8.1 – Pegmatitos Definição: Pegmatitos são rochas ígneas, de grão muito grosseiro, a que a textura associada se chama pegmatítica. Este tem os mesmos constituintes que o granito(quartzo, feldspato, mica) só que o tamanho dos cristais são maiores. Apresentam composições variadas (dioriticas, gabroícas ou graníticas), sendo os pegmatitos graníticos os mais frequentes. Os pegmatitos começaram como um resíduo concentrado de rochas, ricas em água, cloro, boro e outros elementos, que se encontram no interior da Terra sujeitos a altas pressões. À medida que as rochas à sua volta começam a solidificar, os minerais começam a se concentrarem. Eventualmente o material mais concentrado arrefece e se o arrefecimento for lento poderá desencadeara a formação de grandes cristais. A forma dos pegmatitos é influenciada pelo tipo de rochas que os circunda. Podem ser esféricos, curvos, em forma de lente, etc. Composição mineralógica: Como minerais essenciais tal como o granito, temos: - Albite(e variedades); Quartzo; Feldspato K; Mica (Muscovite e Lepidolite) Como minerais acessórios temos: - Turmalinas; Berílos; Topázio(ligado à presença de Cl,F, OH,B...) Como minerais mais comuns temos: - Turmalinas (Na,Ca) (Li,Mg,Fe2+,Fe3+)3 (Al,Fe3+)6 (BO3)3 Si6O18 (OH)4 - Berilo (Be3Al2Si6O18) - Cassiterite (SnO2) - Uraminite (UO2) - Topázio (AlSiO4(F,OH)2 - Espodumena (LiAlSi2O6) - Lepidolite (K(Li,Al)3(Al,Si)4 O10 (F,OH)2 - Autonite (Ca(NO)2 (PO4)2.....12.H2O - Tantalite (Fe,Mn) (Ta,NO)2 O6 - Samarskite (Y,Ce,U,Ca,Pb) (Nb,Ta,TI,Sn)2 O6 Ocorrência: Alguns granitos apresentam veios claros, que são nada mais nada menos, do que rochas ricas em todos os minerais já mencionados. Contudo, dividem-se em 2 grupos: os pegmatitos(em questão) e os aplitos. Estes últimos apresentando uma textura muito fina. Este dois tipos de rochas podem aparecer separadamente ou associadas, distinguindo-se apenas pela pressão de vapor de água. Outros tipo de ocorrência 1. Associados a intrusões estratiformes 2. Como segregação 3. Como corpos irregulares em terrenos metamórficos 4. Associados a migmatitos 8.2 – Carbonatitos Definição: Carbonatitos são rochas plutónicas ou vulcânicas essencialmente constituídas por mais de 50% de carbonatos primários. As suas características incluem: - Sempre associados a rochas silicatadas sobssaturadas ricas em nefelina: Nephelinite- ijolite Nepheline syenite Kimberlite - Apresentam metassomatismo alcalinico Composição mineralógica: Por definição, os carbonatitos contêm pelo menos 50% de minerais carbonáceos. A calcite é o carbonato mais abundante. Outros minerais importantes incluem piroxenas sódicas e anfíbolas, biotite magnesiana e os minerais acessórios são magnetite, ilmenite, fluorite , entre outros. Origem: - Origem metamórfica; Veios hidrotermais; Fusão parcial do manto Ocorrência: Podem ser encontrados em crateras estáveis ou em ambientes de riftes continentais. Tipos de carbonatitos: Carbonatito calcítico : quando o carbonato predominante é a calcite. Carbonatito dolomítico : quando o carbonato predominante é a dolomite. Carbonatito ferroso : formado essencialmente por carbonato ferroso. Natro – carbonatito : constituído essencialmente por carbonatos sódicos, potássicos e cálcicos. São muito importantes economicamente, devido a serem uma fonte de cobre, urânio, tório e tantalo. 8.3 - Kimberlitos Definição: Kimberlitos são rochas potássicas, ultramáficas em que a olivina é dominante bem como outras fases do manto incluíndo o diamante. Apresentam um baixo teor de Al2O3 (menor que 5 %), ultrabásicas (SiO2 25-35 %) Composição Mineralógica: Minerais essenciais: SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MgO CaO Na2O K2O CO2 H2O 35.2 2.3 4.4 9.8 27.9 7.6 0.3 1.0 3.3 7.4 - Olivina serpentinizada; Micas(Flogopite); Ortopiroxenas; Clinopiroxenas; Carbonatos; Cromite Minerais acessórios: - piropo(granada magnesiana); montocelite(olivina cálcica) Nota: é considerada a rocha mãe dos diamantes, daí a sua importância económica. PIM 1º teste Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Ciências da Terra Petrologia ígnea e Metamórfica 1ª Avaliação 2001/2002 1. Proponha a composição mineralógica (% dos minerais componentes) da rocha assinalada num dos triângulos de Streckeisen. A seguir escolha uma das composições químicas seguidas abaixo que represente o mais próximos possível essa rocha. Justifique. A B C D 54.99 0.66 20.96 2.25 2.05 0.15 0.72 2.31 8.63 5.58 H2o+ 1.30 H2O- 0.17 38.29 0.09 1.82 3.59 9.38 0.71 37.94 1.01 0.20 0.08 4.59 50.14 1.12 15.48 3.01 7.62 0.12 7.59 9.58 2.39 0.93 0.75 72.82 0.28 13.27 1.48 1.11 0.06 0.39 1.14 3.55 4.30 1.10 0.25 0.11 0.31 P2O5 0.13 CO2 0.20 Total 100.1 0.20 0.43 98.58 0.24 0.07 99.15 0.07 0.02 99.9 SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O PIM 1º teste 2. Com base no teor de SiO2 , da presença ou não de quartzo, ou de feldspatoídes ou de olivina, classifica-a se é : ácida, intermédia, básica, ultrabásica e sobressaturada, saturada ou subssaturada. 3- Exemplifique com um esboço, de que modo podemos inferir o índice de refracção de minerais visinhos, quando observados em lâmina delgada ao microscópio. 4- Faça a correspondêcia dos minerais de alteração (Sericite, Calcite, Serpentina, Saussurite, Mineral argiloso, Clorite) aos minerais seguintes, formadores de rocha. a. Olivina e. Plagioclase cálcica b. Piroxena f. Plagioclase Sódica PIM 1º teste c. Anfíbola g. Feldspato potássico d. Biotite h. Quartzo 5. A figura ao lado mostra uma secção esquemática da crosta da Terra. Identifique (e dê nome) as várias estruturas discordantes. Que tipo de textura esperaria encontrar nos pontos assinalados (A e B) da figura? Justifique em poucas palavras. 6. Utilizando a sequência mineralógica das séries de Bowen, escolha 2 pares de minerais que possam representar as composições mineralógicas das rochas ocorrendo em duas estruturas diferentes, da figura anterior. 7. O que justifica a designação de série de Reacção de Bowen? (em breves palavras). Universidade Nova de Lisboa Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Ciências da Terra Petrologia ígnea e Metamórfica 1ª Avaliação 2001/2002 1. Proponha a composição mineralógica (% dos minerais componentes) da rocha assinalada num dos triângulos de Streckeisen. A seguir escolha uma das composições químicas seguidas abaixo que represente o mais próximos possível essa rocha. Justifique. A B C D 50.44 1.00 16.28 2.21 7.39 0.14 8.73 9.41 2.26 0.70 H2o+ 0.84 H2O- 0.13 54.99 0.60 20.96 2.25 2.05 0.15 0.77 2.31 8.23 5.58 1.30 42.26 0.63 4.23 3.61 6.58 0.41 31.24 5.05 0.49 0.34 3.91 71.30 0.31 14.32 1.21 1.64 0.05 0.71 1.84 3.68 4.07 0.64 0.17 0.31 0.13 P2O5 0.15 CO2 0.18 Total 99.86 0.23 0.20 99.79 0.10 0.30 99.46 0.12 0.05 100.08 SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Universidade Nova de Lisboa 2. Com base no teor de SiO2 , da presença ou não de quartzo, ou de feldspatoídes ou de olivina, classifica-a se é : ácida, intermédia, básica, ultrabásica e sobressaturada, saturada ou subssaturada. 3- Exemplifique com um esboço, de que modo podemos inferir o índice de refracção de minerais vizinhos, quando observados em lâmina delgada ao microscópio. 4- Faça a correspondência dos minerais de alteração (Sericite, Calcite, Serpentina, Saussurite, Mineral argiloso, Clorite) aos minerais seguintes, formadores de rocha. a. Olivina e. Plagioclase cálcica b. Piroxena f. Plagioclase Sódica c. Anfíbola g. Feldspato potássico d. Biotite h. Quartzo file:///G|/Escolinha/Site%20de%20Apoio/PIM/teste%20de%20pim%202.htm (2 of 4) [27-01-2004 22:53:10] Universidade Nova de Lisboa 5. A figura ao lado mostra uma secção esquemática da crosta da Terra. Identifique (e dê nome) as várias estruturas concordantes. Que tipo de textura esperaria encontrar nos pontos assinalados (A e B) da figura? Justifique em poucas palavras. 6. Utilizando a sequência mineralógica das séries de Bowen, escolha 2 pares de minerais que possam representar as composições mineralógicas das rochas ocorrendo em duas estruturas diferentes, da figura anterior. 7. O que justifica a designação de série de Reacção de Bowen? (em breves palavras). Universidade Nova de Lisboa Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Ciências da Terra Petrologia ígnea e Metamórfica Teste perguntas tipo 2001/2002 1. A figura ao lado mostra uma secção esquemática da crosta da Terra. Identifique as várias estruturas: A, B, C, D, e E. Caracterize as texturas das rochas que ocorrem nas estruturas já referidas. 2. Que propriedades (características) dos seguintes minerais procuraria observar para identificá-los em lâmina delgada, vista ao microscópio petrográfico? Moscovite Anfíbola Biotite Piroxena Fluorite Magnetite Olivina Universidade Nova de Lisboa 3. Suponha que a análise modal de uma rocha é a indicada abaixo, localize a sua rocha no triângulo de Streckeisen e dê nome a essa rocha. Plagioclase (An55) 65% Piroxena (Augite) 22% Feldspato K 5% Quartzo Magnetite 7% 1% 4. Na figura ao lado estão representadas texturas de duas rochas, observadas em lâmina delgada. Na figura 1, a matriz é vítrea, contendo já alguns cristais formados, de quartzo (possivelmente cristobalite). Responda: a) Como se deu o arrefecimento do magma que originou a rocha? b) Composição provável da rocha (justifique, em poucas palavras). ...c) Nome da rocha: Amostras PIM andesito Bomba vulcanica diorito Granito com micas Granito porfiriode Granito com micas Amostras PIM Granodiorito com ortolase Lava encordada pomito Quartzo-diorito Quartzo diorito com hornoblenda riolito Amostras PIM riolito sianitos sodolito Sianito nefelinico tonalito Amostras PIM2 anfibolito corneana marmore marmore Mica xisto Mica xisto Amostras PIM2 quartzitos Xisto anfibolitico Xisto argiloso Xisto com granada Xisto luzente 1 1.1 -Minerais formadores de Rochas Os minerais formados essencialmente por grupos tetraédricos SiO2, unidos entre si por catiões, são os componentes mais importantes das rochas e constituem, com o quartzo 95% da parte conhecida da crosta terrestre. A maioria dos Silicatos são encontrados como constituintes de rochas ígneas, formados a temperaturas e pressões elevadas, em geral, em amplas zonas de variação de ambas, com estruturas densas e carentes de água. Pelo contrário nas rochas sedimentares, devido à acção do ácido carbónico que, nas condições ambientais destroí os silicatos, não existe formação destes minerais, a não ser que existam fases de transformação dos mesmos. Nas rochas metamórficas podem ou não estar presentes consoante a composição da rocha-mãe que lhe deu origem, já que são rochas formadas a partir de outras. Mas em geral são quase exclusivamente constituídas por silicatos Principais minerais formadores de Rochas: Olivinas Piroxenas Anfíbolas Biotite Plagioclases Feldspato potássico Moscovite Quartzo 1.2-Silicatos Os silicatos como, já foi referido no ponto anterior, são compostos de sílicio e oxigénio, reunidos numa unidade estrutural fixa e comum a todos, o tetraedro SiO4 ( o sílicio ocupa o centro de um tetraedro em cujos vértices se encontram 1 quatro oxigénios, ao qual se ligam, nas mais variadas proporções, alumínio, sódio, potássio, cálcio, magnésio e ferro, entre outros). Ø Breve revisão da classificação dos silicatos( para mais informação consultar os apontamentos de mineralogia do Prof. Bravo). Designação Nessolicatos Disposição dos Relação Exemplo tetraedros Si:O Independentes 1:4 Olivina Sorossilicatos Aos pares 2:7 Hemimorfite Ciclossilicatos Em anel 1:3 Berilo Inossilicatos Em cadeia: - simples 1:3 Piroxena - Dupla 4:11 Anfíbolas Desenho 1 Filossilicatos Em folha 2:5 Micas Tectossilicatos Tridimensional 1:2 Quartzo Nota: Dentro dos Tectossilicatos temos 3 grupos: - Grupo da Sílica (SiO2) : representado por quartzo e outras variedades de sílica, - Grupo dos Feldspatos : houve substituição de Al por Si. Exemplos: Albite, Anortite, etc. - Grupo dos Feldspatoídes : quimicamente semelhantes aos feldspatos mas mais pobres em sílica. Exemplo: Nefelina, Sodalite 1.3 - Série de Bowen As leis fundamentais da cristalização de magmas, estabbelecidas por Bowen, mostram que ao longo de um processo de arrefecimento progressivo, os silicatos não cristalizam todos ao mesmo tempo. A ordenação teórica da cristalização de silicatos inicia-se pela olivina, piroxenas, anfíbolas e plagioclases cálcicas; em seguida, as micas e plagioclases alcalinas e, por fim, o quartzo. Trata-se de um processo de Cristalização Fraccionada, durante o 1 qual o magma residual empobrece em elementos que vão constituindo os minerais formados. Bowen sumariou as associações minerais e as antipatias, num único esquema o qual é conhecido por Série Reaccional de Bowen Olivinas Anfíbolas Biotite Piroxenas Plagioclases Ca Plagioclase Ca/Na Plagioclases Na Feldspato potássico Moscovite Quartzo Esta série constitui uma das bases para a petrologia actual, embora esteja posta em causa devido a recentes descobertas que inviabilizam um funcionamento demasiado simplista deste processo. Para Bowen, existem duas séries, uma descontínua ou série dos minerais ferromagnesianos) e uma outra contínua (relativa às plagioclases), mas ambas convergem para temperaturas mais baixas Durante o arrefecimento do magma, primeiramente formam-se as olivinas, cujo ponto de fusão é mais elevado. Se estes minerais não se separarem no banho magmático, reagem com ele produzindo as piroxenas que, por sua vez, reagindo com o magma envolvente formam as anfibolas que seguidamente podem originar a biotite - Série descontínua -, uma vez que minerais com estrutura cristalina diferente se vão substituindo uns pelos outros. Simultaneamente, com a formação da olivina forma-se anortite. À medida que a temperatura vai diminuindo, na rede cristalina da anortite, o cálcio vai sendo progressivamente substituído por sódio, em todas as proporções, constituindo 1 misturas isomorfas. Essa substituíção faz-se de uma forma contínua dependendo da composição do magma inicial – Série contínua - . A temperaturas mais baixas, o magma residual formará feldspato potássico, moscovite e finalmente quartzo. Esta série de Bowen deve ser encarada apenas como uma generalização, pois são comuns exemplos naturais em que co-existem fases aparentemente compatíveis. 1.4 - Ciclo das Rochas O ciclo das rochas é um conjunto de processos pelos quais são formados os 3 grupos de rochas, sendo estes grupos originados a partir de 2 outros grupos. Compreende 3 grandes fases : formação de rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. No interior da Terra o magma encontra-se exposto a elevadas temperaturas e pressões. Por vezes, e principalmente devido aos movimentos das placas litosféricas o magma ascende à superfície. Nessa altura sofre um arrefecimento brusco, formando as rochas ígneas. As rochas ígneas (consolidação de magma) podem contudo sofrer processos de levantamento, meteorização e erosão. Se isso acontecer há deposição de sedimentos (partículas de tamanho variável que provêm de blocos de grandes dimensões) nos oceanos e continentes. A acumulação dos sedimentos desencadeia novamente uma série de processos mais ou menos complexos. É desses processos (enterramento e litificação) que derivam as rochas sedimentares. Por sua vez, as rochas sedimentares podem originar outro tipo de rochas. Estas 1 podem seguir 2 vias: - a primeira corresponde a um levantamento, meteorização e erosão das mesmas voltando a formar-se novas rochas sediementares; - a segunda via corresponde à formação das rochas metamórficas. Podemos afirmar que as rochas metamórficas são resultantes do calor e da pressão a que são submetidas/sujeitas as rochas sedimentares. Mas, apesar, de já termos caracterizado e enunciado os 3 tipos de rochas, ainda não concluímos o ciclo. As rochas metamórficas também podem seguir 2 caminhos: - ou sofrem um levantamento seguido de meteorização e erosão e transformam-se em rochas sedimentares; - ou porque estão a uma profundidade considerável ( e como tal, expostas a elevadas temperaturas e pressões) fundem-se e passam a estar num estado de semi-fluídez, ou seja, passam a ser magma. O ciclo inclui vários subciclos, ou seja, uma rocha ígnea pode não evoluir até uma rocha sedimentar e ser uma rocha metamórfica. Aliás este processo é bem possível. Digamos que este ciclo depende essencialmente da pressão e temperatura a que as rochas estão sujeitas. Figura - Distribuição da rochas na crosta. 7.1 - Granitos Definição : O granito resulta da consolidação de magmas – são rochas magmáticas. Os magmas contêm gases dissolvidos e por isso exercem enormes pressões nas paredes da câmara magmática que os contém. A tendência é deslocarem-se para pontos superficiais. Neste caso, o magma imobiliza-se, antes de atingir a superfície, à profundidade que varia entre 15 km e 5 km. De modo muito lento, o magma arrefece aí totalmente, formando-se rochas plutónicas, totalmente cristalizadas. Os cristais são geralmente visíveis a olho nu - Textura Fanerítica -, e tomam um aspecto granuloso. O granito é resultante de um magma rico em sílica. Este é uma rocha aflorante em vastos maciços ou batólitos, é muito resistente à erosão, apresenta cores claras e existem diversas variedades desta rocha. Devido à percentagem de SiO2 ser superior a 70%(Rocha ácida), a formação de quartzo é permitida Composição mineralógica: Os elementos essenciais do granito são: - feldspato potássico, - quartzo Como minerais acessórios temos : - biotite, - muscovite, - piroxena, - horneblenda, - zircão, - esfena(mineral calcio-titanico; relevo muito alto; translúcido) - turmalina(necessita de boro) Nota : Os granitos contendo proporções sensivelmente iguais de ortoclase e plagioclase sódica são designados de quartzomonzonitos. Aqueles em que a proporção de plagioclase é um tanto superior à de ortoclase designam-se por granodioritos. Em lâmina delgada pode ver-se que os minerais engrenados uns nos outros são quase exclusivamente feldspatos potássicos, plagioclase, quartzo, acessoriamente micas e por vezes outros minerais ferromagnesianos. SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O H2O P2O5 73,86 0,20 13,75 0,78 1,13 0,05 0,26 0,72 3,51 5,13 0,47 0,14 Pela análise da tabela acima, podemos verificar que os granitos não são ricos em Fe total nem em Mgo. Nota: A muscovite não ocorre em rochas vulcânicas, dado que precisa de água. Textura: Definição : Os granitos são rochas faneríticas, em geral grosseiramente equigranulares. Contudo existem variedades porfiroídes e outras com texturas especiais. Texturas particulares: Textura porfiroíde : grandes cristais de feldspato potássico, podendo atingir vários centímetros de comprimento, encontram-se mergulhados numa estrutura granular norma; Textura aplítica : todos os cristais são de dimensões muito reduzidas (fracção de milímetro); fala-se assim de estrutura granular de grão fino(não confundir com a estrutura microgranular). Textura pegmatítica : todos os cristais são de grande tamanho e interpenetram-se. Textura microgranular : nos filões, com frequência associados a maciços graníticos, a textura é inteiramente granítica. No seio de uma massa de cristais denteados muito pequenos que podem ser ainda distinguidos individualmente a olho nu ou à lupa, flutuam grandes, cristais feldspáticos que podem atingir vários milímetros ou vários centímetros. Origem/Jazidas: Ø De onde é que os granitos vêm ? Teoricamente, pensamos que viessem de uma cristalização fraccionada, a partir de magma basáltico que evoluiu. Mas hoje, sabe-se também que pode ser uma rocha originada a partir de rochas sedimentares que sofreram fusão parcial (rochas silicatadas, argilosas e calcárias). Ø Como justificam a presença de granito à superfície? O granito é uma rocha totalmente cristalizada, esta textura indica que se trata de uma rocha formada em profundidade por arrefecimento muito lento de um magma. A espessura da crosta terrestre é bastante maior ao nível das cadeias montanhosas: 60 a 80 km para 30 km, em média, nas zonas deprimidas. Sabe-se também que as rochas que constituem a crosta continental são bastante menos densas que as do manto : 2,7 para 3,3. Durante a formação das cadeias montanhosas, por acção de forças laterais, a crosta continental aprofunda no manto. A – Formação do granito em profundidade B – Subida à superfície C - Erosão Cessando as forças responsáveis pela formação da cadeia montanhosa, a crosta continental sobe lentamente durante dezenas de milhões de anos. À medida que a crosta se eleva, a erosão remove as rochas que se encontram por cima e o granito acaba por aflorar à superfície e dar à paisagem aspectos característicos. Desta forma os granitos observam-se nos sectores dobrados da crosta terrestre, mas apenas são abundantes nas zonas profundas destas cadeias, isto é, nos sectores que foram levados a T e P elevadas. Deste modo P e T parecem controlar a localização das jazidas. Cor: A cor dos granitos depende muito da cor do feldspato e também das proporções relativas de feldspato e de elementos máficos. Normalmente, devido ao predomínio de minerais félsicos, é clara, branca ou acinzentada, podendo também ser rosada ou vermelha. Estas rochas são pois normalmente leucocrata. Tipos de Granito: - Igneo- derivados da fusão de rochas ígneas, provávelmente oriundo da crusta; Metaluminosos. - Sedimentar- derivados de fusão parcial de metassedimentos; Peraluminosos. - Anorogénico – derivados de sedimentos de rochas que sofrem posteriormente fusão; Metaluminosos. ,Peralcalinos : Al2O3 < K2O + Na2O Metaluminosos : K2O + Na2O < Al2O3 < K2O + Na2O + CaO Peraluminosos : Al2O3 > K2O + Na2O + CaO Definição : Nota: Alguns Granitos tipo I e tipo A podem ser peraluminosos ou peralcalinos. 7.2 - Riólitos Definição: É uma rocha ígnea extrusiva, que é a correspondente vulcânica do granito. A grande maioria são porfirticos, o que indica que a cristalização se deu primeiro do que a extrusão. Algumas vezes a cristalização terá começado enquanto o magma estava a grande profundidade; nestes casos, a rocha será composta por fenocristais na altura da extrusão, pelo que a quantidade de matriz microcristalina, no produto final, será pequena. Mas na maioria dos casos, o período de cristalização é relativamente pequeno, sendo a rocha composta maioritariamente por uma matriz microscrsitalina ou por uma matriz parcialmente vitrosa. Os riolitos vitrosos incluem a obsidiana. Definição : Composição mineralógica: Idêntica ao do granito. Os fenocristais podem conter quartzo, feldspato potássico, plagioclase, biotite, anfíbola ou piroxena. Mas existem diferenças, por exemplo: a muscovite (comum no granito) é muito rara nos riólitos e quando aparecem é como mineral de alteração; feldspato potássico no granito é microclina no riólito é sanidina. Textura: Formados por uma massa fundamentalmente afanítica, com fenocristais. Cor : Tal como os granitos apresentam maior quantidade de minerais félsicos que lhes com fere uma cor clara, leucocrata. Origem/Jazida: Os riólitos são conhecidos em todas as partes da Terra e em todas as épocas geológicas. Estão confinados, como a maioria dos granitos, aos continentes. Contudo podem ser encontradas em todos os sítios. 1 2. Rochas Ígneas 2.1- Introdução ao estudo das Rochas Ígneas As designações rochas magmáticas, rochas ígneas ou rochas eruptivas têm o mesmo significado. Por rocha ígnea entender-se a que resulta do arrefecimento, consolidação e cristalização mais ou menos completa de magmas formados a diferentes níveis de profundidade no interior da Terra. Uma das características dos magmas, uma vez formados é que são dotados de mobilidade e, como tal, tendem a mover-se geralmente em direcção à superfície da Terra por efeito de gradientes de pressão, o que se compreende se atendermos a que essa massa em fusão será menos densa do que as rochas a partir das quais derivam por fusão parcial. Sob condições favoráveis essas massas magmáticas podem mesmo, aproveitando zonas de fraqueza estrutural, atingir o ambiente geológico externo, derramando-se à superfície, arrefecendo e consolidando bruscamente dando origem às denominadas Rochas Vulcânicas (lávicas, efusivas ou extrusivas). Os magmas podem porém não atingir a superfície arrefecendo e consolidando lentamente em níveis profundos dando origem às denominadas Rochas Plutónicas (abissais ou intrusivas). Noutros casos os magmas podem consolidar a profundidades intermédias dando origem às denominadas Rochas Hipabissais (ou filonianas) Nas rochas formadas a níveis profundos o arrefecimento foi lento permitindo a formação de cristais mais ou menos desenvolvidos conferindo à rocha carácter inteiramente 1 cristalino (Rochas Holocristalinas). Pelo contrário, as rochas de superfície, formadas sob condições de rápido arrefecimento e consolidação, podem ficar amorfas (Rochas Vítreas) ou apenas parcialmente cristalizadas (Rochas Hemicristalinas ou Hipocristalinas). A origem magmática de algumas rochas plutónicas, formadas em ambientes profundos, longe dos meios de observação, tem sido posta em causa por vários autores que admitem a intervenção de fenómenos metassomáticos, com ou sem presença de substâncias voláteis. As Rocha Metassomáticas teriam sido formadas ou modificadas, em meio essencialmente sólido, por meio de cristalizações ou recristalizações acompanhadas de trocas químicas induzidas por material por material estranho transportado. O metassomismo provoca mudanças na aparência de uma formação rochosa, podendo originar rochas semelhantes às formadas a partir da cristalização de uma massa magmática, através do transporte de material à escala iónica efectuado a longas distâncias. Figura – Distribuição das Rochas ígneas 2.2 Objectivos da classificação das Rochas Ígneas. 1 A classificação das rochas ígneas têm tido um historia controversa e interessante. Apesar de muitos petrologistas terem tentando desenvolver classificação, nenhum desenvolveu um sistema internacional de classificação. O resultado é que a maioria dos livros de petrologia adoptam um sistema de classificação diferente. Um variado número de problemas afectou a classificação destas rochas como por exemplo, o facto de na natureza existirem vários tipos de rochas que tentamos subdividir em grupos; o nome das rochas foi outro grande problema devido terem sido atribuídos nomes antes de se ter desenvolvido a sua classificação, daí que como os nomes não foram atribuídos mediante um sistema de classificação existam por vezes mais de dois nomes para designarem a mesma rocha. Desta forma foi necessário estabelecer um sistema de classificação universal, com nomenclaturas universais para que todos os petrologistas se pudessem entender. Existem vários tipos de classificação baseados na textura, mineralogia ou composição química, ou até mesmo uma combinação de todas estas propriedades. 2.3 – Classificação química e modal da Rochas ígneas. Ao longo do tempo várias classificações foram propostas para as rochas ígneas, baseadas em diversos critérios, como por exemplo: - Espécies e percentagens relativas dos minerais constituintes; 1 - Composição química; - Características texturais e estruturais; - Critérios mistos, isto é, químico, estrutural, textural e mineralógico. Os critérios químicos e mineralógicos são, praticamente, inseparáveis, dado certos aspectos químicos das rochas se traduzirem mineralogicamente. As classificações das rochas magmáticas baseiam-se, fundamentalmente, no princípio geral da saturação: a composição química do magma influencia, ou determina, a composição mineralógica da rocha. Se o magma contiver excesso de sílica a rocha apresentará sílica livre, geralmente sob a forma de quartzo, além da sílica fixada sob a forma de outros sílicatos. A composição química de uma rocha já constitui, só por si um elemento muito importante, na sua classificação, e na análise de problemas petrogénicos, relacionados com a composição e evolução dos magmas. Contudo, a classificação das rochas ígneas efectua-se, sempre que é possível, baseado na constituição mineralógica real, denominada Moda (composição modal). ª Classificação Normativa (breve referência) Através da composição química de uma rocha ígnea é possível estabelecer uma composição mineralógica virtual, que representa um conjunto de minerais que poderia ter cristalizado, sob condições ideais de equilíbrio de um magma que tivesse a mesma composição da pela análise química da rocha. Trata-se de uma composição virtual, calculada, e portanto, hipotética que, não obstante, tem utilidade e é denominada 1 Norma (composição normativa). A norma depende unicamente da composição química independentemente de todos os outros factores que possam ter afectado o magma durante a sua consolidação. Desde que duas rochas tenham igual composição química terão igual norma, mesmo que as suas texturas e composições mineralógicass diferentes. A norma é essencialmente é, essencialmente, um forma de exprimir a composição de um magma em termos de minerais potenciais. O conceito de norma foi introduzido em 1903 por quatro petrólogos americanos : Cross, Iddings, Pisson e Washington (C.I.P.W), que elaboraram um esquema de classificação das rochas ígneas, com base na proporção de minerais normativos. Contudo esta classificação, não contempla minerais hidratados. ª Classificação Modal Face às recomendações da IUGS (International Union of Geological Sciences), a classificação das rochas ígneas deve obedecer aos seguintes princípios gerais: 1) A designação de rocha ígnea deve aplicar-se a uma rocha que tenha sido formada a partir da consolidação de um magma por acumulação no interior da Terra ou com a intervenção de fenómenos metassomáticos; 2) A classificação das rochas ígneas deve ser baseada na sua constituição mineralógica (moda, composição modal); 3) A designação de rocha plutónica deve referir-se a rocha 1 com textura fanerítica(ver em texturas) que se admite tenha sido formada a considerável profundidade no interior da Terra; 4) A designação de rocha vulcânica (extrusiva ou lávica) deve referir-se a rocha ígnea com textura afanítica (ver em textura), em geral vítrea, cuja formação se presuma estar relacionada com a actividade vulcânica; 5) As rochas devem ser designadas pelo que são, e não pelo que poderiam ter sido; 6) Em certos casos é recomendável adicionar ao nome da rocha alguns termos qualificativos que podem ser de natureza mineralógica, textural, química ou genética, de notar que os termos qualitativos adicionados não devem entrar em conflito com a classificação atribuída à rocha; 7) Os nomes de minerais, quando utilizados como termos qualificativos de rochas, devem ser referidos por ordem crescente da sua percentagem relativa na rocha 8) O prefixo micro- deve ser utilizado para designar rochas microgranulares; 9) O prefixo meta- deve ser utilizado para designar uma rocha ígnea que foi ligeiramente metamorfisada; 10) O índice de cor M’ é definido com base na percentagem de minerais claros:(ver em índice de cor) 1 Rocha Leucocrática 0-35% Rocha Mesocrática 35-65% Rocha Melanocrática 65-90% Rocha Ultramáfica 90-100% A classificação modal (Classificação de Streckeisen) das rochas plutónicas e vulcânicas é baseada nas proporções relativas dos seguintes minerais: Q – Quartzo A- Feldspatos alcalinos (ortose, microclina, albite(An0-An5) P- Plagioclases (An5-An100) F- Feldspatoídes M- Máficos (mica, anfíbolas, piroxenas, olivina, min. opacos, min. acessórios) A soma Q+A+P+M = 100 Grupos: Q,A,P,F – félsicos M – máficos Para as rochas em cujas percentagens de minerais máficos(M), se situar entre 90 a 100% - Rochas Ultramáficas -, a sua classificação faz-se separadamente. Já para as restantes rochas os parâmetros Q,A,P ou A,P,F (pois se tem Q não tem F, e vice-versa) são recalculados para 100% e projectados no duplo triângulo QAPF, representado na figura 1 que se segue. A designação da rocha será a que corresponder ao campo em que se projectar. 1 Exemplo : Admitamos que, após contagem de pontos de n lâminas delgadas de uma rocha de estrutura granular (text. fanerítica ver em estruturas) estabelecíamos que a sua constituição mineralógica (comp. modal) se poderia exprimir pelas seguintes percentagens de minerais constituintes Q – Quartzo 35% 85 % A – Feldspato alcalino 45 % P – Albite 5% F – Feldspatóides 0% M - Máficos 15% ___________ 1 Total 100% Somando Q +A + P, obtínhamos 85 %, recalculando para 100 viria : Q = 100 × = 41,18 A = 100 × = 52,94 P = 100 × = 5,88 ________ Total 100 % Projectando os valores recalculados no triângulo QAP obtínhamos um ponto representativo no campo 2, e a rocha seria classificada como Granito alcalino. 1 A distinção rígida entre rochas ácidas e intermédias baseada na percentagem de sílica (> ou < que 63%) tende, modernamente, a ser substituída pela percentagem modal ou normativa de quartzo, considerando-se : Rocha ácida Rocha intermédia % Quartzo > 20% 10% < % Quartzo < 20% Note-se que geralmente, não há coincidência entre a percentagem de quartzo modal de uma rocha e o valor Q ( que se calcula para obter no triângulo QAP o ponto representativo da classificação modal da rocha) Assim , por exemplo, o valor para o parâmetro Q de uma rocha constituída por : 20% de Quartzo 60% de feldspatos 20% de min. máficos ________ 100% Total parâmetro Q = 100 × Q / (Q +P) = 100 × 20 / (20+60) = 25 Nota : Só se verificará coincidência entre o valor de Q e a percentagem modal de quartzo quando a rocha for inteiramente constituída por minerais félsicos (sendo, nesse caso, nula a 1 percentagem de minerais máficos). Um dos problemas relacionados com a classificação das rochas ígneas é o de que não é possível classificá-las todas segundo um sistema único. Assim, por exemplo, o critério utilizado para a classificação de rochas constituídas por minerais félsicos (quartzo,feldspatos e feldspatóides) já não pode ser utilizado para classificar uma rocha ultramáfica, constituída por olivina e piroxena. A classificação modal, isto é, baseada na constituição mineralógica da rocha, não pode ser utilizada para rochas vítreas, ou de granularidade tão fina que não possibilite a determinação da proporção dos minerais constituintes da rocha. Torna-se então necessário optar pelo esquema de classificação considerado mais adequado para cada tipo de rocha Rochas Plutónicas A designação de rocha plutónica só deve ser referida a rochas de textura fanerítica que assume terem sido formadas a consideráveis profundidades no interior da Terra, embora existam termos de transição, de granularidade mais fina, que na dúvida, podem ser classificada antepondo-lhes o prefixo – micro. A classificação das rochas plutónicas é baseada em parâmetros modais e dividida em grupos consoante o valor do parâmetro M (máficos): 1. M < 90% A rocha é classificada como já foi referido e exemplificado anteriormente, de acordo com as percentagens de minerais 1 félsicos, com base no duplo diagrama triangular QAPF. 2. M > 90% Rocha ultramáfica, classificada com base nos diagramas triangulares a seguir representados: 3. Se a composição modal ainda não tiver sido estabelecida poderá utilizar-se, provisoriamente, classificação expedita, baseada no seguinte diagrama triangular. 1 Exemplo: Rocha ígnea de textura fanerítica a que correspondam os seguintes valores: Q = 10% 60% A = 30% P = 20% M = 40% 1 Total 100% Recalculando os valores de Q,A e P para 100 viria: Q = 100 × = 16,7 A = 100 × = 50,0 P = 100 × = 33,3 ________ Total 100% Embora com estes valores já fosse possível projectar a rocha nos diagramas triangulares, o seu posicionamento pode ser facilitado, determinando a relação entre os feldspatos através da seguinte expressão: Relação de feldspatos = 100 × P / (A + P) Com efeito, este simples cálculo facilita o posicionamento do ponto representativo da rocha no duplo triângulo, atendendo ao facto de que, nestes, as divisões não horizontais, entre os diferentes campos, correspondem a linhas de relação constante entre os feldspatos. Aplicando esta determinação ao exemplo anterior teríamos : 1 Relação de feldspatos = 100 × 33,3 / (33,3+50) = 40 Este valor indicaria que o ponto representativo da rocha se projectaria no campo 8, pelo que lhe seria atribuída a classificação de Monzonito quártzico. Indicações gerais sobre a identificação e significado dos diferentes campos ( ou domínios) do duplo triângulo de Streckeisen QAPF Campo 2 : Granitos alcalinos Campo 3 : Granitos Campo 4 : Granodioritos Campo 5 : Tonalitos Campo 6 e 7 : Sienitos alcalinos e sienitos Campo 8 : Monzonitos Campo 9 : Monzodiorito (An < 50%) Monzogabro (An > 50%) Campo 10 : Dioritos, Gabros e Anortositos 1 M < 10% - Anortosito An < 50% - Diorito An > 50% - Gabro 1 Campo 11 : Sienitos feldpatóidicos ou Sienitos sodalíticos, etc. Ver página 10 destes ap. Para ver os triângulos usados Campo 12 : Monzodioritos feldspatóidicos Campo 13 : Monzodioritos e monzogabros feldspatóidicos An < 50% - monzodiorito feldspatóidico An > 50% - monzogabro feldspatóidico Campo 14 : Dioritos e gabros feldspatóidicos An < 50% - diorito feldspatóidico An > 50% - gabro feldspatóidico Campo 15 : rochas (relativamente raras) constituídas, quase totalmente por óides (feldspatóides) Rochas Ultramáficas (M > 90%) As rochas plutónicas ultramáficas são classificadas com base na percentagem dos seus minerais máficos : olivina, ortopiroxena, clinopiroxena, horneblenda, por vezes biotite e outros, e, em alguns casos, espinela e granada. 1 De acordo com as recomendações da IUGS, a classificação deste tipo de rochas deve efectuar-se com base nos dois diagramas triangulares a seguir representados, sendo um deles destinado às rochas constituídas essencialmente por olivina, ortopiroxenas e clinopiroxenas, e outro destinado à classificação das outras rochas ultramáficas, contendo horneblenda, piroxena e olivina. Os peridotitos distinguem-se dos piroxenitos por conterem mais de 40% de olivina. Este valor ( e não 50%) foi escolhido atendendo a que alguns lherzolitos contêm até 60% de piroxena. Os peridotitos são subdivididos em dunitos, harzburgitos, lherzolitos e wehrlitos. Os piroxenitos são subdivididos em ortopiroxenitos, websteritos e clinopiroxenitos. Caso as rochas ultramáficas contenham espínela ou granada a presença destes minerais acessórios deve ser assinalada, como termo qualitativo, na designação da rocha : Ex. lherzolito granatífero Rochas vulcânicas O esquema de classificação a seguir indicado só deve ser utilizado para rochas vulcânicas (extrusivas ou lávicas), isto é, rochas associadas a vulcanismo, de textura microfanerítica ((ver em textura), que não permite identificar a olho nu, os minerais constituintes)). A classificação das rochas vulcânicas divide-se em três partes: Se é possível determinar a composição modal da 1. rocha utiliza-se o duplo diagrama triangular de 1 Streckeisen QAPF; 2. Se a composição modal não pode ser estabelecida, mas se dispõe da análise química da rocha, utiliza-se o critério químico- classificação TAS(total álcalis sílica) segundo o diagrama a seguir representado; 3. Caso não seja possível determinar a composição modal, e não se disponha da análise química da rocha, poderá estabelecer-se uma classificação expedita, provisória, com base no seguinte diagrama: Classificação QAPF (M < 90%) 1 A classificação das rochas vulcânicas baseada no duplo diagrama triangular de Streckeisen a seguir representado, só pode ser efectuada caso seja possível estabelecer a composição modal da rocha. 1 2.4 – Saturação em sílica e alumina. Uma maneira de agrupar as rochas eruptivas baseia-se na percentagem de sílica total, isto é, a percentagem de SiO2. Nestes termos, as rochas dizem-se : Rochas ácidas (sobressaturadas) Rochas intermédias (saturadas) 66% Rochas básicas (subssaturadas) 52% h Rochas ultrabásicas SiO2 > 66% 52% < SiO2 < 45% < SiO2 < SiO2 < 45% Exemplos de rochas: Rochas Rochas Rochas Rochas ácidas – granito e riolito intermédias – sienito e traquito, diorito e andesito básicas – gabro e basalto ultrabásicas – peridotito, dunito e kimberlito Outra classificação, que também reflecte a abundância ou deficiência de sílica: Rochas Sobressaturadas – formam minerais que contêm tanta SiO2 que é suficiente 1 para formar minerais com Al e ainda sobra, tais como o Quartzo. Rochas Saturadas – formam minerais que consomem toda a sílica, como os feldspatos. Rochas Subssaturadas – formam minerais pobres em Si, como os feldspatóides e a olivina. Outro modo de agrupar as rochas eruptivas, baseia-se na percentagem de alumina. Índice de saturação em alumínio : % AlO3 CaO + Na2O + K2O Segundo estas relações , temos: Al2O3 > (CaO + Na2O + K2O) – formam-se rochas com excesso de alumínio designadas Peroaluminosas Al2O3 > (CaO + Na2O + K2O) – formam-se rochas com pouca < (CaO + Na2O) quantidade de alumínio, mas com 1 grandes quantidades de K (rochas ricas em K) – Meraluminosas Al2O3 < (CaO + Na2O + K2O) – formam-se rochas pobres em alumínio e ricas em metais alcalinos – Peralcalinas 2.5 – Índice de cor. Uma das propriedades que nos podem dar a ideia da composição das rochas é a tonalidade geral que apresentam. Minerais como o quartzo, feldspato (ortóclase e plagióclase) e moscovite são minerais pouco densos, de cores claras – Minerais Félsicos. A biotite, as piroxenas, as anfíbolas e a olivina, pelo facto de serem ricas em ferro e magnésio, apresentam cores escuras e são desiganadas – Minerais Máficas. Conforme o predomínio de um ou outro grupo de minerais, as rochas apresentam tonalidades diferentes. Leucocratas – quando os minerais predominantes são félsicos, como no caso das rochas ácidas. 1 Mesocratas – quando apresentam coloração intermédia. Melanocratas – quando os minerais predominantes são máficos, o que acontece nas rochas básicas. Existem ainda, as rochas ultramáficas, como os peridotitos, de cor muito escura devido a um grande predomínio dos minerais ricos em magnésio e ferro. 2.6 – Líquido magmático vs tempo de arrefecimento. Embora existam apenas 3 tipos fundamentais de magmas, podem encontrar-se diversas famílias de rochas magmáticas. Um só magma pode originar diferentes tipos de rochas, visto ser constituído por uma mistura complexa que ao solidificar forma diferentes associações de minerais. Como a cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes, forma-se durante o processo diferentes associações de cristais num magma residual. A composição desse líquido residual vai-se modificando conforme a temperatura vai baixando. Nesses casos, o líquido irá originar rochas diferentes do magma original. Pode, então, afirmar-se que existe uma diferenciação magmática por cristalização fraccionada, isto é, realizada em tempos diferentes. Bowen em trabalhos laboratoriais estabeleceu a sequência de reacções que ocorrem no magma durante a diferenciação. 1 Anfíbolas Biotite Piroxenas Olivinas Plagioclase Ca/Na Plagioclases Na Plagioclases Ca Feldspato potássico Moscovite Quartzo As reacções designam-se, respectivamente, por série descontínua ou série dos minerais ferromagnésicos e série contínua ou das plagióclases e reflectem fenómenos que ocorrem, simultaneamente, à separação dos minerais que se vão formando. Durante o arrefecimento do magma, primeiramente formam-se as olivinas, cujo ponto de fusão é mais elevado. Se estes minerais não se separarem do banho magmático, reagem com ele produzindo as piroxenas que, por sua vez, reagindo com o magma envolvente formam as anfíbolas que seguidamente podem originar biotite. Esta sequência de minerais ferromagnésicos constituía série descontínua de reacções, uma vez que minerais com estrutura cristalina diferente se vão substituindo uns pelos outros. Simultaneamente, com a formação da olivina forma-se anortite. À medida que a temperatura vai diminuindo, na rede cristalina file:///G|/Escolinha/Site%20de%20Apoio/PIM/Rochas%20Igneas.htm (26 of 37) [27-01-2004 23:20:44] 1 da anortite, o cálcio vai sendo progressivamente substituído por sódio, em todas as proporções, constituindo misturas isomorfas. Essa substituição faz-se de uma forma contínua dependendo da composição do magma inicial. Esta sequência de formação de plagióclases com estrutura idêntica em todos os minerais designa-se por série contínua de reacções. A temperaturas mais baixas, o magma residual formará feldspato potássico, moscovite e finalmente o quartzo. Se durante a consolidação o líquido for separado dos cristais formados, ele pode constituir um magma susceptível de gerar rochas diferentes. A separação pode ocorrer naturalmente quando a viscosidade do magma residual o permitir e durante o arrefecimento se os cristais formados forem mais densos que o líquido que os contém. Os cristais formados vão-se acumulando no fundo da câmara magmática por ordem da sua formação e por ordem das suas densidades – diferenciação gravítica. 1 2.6 – Cristalinidade e granularidade, texturas em geral. A textura, é o aspecto geral da rocha resultante das dimensões forma e arranjo dos minerais constituintes., e à existência ou não de matéria vítrea. Tipos fundamentais de textura Textura Fanerítica – quando a rocha é formada por grãos cristalinos de diâmetro superior a cerca de 5 mm (rocha de grão grosseiro) ou compreendido entre cerca de 5 mm e 1 mm (rocha de grão médio); os grãos distinguem-se uns dos outros macroscopicamente e, pelo menos em muitos casos, podem identificar-se sem recorrer ao exame microscópico. Caso das rochas intrusivas. Textura Microfanerítica – quando a rocha é formada totalmente ou em grande parte por grãos cristalinos de diâmetro inferior a cerca de 1 mm (rocha de grão fino), mas ainda suficientemente grandes 1 para reflectirem a luz individualmente, de forma que se distinguem uns dos outros por exame macroscópico. Textura Afanítica – quando a rocha é formada total ou principalmente por grãos tão pequenos que não se distinguem uns dos outros, mesmo com o auxílio de uma lupa. Textura Vítrea – quando a rocha é formada total ou principalmente por vidro, sem cristais individualizados. A textura das rochas ígneas depende principalmente, do modo como se teria processado o arrefecimento do magma (rochas magmáticas) o que está relacionado com a profundidade e outras condições genéticas. Entenda-se que, se o arrefecimento for muito rápido, possa não chegar a verificar-se cristalização, formando-se rochas constituídas por matéria vítrea, podendo ou não conter alguns cristais anteriormente formados. Se contrariamente, o arrefecimento for lento e gradual, haverá cristalização completa e considerável desenvolvimento dos cristais. Assim, quando ao grau de cristalinidade as rochas ígneas podem ser : Holocristalinas – inteiramente formadas por cristais. Hemicristalinas 1 ou Hipocristalinas – quando formadas por cristais e parte vítrea. Vítreas – quando formadas por matéria vítrea Quanto à granularidade (tamanho médio dos grãos constituintes da rocha) as rochas ígneas podem ser: Granularidade grosseira (text. fanerítica) – quando formadas por grãos com tamanho médio maior ou igual a 5 mm, o que permite identificá-los sem recorrer ao microscópio. Granularidade média (text. microfanerítica) – quando constituída por grãos entre, aproximadamente 1 e 5 mm , que ainda são suficientemente grandes para reflectirem a luz individualmente, e se conseguem identificar com auxílio de uma lupa de bolso. Granularidade fina (text. afanítica) – quando constituída por grãos com diâmetro médio inferior a 1 mm, isto é, já tão pequenos que praticamente, não se distinguem uns dos outros. 2.7 – Textura e composição mineralógica das R. Ígneas. 1 Rochas Afaníticas Não distinguimos os cristais (cristais não individualizados) Rochas Faneríticas Minerais individualizados daí se poderem distinguir Típico das R. Plutónicas file:///G|/Escolinha/Site%20de%20Apoio/PIM/Rochas%20Igneas.htm (31 of 37) [27-01-2004 23:20:44] = Pegmatítica 1 Textura porfírica (fenocristais) Os minerais que formam tanto a crosta continental coma a oceânica pertencem a um conjunto de cerca de 20 espécies que constituem 96% da totalidade dos componentes dessas rochas. Desses minerais destacam-se, como se sabe, os sílicatos nos quais predominam, além do Si e do O, o Al, Ca, Mg, Na, K, Fe e H. Por tradição e porque o O é o mais abundante elemento, é usuais exprimem-se as variações dos componentes em termos de óxidos. Os minerais podem apresentar forma cristalina nitidamente desenvolvida, dizendo-se então automorfos ou idiomorfos. O caso mais vulgar é porém não apresentarem as formas cristalinas próprias, dizendo-se então xenomorfos ou 1 alotriomorfos. Denominam-se minerais essenciais os minerais cuja presença dá carácter à rocha, determinando a sua designação específica e varietal. Por minerais acessórios designam-se os que podem existir acidentalmente, não afectando o carácter fundamental da rocha, ou que, existindo sempre em certas rochas, não formam senão proporção relativamente diminuta da massa destas. Principais minerais das R. Eruptivas Máficos Félsicos Piroxenas Feldspatos Anfíbolas Quartzo Olivina Feldspatóides Micas negras 2.8 – Modos de jazidas das Rochas Ígneas. 1 A forma como as rochas ígneas ocorrem no terreno é muito variada e depende fundamente do seu carácter intrusivo ou extrusivo, da estrutura geológica do terreno onde se instalaram, da estrutura das rochas encaixantes e até da composição química do magma. Os modos de jazida das rochas ígneas classificam-se segundo a forma da massa rochosa e as suas relações com as camadas sedimentares nas quais de instalaram. A primeira classificação diz respeito ao carácter intrusivo ou extrusivo da massa ígnea embora nem sempre a distinção seja fácil, sobretudo quando há passagens de uma condição a outra. Uma massa rochosa ígnea considera-se intrusiva quando envolvida por todos os lados pelas formações invadidas com excepção da abertura por onde se deu injecção do magma. Quando a base da massa ígnea não é visível, como sucede com os batólitos típicos, usa-se, em vez do termo intrusão o de subjacente. De entre as formas intrusivas é possível estabelecer a distinção entre as que resultaram de injecções concordantes ou discordantes 1 Formas intrusivas concordantes Sill, soleira ou filão camada – em que a infiltração magmática se deu ao longo dos planos de estratificação, dando origem a uma massa tubular de faces paralelas aos estratos encaixantes. Lacólito – intrusão lenticular plano-convexa ou biconvexa em que se admite que o magma segui inicialmente um plano de estratificação tendo posteriormente provocado o encurvamento do tecto. Lapólito – massa ígnea intrusiva em forma de prato, afundada na parte central. Formas intrusivas discordantes Filão – massa tabular da rocha ígnea de paredes mais ou menos paralelas e de pouca espessura em relação ao comprimento. Cruza os planos de estratificação de rochas sedimentares sob qualquer ângulo (filão transverso). Assim, um filão pode ser vertical (Dique) horizontal ou inclinado. Apesar de na generalidade os filões resultarem de intrusões magmáticas admite-se que alguns possam ser de natureza metassomática. 1 Tal como os batólitos os filões podem classificar-se em: Homogéneos – quando não exibem diferenciação magmática. Diferenciados – quando apresentam diferenciação magmática. Simples – formados por uma simples intrusão. Múltiplos – formados por várias intrusões do mesmo magma. Compósitos – formados por várias intrusões de magma diferentes. Formas subjacentes Quando a base da massa ígnea não é visível o modo de jazida denomina-se subjacente: Batólito – denominação atribuída a uma massa plutónica de grandes dimensões cuja base nunca pode ser observada. Tal como os filões os batólitos podem ser homogéneos, diferenciados, simples, compósitos. Stock ou Plutão – batólito de pequenas dimensões (mais ou menos escarpados). Bossa – stock de contorno circular.