Acontece - Panorama – Jornalismo Mackenzie

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Universidade Presbiteriana Mackenzie - Centro de Comunicação e Letras
Publicação dos alunos do 2º semestre de Jornalismo
Abril / Maio de 2011
Foto: Michelle Heymann
Ano VII - 90° edição
Em busca do equilíbrio
Pessoas acreditam que dietas e restrições alimentares são a solução
Cultura
Confira os
pólos culturais
próximos ao
Mackenzie
Economia
Saúde
Páscoa:
Bastidores
de uma das
temporadas
mais lucrativas
H1N1: Ministério da
Saúde teme novo
surto da doença
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Editorial
Após um carnaval “estendido”, e que pode voltar a preocupar esse ano.
em ritmo de Páscoa, esta edição do
ACONTECE apresenta diversas atrações
E enquanto, você se informa, leitor,
e informações, que incluem diversão, se diverte: o Teatro Municipal está
dinheiro e saúde.
em reforma, mas temos a Sala São
Paulo que permanece aberta e com
Na época mais gostosa do ano, a programações.
economia cresce junto com a vontade de
Aproveitando o passeio, o ACONTECE
comer chocolate, é a hora de aproveitar traz um guia com os pólos de cultura e
os trabalhos temporários, ou aumentar lazer em volta do Mackenzie, entre eles a
a renda com ovos caseiros. Nossa exposição do fotógrafo/repórter Thomaz
reportagem mostra o que as empresas Farkas, que faleceu no último dia 25 de
reservam e esperam dessa Páscoa.
março.
Deixar para trás o mar, sol, férias e calor
para entrar nas estações mais amenas do
ano: outono/inverno. Junto com o frio,
aparecem também, as temidas epidemias
típicas dessa época. A entrevista com Dra.
Marizilda Correia, médica oncologista,
esclarece dúvidas sobre o vírus H1N1,
Você pode visitar a nossa revista
eletrônica no site
jornalacontece.wordpress.com com todas
as matérias completas, muito mais fotos,
dicas e entrevistas. Participe e comente;
boa leitura.
Agradecemos a toda a equipe de reportagem e à
professora orientadora, Lenize Villaça, que acreditou no
nosso trabalho. Também a todos que colaboraram com essa
edição do Acontece. E a você, leitor, que está com este jornal
em mãos.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Comunicação e Letras
Diretor: Dr. Celso Figueredo
Coordenador: Prof. Ms. Oswaldo Hattori
Jornal-Laboratório dos alunos do segundo
semestre do curso de Jornalismo do Centro de
Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientados pela professora
Lenize Villaça, jornalista, MTB n° 25380
Editores: Jéssica Amorim, Manuela Parisi
Projeto Gráfico: Renato Santana
Diagramação: Cristian D. Faria
Repórteres: Arthur Frayha, Carolina Rueda,
Cristian Faria, Eduardo Bernadi, Gloria Casella, Henrique Buissa, Jéssica Amorim, João
Paulo Bueno, Jorge Makul, Manuela Parisi,
Marcella Soller, Mariana de Andrade, Michelle
Heymann, Milena Buarque, Tabata Occhipinti,
Tarso Bezzerra.
Fotos: Autoria dos repórteres
Tiragem: 80 exemplares
Contatos
Para enviar críticas, sugestões, elogios ou
comentar as reportagens dessa edição:
[email protected]
Acesse o nosso site para conferir matéria
exclusivas, entrevistas na íntegra e intergarir com a nossa equipe:
www.jornalacontece.wordpress.com
Todas as fotos sao de responsabilidade
dos autores.
Impressão: Gráfica Mackenzie
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Cultura
ZONA CULTURAL PRÓXIMA AO MACKENZIE
MinC confirma que a busca por mais fontes de cultura está diretamente ligada ao aumento da escolaridade.
Jéssica Amorim
Milena Buarque
De acordo com os dados do
MinC – Ministério da Cultura
-, no Anuário de Estatísticas
Culturais, é no Ensino Superior
que os estudantes buscam
outras formas de conhecimento
e acesso às informações.
Também é durante o período
da universidade que o contato
com os diferentes tipos de artes
(música, cinema, teatro etc.)
aumenta consideravelmente.
Nos dias atuais, o hábito de
assistir programas na TV
aberta cai (de 91% para 85%)
e a procura por cinemas (de
12% para 34%), como forma de
entretenimento e informação,
cresce.
A equipe do Acontece
resolveu ir atrás de três lugares
interessantes, próximos ao
Mackenzie, que merecem uma
visita.
Por um pequeno olhar
O IMS – Instituto Moreira
Salles - São Paulo, bem próximo
ao campus da universidade e,
curiosamente, situado acima do
banco Itaú, exibe exposições
de fotografia, artes visuais,
música e cinema.
Esteticamente
claro
e
climatizado, o ambiente se
modifica de acordo com a
exposição itinerante. Até o início
de abril, abrigou o trabalho de
Thomaz Farkas, Uma antologia
pessoal, fotógrafo revelado na
geração do Foto Cine Clube
Bandeirantes.
Após ver a exposição, é
possível comprar livros e
objetos temáticos na própria
loja do IMS.
O local só tem espaço
para uma exposição por vez,
também não possui nenhum
educador para apresentar e
explicar melhor o que está
sendo exposto.
Jogos de xadrez no Sesc ( Foto: Milena Buarque)
Nos seus 40 anos de história
Dentre
as
muitas
definições
do
movimento
vanguardista Expressionismo,
a característica subjetiva das
reflexões do homem é a mais
forte.
Desde o mês de fevereiro,
o Museu de Arte Brasileira
abriga o projeto “Marcas do
Expressionismo”.
Trabalhos
de Herman Takasey e Marco
Paulo Rolla, passando por
Marina Caran e Heinz Kühn
até Anita Malfatti, entre muitos
outros. (Até 29/05.)
Espaço todo preto muito
bem aproveitado, reproduzindo
o inconsciente humano. Outro
ponto interessante é o fato
de ser aberto para atividades
escolares.
Não há nenhum flyer ou
material impresso
exposição atual.
sobre
a
Educação em primeiro lugar
O SESC – Serviço Social
do Comércio – sempre teve a
educação e o acesso à cultura
como instrumentos necessários
para a transformação social.
Estudante do Técnico em
Administração, do SENAC,
Amanda Maria Jesus, 24
anos, vem direto do trabalho
e geralmente fica usando a
internet.
Sentada na área
de natação, diz que se sente
tranqüila naquele espaço. “É
bom para quem vê e para quem
fica na água.”
Logo na entrada da unidade
foram colocadas recentemente
algumas mesas com tabuleiros
de xadrez, que estão fazendo
muito sucesso entre os
freqüentadores do espaço.
Algumas pessoas sentem
falta do espaço ao ar livre
presente em outras unidades,
como
as
de
Itaquera,
Belenzinho e Pinheiros.
Bom!
Ruim!
Instituto Moreira Salles
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis São Paulo-SP / Tel.: 11 3825-2560
De terça a sexta, das 13h às 19h;
sábados e domingos, das 13h às 18h.
Sesc Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque São Paulo – SP / Tel.: 11 3234-3000
De segunda a sexta, das 7h
às 22h; sábados e feriados (exceto
domingos), das 9h às 18h.
Museu de Arte Brasileira
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis / Tel.: 11
3662-7198
De terça a sexta, das 10h às 20h;
sábados, domingos e feriados, das 13h
às 17h.(Fechado às segundas, inclusive
quando feriado.)
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Economia
PÁSCOA COM GOSTO DE OPORTUNIDADE
Os bastidores de uma das temporadas que mais movimenta a economia brasileira
Manuela Parisi
Mariana de Andrade
Henrique Buissa
Tarso Bezzerra
Foto: Mariana Bedin
A temporada de Páscoa
apresenta
resultados
favoráveis ao crescimento
e
desenvolvimento da
economia brasileira. De
acordo com Vander Morales,
presidente da Asserttem Associação Brasileira das
Empresas
de
Serviços
Terceirizáveis e Trabalho
Temporário - o fato de a
Páscoa ser em abril facilita a
venda dos produtos, porque a
data fica longe das despesas
do início do ano.
Com diferentes formas de
abordagem grandes empresas
desenvolvem seu foco de
venda e produção. Porém
a preferência fica para as
empresas sinônimo de tradição
ou para aquelas que inovam
em seus produtos?
Cerca de 70 mil funcionários
temporários serão contratados
para trabalhar nas áreas de
produção,
promotoria
de
vendas e atendimento em
lojas, segundo dados da
Asserttem. No ano passado
foram contratadas em todo o
país 63,3 mil pessoas. Estimase que 60% das contratações
serão feitas pelas indústrias,
enquanto os outros 40% serão
do comércio.
A
Bauducco,
maior
fabricante de panettones do
mundo, iniciou sua história em
1950, hoje possui fábricas em
Guarulhos e Minas Gerais e
é capaz de produzir cerca de
200 mil toneladas produtos
anualmente. A empresa se
posiciona de forma tradicional
na linha de Páscoa, junto com
a Visconti, na produção de
colombas pascais, enquanto a
Hershey’s, líder do mercado de
chocolates, balas e confeitos
na América do Norte, prefere
inovar.
Quadro comparativo entre as duas
maiores e mais lucrativas festividades
do ano na produção das marcas
Bauducco, Visconti Hersheys.
No topo dos rankings
mundiais de consumo de
chocolate, estima-se que, no
período da Páscoa, a produção
no mercado brasileiro tem
apresentado
crescimento
há pelo menos cinco anos
consecutivos.
O saldo reflete em aumentos
anuais na contratação de
funcionários temporários.
Segundo
a
Pandurata
Alimentos,
joint
venture
responsável pelas marcas
Bauducco,
Visconti
e
Hershey’s, a chegada de novos
consumidores das classes C e
D tem contribuído para a boa
fase das fábricas de chocolate.
Somada à tradição da
troca de presentes, a grande
oferta de modelos, sabores e
tamanhos também impulsiona
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Economia
Com maior flexibilidade
durante a elaboração, os
doces caseiros atendem ao
público que busca um produto
mais personalizado ou àqueles
que se aventuram a pôr a mão
na massa e economizar com
os presentes.
Lojas ganham maior movimentção
de clientes no período de Páscoa (Foto:
Henrique Buissa)
Mais no blog: receita
caseira de ovos de chocolate,
seja para vender ou para dar
de presente.
Foto: Mariana Bedin
a produção. No caso das
crianças,
brinquedos
e
surpresas
contidas
nos
ovos aguçam o desejo –
e a curiosidade – desses
consumidores mirins.
A confecção artesanal
dos chocolates também tem
espaço
consolidado
nas
vendas do período.
FERIADO DE PÁSCOA SE APROXIMA E JÁ
CRIA EXPECTATIVAS NO COMÉRCIO DO SETOR
Com a aproximação da
Páscoa, lojas de comércio
de
chocolates
já
estão
preparadas para o feriado - que
é considerado o melhor do ano
para o setor.
Segundo Edivaldo Moraes,
dono de duas franquias
da marca Kopenhagen, a
empresa arrecada no período
o equivalente a seis meses de
atividade da loja.
“A expectativa é sempre
muito grande, pois em uma boa
Páscoa, o consumo de nossos
produtos aumenta cerca de
50%, é de longe a melhor época
para a gente, mais até do que o
Natal”, afirma.
E
devido
a
tamanha
importância da data, as lojas já
se preparam com antecedência
e, além de criarem produtos
específicos para o período,
ainda contratam funcionários
só para a ocasião.
“Além das ações publicitárias,
contratamos diversas pessoas
para nos ajudar nesse período,
mas sempre as colocamos
para trabalhar meses antes
para já irem se acostumando,
pois na Páscoa o ritmo é mais
intenso, e é importante estar
preparado”.
Mas no feriado deste ano, os
consumidores terão que gastar
um pouco mais para comprar
seus produtos. Segundo a
Abras - Associação Brasileira
de Supermercados -, todos as
mercadorias típicas da Páscoa
tiveram aumento de preço em
relação ao ano passado, além
do aumento do preço do peixe,
uma vez que nessa época
muitos não comem carne
vermelha. De acordo com a
entidade, o preço dos ovos
de Páscoa subiu 5,7% nos
supermercados, os chocolates
em geral registraram avanço
de 5,5%.
O preço da colomba pascal
ficou 3,8% mais caro em
relação a 2010.
“As pessoas vão continuar
comprando
mesmo
com
aumento de preços, pois
chocolate é a única coisa
que se dá de presente na
Páscoa, diferente do Natal,
por exemplo. E o brasileiro se
preocupa com essas tradições,
portanto as vendas das lojas
e dos supermercados deve
se manter mesmo com os
aumentos”, acrescenta.
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C
ultura
Cultura
CENTROS HISTÓRICOS E CULTURAIS EM SP
De acordo com o Ministerio da Cultura, dois lugares imperdiveis para se conhecer na cidade.
Carolina Rueda Gargiulo
Tabata Occhipinti
São Paulo, terra da garoa,
povo que nunca dorme.
É nesta cidade que podese
encontrar
praticamente
tudo em qualquer horário.
Restaurantes,
casas
noturnas, bares, lazer e
cultura para todo tipo de gosto.
Mas com certeza há lugares
que paulistanos ou quaisquer
outras pessoas que venham
a São Paulo devem ao menos
conhecer,
exemplos
de
cultura e beleza integrados a
ambientes sutis e encantadores
como a Sala São Paulo e o
Teatro Municipal de São Paulo.
Sala São Paulo (Foto: Carolina Rueda)
O Teatro Municipal foi criado
em 1911 e neste ano está
completando 100 anos de
existência, por esse motivo
está em reforma e ainda não
tem prazo certo de término. “O
Teatro Municipal está fechado
ao público e em virtude desse
fato as entrevistas não têm
ocorrido. Sobre o restauro há
possibilidade de obtenção das
informações dos procedimentos
nos mais variados espaços
internos pelo link “Obra de
atualização tecnológica do
palco” disponível na página do
teatro, nesse espaço há vários
textos que dão conta do restauro,
disse Aureli Alves, responsável
pelo
Teatro
Municipal.
Duas
outras
grandes
reformas foram marcantes
para mudanças do teatro, a
primeira foi no ano de 1951
com o arquiteto Tito Raucht, e
a outra foi realizada do ano de
1986 a 1991 com o comando
da Secretaria da Cultura que
restaurou o prédio e instalou
equipamentos mais modernos.
“O ambiente é frequentado por
público diverso composto desde
pessoas que frequentam óperas
até estudantes que participam
das
atividades
educativas
do Teatro como as visitas
monitoradas e os concertos
didáticos”,
afirma
Aureli.
Já a Sala São Paulo,
inaugurada no ano de 1999, era
o espaço da antiga ferroviária
Sorocabana que foi abandonada
e depois transformada para
criação de um novo pólo cultural,
específico
para
realização
de orquestras sinfônicas. A
arquitetura do ambiente foi
preservada, trazendo ainda
lembranças
da
economia
cafeeira, porém com detalhes
únicos e contemporâneos. No
ambiente foram instalados, além
do salão para apresentações,
cafés e lojinhas de souvenir.
Além de todas as sutilezas
em um ambiente moderno,
há toda parte técnica de
acústica, que é considerada
uma das mais modernas do
mundo, onde até o teto se
adequa as diferentes situações.
A programação do Teatro
é diferenciada da Sala São
Paulo. O Teatro, além das
apresentações
de
música
clássica
e
dança,
tem
especificidade em óperas.
Teatro Municipal (Foto: Tabata Occhipinti)
Para o frequentador Marcos
Arilho, diretor de teatro e
professor esta foi uma ótima
solução. “Os espaços ficaram
apropriados
para
suas
funções. A sala São Paulo tem
uma acústica extremamente
apropriada para o que lhe
ficou designado. As diferenças
entre
os
locais
ficaram
nítidas até por seus estilos
diferenciados, mas a principal
diferença se mostrou ser a
programação”, disse ele.
Sala São Paulo:
www.salasaopaulo.art.br
Telefone: 3367-9573
Praça Júlio Prestes, 16 segunda
a sexta: das 10h às 18h, ou até o início do concerto.
Sábado: quando houver apresentação, das 10h às 16h30 ou até o início do concerto.
Domingo e feriado: quando houver
apresentação, desde duas horas antes do concerto, visitação gratuita.
Estudantes, aposentados e pessoas acima dos 60 anos e professores da rede pública estadual, devidamente identificados, têm desconto de
50% nos ingressos para os concertos
da Osesp na Sala São Paulo.
Teatro Municipal:
Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Telefone: 3397-0300
Bilheteria: 3397-0327
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Saúde e Bem-e
estar
EM BUSCA DO EQUILÍBRIO
Pessoas no mundo inteiro acreditam que dietas e restrições alimentares são a solução, seja para obesidade ou para
quem busca alimentação saudável. Atualmente, isso gera um paradoxo.
A questão da obesidade
continua a crescer e a se tornar
assunto de saúde pública.
Por outro lado, há pessoas
excessivamente preocupadas
com
uma
alimentação
saudável. Agregado a isso,
cada vez surgem mais dietas.
Nos Estados Unidos, onde o
nível de obesidade é um dos
mais altos do mundo, ocorre
também uma das maiores taxas
de Ortorexia, uma obsessão
não saudável para comer
comida saudável. O que causa
essa contradição?
A primeira vez em que
se ouviu falar de Ortorexia
Nervosa foi em 1996, quando
Steven Bratman criou o termo
para descrevê-la. O indivíduo
possuí uma compulsão com
a alimentação saudável, uma
fixação em relação ao que
ingere, de modo que todos
os seus pensamentos ficam
voltados para a dieta. De
acordo com Viviane Polacow,
nutricionista e coordenadora
de cursos, a ortorexia é um
fenômeno crescente.
Foto: Michele Heymann
Obesos podem pensar que o
problema é gostarem de comer
muito. Frente a isso, Viviane
responde: “o problema não é
esse, é a culpa; o relacionamento
ruim com a comida que a
pessoa tem”. O indivíduo tem
uma relação complexa com
a comida. “Diferentemente
de um cachorro, pois somos
racionais, nós criamos um
desenvolvimento afetivo com
a comida”, diz Fernanda
Pisciolaro,
nutricionista,
coordenadora de equipes de
nutrição.
Viviane comenta que não
é o que a pessoa come e sim
como ela come que a torna
ou mantem obesa. Fast Food
se encaixou perfeitamente
na rotina norte americana de
grande quantidade de alimento,
comida rápida e comer rápido.
Para resolver o problema
do excesso de peso, eles
criam inúmeras dietas e
guias alimentares e, por isso,
passaram a ver os alimentos
pelos nutrientes que eles
proporcionam, como mostra
as pesquisas de Paul Rozin,
onde se associam os alimentos
a suas funções nutricionais ao
invés de associá-los a outros
alimentos.
A tentativa de sair do quadro
de obesidade pode levar
a pensamentos e atitudes
neuróticas
cercadas
de
culpa do que podem ou não
comer. Como não seguem a
risca o modo de alimentação
ortoréxica, se sentem culpados
e fazem uma semana de dieta,
para depois voltar a comer e
engordar mais do que estavam
anteriormente. “As dietas não
adiantam, se adiantassem o
americano não estaria obeso”
relata Viviane.
“A alimentação tem que
ser prazerosa, e isso não faz
ninguém comer muito mais”,
diz Polacow. A negligência do
prazer e do convívio social no
hábito alimentar americano,
proporcionou
a
situação
ideal para o desenvolvimento
da obesidade, e de certa
forma, como consequência,
o da ortorexia. “O americano
começou a ficar cada vez mais
obeso e mais ortoréxico e isso
não resolveu a situação deles”,
afirma a nutricionista.
Restrição alimentar não é
boa para
a saúde. “Fazer dieta não é
ter uma alimentação saudável.
Não é algo normal”, diz Viviane.
“Existem dietas desde os anos
20. Serve para perder peso
por curto prazo e depois volta
tudo”, insiste Fernanda. É
importante o limite e o controle,
mas não o exagero disso, pois
o excesso para nenhum dos
lados é positivo.
O “segredo” é tornar
a refeição um momento
importante; sentar para comer;
comer
devagar;
mastigar;
sentir o gosto da comida;
curtir a comida. Não existe
um nutriente mágico, mas um
contínuo tratamento, sempre
com atividade física conciliada
a esse processo.
Foto: Michele Heymann
Arthur Frayha
Michelle Heymann
Acontece • Página 7
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Saúde e Bem-e
estar
VÍRUS H1N1 AMEAÇA VOLTAR
Ministério da saúde teme um novo surto da doença
Gloria Casella
Marcella Soller
vírus de gripe”, acrescenta a
Dra Marizilda.
O vírus é transmitido de
O vírus da gripe influenza A
H1N1, conhecido popularmente forma rápida e fácil. É possível
como “ Gripe Suina “, causou adquiri-lo na maioria das vezes
muita polêmica no ano de 2009 em ambientes fechados, onde
com um surto que afetou o o acúmulo de pessoas seja
mundo inteiro. O maior número elevado. “Se algum indivíduo
de infectados foi na America tiver o vírus influenza A H1N1 e
do Norte, principalmente nos conversar , espirrar ou colocar a
Estados Unidos e México, onde mão e outra pessoa tocar, logo
o vírus adquiriu mutações. Por em seguida, e mexer no nariz
parecer com uma gripe comum, ou por as mãos na boca pegará
muitas pessoas tiveram o o vírus. Por isso ele se espalha
cuidado necessário, enquanto tão rapidamente”, explica.
A melhor maneira de
outras tomam remédios por
conta própria. “Os sintomas prevenir a doença é evitar ficar
são os mesmo de uma gripe em ambientes muito fechados
comum: febre, tosse, dores com pessoas resfriadas, lavar
de cabeça, falta de apetite sempre as mãos, andar com
e enjôo”, diz Dra. Marizilda álcool gel na bolsa, e logo
depois de tocar em algo que
Correia, médica oncologista.
seja muito manuseado por
outras pessoas passar o gel.
“São precauções mas não
significa que estamos livres
de pegar a gripe”, salienta
Dr. Antonio Carlos Barbosa,
médico cardiologista e clinico
geral.
Caso a gripe seja contraída
o essencial é não entrar em
Foto: Marcella Soller
desespero
e
rapidamente
procurar um médico pois a
Apesar do assunto não estar doença tem cura efetiva em 99%
na mídia, há grandes chances da dos casos. Os especialistas
epidemia voltar com força total alertam que como a epidemia
esse ano, principalmente na ameaça voltar o ideal é que
estação que acabou de entrar. a população procure por
“Normalmente o vírus vem cuidados médicos sempre que
junto com o outono e inverno, os sintomas surgirem, mesmo
onde as pessoas ficam com que pareça ser uma simples
um pouco menos de imunidade gripe.“Quanto mais rápido você
no corpo e acabam adquirindo for ao médico melhor será para
com maior facilidade tanto o começar a tratar, caso tenha
vírus influenza A quanto outros contraído o vírus”, aconselha
Dr. Barbosa.
No ano passado quando a
epidemia surgiu o ministério da
saúde criou campanhas para
a prevenção e vacinas para a
população de alto risco. Esse
grupo é composto de idosos,
gestantes, crianças pequenas
e pessoas que necessitavam
viajar. Porém ainda não há
muitas novidades quanto a
vacinação esse ano. “Estamos
esperando vacina esse ano,
pois uma nova proliferação
do vírus pode ocorrer. Não
sabemos ainda se as doses
da vacina atenderão a toda
população brasileira, pois se
houver um novo surto do vírus
podemos ter novos problemas
em relação a distribuição e
quantidade
das
vacinas”,
conclui Dr. Antonio Carlos.
Foto: Marcella Soller
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