminal do íleo no ceco. Entretanto, estas estruturas, bem como a presença de frênulo do óstio ileal, são mais evidentes em cadáveres e muitas horas após a morte. No vivente, o mais frequente é a presença da papila ileal A mucosa do intestino apresenta inúmeras pregas circulares que se salientam na luz intestinal da víscera. (DANGELO E FATTINI, 2011) 2.4. Intestino Grosso Ainda com Dangelo e Fattini (2011), o intestino grosso constitui a porção final do tubo digestório, sendo mais calibroso (daí seu nome) e mais curto que o intestino delgado. O intestino grosso distingue-se também por apresentar ao exame externo bosseladuras (dilatações limitadas por sulcos transversais) denominadas saculações de colo, três formações em fita, as tênias, que correspondem a condensação da musculatura longitudinal e que percorrem em quase toda a extensão, e acúmulos de gordura que se salientam na serosa da víscera, os apêndices adiposos do colo. São suas funções mais importantes a absorção de água e de eletrólitos, a eliminação dos resíduos da digestão e a manutenção da continência fecal. O intestino grosso é subdivido nos seguintes segmentos: 26 Figura 3 – Trato gastrintestinal, demonstração do intestino grosso com foco em suas divisões. Fonte: Google Imagens a) Ceco: é o segmento inicial, em fundo cego, que se continua com o colo ascendente. O limite entre eles é determinado por um plano horizontal que passa no nível do centro da papila ileal, onde se abre o óstio ileal. Deste modo, a metade superior é ileocólica, e a metade inferior é ileocecal, correspondendo ais lábios homônimos observados nos cadáveres. Um prolongamento cilindroide, o apêndice vermiforme, destaca-se, do ceco, no ponto de convergência das tênias. Processos infecciosos que atingem o apêndice vermiforme, bastante comuns, causam a apendicite, que exige tratamento cirúrgico. São três as tênias do colo: mesocólica, que é póstero-medial nos colos ascendente, descendente e no ceco, e póstero-superior no colo transverso; ometal, que é anterossuperior no colo transverso e póstero-lateral nos colos ascendente e descendente e no ceco; livre, que é póstero-inferior no colo transverso e anterior nos colos ascendente e descendente e no ceco; b) Colo ascendente: continuação do ceco em direção superior, estando fixado à parede posterior do abdome, ao alcançar o fígado, 27 inclina-se para continuar com o colo transverso. A flexão que marca o limite entre os dois segmentos é denominada flexura direita do colo; c) Colo transverso: é o mais móvel dos colos, estendendo-se da flexura direita do colo, onde continua o colo ascendente, à flexura esquerda do colo, onde se flete para continuar como colo descendente. Seu trajeto transversal apresenta na parte média uma curvatura de convexidade inferior que, na posição ereta, pode atingir, no homem, um nível 9cm abaixo do plano supracristal, em média, chegando nas mulheres a 11cm; d) Colo descendente: como ocorre com o colo ascendente, i colo descendente está fixado à parede posterior do abdome; inicia-se na flexura esquerda do colo e termina, após um trajeto aproximadamente vertical, na altura de um plano horizontal que passa pelas cristas ilíacas, onde é continuado pelo colo sigmoide; e) Colo sigmoide: é a continuação do colo descendente e tem trajeto sinuoso, dirigindo-se para o plano mediano da pelve onde se continua com o reto. Geralmente, o colo sigmoide funciona como um reservatório de fezes, ao passo que o intestino reto desempenha essa função somente pouco tempo antes da defecação. O colo sigmoide, com suas partes ilíaca e pélvica, é móvel, existindo, inclusive, um mesocolo sigmoide. No colo sigmoide as tênias são menos evidentes e as saculações do colo menos acentuadas. A patê pélvica do colo sigmoide apresenta apenas duas tênias, anterior e posterior; f) Reto: continuação do colo sigmoide, com cerca de 15cm de comprimento. Apresenta uma porção dilatada, a ampola do reto, e sua parte final, estreitada, denominada canal anal, atravessa o conjunto de partes moles que oblitera, inferiormente, a pelve óssea formando a região do períneo. O canal anal abre-se no exterior através do ânus. O reto apresenta uma flexura sacral, com convexidade posterior e, na junção com canal anal, a flexura anorretal. Com convexidade anterior. No nível desta flexura a alça do músculo puborretal encaixa-se na sua concavidade. Existem, além disso, três pregas transversais do reto que são 28 proeminentes na luz do reto, constituídas de túnica mucosa, tela submucosa e túnica muscular. Estas pregas dispõem-se alternadamente, de modo tal que obrigam as fezes a um trajeto espiralado no momento de sua expulsão para o exterior, o que facilita a defecação. (DANGELO E FATTINI, 2011) Segundo Dangelo e Fattini (2011) o estrato longitudinal da túnica muscular funciona como músculo dilatador, ao passo que o estrato circular age como músculo esfíncter, para fechar ou reduzir a luz do reto. O canal anal tem apenas 3cm de comprimento, atravessa o diafragma pélvico e aí é circundado pelos músculos levantadores do ânus e, inferiormente a eles, pelo esfíncter externo do ânus. A túnica mucosa do canal anal apresenta cinco a dez colunas anais, unidas por válvulas anais, cada válvula limitando um seio anal. O orifício do canal anal é o ânus, que tem um aspecto pregueado, que se supõe seja provocado por ação do músculo do corrugador da pele do ânus. (DANGELO E FATTINI, 2011) 3. FISIOLOGIA – PROCESSOS DIGESTÓRIOS Para Marieb e Hoehn (2009) o processamento do alimento pelo sistema digestório envolve seis atividades básicas: ingestão, propulsão, digestão dinâmica, digestão química, absorção e defecação. A ingestão é simplesmente colocar o alimento dentro do TGI, normalmente pela boca. A propulsão, a qual movimenta o alimento pelo TGI, inclui a deglutição, que é iniciada voluntariamente, e a peristalse, um processo involuntário. A peristalse, o principal meio de propulsão, envolve ondas alternadas de contração e relaxamento dos músculos das paredes dos órgãos. Seu principal efeito é empurrar o alimento ao longo do trato, mas alguma mistura também ocorro. A digestão dinâmica prepara fisicamente o alimento para a digestão enzimática (ou química). Os processos mecânicos incluem a mastigação, a mistura do alimento com a saliva pela língua, a agitação do alimento no estômago e a segmentação ou constrição dos locais rítmicas do intestino. A digestão química é uma série de passos catabólicos nos quais as moléculas alimentares complexas são degradadas até seus componentes químicos básicos, por enzimas secretadas no lúmen do TGI; começa na boca e é praticamente completa no intestino delgado,com a absorção dos produtos 29 finais digeridos do lúmen do TGI, é atraves das células da mucosa por onde esse transporte ativo ou passivo é transportado para o sangue ou a linfa, sendo o intestino delgado como o principal local da absorção. Dando seguimento o corpo elimina substâncias não digeridas através da defecação pelo ânus. Alguns desses processos são executados por apenas um órgão. Por exemplo, somente a boca ingere e somente o intestino grosso defeca. Contudo, a maioria das atividades do sistema digestório requer a cooperação de vários órgãos e ocorre pouco a pouco, à medida que o alimento se move pelo TGI. (MARIEB e HOEHN, 2009) 4. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO INTESTINO 4.1. Síndrome do Cólon Irritável De acordo com Brasileiro Filho (2012) a Síndrome do Cólon irritável (SCI), descritas pela primeira vez por Powell em 1820, é, sem dúvida a doença mais frequentes nos consultórios dos gastroenterologistas do mundo inteiro. Esta síndrome já recebeu várias denominações, tais como, colite mucosa, diarreia nervosa, neurose cólica e dispepsia do cólon. Recentemente, Fridman propôs a denominação de '' Síndrome do intestino irritável' Figura 4 – Musculatura intestinal quando sobre o efeito da Síndrome do intestino irritável. Fonte: Google Imagens Essa nova denominação ainda não engloba o universo dos distúrbios encontrados na SCI, sendo que está doença atinge todos os órgãos em que existe musculatura lisa, atingindo o esôfago terminal passando pelo estômago, 30 intestino delgado e, cólons, vesícula biliar, particularmente o esfíncter de Oddi e sistema geniturinário. Por serem encontrados nessa região essa denominação seria mais abrangente " Síndrome da musculatura lisa". (BRASILEIRO FILHO, 2012) Ainda não foram confirmadas as causas mais comumente relacionadas com estes distúrbios, como; distúrbios emocionais, hormônios gastrointestinais, deficiência enzimáticas, prostaglandinas, deficiência de fibras e outras, por estarem presentes na SCI, não são, no entanto, a causa da doença. Nesta síndrome o indivíduo com SCI tem dores com insuflações menores que no indivíduo normal. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Pacientes com SCI se queixam bastante de dor, desconforto abdominal e meteorismo, são sintomas que aliviam quando a emissão de fezes e de gases, as evacuações estão geralmente alteradas, apresentando diarreia, ou prisão de ventre, alternando ritmo das evacuações, que, embora são incomodas, não interferem no estado geral do doente geralmente aparecendo em crises, com períodos curtos de duração. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Geralmente as evacuações não ultrapassa cinco, quando há diarreia, e está é mais frequente no período da manhã. Apesar de se queixarem de diarreia intensa, está nunca vem a causar desnutrição, pois o volume evacuado é pequeno e as fezes são pastosas, quando há prisão de ventre está dura no máximo, cinco dias. Pode apresentar muco nas fezes, mas nunca sangue, quando este está presente, é, em geral, originário de afecções amenorreicas, como hemorroidas e fissuras. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Segundo Brasileiro Filho (2012) doentes com SCI em geral tem os reflexos gastrocólico exacerbado por um efeito de colecistocinina, doentes colecistectomizados, em geral, tem o reflexo gastrocólico exacerbado, e por isso, muitas vezes, tem evacuações incontroláveis após as refeições. Além de queixas intestinais, muitos deles se queixam de náuseas, vômitos, saciedades precoces, nictúria, aumento da frequência e urgências das micções, esvaziamento vesical não-completo, cansaço e sudorese. Distúrbios emocionais que se manifestam por astenia, ansiedade, depressão, palpitações, tremores e neurose conversiva. 31 4.2. Diverticulite Para Brasileiro Filho (2012) a diverticulite é uma doença benigna, sendo de boa reposta ao tratamento clínico, sendo essencial uma mudança no hábito alimentar de total importância, maior consumo de fibras, antibioticoterapia potente nos processos inflamatórios mais simples. Quando há indicação de cirurgia, fica restrita devido ao insucesso da terapêutica clínica aplicada, e as formas mais graves da doença, como estenoses, abcessos e perfurações. A diverticulite aguda do cólon é a complicação mais frequente da doença diverticular e pode ocorrerem 30% dos pacientes, dentro dos próximos 20 anos após seus diagnósticos. Figura 5 – Demonstração das alterações intestinais durante um caso de Diverticulite. Fonte: Santos Jr, J. C. M., 2001 O divertículo de Meckel é a anomalia congênita mais comum do intestino delgado e é causada por ducto vitelino persistente. O divertículo de Meckel é um divertículo que contém todas as camadas do trato gastrointestinal, inclusive a camada muscular própria. Consiste em uma excrescência da parede gastrointestinal ao longo da borda antero mesentérica do ílio, isto frequentemente a 60 até 100 cm da junção ileocecal, isto visto ao exame macroscópico. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Complicações frequente relacionadas a divertículos de Meckel relacionam-se com a presença de mucosa ectópica e incluem: obstrução intestinal; o divertículo de Meckel pode ser um ponto importante para 32 intussuscepção no intestino delgado (formação de inervação pelo próprio intestino); diverticulite; hemorroida; causada por mucosa gástrica ectópica, perfuração, fístula, úlcera péptica. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Esse divertículo consiste na malformação congênita mais frequente importante do intestino delgado, esta lesão pode medir aproximadamente 0,5 a 6,0 cm, muitas vezes assintomático, o divertículo é diagnosticado incidentalmente. A diverticulite resulta presumidamente da irritação causada pelo material fecal retido. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.2.1. Patologia A diverticulite produz inflamação da parede do divertículo, evento que pode resultar em perfuração e na liberação das bactérias fecais para dentro dos tecidos peridiverticulares. Em geral, o abcesso resultante é contido pelos apêndices ometais e pelo tecido pericolônio, porem e raramente, a perfuração livre resulta em peritonite generalizada, episódios repetidos de diverticulite pode acarretar uma constrição da luz do intestino, acarretando dessa forma obstrução colônia, podendo formar fístulas entre o cólon e os órgãos adjacentes, incluindo bexiga, vagina, intestino delgado e pele do abdome, as complicações adicionais incluem pileflebite e abscessos hepáticos. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.2.2. Manifestações clínicas Os sintomas mais comuns da diverticulite, em geral após uma perfuração microscópica ou macroscópica do divertículo, são dor persistente no baixo ventre e febre. Se houver mudanças nos hábitos intestinais, que variam de diarreia a constipação, enquanto a disúria indica irritação da bexiga. Nestes casos a maioria dos pacientes exibem hipersensibilidade no quadrante inferior esquerdo e uma massa nessa área é palpada com certa frequência. A leucocitose constitui a regra, o tratamento com antibiótico e as medidas de apoio conseguem controlar a diverticulite aguda, porém cerca de 20% dos pacientes acabam necessitando de intervenção cirúrgica. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 33 4.3. Pólipos Segundo Brasileiro Filho (2012) pólipos são massas de tecido que se projetam para a luz intestinal, podendo ser sésseis ou pediculados (tração sobre a massa leva a formação de pedículo na lesão). Os pólipos, que podem ser de origem neoplásica (adenomas) ou não neoplásicas (malformações), apresentam-se como lesões isoladas (esporádicas) ou múltiplas, como em síndromes hereditárias. Figura 6 – Alteração gastrintestinal Pólipo Adenomatoso. Fonte: IMEBI, Instituto de Medicina Biomolecular, 2005 4.3.1. Os pólipos adenomatosos são lesões pré-malignas Os pólipos adenomatosos (adenomas tubulares) são neoplasias com origem no epitélio mucoso. São formados por células epiteliais neoplásicas com origem no epitélio mucoso. São formados por células epiteliais neoplásicas que migram para a superfície e se acumulam além das necessidades para a reposição das células descamadas para dentro da luz. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.3.2. Pólipos neoplásicos (adenomas) Brasileiro Filho (2012) diz que pólipos neoplásicos compreendem as neoplasias benignas mais comuns do intestino grosso. Os pólipos são constituídos por proliferação das células epiteliais que revestem a mucosa, com 34 diferentes graus de distúrbios da diferenciação celular (displasia), sendo por isso considerados lesões pré-cancerosas. Podem ser únicos ou múltiplos e apresentam tamanho e aspectos variados, desde lesões pequenas, frequentemente pediculadas, a neoplasias maiores, em geral sésseis. Sua prevalência aumenta com a idade, não havendo diferença entre homens e mulheres. Existe predisposição familial para o adenoma isolado, com risco cerca de quatro vezes maior de aparecimento de lesões entre parentes de primeiro grau e de desenvolvimento de adenocarcinoma. Mais de 70% desses pólipos localizam-se no retossigmoide, 20% no sigmoide e os 10% restantes nas porções proximais do cólon. Os adenomas podem apresentar áreas de inflamação e ulceração superficial, que podem sangrar, sofrer necrose por torção do pedículo e ser eliminados. A complicação mais relevante são focos de transformações maligna. Segundo sua estrutura histológica, os adenomas são classificados como tubular, viloso ou tubuviloso. Convencionalmente, um adenoma é designado viloso quando apresenta mais de 50% de sua extensão constituída por estruturas papilíferas. Quando o componente viloso varia entre 25 e 50%, a lesão é diagnosticada como tubulovilosa. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Seja qual for a sua organização estrutural, os adenomas apresentam atipias citológicas ou displasias, que variam de intensidade pequena (baixo grau) a grande (alto grau), de acordo com os distúrbios da diferenciação celular. As lesões mais iniciais são vistas microscopicamente como criptas aberrantes, constituídas por pequeno número de criptas volumosas e revestidas por células com diferentes graus de displasias. Criptas aberrantes são consideradas biomarcadores de risco para câncer de cólon. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.3.3. Adenoma tubular É o tipo mais comum, compreendendo cerca de 75% dos pólipos neoplásicos. A lesão é encontrada do estomago ao reto, mas cerca de 90% localizam-se no cólon. Adenoma tubular pode ser lesão solitária, esporádica, ou múltipla, associada a síndrome de pólipose familiar. O tumor é mais comum 35 por volta dos 60 anos e em indivíduos do gênero masculino. As lesões são geralmente pequenas, sésseis, de aspecto amoriforme, menores que 1 cm; quando crescem, tornam-se pediculadas. O pedículo é constituído de estroma conjuntivovascular da submucosa e revestido por mucosa colônica de aspecto normal. O pólipo é formado por glândulas tubulares, justapostas, separadas por estroma escasso e revestidas por epitélio colunar alto, pseudoestratificado, com diferentes graus de displasias. Na displasia de baixo grau, os núcleos são dispostos na porção basal da célula e a produção de mucinas é preservada. Na displasia de alto grau, ocorre perda da orientação basal dos núcleos e da produção de mucinas. Displasia de alto grau é mais frequente nas lesões maiores que 1,0 cm e situadas no reto e no cólon esquerdo. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Figura 7 – Alteração fisiomorfologica causada pelo Adenoma Tubular. Fonte: Google Imagens, 2016 4.3.4. Adenoma viloso É menos frequente do que o adenoma tubular, compreendendo cerca de 10% dos pólipos neoplásicos. O adenoma viloso tem pior prognóstico: o risco de transformação maligna é dez vezes maior do que o do adenoma tubular. O tumor localiza-se nos 25 cm distais do intestino grosso e manifesta-se em indivíduos após a 6° década de vida. A lesão é geralmente única, maior do que o adenoma tubular, e apresenta sinais clínicos mais frequentes do que os demais tipos de adenomas. A lesão apresenta projeções digitiformes, papilas ou franjas na superfície, e sua base de implantação é ampla, razão do nome 36 séssil. O adenoma viloso é descoberto em geral por sangramento retal; ocasionalmente, apresenta hipersecreção de muco, com perda de proteínas e potássio. Ao exame histológico, as projeções digitiformes são constituídas por delicado estroma, conjuntivovascular revestido por epitélio colunar alto pseudoestratificado, com graus variáveis de displasia. Displasia de alto grau está presente em 10% dos casos; transformação maligna com invasão do estroma em 30 a 50% dos casos. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.3.5. Adenoma tubuloviloso Corresponde a 15 a 20% dos pólipos neoplásicos. A lesão consiste na combinação de componente viloso, podendo este variar de 25 a 50% da lesão. O risco de transformação maligna é proporcionar a quantidade do componente viloso. O adenoma tubuloviloso tem a mesma localização do adenoma tubular e apresenta-se como tumoração séssil ou pediculada, com características histológicas de estruturas tubulares e vilosas. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.3.6. Pólipos não neoplásicos Constituem a maioria dos pólipos colônicos (cerca de 90%) e podem ser três tipos: hiperplásicos, hamartomatosos e inflamatórios. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.3.7. Pólipos hiperplásicos São mais frequentes, geralmente pequenos (0,1 a 1,0 cm), sésseis e múltiplos; sua frequência aumenta com a idade, sendo mais comum no retossigmoide de indivíduos acima de 50 anos. A distinção macroscópica com os pólipos não é possível. Histologicamente, são constituídos por criptas bem definidas, alongadas e/ou ramificadas, com borda interna de aspecto serrilhado, revestidas por epitélio colunar alto, com maturação preservada, contendo células caliciformes e absortivas. Trata-se de lesões benignas, não neoplásicas, mas podem fazer parte de lesões mistas, com componentes de adenoma, designado adenoma serrilhado, que tem características genéticas peculiares e é precursor do câncer relacionado com instabilidade de 37 microssatélites. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Figura 8 – Demonstração visual das alterações causadas por Pólipos hiperplásicos gastrintestinais. Fonte: Google Imagens, 2016 4.3.8. Pólipos hamartomatosos São lesões decorrentes de defeitos do desenvolvimento e constituídas por tecidos próprios do local, com diferenciação aberrante, levando ao aparecimento de massas, podem ser esporádicos ou associados a síndromes hereditárias. O pólipo juvenil solitário e os pólipos da síndrome de CanadaCronkhite são exemplos de lesões hamartomatosos não hereditárias. (BRASILEIRO FILHO, 2012) O pólipo Juvenil surge principalmente no reto de crianças menores de 5 anos ou em adultos como achado incidental, sendo designado pólipo de retenção. A lesão mede 1,0 a 3,0 cm e apresenta-se como tumoração avermelhada ou pardo- avermelhada, geralmente pediculada, que pode sofrer torção, infarto e autoamputação, sendo eliminada nas fezes. Histologicamente, o pólipo é constituído por glândulas dilatadas cisticamente e revestidas por epitélio mucossecretor de aspecto regular ou serrilhado; não existe muscular da mucosa, e o estroma apresenta infiltrado inflamatório. (BRASILEIRO FILHO, 2012) A síndrome gastrointestinal de Canada-Cronkhite associada a caracteriza-se alterações por ectodérmicas polipose (alopecia, onicondrodistrofia e hiperpigmentação) manifestando-se clinicamente com diarreia, má absorção intestinal, anemia, perda de peso e distúrbios 38 hidroeletrolícos graves, com alta perda mortalidade (60%). Não há história familiar, e os pacientes são acometidos na idade adulta. As lesões hereditárias são encontradas em diversas síndromes com características distintas. Pólipos juvenis múltiplos (polipose coli juvenil) são associados a uma síndrome familial rara, de herança autossômica dominante, chamada síndrome da polipose juvenil, que obtém um maior risco de desenvolvimento de adenoma e adenocarcinoma. (BRASILEIROFILHO, 2012) 4.3.9. Os pólipos de Peutz-Jeghers São lesões hamartomatosas que podem surgir de forma isolada ou hereditária, de herança autossômica dominante, caracteriza-se por (1) pólipos hamartomatosos múltiplos no tubo gastrointestinal - intestino delgado (100%), cólon e reto (30%) e estômago (25%) e por vezes nas vias respiratórias e bexiga; (2) hiperpigmentação melânica cutaneomucosa semelhante a lentigo, na mucosa oral, face, genitália e palma das mãos. Os pólipos são em geral volumosos, pediculados lobulados. Histologicamente, apresentam padrão arboniforme com feixes de tecido conjuntivo e fibras musculares lisas que septam estruturas glandulares, revestidas por epitélio colunar alto com maturação preservada. Os pacientes apresentam um aumento de risco para câncer de mama, pâncreas, útero e ovário, ou no trato gastrointestinal adjacente as lesões hamartomatosas. (BRASILEIRO FILHO, 2012) Figura 9 – Lesões causadas por pólipos de Peutz-Jeghers. Fonte: Google Imagens, 2016 Na síndrome de Ruvacalba- Myhre–Smith e suas variantes encontra-se 39 a tríade de pólipos hamartomatosas do intestino, macrocefalia e máculas pigmentadas no pênis, os pacientes apresentam um retardo no desenvolvimento psicomotor, anomalias oculares, macrossomia ao nascer e miopatia associada ao armazenamento de lipídeos. Na síndrome de Muir-Torre (neoplasias sebáceas benignas ou malignas, ceratoacantoma e adenocarcinoma múltiplos, particularmente do cólon), também hereditária, os pacientes apresentam pólipos hamartomatosos ou adenomas no intestino grosso. A doença de Cowden é entidade rara, de herança autossômica caracterizada por hamartomas múltiplos formados por tecidos derivados dos três folhetos embrionários. O tubo digestivo e a pele são os locais mais frequentes dessa lesão. Embora os hamartomas não tenham risco de evolução para lesões malignas os pacientes com essa doença apresentam uma incidência maior de câncer de mama e tireoide. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 4.3.10. Pólipos inflamatórios Os pólipos inflamatórios não são neoplasias, mas sim nódulos elevados de epitélio inflamado e em fase de regeneração, são encontrados em associação com colite ulcerativa, doença de Crohn, comumente nos casos de colite amebiana e disenteria bacteriana. São lesões nodulares de 0,2 a 1,5 cm, secundárias a ulceração e reparo da mucosa que surgem após inflamações no cólon, ao exame microscópico, os pólipos inflamatórios são constituídos por um componente variável de glândulas mucosas distorcidas e inflamadas misturadas frequentemente com tecido de granulação. A medida que a cicatrização prossegue, a regeneração epitelial caracterizada por grandes células epiteliais basofílicas restaura a mucosa. Por si só essas lesões não são pré-cancerosas, porém ocorrem nas doenças inflamatórias crônicas que estão associados com uma alta incidência de câncer e devem ser diferenciadas dos pólipos adenomatosos. (BRASILEIRO FILHO, 2012) 40 4.3.11. Pólipos Linfóides Os pólipos linfóides são acúmulos subcutâneos de tecido linfóide, que quase invariavelmente no reto, que são visualizados como nódulos sésseis únicos com dimensões que variam desde infinitamente pequenas até 5 cm de diâmetro. Múltiplas lesões conferem a mucosa um aspecto de pedras de calçamento. Ao exame microscópico esses pólipos são cobertos por mucosa intacta e são formados por folículos linfóides proeminentes com centros germinativos, nesse contexto, o tecido linfóide está presente na mucosa colorretal. Os pólipos linfóides são mais comuns em mulheres do que em homens e ocorrem em qualquer faixa etária, incluindo a segunda infância. As lesões são benignas e em geral assintomáticas. A hiperplasia linfoide nodular é observada principalmente em crianças ou com a síndrome da imunodeficiência, apresentam acumulo excessivo de tecido linfoide no cólon, macroscopicamente a mucosa exibe numerosos pequenos nódulos sésseis ou polipoides com até 0,5cm de diâmetro, o aspecto é semelhante aquele dos pólipos linfoides raramente está relacionada ao linfoma maligno, porém o aspecto radiológico pode ser confundido com a polipose adenomatosa familial (PAF). (RUBIN, 2010) 4.3.12. Síndrome de polipose familial Para Rubin (2010) a PAF, também denominada polipose adenomatosa do cólon (PAC), um traço hereditário raro autossômico dominante com penetrância quase completa, é responsável por menos de 1% dos cânceres colorretais. Caracteriza-se pelo surgimento de inúmeros pólipos adenomatosos na região retossigmóide. O distúrbio é causado por uma mutação na linha germinativa do gene APC sobre o braço longo do cromossomo 5, a maior incidência dos casos é familiar, porém 30 a 50% são devidos a novas mutações. A PAF se caracteriza por centenas a milhares de adenomas atapetando a mucosa colorretal. Os adenomas são principalmente da variedade tubular, porém estão presentes também adenomas tubuvilosos e vilosos, microscopicamente acometem uma única cripta embora alguns pólipos estejam presentes a faixa etária de ocorrências dos sintomas é de 36 anos, 41 época na qual o câncer já está instalado em muitos pacientes. O carcinoma de cólon e do reto é inevitável, com a média etária por ocasião do início sendo de 40 anos. A colectomia total antes do início do câncer é curativa, entretanto alguns pacientes manifestam adenomas tubulares no intestino delgado e no estomago que obtém potencial de malignidade do cólon. Existem testes genéticos disponíveis para PAF, porém as mutações são encontradas apenas em 75% dos casos familiais. A PAF inclui os seguintes subtipos: a) PAF atenuada: o número de adenomas no cólon é inferior a 100. b) Síndrome de Gardner: exibe lesões estracolônicas, incluindo osteomas do crânio, da mandíbula e dos ossos longos, cistos epidermóides; tumores desmóides; e hipertrofia congênita do epitélio pigmentar retiniano, as mutações do gene APC não permitem prever este genótipo. c) Síndrome de Turcot: distúrbio raro combina PAF com tumores malignos do sistema nervoso central, muitos casos especialmente aqueles com medulo blastoma são devidos a uma mutação na linha germinativa do gene APC em alguns casos especialmente aqueles com glioblastoma multiforme, fazem parte do espectro da síndrome hereditária de câncer colorretal não polipose. 4.4. Megacólon congênito (doença de Hirchsprung) Segundo Rubin (2010) a doença de Hirchsprung é um distúrbio no qual a dilatação colônica resulta em um defeito de inervação do colorreto. A lesão consiste na ausência congênita de células ganglionares, na maioria dos casos na parede do reto. Em 25% dos casos as células ganglionares são deficientes nas porções mais proximais do cólon e em circunstancias raras, a lesão pode estender-se até o fim do intestino delgado. Estima-se que a incidência do distúrbio seja de 1 em 5.000 nascidos vivos, com 80% dos pacientes sendo homens. 42 Figura 10 – Demonstração do megacólon congênito (doença de Hirchsprung) Fonte: Google Imagens 4.4.1. Patogenia Pode ser rastreada até uma interrupção da sequência desenvolvimental que resulta na inervação do cólon, a migração caudal normal das células a partir da crista neural que eventualmente da origem a célula ganglionar intramural é interrompida. Como o esfíncter anal interno demarca o término dessa migração, o segmento glanglionar inclui sempre o reto e pode estenderse proximalmente por distancias variáveis dependendo de onde os neuroblastos param, o reto aganglionar e ocasionalmente o colón adjacente estão permanentemente contraídos por causa da ausência de estímulos de relaxamento, o conteúdo fecal não consegue penetrar prontamente nessa área estenótica. O intestino proximal fica dilatado por causa da obstrução distal funcional, na maioria dos casos a doença é esporádica porém há casos familiais sendo que metade desses casos estão associados a mutações gênicas inativantes do receptor RET de tirosina cinase no cromossomo 10q. Alguns casos envolvem mutações do gene para o receptor de endotelina-B. A incidência de megacólon congênito é mais alta que a taxa normal em lactentes com a síndrome de Down, 2% dos paciente com síndrome de Down nascem com a doença, na maioria dos casos de aganglionose de cólon não é complicada por outras lesões porem o distúrbio já foi relatado com diversas anormalidades congênitas. (RUBIN, 2010) 43 4.4.2. Patologia O cólon e o reto na doença de Hirchsprung revelam um segmento contraído e espástico que correspondente a zona aganglionar está área o intestino apresenta-se dilatado. O diagnóstico é feito por biopsia da mucosa do reto e por histoquímica da acetilcolinesterase, que demonstra está enzina nas fibras nervosas colinérgicas situadas na lâmina própria da mucosa e na muscular da mucosa, no segmento agangliônico. (RUBIN, 2010) 4.4.3. Manifestações clínicas A causa mais comum é de obstrução intestinal congênita sendo mais comumente apresentados pelos sinais clínicos que consistem na eliminação retardada de mecônio pelo recém-nascido e no aparecimento de vômitos nos primeiros dias de vida, em alguns casos a obstrução intestinal completa tornase imprescindível um alivio cirúrgico. Nas crianças que possuem segmentos retais curtos com ausência de células ganglionares e que apresentam uma obstrução apenas parcial, a constipação, a distensão abdominal e a impactações fecais (fecalomas) caracterizam a evolução clínica dessa patologia. A complicação mais séria do megacólon congênito é uma enterocolite, na qual a necrose e a ulceração afetam o segmento proximal dilatado do cólon e podendo até se estender-se para o intestino delgado. O tratamento basicamente consiste na remoção cirúrgica do segmento aganglionar e reconstrução. (RUBIN, 2010) O Megacólon adquirido ocorre principalmente em crianças e está frequentemente associado com constipação crônica e o uso prolongado de laxativo, entretanto em alguns casos é demonstrada a presença de células ganglionares na biopsia retal que começam na infância e estão associados com incontinência fecal, a causa mais comum desse distúrbio ainda não é bem compreendida. O megacólon adquirido em adultos resulta em distúrbios que interfere na inervação do intestino ou na função do músculo liso. Segundo Filho (2012) no Brasil o megacólon adquirido tem como principal causa a doença de Chagas, a patogênese da lesão é a destruição dos neurônios dos plexos nervosos mioentéricos associado a infecção pelo Trypanossoma cruzi, 44 outras causas de megacólon adquirido são: (1) dilatação tóxica do cólon como complicação de colite ulcerativa idiopática; (2) dilatação funcional relacionada com distúrbios psicossomáticos. 45 CAPÍTULO II CÂNCER COLORRETAL 1. HISTÓRIA Segundo Teixeira e Fonseca (2007), o câncer é uma doença que deixa marcas, cicatrizes e não somente adoece o corpo, mas sim a alma. Quando esta doença é descoberta se torna uma notícia devastadora na vida de qualquer pessoa, porém com o avanço da medicina isso pode se tornar de certa forma como um tempo à mais, mas como começou essa doença que acomete a população de forma inóspita. É um paradoxo entrelaçado juntamente com a medicina que foi se estreitando com os conhecimentos e desenvolvimentos tecnológicos contra essa doença, que causa efeitos devastadores e também o pavor em relação a ele se ampliou. Por décadas quase nada se sabia sobre esta doença, e era nula a capacidade dos médicos em deter tamanho sofrimento, dor e mortes causada pela doença, era pouco percebido pela sociedade com isso fazendo parte do núcleo de moléstias que impingiam todo sofrimento e morte que causava. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Assim então só restavam as vítimas à agonia, muitas vezes a abominação ou execração social causada pelo temor de sua contagiosidade que se pensava na época. Por volta do século XX todas essas situações começaram a se reverter com a transformação dos avanços dos tratamentos surgidos, ainda no início do século começaram a se tornar mais promissores e eficazes, quando ao mesmo tempo a ordem de se ter um diagnóstico precoce entrou para a ordem do dia da medicina. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Denominado de carcinoma ou cirro, o câncer era visto pelos hipocráticos como um desequilíbrio dos fluídos que formava o organismo, no início do período cristão a medicina galênica reforçava a ideia de que o câncer era um desequilíbrio de fluídos. Isso se manteve com força presente na medicina ocidental até o século XVII, sendo que a partir do século XV a descoberta do sistema linfático fez com que a doença fosse relacionada ao desequilíbrio da 46 linfa no organismo. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Quando se pensava em um desequilíbrio de fluidos pensava-se em um problema orgânico mais geral do que se imaginava até então e que os tumores eram manifestações aparentemente visíveis, tratamentos cirúrgicos ou medicamentosos eram desconsiderados postulando que as terapêuticas voltadas para o resultado do desequilíbrio corpóreo eram mais adequadas como as sangrias. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) O câncer passou a ser visto como uma doença local em meados do século XVIII, para isso se mostrou fundamental o desenvolvimento da anatomia patológica e dos conhecimentos sobre célula. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) O anatomista Italiano Giovanni Battista Morgagni (1662-1771) enfatizou a localização corpórea da doença caracterizando como uma entidade específica localizada em determinado órgão do corpo. O médico francês Marie François Xavier Bichat (1771-1802) revolucionou um tratado mostrando que os órgãos são constituídos de diferentes tecidos, cuja lesões que a doença causava indicavam a localização das várias patologias, com tudo, seus aprofundados estudos favoreceram a compreensão das formas mais notáveis de câncer. Um médico francês chamado René Théophile Laennec (1781-1826), ainda neste período aumentou a precisão dos diagnósticos ao diferenciar os quistos dos rins e dos ovários e os fibromas uterinos dos casos de câncer. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Observando um tumor secundário no cérebro, que originalmente iniciouse no seio, Joseph Claude Anthelme Recamier (1774-1852) deu início ao conceito de metástase para a disseminação da doença, com a projeção que seus estudos tomavam teve a concreta certeza que células cancerosas na corrente sanguínea ou linfática provocava novos tumores em outros órgãos, estudos e pesquisas realizadas neste período deu a compreensão do câncer como uma patologia local. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) A teoria do desenvolvimento da célula no século XIX tomou partida de trabalhos e estudos de Virchow (1821-1902), onde houve a junção das células e seu processo de divisão, ele propôs uma ideia que acreditava que o câncer era causado por uma irritação crônica e se propagava como um líquido no organismo. O anatomista Wilhelm Waldeyer (1836-1921) apontou que células cancerosas iria se desenvolver a partir de células normais, e que as 47 metástases segundo Recamier seria o transporte de células cancerosas pela corrente sanguínea ou linfática. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Com o grande avanço de conhecimento sobre a doença os tratamentos eficazes ainda permaneciam como uma incógnita para os estudiosos, assim os acometidos da doença eram internados em asilos para se esperar a morte. Começaram a surgir por volta do século XVIII na Europa hospitais com esses objetivos, na França mais precisamente na cidade de Reims em 1742 foi criado um asilo para pacientes cancerosos, e em 1799, seria fundado na Inglaterra o Cancer Charity of the Middlesex Hospital com os mesmos interesses, assim várias instituições voltadas à proteção dos doentes com câncer começaram a multiplicar por diversos países Europeus. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Os avanços da cirurgia no século XIX, parecia ser uma nova esperança com relação ao câncer. Relatos datam as primeiras cirurgias de reto e histerectomias em 1840 quando a utilização do clorofórmio e éter eram usados como anestésicos possibilitando a execução das cirurgias mais invasivas, mas com os maus insucessos das operações e seus resultados foram descartadas. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Joseph Lister (1827-1912) criador das técnicas de assepsia e antissepsia poderia mudar esses resultados, em 1860 a progressiva aceitação da transmissão da microbiana das doenças a partir de estudos de Pasteur (1822-1895) as cirurgias passaram a ser mais aceitáveis duas décadas mais tarde, os cuidados com a assepsia foi um marco nas cirurgias dando uma segurança para incisões que até então eram fracassadas pelas infecções secundárias e assim o campo cirúrgico começou a serem bem-sucedidas. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Com a revolução da assepsia se obteve grandes avanços como a primeira remoção de um câncer de estômago, está realizada pelo cirurgião alemão Theodor Billroth (1829-1894), e o também cirurgião Willian Stewart Haalsted realizou uma sucedida cirurgia de mastectomia no Hospital Johns Hopkins em Nova York. Com as novas técnicas de cirurgia de assepsia se tornavam de grandes perspectivas positivas, novos médicos se voltavam para esta técnica que mostrava à eficácia para diversos tipos de cirurgias de câncer e fazendo cada vez mais que outras fossem aderidas técnicas, para um melhor resultado esperado. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) 48 Com os desenvolvimentos de mais descobertas sobre tratamentos sobre a doença e a ampliação de interesses de novas técnicas cirúrgicas vinham da investigação de outros campos médicos, juntamente com à física e química, os primeiros passos veio com a descoberta do então raios X em 1895, em 1896 os médicos adotaram isso se interessando por suas extraordinárias potencialidades diagnósticas, e usando este para novos diagnósticos de outras doenças. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Há utilização da radioterapia parecia ser totalmente promissora, surgindo em 1902 os primeiros trabalhos na Associação Americana de Cirurgia, concretizando os tratamentos dos raios X nas displasias, sendo usadas por médicos no tratamento de cânceres cutâneos e tumores internos introduzindo tubos para o efeito dos raios para atingir órgãos afetados pelo câncer, não se sabia os danos que essa técnica radiológica poderia causar no organismo dos pacientes até então. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Foi então que o Radiologista francês Jean Bergonié e o histologista Louis Tribondeau esclareceram o princípio ativo curativo mostrando que as células cancerosa são mais susceptíveis a ação do que as células sadias, seu trabalho deu fundamento biológico para à radioterapia abrindo um amplo espaço para o mais diversos tumores por mais promissora que se mostrava esta nova tecnologia, está poderia causar hiatrogenia como queimaduras se utilizadas em altas doses, isto era causado por falta de uma padronização de mensuração da dosagem, isto deixava a de forma insegura o tratamento. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Por muitos anos médicos mantiveram de forma cautelosa e conservadora a posição dos raios X, continuando a ter a cirurgia como padrão de primeira escolha, em 1910 esta situação começou a mudar com desenvolvimentos de novos tubos de raios catódicos (1913) e de potentes geradores (1921) que davam um maior controle dos raios dando uma forma mais segura. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Tempos depois o casal Pierre e Marie Curie após o desenvolvimento da radioterapia que teve a descoberta do rádio por este casal em 1898 e consigo traria novos avanços ao tratamento do câncer, produzindo um efeito cauterizante sobre a pele e foram os primeiros a sugerirem o seu uso médico. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) 49 Em 1904 os médicos começaram a usar contra as mais variadas formas de câncer e doenças, a utilização terapêutica de uso de rádio que trouxe uma diminuição dos acidentes provenientes, pela quantidade ser proporcional a quantidade do elemento a ser empregado. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Novas descobertas sobre a radiação fizeram que a aplicação se desce com agulhas recobertas por platina, contendo pequenas quantidades de rádio, este isolamento fazia com que o efeito do produto era penetrado no organismo dos enfermos afetando o tumor de forma provocando a sua destruição, o uso do rádio teve mais voltado inicialmente para casos de cânceres cutâneos e outras dermatoses e se ampliando para outros tipos de tumores. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) O câncer de colo de útero no final do século XX passou a ter um tratamento com rádio cada vez mais frequente na Europa, trabalhos posteriores possibilitou uma precisão melhor estabelecida na dosagem radioativa com isso permitindo seu uso de forma mais segura e proporcional para cada tumor, esse nova e emblemática descoberta tornou por originar novos profissionais voltados para a área do câncer os Radiologistas designados para se efetuar exames radiológicos em pacientes que eram afetados pela doença. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Essa nova área médica teve um papel importante e atuante juntamente com os médicos que encaminhavam os pacientes após seus tumores serem extraídos, para dar seguimento no tratamento com a radioterapia para se evitar novos aparecimento de tumores. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) Já nesta época pacientes eram encaminhados para dar início ao tratamento com a radioterapia radiológica para se depois ter seus tumores retirados cirurgicamente, com os novos tratamentos para a cura do câncer a epidemiologia começava a comparar com as doenças epidêmicas da Europa por causa da amplitude dos índices de novos casos sobre esta doença, de malignidade surpreendente, e com todos os olhares voltados para essa doença passava a se transformar na mais inóspita das moléstias do século. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) A doença passava se tornar uma discussão cada vez mais frequente nos encontros específicos, em 1906 aconteceria a Primeira Conferência Internacional contra o Câncer em Paris. Já a quimioterapia e outros terapias 50 medicamentosas no alvorecer do século XX iria mudar a panorâmica do assunto mais ainda eram promessas nos laboratórios científicos, mas que gerava grandes perspectivas de melhoria nos resultados esperados. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) O câncer passou a ser motivo de grandes pesquisas e estudos científicos por médicos, se tornando uma nefasta doença que alarmava a população e aos cientistas tornando-se mais temida que muitas pragas do passado, mais essa história que começou a milhares de anos hoje no século XXI ainda tem muitas descobertas a serem pesquisadas para que possa dar aos pacientes um olhar mais promissor da cura. (TEIXEIRA E FONSECA, 2007) 2. DEFINIÇÃO De acordo com Rubin (2010), hoje em dia o câncer afeta a população em grande escala, e acomete entre outros órgãos, o intestino grosso, o câncer de colorretal é um dos tumores malignos mais comuns nos países ocidentais, dentre eles os cânceres do intestino. O câncer colorretal é uma neoplasia que atinge o intestino grosso (colón e o reto), pólipos e carcinomas quando em fase inicial não causam sintomas. Cânceres colorretais permanecem assintomáticos durante anos ; os sintomas se desenvolvem insidiosamente, e frequentemente estão presentes há meses ou até anos antes do diagnóstico, um rastreamento é de extrema importância com o objetivo de se detectar a doença cedo, é curável quando descoberto em sua fase inicial, praticamente 98% dos cânceres do intestino grosso são adenocarcinoma, geralmente surgem em pólipos e causam sintomas relativamente precoces, em um estágio que geralmente é curável pela retirada cirúrgica. Seu pico de incidência geralmente é entre os 60 e 79 anos, 20% dos casos ocorrem entre os 50 anos de idade, e quando detectado em jovens à colite ulcerativa preexistente ou uma síndrome poliposa devem ser investigadas como fatore predisponentes. Pode-se definir que pessoas que sofrem com Colite Ulcerativa de longa duração tem um risco mais alto de se desenvolver câncer colorretal, muito mais que a população geral, isto porque a doença atinge uma extensão que acomete o colorretal, doença inflamatória que atinge está extensão. Isto causa uma 51 probabilidade dessas pessoas a desenvolver à doença. Aspectos morfológicos do carcinoma do cólon é mais comumente no reto, sigmoide onde a 70% dos casos, seguindo do seco e cólon ascendente que corresponde a 22%, cólon transverso e descendente. Esta lesão apresenta quatro formas macroscópias: polipoide (vegetante), ulceroinfiltrativa, anularconstritiva e difusa sendo as três primeiras as mais comuns. (RUBIN, 2010) Para Rubin (2010), as lesões polipoides ou vegetantes são mais comuns no cólon direito e raramente no cólon esquerdo, tendem a crescer em direção a luz como massas fungoides ou em aspecto de couve-flor e acometem grandes proporções, as manifestações clínicas são tardias e não raramente o tumor é diagnosticado pelas metástases, por isso o seu prognóstico é ruim, apesar do tumor geralmente ter seu crescimento lento e de ser bem diferenciado. Lesão ulceroinfiltrativa é o mais comum, tende a crescer em superfície e profundidade onde se infiltra na parede; por isto se tornando estenosante, está lesão torna-se uma grande úlcera de fundo necrótico e de bordas elevadas, duras e irregulares em geral este tumor é pouco diferenciado e suas metástases são mais precoces. (RUBIN, 2010) Lesão anular-constritiva uma lesão especialmente comum no reto e no sigmoide e muito rara no cólon direito, uma lesão que se inicia pequena sendo de uma densidade elevada ou uma massa polipoide limitada à mucosa, que cresce sob a circunferência do intestino. Este tumor cresce pouco em direção à luz, mas infiltra-se na parede de modo circular e tende a ulcerar o local acometido. Com o tempo se espalha na cavidade peritoneal invadindo vasos sanguíneos e linfáticos, a neoformação conjuntiva excessiva gera estenose que acompanha a proliferação das células neoplásicas, no segmento proximal dilatado pode ocorrer estase fecal e úlceras estercorácias, por esta característica constritiva é conhecida como tumor em anel de guardanapo. (RUBIN, 2010) A característica predominante é de adenocarcinoma cirroso, sendo pouco diferenciado, este tipo de crescimento causa sintomas de obstrução intestinal, constipação intestinal, hemorragia e diarreia, e são comumente precoces, nestes casos assim partindo um prognóstico precoce, o tumor leva cerca de 6 meses para comprometer um quarto da luz do reto e de 18 para alcançar a serosa. (RUBIN, 2010) 52 Embora todos os carcinomas colorretais comecem como lesões in situ ou seja (classificado como uma displasia grave), eles evoluem para diferentes padrões morfológicos. A maioria dos pacientes que falecem por câncer colorretal morre em consequência de metástases (tumores de proliferação do tumor de origem), ocorrendo uma disseminação tumoral com uma extensão direta para órgãos adjacentes através de vasos linfáticos e sanguíneos, os sítios mais acometidos são os linfonodos regionais, à disseminação é o principal fator prognóstico. A avaliação deste prognóstico do câncer colorretal baseiam-se na profundidade de invasão do tumor na parede intestinal, no grau de diferenciação histológica e na presença de metástases nos linfonodos regionais e em órgãos à distância. (RUBIN, 2010) O fator indicador mais importante para um prognóstico preciso é a extensão do tumor no hospedeiro, um dos sistemas mais tradicionais de estadiamento é o de Astler e Coller em 1954, uma modificação do esquema de Dukes e Kirklin, sendo que atualmente à uma preferência pelo sistema de classificação e estadiamento tumor-linfonódulos-metástases (TNM) que garante um estadiamento dos tumores com uniformidade e reprodutibilidade. (RUBIN, 2010) 3. CAUSAS De acordo com Stevens e Lowe (2002), as causas do câncer colorretal ainda não são totalmente bem definidas, apesar de estudos realizados sobre esta temática, ao longo das últimas décadas vem tendo uma visão global sobre a carcinogênese colorretal, causando ainda grandes pesquisas. No entanto sabe-se que qualquer teoria sobre este tema gera obrigatoriamente um sentido de que o fato do desenvolvimento de um câncer colorretal é resultante de uma interação de variáveis incluindo elementos externos como agentes ambientais e dietéticos e fatores internos de natureza somática ou hereditária. Há evidências possivelmente comprovadas ambientais que de que elementos dietéticos e desencadeiam papéis fundamentais no desenvolvimento do câncer colorretal, sendo que estes achados predispõem a fatores fundamentais para o processo da carcinogênese colorretal, a população 53 faz uso de elementos que favorece à proliferação da doença no contexto. (STEVENS E LOWE, 2002) Apesar de fatores dietéticos e epidemiológicos ter um papel importante como agentes desencadeantes para o câncer colorretal temos outros fatores externo que irão entrar em contato com mecanismos que juntos vão agir na mucosa intestinal, de forma a facilitar o desenvolvimento de tumores, alterações ocorridas na mucosa intestinal durante o processo da carcinogênese e seu respectivos componentes genéticos. O câncer colorretal destaca-se por seu avanço de tumores de malignidade existentes, isto podemos dizer pela frequência de lesões polipóides benignas na mucosa colônica, assim permitindo uma relação entre adenoma e o câncer colorretal. (STEVENS E LOWE, 2002) O cólon e o reto são frequentemente acometidos por tumores benignos e malignos, tumores de classificação mais significativa derivam da parte da superfície epitelial do intestino, formando adenomas e carcinomas de cólon. Tumores comuns do intestino grosso são derivados de pólipos nãoneoplásicos ocorrendo de forma aleatória particularmente no cólon como os pólipos hiperplásicos que são lesões pequenas, sésseis e múltiplos, sua frequência aumenta com a idade são planas, e de coloração clara apresentando caracteristicamente em torno de (0,1 a 1,0 cm) de tamanho, ocorrendo mais comumente no reto e no cólon sigmoide, de indivíduos acima de 50 anos, essas lesões são consideradas regenerativos e não-neoplásicas. Os pólipos hamartomatosos ocorrem na infância e adolescência são lesões decorrentes de defeitos do desenvolvimento e constituídas de tecidos do próprio local, podendo ser esporádicos ou associados a síndromes hereditárias. (STEVENS E LOWE, 2002) Ainda podemos citar os pólipos inflamatórios que também chamado de pseudopólipos, que se constituem de ilhotas de mucosa inflamada em regeneração, envolvidas por ulceração. Adenomas se caracteriza por neoplasias intra-epiteliais variando de lesões pequena a grandes lesões neoplasias geralmente sésseis, pólipos adenomatosos são constituídos do epitélio glandular do intestino grosso, e são classificados em três subtipos baseando-se na estrutura epitelial; adenomas tubulares (glândulas tubulares), adenomas vilosos (projeções vilosas), 54 adenomas tubuloviloso (uma mistura dos anteriores), são neoplasias que variam de lesões pequenas a grandes neoplasias geralmente sésseis, na maioria das vezes evoluem para carcinomas colônicos evoluindo a partir de adenoma prévio, e é bem estabelecida para uma evolução carcinoma dando a base de sequência para pólipo-câncer desenvolvendo o carcinoma de cólon, essas alterações malignas se torna mais agressiva quando à lesões de grandes extensões. (STEVENS E LOWE, 2002) A maioria dos carcinomas colorretais se desenvolve a partir de pólipos adenomatosos, sendo a segunda causa mais comum por óbito por neoplasia, como todos os outros cânceres ás condições de desenvolvimento para outros órgãos como metástases, levando em consideração ao evento causador ocorre uma significativa bem elevada diante de alterações genéticas que acaba levando à malignidade colorretal. A sequência adenoma-carcinoma é amplamente aceito como eventos do desenvolvimento do câncer colorretal foi uma base patológica proposta por Fearon e Vogelstein, indivíduos com alta prevalência de adenomas tem mais probabilidades de câncer colorretal, sua manifestação de adenomas dentro do colorreto é mais ou menos comparável do câncer colorretal, pólipos adenomatosos com incidência antecede em alguns anos o pico de câncer colorretal quando o carcinoma invasivo é identificado em sua fase precoce, frequentemente existe um tecido ao redor. (STEVENS E LOWE, 2002) Está relacionado com o câncer colorretal o número de adenomas onde se a chances de um câncer em pacientes com síndromes poliposas familiares. Existem atualmente duas vias patogenéticamente diferentes para o desenvolvimento do câncer de cólon, ambas envolvidas em vários estágios de mutações, porém os mecanismos e genes envolvidos que se acumulam são diferentes. A primeira via, às vezes chamada de via APC/B-catenina intendida pela instabilidade cromossômica resultante do acúmulo de mutações em uma série de oncogênese (conjunto de alterações cromossômicas celulares ou de caráter genético que resulta em câncer) e genes supressor de tumor com isso havendo uma evolução molecular desta via, ocorrendo uma série de estágio morfologicamente identificáveis, a uma proliferação epitelial localizada no cólon onde está acompanhada da formação de pequenos adenomas que 55 progressivamente multiplicam-se tornando mais displásicos, e no final tornando cânceres invasivos, sequência chamada de adenoma-carcinoma. (STEVENS E LOWE, 2002) Com a mutação do gene, a Adenomatose Poliposa do Cólon (APC) é a base genética para a Síndrome da Polipose Adenomatosa Familiar (FAP) acredita-se que a perda desse gene é um evento precoce para formação de adenomas, com função dupla este gene supressor de tumor tem em sua linha a função dupla, ele codifica uma proteína que se liga aos feixes de microtúbulos promovendo adesão e também migração celular e tem função atuante como proteína reguladora da via sinalizadora da Wnt/B-catenina. Esta via sinalizadora está relacionada no desenvolvimento da camada epitelial normal e estudos refere que no desenvolvimento de carcinomas colorretais. Uma grande gama dos carcinomas colorretais tem a APC inativado e metade dos cânceres sem mutação no APC têm mutações na B-catenina esta é um membro do complexo de adesão celular com base na caderina que por vez age na translocação de proteína para o núcleo, portanto a função da APC é por sua vez promover a adesão celular e regular a proliferação celular, à sua ausência leva a uma redução da adesão entre as células e a um aumento da proliferação celular. (STEVENS E LOWE, 2002) O oncogênese mais frequentemente observado nos adenomas e nos cânceres de cólon é o gene K-RAS, seu papel se dá pela transdução de sinal intracelular e está presente em menos que 10% nos adenomas com menos de 1 cm, em média 50% dos adenomas maiores que 1 cm, e aproximadamente 50% dos carcinomas. O gene deletado no câncer de cólon (DCC) tem uma perda alélica comum é um gene supressor envolvido no câncer colorretal e esta envolvido por estar localizado nesta região. A ativação da telomerase é importante na ativação da estabilização do cromossomo, é um mecanismo complexo de ribonucleoproteínas que tem transcriptases reversa telomérica (TRT) como subunidade catalítica sua atividade é importante para manter a estabilidade e consequentemente a imortalidade celular, os adenomas não tem a atividade da telomerase, mas um grande número de cânceres incluindo o carcinoma colorretal tem um aumento significativo da atividade telomerase. (STEVENS E LOWE, 2002) Embora a segunda via, a Via da Instabilidade Microssatélite é 56 caracterizada por lesões no DNA dos genes de reparo do mal pareamento de 10% a 15% dos casos esporádicos e na síndrome do câncer colorretal nãopolipose hereditário (CCNPH) existe um acúmulo de mutações como no esquema APC/B-catenina, sendo que os genes envolvidos são de caráter diferentes, ao contrário da sequência adenoma-carcinoma não existem relatos morfológicos de identificação. Uma inativação do DNA de genes de reparo do mal pareamento com defeito é o mais provável nos cânceres colorretais, quaisquer mutações herdadas em um dos genes envolvidos no reparo do DNA são previamente responsáveis pela síndrome familiar CCNPH. Os genes de mal pareamento sofrem mutações causando alterações dos microssatélites de DNA e consequentemente levando à instabilidade microssatélite, são fragmentos de sequencias repetidas no genoma humano o que contém aproximadamente 50.000 a 100.000 de microssatélites sequencias, que pode levar ao mau alinhamento durante a replicação do DNA quando ocorre esse mau alinhamento este é reparado pelos genes mantenedores. (STEVENS E LOWE, 2002) Os indivíduos com CCNPH herdam um gene mutante do reparo do DNA, isto se caracteriza como "a primeira lesão" células de alguns órgãos ainda não bem esclarecidos como; os do cólon, estômago e endométrio, são órgãos lesionados por células sujeitas a uma segunda mutação somática, a "segunda lesão" que provoca a inativação normal (perda heterogozidade) com a perda da homozigótica dos genes de reparo do mal pareamento estes níveis chegam à ser 1.000 vezes maiores do seu normal, com essa amplitude de multiplicação a maioria do tumores CCNPH aponta a instabilidade microssatélite em evidência. Uma grande parte das sequencias de microssatélites estão em regiões não-codificadas dos genes, portanto estes genes são inofensivos, porém algumas sequencias de microssatélites estão em locais, ou seja, em regiões promotora ou codificada dos genes circundados na regulação do crescimento celular, o acúmulo de mutações neste ou em outros genes reguladores do crescimento gerado pela perda do reparo de mal pareamento desencadeia o surgimento dos carcinomas colorretais. Ainda que a sequência de adenomacarcinoma não exista uma linha identificável os tumores que surgem tipicamente de defeitos do reparo de mal pareamento. (STEVENS E LOWE, 2002) 57 Alguns dos pólipos hiperplásicos do lado direito do cólon exibem instabilidade microssatélite podendo ser pré-cancerosos, tumores desenvolvidos que surgem pela via de reparo do mal pareamento indicam alguns achados morfológicos característicos como no cólon proximal, em geral esses tumores têm prognóstico com relevância melhor do que os tumores no mesmo estágio que incidem pela via do APC. 4. FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO Para Santos (2007), o câncer colorretal vem crescendo mundialmente com fatores que predispõe ao avanço da doença, como pólipos, fatores ambientais, idade, fumo e álcool, particularmente hábitos alimentares, estão relacionados, estudos mostram que a relação da obesidade e da falta de atividades física estão como fatores de risco para o câncer colorretal. Os fatores idade e dietéticos que chamam mais a atenção como fatores predisponentes à maior incidência do câncer colorretal são, excesso de ingestão calórica, baixo conteúdo de fibras vegetais não-absorvíveis, alto conteúdo de carboidratos refinados, ingestão de carne vermelha e uma reduzida ingestão de micronutrientes protetores , onde pode ocorrer um baixo conteúdo de fibras que reduz o volume do bolo fecal, aumentando o trânsito intestinal e alterações da flora bacteriana intestinal, o potencial oxidativo tóxico dos produtos fazem a degradação dos carboidratos pelas bactérias e aumentando tempo das fezes, fazendo que o bolo fecal fique em contato com a mucosa por longos períodos. O consumo em excesso de carnes vermelhas aumenta os níveis de colesterol e aumenta a síntese dos ácidos biliares pelo fígado podendo ser convertidos em carcinógenos potenciais, a ingesta de refinados também contém menos vitaminas A, C e E agindo como removedores de radicais de oxigênio. (SANTOS, 2007) A ligação entre dieta e câncer está bem estabelecidas, pesquisas alertam que fatores relacionados a nutrição e estilos de vida são pontos determinantes em um terço de todos os casos de câncer. Podemos classificar nestes fatores de risco para o câncer colorretal, a idade acima de 50 anos, história familiar de câncer de cólon e reto, pólipos tumores benignos, fumo e o álcool o consumo de ambos também está 58 relacionado com vários tipos de tumores como o câncer colorretal, história pessoal pregressa de câncer de ovário, endométrio ou mama também estão entre os fatores de risco. A prevenção para o câncer colorretal se consiste na limitação da exposição a agentes causais, (relacionados a 80% dos tumores) pelo exame preventivo periódico feito por meio do colonoscópio prevenção de padrão ouro, podendo reduzir o risco médio de morte. (SANTOS, 2007) O risco do câncer colorretal pode ser reduzido na eliminação de agentes cancerígenos, ou ao menos minimizando estes fatores com a exposição a eles, mas sem a completa identificação dos fatores predisponentes a prevenção primaria se tornará difícil para implementar tais ações com resultados eficazes, estima-se que mais de dois terços dos cânceres poderiam ser prevenidos através de prevenções apropriadas como modificações no estilo de vida. 5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Rubin (2010) disserta também que, em seus estágios iniciais, o câncer colorretal é clinicamente silencioso. Com o crescimento do tumor, o sinal mais comum é o sangue oculto nas fezes quando o tumor fica nas porções proximais do cólon. Tanto o sangue oculto quanto o sangue vermelho rutilante podem ocorrer nas fezes quando a lesão fica no colorreto distal. No lado direito do cólon, particularmente no ceco, onde o diâmetro da luz é grande e o conteúdo fecal é liquido, os tumores podem crescer até alcançar um grande tamanho sem causar sintomas de obstrução. Nesta situação, o sangramento assintomático crônica causa tipicamente anemia ferropriva que constitui com frequência a primeira indicação de câncer colorretal. Em contrapartida os canceres do lado esquerdo do cólon, onde o calibre da luz é pequeno e o conteúdo fecal é mais sólido, produzem com frequência constrição da luz, acarretando sintomas obstrutivos. Estes se manifestam como mudanças nos hábitos intestinais e dor abdominal. Ocasionalmente, o câncer colorretal perfura precocemente e induz peritonite. Quando o tumor se estendeu até além dos confins do colorreto, pode produzir fistulas enterocutâneas e retrovaginais, massas tumorais na parede abdominal, sintomas vesicais e dor ciática. A propagação intra-abdominal pode 59 causar obstrução do intestino delgado e ascite com células malignas. O resultado de um teste positivo para o sangue oculto nas fezes com papel impregnado com reagente permite predizer a presença de um câncer ou de um adenoma em 50% dos casos. A colonoscopia periódica com fibroscópio e os testes para sangue oculto nas fezes aprimoram o prognóstico do câncer colorretal, pois esses métodos permitem detectar com frequência a doença em um estágio precoce. Os pacientes com neoplasias frequentemente apresentam efeitos sistêmicos sendo mais comum: perda de peso, perda de apetite, febre, mal-estar em geral e anemia. Em muitos casos a causa destes sintomas constitucionais é obscura, mas provavelmente são efeitos decorrentes das citocinas secretadas como fator de necrose tumoral e IL-1, liberadas pelas células inflamatórias presentes nas áreas de tumor. Alguns tumores malignos ou benignos, retêm a função do seu órgão de origem; se esta for uma função endócrina, o tumor pode exercer efeitos prejudiciais pela secreção excessiva de hormônio. As síndromes paraneoplásicas também são frequentemente reconhecidas em associação aos tumores, porém não são resultado direto dos efeitos dos tumores ou das metástases. (RUBIN, 2010) Os tumores malignos quando disseminados frequentemente levam o paciente a morte pelas seguintes circunstâncias: caquexia e nutrição inadequada em decorrência dos efeitos de tumores, metastáticos disseminados, a fraqueza progressiva e a morte resultam frequentemente de infecção secundária como pneumonia a caquexia é presumivelmente mediada pela ativação de citocinas do tumor e das células inflamatórias que respondem ao tumor. Obliteração de um órgão ou sistema vital por tumor primário ou metastático. A maioria dos tumores benignos apresentam um comportamento relativamente inócuo e, na maior parte das vezes não representam risco de vida, entretanto os principais problemas pela presença de uma massa lesiva respondam a ressecção cirúrgica, a localização de um tumor benigno pode ter uma influência importante no resultado como por exemplo um tumor benigno de medula cerebral pode levar a morte rápida em função de sua localização crítica. (RUBIN, 2010) 60 6. DIAGNÓSTICO Segundo o INCA (2016), o câncer do intestino é um dos tipos com maior incidência em todo o mundo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas. No Brasil é o segundo tumor mais incidente em mulheres e o terceiro em homens. São estimados cerca de 34.280 novos casos sendo 16.660 homens e 17.620 mulheres. O paciente será conduzido a uma investigação diagnóstica incluindo em uma longa entrevista (anamnese) clínica tendo um papel fundamental que permitindo ao médico ou responsável direcionar seu raciocínio lógico e levantar suspeitas. O câncer de colo pode ser detectado precocemente utilizando os exames preconizados caso haja suspeita, mas a indicação e a sequência correta dos exames dependem da localização do tumor e da suspeita de metástases. O câncer do intestino pode evoluir de forma significativa sem o surgimento de sintomas ou com sintomas pouco específicos ou perceptíveis aos doentes ou profissionais de saúde, tanto os pólipos como os carcinomas em fases iniciais costumam não causar sintomas por isso o rastreamento é essencial já que tem como objetivo principal detectar a doença em fase inicial muitas vezes ainda antes da transformação em carcinoma invasor e com isso as os índices de chances elevados de cura tornam-se maiores. O diagnóstico precoce é um dos passos essenciais para a busca da cura verificando assim antecipadamente um problema de saúde. Por conseguinte, o bom resultado do tratamento do câncer do cólon e de reto está diretamente relacionado ao diagnóstico precoce, ou seja, quanto mais cedo se faz o diagnóstico, maior o índice de cura. Alguns dos fatores responsáveis pelo enorme retardo no diagnóstico do câncer do intestino e do reto são: a falta de orientação da população para importância do exame proctológico, as deficiências dos sistemas de saúde e o excesso de pudor, ou até preconceito, dos pacientes com relação aos exames utilizados na investigação de doenças do intestino grosso. As etapas fundamentais do diagnóstico são: anamnese, exame físico, exame coloproctológico e biopsia. As recomendações atuais para o rastreamento do câncer colorretal incluem a investigação minuciosa de pacientes com idade superior a 50 anos independentemente se apresentarem sintomas ou não, no entanto, pacientes mais jovens com histórico familiar de câncer também devem 61 ser avaliados, maus hábitos alimentares, sedentarismo, doenças inflamatórias intestinais, pacientes com queixas inespecíficas. (INCA, 2016) O diagnóstico diferencial com hemorroidas, fissura anal ou retites inflamatórias, é importante. Faz parte também da anamnese o interrogatório sobre antecedentes pessoais e familiares, se há referências ou não de câncer, pólipos ou doenças inflamatórias intestinais. Neste contexto, torna-se importante a detecção das Síndromes da FAP e CCNPH. Após realização de minuciosa da anamnese, segue-se exame físico geral e coloproctológico. O exame proctológico inclui basicamente a inspeção do ânus e região anorretoperineal, toque retal e a retossigmoidoscopia, com realização de biópsia ou não. No tumor de ânus pode ser identificada uma lesão ulcerada ou uma tumoração, sendo, portanto, o exame físico fundamental para o diagnóstico. O toque retal é exame de extrema importância, pois permite detectar 50% dos tumores situados no reto e canal anal. A retossigmoidoscopia é um exame realizado ambulatoriamente, costuma ser indolor, não necessita sedação e exige apenas a limpeza do canal retal, é um exame endoscópico que permite a visualização do interior da parte final do intestino grosso (reto e sigmoide) e o ânus e o estudo das características da mucosa do reto e do sigmoide, como coloração, presença de edema e de lesões, assim como a colheita de secreções como sangue e muco para exames, além de biópsias de lesões suspeitas. O instrumento utilizado é um tubo flexível e na extremidade final desse tubo existe uma mini câmera que transmite para um monitor colorido as imagens do interior do intestino, essas imagens são fotografadas ou gravadas. (INCA, 2016) O enema opaco ou clister opaco foi, durante muitos anos, o exame padrão ouro para investigação de doenças do intestino grosso. Atualmente tem seu uso restrito a um número menor e mais específico de casos, mas, realizado junto com a colonoscopia, ainda guarda valiosa importância em alguns casos, tem como objetivo avaliar o funcionamento e a forma do intestino grosso (ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide, reto e canal anal), usando contraste baritado e duplo contraste. (INCA, 2016) A colonoscopia é o método preferencial de diagnóstico por permitir o exame de todo o intestino grosso e a remoção ou biópsia de pólipos que 62 possam estar localizados fora da área de ressecção da lesão principal, oferecendo vantagem sobre a colonografia por tomografia, consistindo no estudo endoscópico do intestino grosso, ou seja, a introdução de uma câmera flexível pelo ânus, contendo em suas extremidade uma mini câmera que transmite imagens coloridas podendo ser fotografadas ou gravadas em vídeo, nos últimos centímetros do colonoscópio são articulados e podem girar em vários ângulos para facilitar a visualização de todo o interior do cólon. O colonoscópio também permite que o médico introduza uma espécie de pinça que pode ser usada para retirar por completo ou parcialmente as lesões suspeitas como pólipos. (INCA, 2016) O exame é realizado sob sedação e requer um bom preparo do intestino por meio do uso de laxantes específicos, exigindo para sua realização um preparo adequado esvaziando todo o conteúdo intestinal antes do exame. Durante a colonoscopia é possível detectar e remover, na maioria das vezes, os pólipos intestinais. A biópsia é a retirada de um pequeno fragmento do tecido que se deseja determinar a natureza, com posterior análise minuciosa por patologista. O procedimento costuma causar desconforto mínimo e pode ser realizado durante a retossigmoidoscopia (rígida ou flexível) ou a colonoscopia. A colonoscopia virtual trata-se de uma tomografia computadorizada em três dimensões capaz de produzir imagens de todo o cólon de maneira rápida, não invasiva sem a necessidade de sedação do paciente, mas seus resultados ainda não foram suficientemente comprovados e, no entanto, esse exame ainda não é facilmente disponível em nosso meio. (INCA, 2008) A ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são exames cuja utilidade se volta mais para estudo do estádio da doença, ou seja, do seu grau de evolução. A dosagem sérica de marcadores tumorais como o antígeno carcino-embriogênico (CEA), tem valor principalmente no controle pós-operatório da doença e não para o diagnóstico do câncer colorretal, devido à sua baixa sensibilidade e especificidade. Sua elevação pode indicar a presença de recidiva da doença durante o período de seguimento. (INCA, 2016) O CEA não é usado para diagnosticar ou detectar o câncer de intestino, mas é o marcador de tumor preferido para ajudar a prever o prognóstico em 63 paciente com câncer colorretal. Os valores normais variam de acordo com cada laboratório, quanto maior o valor de CEA no momento do diagnóstico significa probabilidade de doença avançada. O CEA é também o marcador padrão utilizado para o acompanhamento de pacientes com câncer colorretal, durante e após o tratamento. Desta forma, os níveis de CEA são utilizados para monitorar a resposta terapêutica e detecção precoce de uma recidiva após o tratamento. O CEA pode ser usado para câncer de pulmão e de mama. Este marcador pode também estar alterado em outros tipos de câncer, como melanoma, linfoma, tireoide, pâncreas, fígado, estômago, rim, próstata, ovário, colo do útero e bexiga. É importante mencionar que pode estar elevado em algumas doenças benignas, como hepatite, doença pulmonar obstrutiva crônica, colite, artrite reumatoide e pancreatite. (INCA, 2008) Outros exames também podem ser utilizados, mas a indicação deve ser discutida de maneira individualizada entre médicos e paciente. O diagnóstico da doença por exame radiológico contrastado do cólon (enema opaco) deve ser reservado para quando não houver acesso à colonoscopia ou quando existir contraindicação médica para esse exame. A investigação de possíveis metástases intra-abdominais e pélvicas deve ser feita alternativamente por meio de exame ultrassonográfico, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, a critério médico. a) Pesquisa de sangue oculto nas fezes – é um procedimento endoscópico que analisa o reto e a parte inferior do intestino grosso, é usado para avaliar sintomas gastrointestinais tais como sangramento retal ou qualquer alteração nos hábitos intestinais, costuma revelar evidência de carcinoma quando paciente ainda se mostra assintomático. b) Enema baritado (Clister opaco) – é um exame de imagem utilizado no diagnóstico de diversas patologias intestinais e retais tendo como objetivo avaliar o funcionamento e a forma do intestino grosso (ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide, reto e canal anal), usando contraste baritado e duplo contraste. c) Colonoscopia com biopsia – procedimento diagnóstico de escolha após uma anamnese clínica fortemente suspeita ou um enema baritado anormal, é um procedimento utilizado para observar dentro do cólon e 64 do reto se obtém tecido inflamado, úlceras e crescimentos anormais sendo possível procurar sinais precoces de câncer colorretal e ajudar no diagnóstico de alterações sem explicações no funcionamento do intestino. A colonografia com TC também conhecida como colonoscopia virtual, pode ser utilizada para triagem. d) RM pélvica e ultrassonografia endorretal – fornece informação acerca da penetração do câncer e dos linfonodos pararretais. e) CEA – 70% dos pacientes têm níveis elevados de CEA. O nível de CEA monitora a possível recidiva metástase. f) TC de abdômen, fígado, pulmões e cérebro – pode revelar doenças metastáticas. (INCA, 2008) Stevens e Lowe (2002) discorre que na suspeita de câncer retal pela história clínica é mandatória a realização de um exame proctológico (toque retal). A identificação correta do local da lesão e a possibilidade de obtenção de espécime para exame histopatológico fazem com que a retossigmoidoscopia (rígida ou flexível) seja sempre indicada na suspeita de câncer retal. Nos casos confirmados da doença, a infiltração e extensão do tumor de reto devem ser avaliadas quando possível pela ultrassonografia endorretal, que tem acurácia comparável à tomografia computadorizada pélvica, ou pela ressonância magnética. Pelo risco de tumores sincrônicos do cólon, a colonoscopia deve ser realizada sempre que possível antes do tratamento destes doentes. O diagnóstico das neoplasias baseia-se na investigação clínica, nos exames radiológicos e de imagem, nos exames laboratoriais que, em última análise, envolvem o exame histológico do tecido suspeito. Atualmente os serviços de oncologia trabalham em grupo, com o diagnóstico patológico fornecido apenas depois de consultas detalhadas sobre as características clínicas e de imagem. A precisão no diagnóstico é particularmente importante uma vez que os protocolos quimioterápicos são grandemente determinados em função do tipo específico de tumor. Várias são as técnicas disponíveis para à obtenção de uma amostra de tecido com suspeita de lesão neoplásica. A biópsia de tecido pode ser realizada por várias técnicas e o material processado para histologia, as amostras também podem ser analisadas por microscopia eletrônica. A pesquisa de células neoplásicas em muitos tipos de amostra de tecido pode ser 65 realizada também através de técnicas citológicas. O diagnóstico de tumores sólidos profundos está sendo crescentemente realizado por aspirado de células com o emprego de uma agulha delgada colocada sobre o tumor, sob controle radiológico. A amostra citológica de células de algumas superfícies epiteliais pode ser obtida sem controle radiológico e em alguns casos pode ser executada no consultório, sem necessidade de internamento. (STEVENS, 2002) Quadro 1 – Técnicas para obtenção de material para exames diagnósticos. Técnica para obtenção de amostras de tecido para biópsia Biópsia por agulha Emprego de agulha cortante para amostrar o tumor, a amostra é um fragmento de tecido com 1-2 mm de largura e de 2 cm de comprimento. Tamanhos pequenos podem dificultar a interpretação histológica, pode ser utilizada em qualquer lesão, inclusive as cerebrais. Técnica para obtenção de amostras de tecido para biópsia Biópsia por endoscopia Utilização de pequenos fórcepses para amostrar as lesões que são visualizadas no endoscópio. As amostras são fragmentos de 2-3 mm em tamanho pequenos que podem dificultar a interpretação histológica, utilizada em lesões dos tratos digestório, respiratório, genital e urinário. Biópsia de Incisão Emprego de bisturi para remover uma amostra da lesão, essa amostra varia em tamanho conforme a natureza da lesão. É aplicada para lesão acessíveis apenas através de cirurgia. Biópsia de excisão Remoção cirúrgica de toda lesão anormal, as amostras variam em tamanho conforme a natureza da lesão. Aplicada para lesões acessíveis apenas por cirurgia. Métodos de obtenção de células para exame citológico Células liberadas naturalmente nos fluidos biológicos Escarro, urna, LCR, fluido nas cavidades pleural ou peritoneal Células obtidas por esfoliação Esfregaço por raspagem da cérvix e citologia das lesões de trato 66 digestório por endoscopia Aspirados celulares por agulha Sangue e medula óssea e aspiração por agulha de tumores sólidos (mama, tireoide e pâncreas). Marcadores tumorais Alguns tumores liberam produtos que podem ser detectados em amostras de sangue, desta forma agindo como marcadores tumorais. Estes marcadores podem auxiliar no diagnóstico, mas também podem ser utilizados no monitoramento da terapia quando os níveis sanguíneos se encontram elevados, frequentemente antes que os exames por imagem detectem a recidiva do tumor. Marcadores tumorais Exemplos de marcadores tumorais Marcador tumoral Tumor Alfa – fetoproteína (AFP) Carcinoma hepatocelular tumores de células germinativas Gonadotrofina coriônica Tumores trofoblástico humana (HCG) Fosfatase ácida Carcinoma de próstata Antígeno carcinoembriônico Neoplasia de trato digestório Produtos hormonais Tumores endócrinos Fonte: (Brasileiro Filho, 2012) No diagnóstico histológico dos processos malignos não existem indicadores moleculares confiáveis de malignidade, e o ‘’padrão ideal’’ para o diagnóstico do câncer continua a ser a microscopia de rotina. A distinção entre tumores benignos e malignos é, do ponto de vista prático. Na maioria dos casos a diferenciação é relativamente fácil; em alguns é necessário um estudo criterioso antes de se concluir um diagnóstico seguro. Entretanto existem ainda tumores que desafiam as habilidades diagnósticas e a experiência de qualquer patologista, nesses casos o diagnóstico correto deve aguardar evoluções clínica do processo. Os critérios empregados para avaliar a verdadeira natureza biológica de qualquer tumor não se baseiam principalmente em princípios científicos, mas em uma correlação histórica dos padrões 67 histológicos e citológicos com a evolução clínica. Embora sejam reconhecidos os critérios gerais de malignidade, eles devem ser utilizados com cautela em casos específicos. (RUBIN, 2010) A "American College of Gastroenterology" preconiza que os exames de diagnóstico precoce devem ser iniciados e com frequência: a) Indivíduos com risco médio (assintomáticos, com idade igual ou superior a 50 anos, sem outros fatores de risco: Indicado o exame de colonoscopia a cada 3 a 5 anos acompanhado de Exame de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes em 3 amostras, anualmente; b) Indivíduos com risco aumentado (indivíduos com um ou mais parentes de primeiro grau (irmãos, pais e filhos) com antecedentes de câncer ou pólipo tipo adenoma do intestino: Oferecer as mesmas opções para o indivíduo com "risco médio”, porém iniciando os exames aos 40 anos de idade; c) Indivíduos com história pessoal de pólipo tipo adenoma (maiores de 1 cm ou múltiplos pólipos (adenomas) foram encontrados e removidos por colonoscopia): Devem submeter- se a novas colonoscopias a cada 3 anos; d) Indivíduos com doença inflamatória intestinal: Devem submeter-se a colonoscopia a cada 1-2 anos; e) Indivíduos com história familiar de Polipose Adenomatosa Familiar: Indicado realizar aconselhamento genético e teste genético para se verificar seu estado de portador do gene. Em caso de polipose, considerar colectomia; f) Indivíduos com história familiar de CCNPH: Indicado realizar aconselhamento genético e teste genético, além de colonoscopia a cada 1-2 anos a partir dos 20-30 anos de idade e anualmente a partir dos 40 anos. 7. ESTADIAMENTO Segundo o INCA (2008), verifica-se que, apesar da sua variedade, os tumores malignos seguem um curso biológico mais ou menos comum a todos eles, que se inicia pelo crescimento e invasão local, segue pela invasão dos 68 órgãos vizinhos e termina com a disseminação regional e sistêmica. Esta evidência levou a União Internacional Contra o Câncer (UICC) a desenvolver um sistema de estadiamento dos tumores que tem como base a avaliação da dimensão do tumor primário (T), a extensão da disseminação em linfonodos regionais (N) e a presença ou não de metástases a distância (M) – Sistema TNM de classificação dos Tumores Malignos. Na interpretação de cada fator são analisadas as diversas variações que, para o tumor primitivo vão de T1 a T4, para o comprometimento linfático de N0 a N3, e, para as metástases a distância de M0 a M1. A combinação de diversas variantes de T, N e M, finalmente, determina os estádios clínicos que variam entre I e IV na maioria dos casos, isto porque alguns dos tumores só são classificados em três estádios. Hoje, mais do que a graduação, o estadiamento clinico representa o mais importante meio que dispõe o oncologista para definir o prognóstico e a terapêutica dos pacientes. Para a ação do enfermeiro, o conhecimento do estadiamento é fundamental para traçar o plano de assistência, compreender as bases terapêuticas do tratamento médico instituído, orientar adequadamente o raciocínio clínico diante dos sinais e sintomas apresentados pelo cliente e, finalmente, para poder estabelecer com o cliente uma relação profissional orientada pelo respeito e por critério prognóstico mais realista. 8. TRATAMENTO A cirurgia é o método primário de tratamento para o câncer colorretal. A extensão da cirurgia e a necessidade de tratamento adicional (com quimioterapia ou radioterapia) dependem da fase da doença e se ela está no cólon ou no reto. A conduta primária no tratamento do adenocarcinoma colorretal se baseia na ressecção cirúrgica do segmento intestinal comprometido, o mesentério adjacente e as respectivas estações linfonodais de drenagem. Assim, os procedimentos mais frequentemente realizados são a colectomia direita, a colectomia esquerda, a retossigmoidectomia e a amputação abdominoperineal do reto. O limite de ressecção cirúrgica no reto é de no mínimo 2 cm, incluindose o tecido conjuntivo retrorretal (mesorreto). No câncer de reto de até 8 cm da 69 margem anal, com diâmetro de até 3 cm, infiltrando exclusivamente a parede retal, de baixo grau de diferenciação na biópsia, sem linfonodos comprometidos (ecoendoscopia) e sem metástases a distância, pode-se indicar a ressecção local cirúrgica. A margem de segurança analisada pelo patologista com o espécime cirúrgico na posição anatômica deve ser adequada. (INCA, 2008) A indicação de procedimento adjuvante local (radioterapia) e sistêmico (quimioterapia) está na dependência do estadiamento anatomopatológico e localização da lesão, se reto ou cólon. A radioterapia não é empregada para o câncer de cólon, pela possibilidade de lesão actínica intestinal. No reto, indicam-se, conforme o grau de estadiamento, a quimioterapia e a radioterapia. Evidências vêm sendo obtidas com o emprego de tratamento neoadjuvante do câncer de reto, ou seja, utilizando-se quimioterapia e radioterapia pré-operatória, observando-se diminuição significante da recidiva, diminuição da mortalidade sem alteração da sobrevida, principalmente em pacientes jovens. Estádios TNM II e III são particularmente sensíveis à terapêutica neoadjuvante do câncer de reto. No tratamento do câncer colorretal avançado, além da colostomia derivativa, para alívio da obstrução e do tenesmo, a fotoablação pode ser utilizada para alívio temporário em pacientes inoperáveis por co-morbidades ou doença intra-abdominal disseminada. A radioterapia tem efeito moderado na paliação do câncer de reto avançado (dor, tenesmo, hemorragia e mucorréia), não modificando o quadro obstrutivo. Somente 15% dos casos de câncer de reto avançado são localmente controlados com a radioterapia, apresentando mediana de sobrevida menor do que 2 anos. Os resultados de aplicação intraoperatória de radioterapia ainda estão sendo investigados. (INCA, 2008) 8.1. Ressecção cirúrgica O câncer pode ser controlado e curado cirurgicamente se detectado em sua fase inicial e quando o tratamento cirúrgico é indicado. A cirurgia foi o primeiro tratamento que alterou significativamente o curso da doença neoplásica e é um dos principais métodos utilizados. Pode ser realizada com finalidade diagnóstica, preventiva, curativa e paliativa. (INCA, 2008) 70 Estima-se que cerca de 60% de todos os pacientes portadores de câncer necessitam de cirurgia para o seu tratamento. Quase todos são submetidos a algum tipo de procedimento cirúrgico para diagnóstico ou estadiamento da doença. O planejamento cirúrgico deve incluir todos os cuidados referentes aos princípios gerais da cirurgia e ao preparo do paciente e de seus familiares sobre as alterações fisiológicas e mutilações que poderão advir do tratamento. O advento da quimioterapia e novas técnicas de radioterapia vieram a contribuir para o tratamento da doença microscópica, o que permitiu uma nova abordagem na extensão da cirurgia para o câncer. Por exemplo, no tratamento do câncer de mama é possível hoje lançar mão de cirurgias menos radicais e que, associadas à radioterapia e/ou à quimioterapia, permitem a mesma chance de sobrevida do que as cirurgias mais radicais. (INCA, 2008) 8.1.1. Princípios da cirurgia oncológica Para o INCA (2008), existem cuidados que são específicos para a cirurgia oncológica, tais como: a) Incisão cirúrgica ampla e adequada; b) Proteção da ferida operatória com campos secundários; c) Realização de inventário minucioso de cavidades; d) Laqueação das veias antes das artérias; e) Dissecção centrípeta da peça operatória; f) Isolamento do tumor com compressas; g) Manuseio cuidadoso da área afetada; h) Cuidados para não se cortar o tecido tumoral; i) Remoção tumoral com margem de segurança; j) Ressecção em bloco do tumor primário e das cadeias linfáticas, quando indicada; k) Troca de luvas, de campos operatórios e de instrumentos cirúrgicos, após o tempo de ressecção tumoral; l) Marcação com clipes metálicos, sempre que necessário, para orientar o campo de radioterapia pós-operatória. 71 8.1.2. Finalidades do tratamento cirúrgico O tratamento cirúrgico do câncer pode ser aplicado com finalidade curativa ou paliativa. É considerado curativo quando indicado nos casos iniciais da maioria dos tumores sólidos. A ressecção curativa é aquela em que todo o câncer visível é removido e as margens cirúrgicas são microscopicamente livres de lesão. Um limite macroscópico de 2 cm pode ser suficiente em uma margem de ressecção, mas pode ser necessária uma distância maior em outra margem. (INCA, 2008) A margem de segurança varia de acordo com a localização e o tipo histológico de tumor. Ao contrário do tumor benigno, cuja margem de segurança é o seu limite macroscópico, o câncer, pelo seu caráter de invasão microscópica, exige ressecção mais ampla. Na cirurgia radical, além de os preceitos de cirurgia curativa a serem atingidos, é acrescida a ressecção concomitante de órgãos ou regiões contíguas ou continuas. O tratamento cirúrgico paliativo tem a finalidade de reduzir a população de células tumorais ou de controlar sintomas que põem em risco a vida do paciente ou comprometem a qualidade da sua providência. Temos como exemple deste tratamento paliativo a descompressão de estruturas vitais, o controle de hemorragias e perfurações, o controle da dor, o desvio de trânsitos aéreos, digestivo e urinário, e a retirada de uma lesão de difícil convivência por causa de seu aspecto e odor. (INCA, 2008) É importante distinguir os conceitos de ressecabilidade e operabilidade. Diz-se que um tumor é ressecável quando apresenta condições de ser removido. Por outro lado, a operabilidade diz respeito à indicação de terapêutica cirúrgica, de acordo com as condições clínicas apresentadas pelo paciente. Um tumor ressecável, assim, pode não ser operável. 8.2. Radioterapia O objetivo deste tipo de terapia é utilizar radioisótopos a índices radioativos terapeuticamente favoráveis, levando as células malignas a perderem a sua clonogenicidade e preservando os tecidos normais (INCA, 72 2008). A medicina vem descrevendo novas técnicas desta terapia, sempre no sentido de alcançar um efeito diferenciado nos tecidos normais em relação aos tecidos neoplásicos. O tratamento radioterápico pode ter a finalidade curativa ou paliativa. Pode-se então dividir a radioterapia em: A. Teleterapia: Consiste na terapia a curta distância, com fonte emissora de radiação se encontrando a cerca de 1 metro de distância do paciente. Nesse tipo de tratamento, tem-se os feixes de Raios X, Radiação Gama, elétrons de alta energia e nêutrons. De acordo com o planejamento terapêutico, o fracionamento varia de 25 a 35 aplicações. B. Braquiterapia: É um tratamento radioterápico no qual as fontes de radiação sã colocadas dentro de reservatórios metálicos e aplicados a poucos centímetros dos tumores. Ela pode ser dividida em: i. Intralumial – a fonte é colocada no lúmen de estruturas anatômicas. O exemplo mais comum é o tratamento do câncer de pulmão. ii. Intersticial – agulhas são utilizadas para que a fonte fique a poucos centímetros do tumor. Pode ser utilizada como implante temporário ou permanente. iii. Superficial ou de Contato – é realizado através de moldes, nos quais são colocadas as fontes de radiação. iv. Intracavitária – a fonte é introduzida em cavidades do corpo adjacentes aos tumores. 8.2.1. Mecanismos de lesão celular Os determinantes para os efeitos biológicos pela radiação ionizante estão relacionados à dose, taxa de dose, transferência linear de energia, fracionamento e tipo de célula ou tecido. Quando a energia é absorvida pela matéria viva, existe uma probabilidade de ela ser transferida para alvos nobres da célula. Um exemplo principal é o DNA. Devido à grande quantidade de átomos e moléculas existente nas adjacências do DNA, pode-se definir que a radiação tem efeitos diretos e indiretos. (INCA, 2008) 73 8.2.1.1. Efeitos diretos Quando a energia da radiação é absorvida pelo DNA da célula, provocando um dano diretamente a estrutura dessa macromolécula. (INCA, 2008) 8.2.1.2. Efeitos indiretos Essa energia pode ser absorvida também por moléculas adjacentes ou vizinhas às macromoléculas-alvo, formando então os radicais livres capazes de lesar o DNA. Como exemplo, pode-se citar a molécula de água, cuja radiólise pode provocar a formação desses radicais livres. Um radical livre é um átomo ou molécula que possui um ou mais elétrons não emparelhados, fazendo com que se torne altamente reativos. Esse conceito engloba o átomo de Hidrogênio e a molécula de Oxigênio. Assim, é possível se afirmar que o efeito biológico global é a soma dos efeitos diretos e indiretos, em que diversos fatores podem interferir, tais como: temperatura, presença de oxigênio ou outras moléculas que possam capturar os produtos da radiólise antes que alcancem as macromoléculas-alvo (DNA). (INCA, 2008) 8.2.2. Os 4 R’s na radioterapia Segundo o INCA (2008), a administração de pequenas frações de doses separadas de um mínimo de seis horas permite a recuperação dos tecidos sãos sem comprometer o controle tumoral. Em radiobiologia, são descritas as quatro ocorrências fundamentais, permitidas pelo fracionamento, designadas abreviadamente como os 4 R’s: I. Reparo do dano subletal – é fundamental para o reparo das células normais. Ele pode ser reparado em horas se não for adicionado um novo dano subletal. Já o dano letal é uma lesão irreversível e irreparável, que causa a morte celular. II. Repopulação por células normais dos espaços deixados pelas que são aniquiladas. 74 III. Redistribuição de clones celulares tumorais ara as fases mais sensíveis do ciclo celular. A radioterapia apresenta efeito diferente de acordo com a fase no ciclo celular. IV. Reoxigenação das zonas tumorais hipóxicas, à medida que o volume do tumor é reduzido. Isso leva ao “efeito oxigênio”, no qual o O2 reage com o radical livre, formando um peróxido orgânico e potencializando o dano da radiação ao DNA (efeito indireto). 8.2.3. Radiossensibilidade e radiocurabilidade A toxicidade imposta pelo tratamento está relacionada à extensão da lesão das células dos tecidos normais. O surgimento de novas técnicas de radioterapia proporciona melhor abordagem do volume tumoral, com uma grande vantagem de diminuir toxicidades agudas e tardias quando comparadas ao planejamento bidimensional. O resultado final de todos esses fatores é um ganho no controle tumoral e na qualidade de vida do paciente. (INCA, 2008) 8.3. Quimioterapia A quimioterapia antineoplásica consiste no emprego de substâncias, isoladas ou em combinação, com o objetivo de tratas as neoplasias malignas. É o tratamento de escolha para doenças do sistema hematopoéticos e para tumores sólidos, que apresentam ou não metástases regionais ou a distância. A maioria dos quimioterápicos antineoplásicos atua de fora não específica, lesando tanto células malignas quanto benignas. Como as diferenças entre as duas populações celulares são mais quantitativas do que qualitativas, uma linha tênue separa o sucesso terapêutico de uma toxicidade inaceitável. Os fármacos agem interferindo em outras funções bioquímicas celulares vitais, por atuarem indistintamente no tumor e tecidos normais de proliferação rápido, como o sistema hematopoético e as mucosas, o que obriga a interrupção periódica do tratamento para a recuperação do paciente. (INCA, 2008) O tumor maligno é constituído por três grupos de células: as que se dividem ativamente nas fases G1, S, G2 e M; as paradas na fase G0; e as que 75 perdem sua capacidade reprodutiva e estão morrendo ou já estão mortas. Os tumores menores possuem maior porcentagem de células em reprodução. À medida que o tumor cresce, ocorre uma competição entre as células em busca de nutriente, oxigênio e espaço, e o número de células ativas em reprodução diminui. As células que estão se reproduzindo ativamente são as mais sensíveis à quimioterapia. Por isso um dos conceitos para o tratamento do câncer é o de reduzi-los a um pequeno tamanho, em que a velocidade de crescimento aumenta e as células tornam-se mais suscetíveis à quimioterapia em decorrência de uma função de divisão celular aumentada. Os antineoplásicos agem diretamente na célula, atuando nas diversas fases do ciclo celular. Devido à essa característica é que se opta por usar, mais frequentemente, a poliquimioterapia, na qual mais de dois tipos de medicamentos de classificações farmacológicas diferentes são aplicados, buscando-se um efeito mais abrangente sobre as células tumorais. É importante a associação de medicações com diferentes toxicidades, que permitem aumentar o efeito antitumoral sem elevar o grau de toxicidade. (INCA, 2008) Os quimioterápicos classificam-se em: a. Alquilantes – Causam alterações nas cadeias de DNA, impedindo a sua replicação; b. Antimetabólicos – São capazes de enganar a célula, incorporando-se a ela, bloqueando a produção de enzimas ou interpondo-se entre as cadeias de DNA e RNA, transmitindo mensagens errôneas; c. Antimitóticos – Interferem na formação do fuso mitótico; d. Topoisomerase-interativos – Interagem com a enzima Topoisomerase I e II, interferindo na síntese do DNA. e. Antibióticos antitumorais – Atuam interferindo com a síntese de ácidos nucléicos, impedindo a duplicação e separação das cadeias de DNA e RNA. 8.3.1. Finalidades da quimioterapia antineoplásica Para o INCA (2008), a finalidade da quimioterapia depende basicamente do 76 tipo de tumor, da extensão da doença e do estado geral do paciente. De acordo com sua finalidade, a quimioterapia pode ser classifica em: a. Curativa – objetiva a erradicação de evidências da neoplasia; b. Paliativa – visa à melhora a qualidade de vida do paciente, minimizando os sintomas decorrentes da proliferação tumoral, aumentando seu tempo de sobrevida e função de uma redução importante do número de células neoplásicas; c. Potencializadora – quando utilizada simultaneamente à radioterapia, no sentido de melhorar a relação dose terapêutica/dose tóxica do tratamento com irradiação. Objetiva principalmente potencializar o efeito dos antineoplásicos no local irradiado e não interfere no efeito sistêmico do tratamento; d. Adjuvante – quando é realizado posteriormente ao tratamento principal, quer seja cirúrgico ou radioterápico. Tem por finalidade promover a eliminação da doença residual metastática potencial, indetectável, porem presumidamente existente. e. Neoadjuvante – quando é realizada previamente ao tratamento principal, quer seja cirúrgico ou radioterápico. Objetiva tanto a redução do volume tumoral quanto a eliminação de metástases não-detectáveis clinicamente já existentes ou, eventualmente, formadas no momento da manipulação cirúrgica. 9. PROGNÓSTICOS Quando descoberto tardiamente, o câncer colorretal pode ser fatal. Quase metade dos pacientes com esse câncer ainda morre em menos de 5 anos após o tratamento. Por isso é tão importante a sua detecção precoce, quando a possibilidade de cura ainda é grande. Quando detectado no começo, a sobrevida ultrapassa 90%. O prognóstico da doença então depende de diversos fatores, como: I. Obstrução – muitas vezes, o quadro de abdômen agudo obstrutivo é a primeira manifestação do câncer de cólon, principalmente quando localizado à esquerda. Como a perfuração por tumor, a obstrução representa doença avançada e de pior prognóstico; 77 II. Extensão do tumor na parede do órgão – quanto maior for a penetração do tumor na parede do cólon, menores são as taxas de sobrevida. Os tumores precoces in situ ou localizados na camada muscular sem disseminação local, nem regional ou a distância, apresentam inclusive taxa de cura considerável; III. Linfonodos comprometidos – a presença de linfonodos comprometidos pela neoplasia é um fator de pior prognóstico, consequentemente maior recidiva e menor sobrevida; IV. Grau de diferenciação – quanto mais indiferenciado for o tumor, pior seu prognóstico. Mesmo porque, os tumores bem diferenciados respondem melhor à terapêutica adjuvante e têm uma velocidade de crescimento mais lenta, podendo ser detectado ainda em fases precoces; V. Embolização sanguínea – alguns autores têm demonstrado que a sobrevida é menor em pacientes que, no estudo anatomopatológico, apresentam embolização sanguínea; VI. Invasão neural – as curvas de sobrevida e sobrevida livre de doença dos pacientes portadores de invasão neural são estatisticamente piores; VII. Marcadores – a p53 e a bcl-2 estão incluídas como marcadores prognósticos para o câncer colorretal, mas, em estudo recente, não foi identificada correlação estatisticamente significante entre o estadiamento e a expressão das proteínas no prognóstico do câncer de cólon. 78 CAPITULO III A PESQUISA 1. MÉTODO Trata-se de um estudo exploratório de abordagem quantitativa. O projeto atendeu a Resolução 466/12, foi submetido na Plataforma Brasil do Ministério da Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do UNISALESIANO, sob número 1.565.911 em 30 de maio de 2016 (ANEXO A), realizado com moradores do município de Lins, de ambos os sexos, a partir dos dezoitos anos, utilizando para abordagem o TCLE (APÊNDICE A). O lócus do estudo foi a empresa JBS S.A, uma entidade com mais de mil funcionários, dos quais cinquenta foram selecionados aleatoriamente de acordo com as características necessárias, individuos acima de 40 anos para o desenvolvimento do projeto, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário anteriormente a educação continuada e outro posteriormente a educação continuada com perguntas fechadas (APÊNDICE B) para levantamento do conhecimento do câncer colorretal, versando sobre: conhecimento da doença, causas, sintomas, fatores de risco, presença de sangue nas fezes, riscos de detecção tardia, presença de câncer colorretal na família. A pesquisa foi realizada na empresa JBS S.A., uma entidade brasileira de Goiás, fundada em 1953. É uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, a companhia opera no processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango e no processamento de couros. Esta localiza-se na Rodovia BR 153, KM 17, s/n – Zona Rural, Lins – Sp, CEP 16400-972. Lins é um município na região centro-oeste do estado de São Paulo, no Brasil estando a uma altitude de 437 metros e a uma distância de 429 quilômetros da capital do estado. Sua população em 2014 era de 75.612 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016). Participaram deste estudo 50 indivíduos, elegidos aleatoriamente, sendo: 29 homens e 21 mulheres com idade entre 18 e 68 anos, entre os quais 79 18 eram solteiros, 29 casados e 3 divorciados. Eram 22 de etnia branca, 9 negros, 1 indígena e 18 pardos. Destes indivíduos 11 possuíam o Ensino Fundamental completo, 3 possuíam Ensino Fundamental incompleto, 23 Ensino Médio completo, 7 Ensino Médio incompleto, 1 Ensino Técnico, 4 Ensino Superior completo e 1 Ensino Superior incompleto. 2. DESENVOLVIMENTO Inicialmente realizou-se contato com duas empresas, no entanto apenas uma demonstrou interesse no projeto na qual levantou-se as informações iniciais em relação ao conhecimento de seus funcionários sobre o câncer de intestino e sua prevenção. Seguindo-se os preceitos éticos da resolução CNS 466/12, após a análise dos dados efetuou-se uma educação em saúde, levando até a empresa um pôster com imagens do intestino humano apresentado lesões sugestivas de malignidade para conscientização dos sujeitos envolvidos. 3. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Figura 11 - Sexo 21 29 Masculino Feminino Fonte: Autores, 2016 Houve uma discreta diferença entre os gêneros da população estudada, sendo mais expressiva a população masculina, este fato fortaleceu a pesquisa pois os homens, segundo o INCA (2016), possuem um estilo de vida predisponente a coloca-los em igual ou maior risco que o grupo feminino visto que estes não apresentam preocupação com a alimentação, atividades físicas 80 ou saúde quando comparados as mulheres. Figura 12 - Estado civil 3 18 29 Solteiro Casado Divorciado Fonte: Autores, 2016 Os dados revelaram um número maior de pessoas casadas, isto nos instiga a repensar que o fato de estar casado requer maiores atribuições quanto a família, a existência da redução de tempo para o cuidado com a saúde. Oliveira e Fortes (2013), reforça que além da acomodação física e psicológica num estado de vida sedentário, além do estresse diário que levam juntos a hábitos de vida cheios de fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal. Figura 13 – Etnia 18 1 Branco 22 9 Negro Indígena Pardo Fonte: Autores, 2016 Observou-se que a maior parte dos indivíduos da pesquisa eram de etnia parda ou negra, abre-se a observação, segundo Pinho (2014), de que existe uma relação entre as etnias e o desenvolvimento e tratamento da patologia abordada levando em consideração as diferentes concentrações de 81 vitaminas produzidas pelos organismos de acordo com a concentração de melanina na pele, com enfoque nas vitaminas D e K, estas que estão correlacionadas com a síntese de diversas proteínas e substâncias responsáveis pelo sistema imunológico orgânico. Figura 14 - Escolaridade 25 20 15 10 5 0 Escolarida Fund. C. Fund. IC. Médio C. Médio IC. Técnico Superior Superior IC. Fonte: Autores, 2016 Os dados apontam a relação entre baixo grau de instrução e a dificuldade de acesso a informação, estudos de Silva (2016), apontam uma maior dificuldade em reconhecer os sinais e sintomas da doença, quando se tem menos instrução, observando-se que grande parte da população estudada possuía instrução até o ensino médio, apenas. Figura 15 - Questão 1 – Você sabe o que é câncer de intestino? Pré-atividade educativa Pós-atividade educativa 0 24 26 50 Sim Fonte: Autores, 2016 Não Sim Não 82 Observa-se que no momento anterior a educação em saúde, mais da metade da população pesquisada não possuía conhecimento sobre o tema abordado mesmo este apresentando grande importância em sua vivência, posteriormente a apresentação, todos os indivíduos afirmavam conhecer o assunto por completo. De acordo com Souza, Pinheiro e Pinheiro (2010) a educação em saúde é um instrumento que possibilita ao enfermeiro um estabelecimento de uma relação com o cliente, no intuito de torná-lo capaz de refletir e perceber-se como um sujeito de transformação sobre sua situação de saúde-doença. Figura 16 - Questão 2 – Quais dos fatores abaixo levam ao câncer de Questionário 1 Questionário 2 intestino? 0 5 10 15 20 25 30 Multiplas Resposta Tabagismo/Cigarro Exposição ao Sol Medicamento Excessivo 35 40 45 50 Alimentação Inadequada Fonte: Autores, 2016 Quando questionados sobre os fatores que poderiam levar ao desenvolvimento do câncer colorretal, menos da metade dos indivíduos respondeu corretamente à questão, alguns apresentaram dificuldade em entender o princípio do desenvolvimento da patologia acima de tudo, isto também foi constatado em estudos. Após a apresentação educativa, todos os envolvidos responderam corretamente a essa questão, mesmo afirmando outras alternativas em conjunto a correta, demonstrando que apresentadas da melhor maneira possível. absorveram as informações 83 A comparação de gráficos evidencia o desenvolvimento da população ao relacionar de maneira eficaz a alternativa que melhor demonstra fatores que podem levar ao desenvolvimento do câncer colorretal no momento pós apresentação educativa. Zandonai, Sonode e Sawada (2012), faz menção a importância da atividade educativa como transformadora do conhecimento. Figura 17 - Questão 3 – Quais dos exames abaixo se relacionam ao Questionário 1 Questionário 2 diagnóstico do câncer de intestino? 0 5 10 15 20 Multiplas respostas Exame de toque Endoscopia Sangue oculto nas fezes Exame de urina Exame de sangue 25 Colonoscopia Fonte: Autores, 2016 Ao questionar a população pesquisada sobre a relação exames para diagnósticos de câncer colorretal houveram indivíduos que afirmaram que exame de urina e exame de toque poderiam ser utilizados na detecção da patologia, demonstrando o baixo conhecimento da comunidade em relação ao tema abordado, Queiroz e Melo (2016) contribuiu com esta informação em seus estudos enfatizando a falta de conhecimento de indivíduos em relação ao CA colorretal. No momento posterior a apresentação educativa, os indivíduos apresentaram respostas concisas relacionando de maneira efetiva os exames diagnósticos a patologia abordada, demonstrando uma boa absorção das informações apresentadas. A comparação de gráficos evidencia o desenvolvimento da população ao relacionar de maneira eficaz os exames diagnósticos que podem levar a 84 detecção, precoce ou não, do câncer colorretal no momento pós apresentação educativa, desvelada também em estudos de Queiroz e Melo (2016). Figura 18 - Questão 4 - O câncer de intestino é prevenível? Pré-atividade educativa Pós-atividade educativa 0 11 2 37 Sim Não 50 Não sei informar Sim Não Fonte: Autores, 2016 Na análise comparativa dos gráficos fica em evidência que anteriormente a educação em saúde, muitos indivíduos possuíam dúvidas em relação a possibilidade de prevenção do câncer colorretal, assunto que foi salientado durante a apresentação educativa e bem absorvido ao observar o gráfico posterior a esta atividade, Forno (2012) contribuiu com esta afirmativa. Figura 19 - Questão 5 – Em qual das idades abaixo ocorre mais o câncer de intestino? Pré-atividade educativa Pós-atividade educativa 0 2 4 9 37 Entre 5 e 13 anos 48 Entre 15 e 21 anos Acima de 40 anos Entre 5 e 13 anos Entre 15 e 21 anos Acima de 40 anos Fonte: Autores, 2016 A análise gráfica demonstrou que muitos dos indivíduos possuíam dificuldade em relacionar o fator idade como sendo um fator de risco ao 85 desenvolvimento do câncer colorretal, dificuldade sanada quando observamos a mesma população em um momento posterior a atividade educacional, estudos de Costa (2013) também coadunam com a informação em questão. Figura 20 - Questão 6 – Dos itens listados abaixo, são sinais e sintomas Questionário 1 Questionário 2 do câncer de intestino? 0 5 10 15 20 Múltiplas alternativas NDA Ictericia Dificuldade para evacuar Hemorragia Sangue nas fezes 25 Falta de Apetite Fonte: Autores, 2016 Foi observado certa dificuldade apresentada pela população na interpretação da questão em relação aos sinais e sintomas predisponentes do câncer colorretal, sendo ainda notado que alguns indivíduos afirmaram que nenhuma das alternativas possuía relação com o mesmo. Observou-se em um momento pós atividade educacional que esta dificuldade em relacionar os sinais e sintomas ao câncer colorretal foi sanada com informações precisas sobre o tema e explicações sobre o mesmo, com grande enfoque nesta parte permitindo a melhoria do autocuidado individual e comunitário da população pesquisada. Ao comparar os gráficos fica em evidência o desenvolvimento dos indivíduos da pesquisa quanto a absorção de informações passadas através da educação em saúde, sobre o tema, permitindo a melhor relação entre os sinais e sintomas e o câncer colorretal, Queiroz e Melo (2016) contribui em relação a ao poder transformação da educação em saúde. 86 Figura 21 - Questão 7 – Todo o sangramento pelo ânus pode ser câncer de intestino? Pré-atividade educativa Pós-atividade educativa 3 5 21 18 29 24 Sim Não Às vezes Sim Não Às vezes Fonte: Autores, 2016 A análise gráfica demonstra a dificuldade da população estudada em relacionar o sangramento anal ao câncer colorretal, um dos sinais marcadores da patologia, Souza (2016) desvelou esta mesma dificuldade em seus estudos. Figura 22 - Questão 8 – Quais dos itens abaixo você relaciona com a Questionário 1 Questionário 2 possibilidade de desenvolver câncer de intestino? 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Perda de peso (sem dieta) Cólicas e dor abdominal Sangue nas fezes Fraqueza Diarréia Intestino preso 18 20 Fonte: Autores, 2016 Analisa-se neste gráfico o conhecimento dos indivíduos em relação aos sinais que podem ser precursores do câncer colorretal, observando a dificuldade dos indivíduos em interpretar as alternativas e relaciona-las com a 87 patologia. Observa-se então que em um momento após a educação em saúde, os indivíduos tiveram maior facilidade em compreender o que cada item representava possibilitando assim que estes conseguissem relacionar da melhor maneira. A comparação dos gráficos evidencia o desenvolvimento intelectual dos indivíduos que responderam melhor a questão após a atividade educativa, sendo reforçada esta informação em estudos de Zandonai, Sonode e Sawada (2012). Figura 23 - Questão 9 – Você já obteve algum conhecimento sobre esse assunto? Pré-atividade educativa Pós-atividade educativa 0 9 41 Sim 50 Não Sim Não Fonte: Autores, 2016 Observou-se, como Gomes et al (2014), que os indivíduos compreendiam a atividade educativa como sendo um método de obtenção de conhecimento, o qual facilitou a interação equipe-indivíduos de pesquisa, pois os mesmos demonstraram grande interesse no tema abordado, além de questionar sobre assuntos de saúde variados que foram esclarecidos no mesmo momento. 88 Figura 24 - Questão 10 - Você ou alguém da sua família tem ou teve câncer de intestino? Pré-atividade educativa 6 Pós-atividade educativa 2 5 42 Sim Não Não sei informar 3 42 Sim Não Não sei informar Fonte: Autores, 2016 Como pode-se observar o desenvolvimento intelectual pessoal dos indivíduos relacionados a pesquisa após a apresentação da educação continuada sobre saúde vê-se que a produção e os resultados trouxeram benefícios de forma inovadora e descontraída, aproximando realidades de educação continuada em saúde. Segundo Gomes (2014) esta é uma estratégia que possui práticas que consolidam o conhecimento e uma troca de saberes da equipe com a comunidade, sendo um diálogo entre a formação e o trabalho. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o desenvolvimento da pesquisa, notou-se que, em média 80% da população alvo das entrevistas possuíam baixo ou nenhum conhecimento sobre o tema abordado mesmo este sendo de alta importância. Apresentaram-se, também, problemas na interpretação das perguntas e na diferenciação dos tipos de neoplasias que podem ser originadas no organismo humano. Dada as circunstancias, houve grande evolução intelectual ao analisarse as respostas do mesmo questionário em um momento pós apresentação de educação em saúde, onde cerca de 90% dos indivíduos envolvidos com a 89 pesquisa apresentaram um ótimo discernimento em relação aos sinais e sintomas, aos exames diagnósticos e aos processos que podem levar ao desenvolvimento de câncer colorretal. Observando o grande nível de indivíduos que possuíam ensino fundamental e médio completos e incompletos e relacionando a absorção e busca por informações passadas pela equipe do projeto sobre o tema abordado e outros assuntos em saúde, observa-se que a implementação de educação em saúde no meio escolar poderia elevar os índices de prevenção relacionados a diversas patologias vendo que as pessoas buscam informação sempre que possível, mas a escassez de tempo na vida cotidiana inviabiliza tal tarefa. 90 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Observando o desenvolvimento do trabalho junto com os indivíduos no momento anterior e posterior à apresentação da educação continuada, vê-se como proposta de intervenção a necessidade da implementação de um esquema de educação permanente, não apenas em empresas, mas também em escolas ou cooperativas onde possam ter maior número de pessoas a serem alcançadas, onde discuta-se sobre o tema abordado durante o projeto entre outros que envolvam o autocuidado relacionado à patologias de alto e baixo risco para garantir que está população tenha o básico de informações possibilitando a autopreservação, prevenção, cuidados gerais, e diferenciação entre os sinais e sintomas de doenças básicas auxiliando assim no desenvolvimento individual e em grupo desta população. 91 CONCLUSÃO O câncer colorretal é uma neoplasia que se origina de qualquer porção do colón, reto ou canal anal. A doença começa na camada superficial do revestimento intestinal e com o tempo vai atingindo as camadas mais profundas. Atinge pessoas de qualquer faixa etária e sexo, sendo mais comum após os 40 anos. Esta neoplasia vem ganhando cada vez mais importância no perfil de mortalidade no país ocupando o segundo lugar como maior causa de óbito. Entretanto a falta de conhecimento sobre a doença gera uma prevenção ineficaz, por isso visamos uma pesquisa com enfoque nessa prevenção para a população de um modo abrangente. Confirmamos isso em nossa pesquisa de campo onde podemos afirmar que as pessoas não têm informações para que a prevenção seja realizada de forma adequada, gerando assim muitas dúvidas em relação à doença. A experiência nos mostrou que por mais que as pessoas tenham conhecimentos sobre o assunto e sobre os métodos de prevenção, a maioria delas ainda não realizam os exames por vergonha ou preconceito, tornando este trabalho de grande importância para que a população vise à importância de uma prevenção precoce. Perante a realização desde estudo, concluímos que o tema foi de suma importância, pois o resultado das pesquisas foi satisfatório ao que esperávamos, fazendo com que nosso conhecimento sobre o assunto fosse aprimorado. 92 REFERENCIAS ASSIS, R. V. Rastreamento e Vigilância de Câncer Colorretal: Guidelines Mundiais. GED gastroenterol. endosc. dig, 62-74. 2011. ATTOLINI, R. C.; GALLON, C. W. Qualidade de Vida e Perfil Nutricional de Pacientes com Câncer Colorretal Colostomizados. Revista Brasileira de Proctologia, 289-298. 2010. BRASIL, INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Ações de Enfermagem para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. Rio de Janeiro, 2008. BRASILEIRO, F. G. Bogliolo Patologia Geral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2012 COSTA, R. N. P., SILVA, R. R. Caracterização Epidemiológica de Pacientes com diagnóstico de Câncer Colorretal: uma revisão bibliográfica. São Luis: Universidade federal do Maranhão. Maranhão, 2013. Disponível em: <https://monografias.ufma.br/jspui/handle/123456789/362> Acesso em: 24 set. 2016 DANGELO, J. G., FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2ª ed. São Paulo: Atheneu. 2011. DI DIO, L. J. Tratado de Anatomia sistêmica aplicada. São Paulo: Atheneu. 2002. GOMES, A. M.; et al. O teatro no projeto interministerial saúde e prevenção nas escolas. Encontro Regional Centro-Oeste, 2014. Disponível em: <http://conferencia2016.redeunida.org.br/ocs/index.php/regionais/centrooeste/paper/view/258> Acesso em: 24 set. 2016 IMEBI, Instituto de Medicina Biomolecular. Pólipo adenomatoso. Baseado em Artigo da Rev Bras Coloproctologia, 2005. Disponível em < http://www.imebi.com.br/polipo_adenomatoso.php>. 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(a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa chamada ”A Atuação da Enfermagem na Prevenção ao Câncer de Intestino”, que pretende estudar o conhecimento da população quanto aos fatores pré disponentes e a necessidade de atenção para prevenção do câncer de intestino e a participação da enfermagem em dar-lhes educação em saúde sobre este tema. O s.r. (a) foi selecionado (a) a participar dessa pesquisa por fazer parte da faixa etária na qual devemos ter um maior cuidado quanto a esta doença. Para pesquisas tipo inquérito: A pesquisa consta de algumas perguntas sobre sua vida pessoal, histórico da doença, hábitos diários e alimentares. Nós, pesquisadores, aplicaremos um pequeno questionário ao s.r. (a). A entrevista não será gravada e nós utilizares suas respostas para montar um gráfico para analisarmos a quantidade de pessoas com conhecimento sobre o tema. Realizaremos a entrevista/aplicação do questionário em um horário oportuno para todos, esta será feita pessoalmente pelos pesquisadores. A entrevista durará cerca de 15 a 20 minutos. O conhecimento dessas características permite que aumentemos a demanda da realização da investigação precoce de lesões intestinais, que levemos aos participantes mudarem seus hábitos alimentares e, assim sendo, diminuiremos o número de casos desta doença. Caso você não queira participar da pesquisa, é seu direito e isso não vai interferir com seu tratamento ou preferência de agendamento médico, assim como interferências trabalhistas. Você poderá retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa sem nenhum prejuízo. É garantido total sigilo do seu nome, resultado de exame ou doença, em relação aos dados relatados nesta pesquisa. Você receberá uma via deste termo, e outra via será mantida em arquivo pelo pesquisador por cinco anos. Qualquer dúvida adicional, você poderá entrar em contato com os responsáveis pela pesquisa relacionados abaixo. CONCORDO EM PARTICIPAR DA PESQUISA Nome: _______________________________________________________________________ Assinatura: ____________________________________________________________________ Data: ____/____/____ Assinatura: ____________________________ Orientador: Tais Maimoni Contieri Santana, Rua Valentin Fioroni, 231 - Lins Fone: (14)35543290. E-mail: [email protected] Pesquisador (es): Fernanda Sozzo Saltori, Rua Paulo Aparecido Giraldi, 944 – Lins Fone: (14)3522-3198 E-mail: [email protected] Iara Aparecida Ventura, Rua Valdomiro Gomes Ferreria, 401 - Lins Fone: (14)3523-4231 E-mail: [email protected] Leonardo Leonel dos Santos, Rua Coronel Antonio Flavio, 357 - Avanhandava Fone: (18)3651-1610 E-mail: [email protected] 97 APÊNDICE B – Questionário de Pesquisa 98 APÊNDEICE C – Tabelas de Perfil dos Indivíduos da pesquisa Sexo Masculino 29 Feminino 21 Estado Civil Solteiro 18 Casado 29 Divorciado 3 Etnia Branco 22 Negro 9 Indígena 1 Pardo 18 Escolaridade Fund. C 11 Fund. IC 3 Médio C 23 Médio IC 7 Técnico 1 Superior 4 Superior I 1 APÊNDICE D – Tabelas referentes as Alternativas dos Questionários Questionário 1 Questão 1 SIM 26 NÃO 24 A 8 B 0 C 6 A 12 B 6 C 2 Questão 2 D 17 Questão 3 D 9 Questão 4 NÃO 2 Questão 5 SIM 37 A 4 B 18 Questão 6 D 7 Questão 7 NÃO 24 Questão 8 C 7 B 3 G 8 E 10 F 6 G 5 C 37 SIM 5 A 10 F 11 NÃO SEI INFORMAR 11 B 9 A 3 E 0 C 3 D 0 E 4 F 3 G 8 ÀS VEZES 21 D 12 E 19 F 3 99 Questão 9 Não Sim 41 9 Amigo TV Médico Palestra Professor 2 2 3 1 1 Questão 10 NÃO 6 SIM 42 NÃO SEI INFORMAR 2 Questionário 2 Questão 1 SIM 50 NÃO 0 A 0 B 0 C 0 A 22 B 1 C 0 Questão 2 D 44 Questão 3 D 9 Questão 4 NÃO 0 Questão 5 SIM 50 A 0 B 21 Questão 6 D 20 Questão 7 NÃO 18 Questão 8 C 3 B 2 Questão 9 Não Sim 0 50 SIM 5 G 6 E 13 F 0 G 5 C 48 SIM 3 A 13 F 0 NÃO SEI INFORMAR 0 B 2 A 2 E 0 C 0 E 0 Médico 49 1 Questão 10 NÃO 43 F 0 G 4 ÀS VEZES 29 D 12 Estudantes D 0 E 19 F 4 NÃO SEI INFORMAR 2 100 ANEXOS 101 ANEXO A – Termo de Aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) 102 103