A ATUAÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA NA APLICAÇÃO DO ÁCIDO GLICÓLICO EM MELASMA Ana Paula Strutz¹, Alison Walvy de Souza2 1-Acadêmica do Curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná - UTP - Curitiba, PR; 2- Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal - Professora da Universidade Tuiuti do Paraná - Orientadora; Endereço para correspondência: Ana Paula Strutz - [email protected] RESUMO: Pela busca de uma aparência saudável a preocupação com a saúde da pele vem crescendo e a procura de tratamentos estéticos para as alterações inestéticas também. Uma das queixas mais apresentadas em avaliações estéticas são as manchas hipercrômicas. Dentre elas a mais comum é o melasma, um quadro caracterizado por manchas castanhas, intensas, de limites irregulares, localizados nas áreas de maior exposição solar. Os tratamentos para melasma podem ser realizados através da aplicação de peelings químicos, com ação no rejuvenescimento da pele e redução ou desaparecimento das discromias. O ácido glicólico apresenta-se como um eficaz clareador por possui menor peso molecular consequentemente, melhor penetração. O presente estudo tem como objetivo analisar a ação do ácido glicólico e a atuação do tecnólogo em estética no tratamento de melasma através de revisão bibliográfica baseada em livros e artigos científicos. Palavras Chaves: Melasmas, Ácido glicólico, Peelings, Tecnólogo em Estética. ____________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT: The search for a healthy concern for skin health is growing and demand for aesthetic treatments for skin alterations too. One of the complaints made in aesthetic evaluations are hyperchromic spots. Among them the most common is melasma, a condition characterized by brown spots, intense, irregular borders, located in areas of high sun exposure. Treatments for melasma can be achieved through the application of chemical peels, with action in skin rejuvenation and reduction or disappearance of dyschromia. Glycolic acid is presented as an effective bleaching agent has a lower molecular weight thus better penetration. This study aims to analyze the effect of glycolic acid and the role of the technologist in aesthetic treatment of melasma through literature review based on books and scientific articles. Key word: melasma, glycolic acid peels, technologist in aesthetics ___________________________________________________________________________ 1 1. INTRODUÇÃO A cada dia a preocupação com a saúde da pele vem crescendo, como conseqüência, a procura de tratamentos para os distúrbios inestéticos também. Uma das queixas mais apresentadas em avaliações estéticas são as hipercromias.1 A hiperpigmentação é uma alteração cutânea comum e esteticamente importante, podendo prejudicar a aparência e a qualidade de vida das pessoas, pois a pele na maioria das vezes é vista como um sinal de saúde. 2 Considera-se o melasma uma das alterações de hipercromias de maior procura para tratamentos estéticos. Se caracteriza por manchas castanhas, intensas, de limites irregulares, localizados nas áreas de maior exposição solar, como a face, o colo e membros superiores.3 Dentre os tratamentos estéticos para melasma, destacam-se os peelings químicos com uma técnica de aplicação que produz uma lesão programada e controlada, resultando na redução ou desaparecimento das discromias e no rejuvenescimento da pele.4 Para esse tipo de hipercromia, o ácido glicólico se apresenta como um eficaz clareador. Extraído da cana de açúcar, o ácido glicólico possui dois carbonos em sua estrutura e apresenta o menor peso molecular, e consequentemente, apresenta melhor penetração, sendo de rápida absorção no local da aplicação.5 O presente estudo tem como objetivo, verificar através de revisão literária a atuação do tecnólogo em estética no tratamento de melasma com a aplicação do ácido glicólico. 1.1 MELANINA E A COR DA PELE A caracterização de uma condição saudável se dá pela coloração que a pele apresenta. Os distúrbios da pigmentação não são usualmente considerados problemas cosméticos, entretanto quase toda mulher se preocupa com rugas e envelhecimento e também se queixa de preocupações com a pigmentação.6,7 2 Como fator determinante nas diferenças da coloração da pele está a melanina, sendo o principal pigmento biológico na pigmentação cutânea, a melanina é produzida através da hidroxilação da tirosina para 3,4diidroxifenilamina (DOPA) usando a enzima tirosinase, que subsequentemente oxida a DOPA para dopaquinona, levando à formação de melanina (eumelanina e feomelanina). A variação da cor da pele depende de vários fatores como: origem racial, estação do ano e sexo. Considerando cada pessoa individualmente, nota-se que elas não exibem a mesma cor em todas as partes do corpo.7,8,9 Hiperpigmentação da pele é umas das disfunções que podem ocorrer, e é dividida por vários fatores como: envelhecimento, gravidez, distúrbios endócrinos e tratamentos hormonais. Mas, entre o maior fator responsável pela hiperpigmentação, esta a exposição da pele à luz ultravioleta (UV). Muitas são as modificações inestéticas da cor da pele, e dentre delas a mais comum e com grande procura dentre os tratamentos estéticos é o melasma. 7,8 1.2 MELASMA Clinicamente o melasma se manifesta como manchas acastanhadas, com bordas irregulares e configuração geográfica simétricas. Essas manchas são mais evidentes nas regiões centro faciais, afetando a região do terço superior, terço médio, supra labial, região nasal, mento e colo, mais podem surgir também nos membros superiores principalmente no climatério, em mulheres em reposição hormonal.4,7 No diagnóstico histológico podem ser observados por dois padrões, o epidérmico e o dérmico. No epidérmico a deposição de melanina é maior nas camadas basal e suprabasal, podendo-se observar degeneração vascular da camada basal e no tipo dérmico o pigmento melânico é visto no interior de macrófagos (melanofagos), num arranjo perivascular nas camadas superficial e média da derme.10 É predominante entre as mulheres, porém observada em 10% dos homens. Acomete na maioria indivíduos da idade reprodutiva, raramente sendo vista durante a puberdade, a idade de aparecimento situa-se entre 30-55 3 anos.9,10 As causas exatas ainda não são conhecidas, porém, sabe-se que podem ser influenciadas por fatores genéticos e hormonais. Histórico familiar também deve ser investigado, e como fator de maior causa, julga-se a exposição à luz solar. 11 Essas alterações pigmentares podem ocorrer em até 90% das gestantes. O melasma gravídico ou cloasma, como é chamado nesta fase, aparece por ser um período de intensas modificações para a mulher, tornando sua pele mais susceptível a mudanças fisiológicas e patológicas. Essas manchas costumam desaparecer completamente até um ano após o parto, mas cerca de 30% das pacientes evoluem com alguma sequela de mancha. 12 O melasma pode surgir em todos os fototipos, porém acomete principalmente mulheres de fototipo elevados, sendo os fototipos IV e V segundo a classificação de Fitzpatrick (tabela 1)* os mais acometidos pela patologia. 10,13 Fototipo I branca II branca III morena clara IV morena moderada V morena escura VI negra Eritema Sempre Sempre Moderado Pouco Raro Nunca Bronzeado Nunca Às vezes Moderado Sempre Sempre Pelemuito pigmentada Sensibilidade Muito sensível Sensível Normal Normal Pouco Sensível Insensível *Tabela 112 Sendo a exposição solar um agravante, o melasma é visto mais comumente em áreas que recebem maior exposição ao sol, sendo menos notável nos meses de inverno, quando a exposição solar tipicamente é mais baixa.12 O melasma causa um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, principalmente porque acometendo a face, implica na imagem pessoal, comprometendo assim a autoestima com repercussões na vida pessoal e profissional dos indivíduos acometidos a este quadro.12 Para tratamento desta alteração, é necessário primeiramente o esclarecimento da importância de evitar-se a exposição solar de forma excessiva e inadequada. Este medida é essencial na prevenção de doenças cutâneas e na manutenção da saúde e beleza. O comportamento de 4 fotoproteção também é indispensável e envolve a aplicação de protetor solar meia hora antes da exposição ao sol, seguido de reaplicações e reforço sempre que necessários, e ainda cuidados como os protetores de barreira que são representados pelas roupas e acessórios, como boné ou chapéu de abas largas, óculos de sol, guarda–sol e sombrinhas e evitar horários críticos de radiação solar situados entra 10 e 16 horas. 9,11,12 Na tentativa de clareamento dessas alterações, as aplicações de substâncias tópicas como as esfoliações químicas são as mais indicadas. Para as escolha do esfoliante, dependerá do tipo do melasma a ser tratado somado à experiência do profissional que irá executar o procedimento, e principalmente da ação terapêutica que ele apresenta. Entre os esfoliantes mais usados pra esses tratamentos estão os peelings químicos. 4,11 1.3 PEELINGS QUÍMICOS O peeling químico ou quimioesfoliação como também é conhecido, consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele. Essas técnicas resultam na destruição controlada de porções da epiderme e/ou derme produzindo uma lesão programada e controlada com a coagulação vascular instantânea, resultando no rejuvenescimento da pele com redução ou desaparecimento das ceratoses e alterações actínias, discromias pigmentares, rugas, algumas cicatrizes superficiais e consequentemente na regeneração de novos tecidos.4,13 Esses agentes esfoliantes causam uma descamação superficial das camadas mais externa da pele, e ativa um mecanismo biológico que estimula a renovação e o crescimento celular, causando alterações profundas na estrutura das células, tais como a hiperplasia dos queratócitos, aumento da espessura da epiderme, diminuição da quantidade de melanina depositada, aumento da produção de fibras colágenas, na irrigação sanguínea e na compactação do estrato córneo, resultando em uma aparência externa mais saudável e bonita. 13 O nível de atuação dos peelings depende da profundidade que ele consegue atingir. A escolha do agente e da técnica a ser usada depende do conhecimento da profundidade da hipercromia, este conhecimento é 5 necessário para que se possa escolher um agente que não produza uma esfoliação desnecessária e mais profunda do que a própria alteração a ser tratada.13, 14 O peeling químico causa alterações na pele por meio de três mecanismos, sendo, a estimulação do crescimento epidérmico através da remoção do estrato córneo, mesmo com descamação muito leve podem induzila a espessar-se; a destruição de camadas específicas da pele lesada, e com a destruição destas camadas elas serão substituídas por um tecido mais uniforme obtendo-se um melhor resultado estético especialmente no tratamento de disfunções de pigmentação; e na indução no tecido de uma reação inflamatória mais profunda que a necrose produzida pelo agente esfoliante, que podem induzir a produção de colágeno novo e de substâncias fundamentais na derme. 14 Para a indicação correta de um peeling é fundamental o conhecimento científico sobre a atividade e as consequências das substâncias químicas utilizadas, pois é pela localização e a alteração tegumentar que se define a profundidade necessária a ser atingida para se obter o resultado estético desejado e a correlação entre o fototipo de pele é fundamental.15 Os fototipos de I a III são ideais para todos os tipos de peeling, já os tipos IV e VI apresentam maior risco de desenvolver discromias. 14,15 Os peelings químicos são classificados em quatro grupos de acordo com o nível de profundidade que se deseja atingir e estão classificados em muito superficial, superficial, médio e profundo. 16 - Muito superficial (esfoliação): afinam ou renovem o estrato córneo e não criam lesão abaixo do estrato granuloso. - Superficial (epidérmico): produzem necrose de parte ou de toda epiderme, em qualquer parte do estrato granuloso até a camada de células basais. 16 - Médio (dérmico papilar): produzem necrose da epiderme e de parte ou de toda a derme papilar.16 - Profundo (dérmico reticular): produzem necrose da epiderme e da derme papilar que se estende até a derme reticular. 16 O peeling superficial apresenta menor risco de causar hipo ou hiperpigmentação ou até mesmo cicatrizes, já em relação aos peelings profundos essas complicações podem ser observadas. Nos peelings em geral, 6 existem algumas variações como os agentes do peelings, as concentrações, veículos dos agentes, tempo de contato com a pele, aplicador do peeling, a integridade espessura pele.13,14,15 Entre todos os tipos de peelings, somente o muito superficial e superficial poderão ser usados na estética, por se tratar de um processo de renovação celular superficial ao nível de camada córnea. E para essa atuação o profissional que fizer o uso dessa terapia de ácidos, precisa ter conhecimento aprofundado na área. 16 Entre as substâncias mais seguras para a realização dos peelings muito superficial e superficial, estão os do grupo dos alfahidroxiácidos.15 1.3.1 Alfa-Hidroxiácidos – (AHA) Os alfa-hidroxiácidos, são ácidos carboxílicos que possuem um grupo hidroxil alcoólico na posição alfa e são solúveis em água. Esses ácidos são derivados de cana–de açúcar, leite e frutas cítricas.15 A sua descoberta e a sua empregabilidade em produtos destinados aos cuidados da pele, promoveram uma revolução na indústria cosmética. O seu uso em larga escala, deve-se aos inúmeros mecanismos de ação sobre a pele, indicações e segurança de uso. Há muitos anos os AHA são utilizados em formulações cosméticas e dermatológicas primeiramente como agentes de ajuste de pH e atualmente, sobretudo, como umectantes, esfoliantes e agentes antienvelhecimento. 16,17 A penetração dos AHA depende de vários fatores: as características individuais de cada pessoa, como idade, tipo de pele, predisposição genética, integridade da barreira epidérmica, concentração do agente, pH, o veículo e a técnica do procedimento. 16,17 As principais indicações deste ácido são: tratamento e prevenção do foto envelhecimento, distúrbios pigmentares, rítides, cicatrizes superficiais, hiperqueratose folicular, rosácea, melasma, queratose seborreicas e actínicas. De um modo geral os peelings com AHA são seguros e não há grandes restrições para seu uso, porém, como em todos os procedimentos, prevalece o bom senso na sua execução. As contra indicações são absolutas no caso de patologias ativas como herpes simples, escoriações, processos inflamatórios e 7 infecciosos e cicatrizes recente pós-trauma; e relativas quando o individuo fez uso de ceras depilatórias ou qualquer outro procedimento que possa ter agredido a pele, pessoas que apresentam eritema solar intenso, nesses casos o peeling deverá ser suspenso até que a pele recupere suas condições de integridade.15,16,18 Os peeling de AHA não possuem toxidade sistêmica e por isso são muito bem tolerados pelos clientes, e mesmo sendo superficial pode trazer excelentes resultados sendo essas suas principais vantagens. E como desvantagens há a variação de pessoa para pessoa na reação e eficácia. Nem sempre os AHA promovem a ação de peeling esperada, em alguns casos o resultado não é satisfatório; devem sempre ser neutralizados e sua penetração é irregular na pele.15 O AHA mais simples e mais frequentemente usado em forma de peeling é o ácido glicólico.15,16,17 1.3.2 Peeling de Acido Glicólico Derivado da cana de açúcar, o ácido glicólico é o ácido mais usado atualmente.18 O ácido glicólico possui a menor cadeia do grupo AHA, com dois carbonos em sua estrutura molecular e consequentemente o que tem a melhor penetração, sendo rápida a absorção no local aplicado. 19 É considerado um dos ácidos mais seguro por possuir baixo poder de fotossensibilização, baixa capacidade de desencadear respostas imunológicas como alergias, e por ter capacidade de penetrar mais rapidamente, por não ser tóxico sistemicamente ao período do tratamento e por ter o maior poder de penetração em relação aos outros AHA.19 O peeling de ácido glicólico é indicado para a maioria dos tipos de pele e em várias regiões do corpo, com a finalidade de tratar ceratoses actínicas, melasma, acne, estrias, rítdes finas e lesões de fotoenvelhecimento.17,19 Por ser um ácido seguro não apresenta contraindicações, entretanto não se conhece a segurança dos agentes químicos na gravidez.14 Em baixas concentrações o ácido glicólico tem efeito epidérmico anticoesão, que resulta em uma descamação mais rápida dos queratinócitos pigmentados, encurtando o ciclo celular de forma que o pigmento é perdido 8 mais rapidamente. Em concentrações mais elevadas o ácido causa epidermólise.2,14, A forma mais usada deste ácido é em forma de gel, e em concentrações que variam de 30% á 70%, essas soluções são feitas com água ou com a combinação de água, álcool e propilenoglicol e são usadas por médicos em peelings médios e profundos.04,14,19Para a aplicação em produtos cosméticos se estabelece o uso em até 10% e o pH maior do que 3,5 e já para os produtos de uso profissional é permitida a concentração de até 30% e o pH maior que 3,020,21,22 É importante ressaltar a porcentagem permitida no uso do Tecnólogo em estética, que segundo a ANVISA é concentração de 10% e o pH 3,5. As alterações produzidas na pele pelo ácido glicólico têm estágios em ordem crescente de profundidade da lesão, que são rosa, vermelho, epidermólise com vesiculação e branqueado o chamado frosting.14 O ácido glicólico usado no peeling precisa ser neutralizado, para que se interrompa sua ação quando a profundidade desejada tiver sido alcançada. 14,19 Sugere-se que quando o ácido glicólico for usado em tratamento de hiperpigmentação pós-inflamatória ou em melasma, deve-se se iniciar em baixas concentrações para evitar a irritação da pele ou a indução de hiperpigmentação pós-inflamatória, especialmente em indivíduos de fototipos mais altos.02 Para este peeling não se faz necessário desengordurar a pele, apenas uma limpeza suave para remover a maquiagem e outros resíduos. A reaplicação deverá ser feita a cada quinze dias e de acordo com a necessidade, que dependerá do objetivo a ser alcançado19 1.4 CUIDADOS NO PROCESSO DE PREPARAÇÃO E PÓS PEELING O peeling precisa ser realizado em três etapas imprescindíveis: o preparo da pele, o peeling propriamente dito e o pós-peeling.13 Antes dessas etapas deve-se fazer uma documentação do indivíduo, pois todo procedimento estético exige fotografias de boa qualidade para que o paciente possa perceber a diferença de sua aparência atual com a anterior ao tratamento. É necessário montar uma anamnese completa constando os dados 9 pessoais, a utilização de medicamentos tópicos e/ou sistêmicos, doenças de base, histórico de herpes simples e alergias. 4,13,14,19 O preparo da pele para a realização do peeling deve ser realizado pelo menos 15 dias da primeira aplicação. Este cuidado tem com objetivo otimizar os resultados, permitir a penetração mais uniforme do agente esfoliante, reduzir o tempo de cicatrização da lesão, diminuir o risco de complicações como a hiperpigmentação pós-inflamatória, enfatizar um protocolo de manutenção e determinar o tipo do produto que a pele do cliente tolera.13,14 Para realizar o preparo da pele utilizam-se dois produtos principais: um sabonete de ácido glicólico sem tensoativo e com pH menor que 2,5 que possui função esfoliante e um creme não iônico de ácido glicólico para ajudar na descamação deixando a pele com uma só espessura proporcionando uma penetração homogênea do produto do peeling. 13,14,15 No pós peeling os cuidados com a pele são fundamentais para que seja alcançado o objetivo esperado, para isso nos dois primeiros dias deverá ser usado apenas filtro solar, após as 48 horas após o peeling e durante há primeira semana seguinte deve-se manter a pele sempre muito hidratada, fazendo uso de hidratantes e protetor solar diariamente renovando as aplicações várias vezes ao dia, evitar exposição à luz solar, lâmpadas fluorescente ou mudanças bruscas de temperatura.13 Após os quinze dias da primeira aplicação deve ser feito o uso diário de gel ou creme com ácido glicólico em concentrações de 8% a 15%, nas áreas com manchas e tratar essas manchas com um novo peeling de retoque caso seja necessário. Após a normalização da pele, deve-se instituir um tratamento diário tópico preventivo e de manutenção. 13,14 1.5 ATUAÇÃO DO TECNÓLOGO EM ESTÉTICA NA APLICAÇÃO DE ÁCIDOS Há muito tempo a terapêutica estética vem despertando interesse, e o uso de ácidos também tem sua importância nesse contexto. A terapêutica por ácidos vem se constituindo num importante recurso para o tratamento de diversas disfunções estéticas faciais como revitalização facial, rugas 10 superficiais, acne, diminuição da oleosidade, manchas hipercrômicas superficiais e essas disfunções podem se tratadas através de peeling químico.16 Um dos ácidos mais utilizados em cabines por profissionais da estética é o ácido glicólico. Devido a sua eficácia e a facilidade de seu uso, este peeling é o mais popular entre os peelings superficiais.7 Para a aplicação da terapêutica por ácidos, o profissional precisa ter conhecimento aprofundado nesta área. Quando apto à técnica, esse tipo de peeling se torna mais fácil de ser aplicado e mais e seguro. 16,19 O profissional da estética também tem um importante papel junto aos médicos em preparo de pele para a realização de peeling médio e profundo, com a limpeza da pele e hidratação antes e depois do procedimento.16 2. METODOLOGIA O presente estudo foi realizado através de uma revisão bibliográfica e digital sobre melasma e ácido glicólico, com consulta em bancos de dados como SCIELO, LILACS, MEDLINE e BIREME, e livros da área da saúde, abrangentes do período de 1999 até á atualidade. 3. DISCUSÃO Fica evidenciado que as alterações pigmentares da pele é um dos fatores de grande transtorno para algumas pessoas e que esse tipo de disfunção é um grande responsável pelo aumento de procura por tratamentos estéticos. Para Gonchoroski e Zeslei existe consenso na afirmação de que a produção excessiva de melanina provoca hipercromias na pele, sendo o melasma uma alteração característica deste distúrbio de coloração. Segundo Cucê, o melasma pode ser observado em padrões epedérmicos e dérmicos, diferenciados pela deposição de melanina. Os autores Cucê e Purim, afirmam que, durante o processo gestacional, devido ao grande número de modificações no organismo da mulher, torna-se 11 comum o surgimento de manchas na face, denominadas cloasma. Essas alterações tendem a desaparecer na maioria dos casos após o período de gestação. Há um consenso também de que os fototipos mais elevados são os mais acometidos á estas disfunções, e que á exposição solar sem proteção é um agravante. Para estas alterações os autores sugerem como tratamento a aplicação de peeling de Ácido glicólico. Por ser o ácido de menor estrutura molecular, este ácido possui melhor penetração e isso o torna o mais seguro entre os AHA,s, estraído da cana de açúcar o ácido glicólico não apresenta intoxicação sistêmica. 2,5,14,18,19, Borges e Zeslie denominam o profissional da estética, apto a executar esses procedimentos, desde que esse profissional tenha um conhecimento aprofundado nesta área. E concordam de que esses profissionais tem um papel importante também junto aos médicos no preparo de pele para realização de peelings médios e profundos. 4. CONCLUSÃO Entre as queixas estéticas referentes a alterações da face, a mais comum é o melasma. As manchas incomodam as pessoas ao ponto de influenciar na vida pessoal do indivíduo. Entre os tratamentos para essas disfunções está a aplicação de ácidos, e entre os ácidos mais usados o ácido glicólico se destaca. Por ser um ácido eficiente e seguro este ácido pode ser aplicado em centro de estética pelo tecnólogo em estética. Além de tratar essas disfunções o profissional da área estética tem a importante função de esclarecer a importância do uso de filtro solar para evitar esse caso clínico. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. Barquet, A,P.; Comparação entre alfa-hidróxiácidos e poli-hidroxiácidos na cosmisatria e desmatologia, 2006 – Disponível em: 12 http://www.rbfarma.org.br/index.php/component/content/article/79-edicoes/97v87n3 2. Draelos, Z.D.; Cosmecêuticos – 2ª Edição, Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 3. Azulay, R,D.; Dermatologia – 5ª Edição – Rio de Janeiro: Guanabara – 2008. 4. Kede, M.P.V.; Dermatologia Estética – 1ª Edição – São Paulo - Atheneu – 2003. 5. Hofmeister, H.A.; Ácido Glicólico no fotoenvelhecimento cutâneo. 1996 http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?id=986 6. Gonchoroski, D.D.; Tratamento de hipercromia Pós-inflamatória com diferentes formulações clareadoras – 2005 http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/17/tratamento_de_hipercromia.p df 7. 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