O ouro e as águas

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CORREIO DO POVO
Sábado, 5 de maio de 2001
TRATAMENTO
A melanina é
responsável
pela cor dos
olhos, da pele,
dos pêlos e
dos cabelos.
Quanto maior
a quantidade
de melanina
produzida,
mais escuros
serão a pele e
os cabelos.
DESPORTISTA
O charmoso e
bonitão piloto brasileiro Christian
Fittipaldi foi escolhido numa pesquisa para estrelar
a campanha da
L’Oréal. Consumidores e consumidoras o elegeram
para representar o
prestígio, a elegância, a beleza e
a modernidade da
linha Elsève.
A recém-lançanda Elsève Citrus.CR se compõem de xampu e
condicionador e,
de acordo com o
fabricante, impede
a aderência de resíduos na fibra capilar. Além de
Christian Fittipaldi,
o primeiro brasileiro a integrar as
propagandas da
L’Óreal, a marca
traz também para
a campanha a revelação do cinema
mundial Virginie
Ledoyen. Para
quem não se lembra da moça, ela
foi a charmosa
francesinha que
acompanhou Leonardo DiCaprio
pelas maravilhosas paisagens do
longa-metragem
“A Praia”.
✿
A cor dos
cabelos pode
se modificar
com o passar
do tempo.
Nascemos
com os fios
claros, mas
eles vão
escurecendo,
podendo
ainda ficar
brancos com
a idade.
NOVOS PERFURMES
Perfumes enriquecidos com óleos essenciais extraídos
de folhas, pétalas, frutos e raízes é a proposta da Nu Skin
na Deo Cologne for Women e for Men. As fragrâncias,
destinadas ao público feminino e masculino, foram criadas na Internacional Fragances and Flavours, casa
mundialmente conhecida por sua criatividade. Maiores informações estão no www.nuskin.com/brasil.
DESEMBARACE
Nada mais do que sete cremes de pentear foi o que a
MSA Kosmetic lançou recentemente. Desembaraça Silicon Treat vem nas versões Queratina, Damasco, DNA
Vegetal, Tutano, Aloe Vera, Pitanga e Tradicional. O produto não precisa de enxagüe após o uso e se destina às
estações de frio. A marca mantém uma home page no endereço www.msakosmetic.com.br para informações.
Ora, afinal parece que a humanidade está
descobrindo que este nosso planeta é uma
galinha de ovos de ouro que ela estupidamente vem matando. Quem, nos tempos antigos,
pensaria num grande rio morto?
Mas, nesses nossos tempos, só se ouve
falar em rios mortos – rios famosos através da
história e das artes, fontes de vida, geradores
de cidades ilustres, nascidas às suas margens. O Sena, o Tâmisa, o Reno, o Tigre e
quantos outros de tão poluídos já se consideravam mortos. Não havia mais peixes nas suas águas corrompidas por toda espécie de lixo
humano.
A linfa, dantes límpida, onde bebiam os heróis, era agora tão impura que até os bichos a
rejeitavam. Deixou de abastecer as populações ribeirinhas e de regar as culturas, pois
até as plantas nobres recusam-se a crescer
regadas por tais águas peçonhentas.
No Brasil, o Paraíba, o Tietê, o Capibaribe
também viraram rios mortos. As lagoas – eu
mesma cheguei a pescar, nas décadas de 30
e 40, grandes e belas e comestibilíssimas tainhas, criadas na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Hoje, a nossa lagoa é uma imensa cloaca,
onde nem os peixes vis, como as savelhas,
conseguem sobreviver e morrem, às toneladas.
Mas não bastavam rios e lagos – chegou a
vez do mar. Sim, até mesmo o oceano se conseguiu poluir. A idéia do mar era tão estranha
aos conceitos humanos que recordo o nosso
sorriso indulgente, ouvindo de uma senhora
nervosa, durante os afundamentos de navios,
ao tempo da Segunda Guerra Mundial: “Não
deixo filho meu tomar banho nesse mar. Tem
muito cadáver afogado lá dentro!”.
E hoje, o petróleo, derramado no mar aos
milhares de toneladas, deixa longe os velhos
massacres dos submarinos.
Felizmente, os homens, e especialmente
os jovens, resolveram reagir, e as campanhas
que promoveram conseguiram impressionar
autoridades. Travou-se, então, uma luta bonita: vamos despoluir o mundo!
Começou-se pelos rios. Ao que se sabe, o
primeiro socorrido foi o Tâmisa; e, dentro em
pouco tempo, estavam-se pescando formosos
e saudáveis salmões dos parapeitos dos cais
de Londres. Veio depois o Sena, em Paris. No
cais Louis Bleroit, eu vi com meus olhos um
nativo levantando em triunfo uma embiricica
com cinco peixinhos – pareciam lambaris. Não
estaria o homem mais feliz se pescasse uma
moeda romana naquela corrente histórica.
Aqui, no Brasil, há 200 anos, os farejadores de ouro descobriram que, sob a correnteza do rio Corumbá, havia ouro e pedras. Então, penosamente, a braço de homem, conseguiram desviar o rio do seu leito, deixando nuas e secas as pedras que a cachoeira encobria desde o começo do mundo.
Passaram-se tantos anos, até o dia em
que os goianos resolveram resgatar o crime.
Com máquinas modernas reabriram o velho
curso do rio emparedado e, de repente, a cachoeira saltou do alto dos seus 60 metros com
a força e a alegria do passado. Pelo que me
contam, continua assim, até hoje, benza
Deus! E, agora, uma esperança: quem sabe,
daqui a uns anos, quando os novos recursos
energéticos dispensarem as hidrelétricas, a
gente possa arrombar a barragem de Itaipu e
recuperar as nossas nunca esquecidas Sete
Quedas?
ARTE SID MONZA
O ouro e as águas
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