00 A NATUREZA DA EVOLUÇÃO

Propaganda
A NATUREZA DA EVOLUÇÃO
Introdução
O conceito de evolução, que agora é básico em ciências biológicas, tem fornecido
novas e revolucionárias respostas a questões que o homem tem feito durante séculos. As
duas mais importantes dela são: Por que eu estou aqui, qual o objetivo da existência
humana? Qual é a natureza do mundo vivo que nos circunda? A evolução nos diz que
estamos aqui por causa de uma longa série de eventos passados que não diferem
daqueles que produziram os milhões de organismos que nos rodeiam. As milhões de
diferentes espécies vivas, encontradas ao nosso redor no mundo moderno, são todas
descendentes de um ancestral comum que viveu em um passado remoto. Os processos
que ocasionaram essa diversidade são chamados, conjuntamente, evolução. Durante o
século XIX era comum falar-se de "teoria" da evolução, no sentido de que havia alguma
probabilidade de que fosse incorreta e que a origem por evolução não tivesse ocorrido.
Hoje a proposição de que ocorreu evolução não é mais incerta; a evidência em favor da
evolução é esmagadora. Na verdade, evolução absolutamente não é uma simples teoria,
mas, melhor, é um campo inteiro de estudo, um ramo da ciência. Neste ramo da ciência
há numerosas teorias que foram cientificamente corroboradas, embora ainda reste muito
por saber.
Ciência e Evolução
Em ciência, como em outros campos do conhecimento, a solução de um
problema geralmente revela muitos problemas novos; um aumento de conhecimento
pode resolver velhas controvérsias, mas também levanta questões novas que, antes, não
tínhamos conhecimento suficiente para propor. Nosso conhecimento de evolução está
crescendo muito depressa atualmente e o conhecimento novo traz junto muitas questões
para responder. Esta é, pois, uma época de grande interesse para os evolucionistas,
porque eles podem ver o crescimento real da sua habilidade para explicar processos
evolutivos, enquanto, ao mesmo tempo, encontram questões novas, extremamente
desafiadoras.
Considerar uma especulação como científica pode parecer contraditório, mas a
especulação é, de fato, uma parte indispensável do progresso científico. O método
científico é muito mal interpretado e sem dúvida não é um tema que tenha sido
arranjado para a satisfação de filósofos e historiadores, nem dos próprios cientistas.
Entretanto, certos atributos da atividade científica podem ser identificados como de
importância óbvia; esses atributos compreendem a observação, a interpretação e o pôr à
prova a interpretação.
Na sua maior parte, a pesquisa tenciona responder ou esclarecer questões
baseadas em observações prévias. As progênies assemelham-se a seus pais: por quê? Os
dinossauros foram os vertebrados terrestres dominantes por milhões de anos; por quê?
A procura de respostas pode ser dividida em duas partes. A primeira é a
construção de uma hipótese científica que possa explicar as observações. A segunda é a
realização de um teste para verificar se a hipótese subsiste. Às vezes os cientistas
pesquisam por longos períodos de tempo antes de chegar a uma hipótese plausível.
Muitas vezes têm dificuldade para explicar a origem de suas idéias. Propor uma
hipótese nova é um ato criativo que comumente requer talento e originalidade
2
consideráveis. No século vinte, Einstein mostrou tal criatividade em um grau
assombroso; Darwin foi igualmente assombroso no século XIX.
Somente as hipóteses que expandem nosso conhecimento, além dos fatos
observados, têm interesse científico. Qualquer de tais hipóteses explica dados além dos
fenômenos observados - prevê fatos ainda desconhecidos. Isto proporciona
oportunidade para pôr à prova a hipótese, pois se passarmos a reunir os fatos
apropriados e eles não forem como previsto, então a hipótese é refutada.
Ciência é facilmente separável de áreas do conhecimento não-científicas por
esse processo de pôr uma hipótese à prova, tentando refutar. Este é o atributo chave de
um método científico e provavelmente o menos compreendido por não-cientistas. Como
foi salientado pelo filósofo Karl Popper, uma hipótese científica nunca pode ser
provada, não importa quanto seja posta à prova; no melhor dos casos, ela não é
refutada. Quando as previsões de uma hipótese são verificadas por observação, de
modo que a hipótese não é refutada, ela ainda não é provada, pois podem existir outras
hipóteses compatíveis com as observações; nunca podemos ter certeza de que pensamos
em tudo.
Quando os fatos concordam com uma hipótese, dizemos que ela é confirmada,
porque passou no teste e subsistiu a uma refutação potencial. Uma hipótese que passou
em muitas tentativas de refutação é dita ter sido corroborada. Uma tal hipótese é a mais
robusta e útil, e normalmente será adotada. Apesar disso, ela é apenas a explicação
existente mais provável e não representa, necessariamente, toda a verdade.
Nosso conhecimento científico da natureza baseia-se em corpos de hipóteses
bem corroboradas, com maior poder explicativo que outras hipóteses propostas. Juntos,
esses corpos de hipóteses formam uma espécie de super-hipótese ou modelo do modo
de ação da natureza. Tal modelo é chamado de paradigma¹. Qualquer disciplina
científica, como o estudo da evolução, tem um paradigma que é geralmente aceito pela
maior parte dos cientistas. Como salientou Thomas Kuhn, este é o paradigma que é
apresentado nas aulas e compêndios, o paradigma que a maior parte dos cientistas
aprendeu e que forma a base do pensamento e fundamenta sua pesquisa. Os cientistas
geralmente procuram estender explicações paradigmáticas a áreas novas, para explicar
novos dados e para analisar observações que, pelo menos a princípio, não parecem
concordar com o paradigma aceito.
A pesquisa científica não conduz automaticamente a conhecimento imutável.
Pelo contrário, conduz a um corpo de explicações passíveis de serem contestadas, mas
aceitas porque suportaram todas as tentativas de refutação. Quando os cientistas dizem
que uma hipótese está "provada", querem dizer que ela se mostrou robusta por ter
suportado muitas tentativas de refutação. Mas não podemos estar certos de que será
sempre assim.
Criacionismo
Quando a evolução foi proposta, pela primeira vez, para explicar certos fatos
enigmáticos da vida, ela foi atacada por muitas pessoas, porque contradisse a doutrina
religiosa em que acreditavam. A princípio, o paradigma científico da evolução era muito
menos amplo que hoje. Não havia corroboração e muitas das suposições em que hoje
está fundamentado, de modo que mesmo alguns cientistas estavam inseguros de que a
idéia pudesse persistir.
______________________________________
¹ Paradigma é a representação do padrão de modelos a serem seguidos. É um pressuposto filosófico matriz, ou seja, uma teoria, um
conhecimento que origina o estudo de um campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos
como modelo; uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.
3
Entretanto, com o passar do tempo, o paradigma evolutivo desenvolveu-se e
consolidou-se até que, atualmente, parece ser inabalável. Na verdade, muitas pessoas
que são profundamente religiosas não encontram dificuldade em conciliar suas crenças
com as descobertas científicas sobre evolução (por exemplo, Francis Collins, em seu
livro “A Linguagem de Deus”).
A maior dificuldade é a doutrina da criação, que sustenta que o mundo foi criado
por uma divindade, e tem se conservado estável desde sua criação, e não que evoluiu
como um resultado das propriedades inerentes à matéria. O criacionismo e crenças
religiosas a fins são impossíveis de formulação em um molde científico. Não pode
haver exame científico do criacionismo porque a hipótese não pode ser refutada, mesmo
em princípio. Uma divindade com o poder de criar a Terra e sua vida, ou o universo
inteiro, é essencialmente uma entidade onipotente, além da capacidade investigativa do
método científico. Quaisquer resultados de atividade divina estão claramente além da
capacidade do método científico detectá-los, se a divindade desejou ocultá-los. A falta
de provas demonstrativas da criação divina pode sempre ser interpretada como devida
ao desejo do criador. Como a hipótese do criacionismo não é refutável, fica inteiramente
fora do alcance da ciência. O movimento atual contra a evolução, denominado
“Criacionismo científico” pelos seus propositores, que visa demonstrar a
impossibilidade da evolução com argumentos científicos, é na realidade, uma
contradição de termos. O criacionismo não pode ser científico porque não pode ser
demonstrado nem refutado cientificamente. Ele pode sim, ser aceito com base em
crença religiosa, mas não com base científica.
Segundo o Dr. Newton Freire-Maia da Universidade Federal do Paraná (já
falecido), na sua obra “Criação e Evolução – Deus, o acaso e a necessidade”, de 1988,
as pessoas podem ser agrupadas em cinco posições fundamentais, com respeito à
evolução e religião:
1. Criacionistas-fixistas – Para estas pessoas, Deus criou todos os seres vivos
e, desde o início não houve mudanças evolutivas. Com exceção de pessoas
destituídas de qualquer informação científica, é possível que não haja mais
ninguém capaz de adotar essa posição tão extrema.
2. Criacionistas semi-fixistas – Deus criou o homem e todas as espécies
animais e vegetais silvestres, que se mantiveram imutáveis até hoje; os
animais e plantas domésticos, com todas as suas variedades, surgiram pelo
trabalho do homem a partir de ancestrais silvestres; as raças geográficas,
incluindo as humanas desenvolveram-se por evolução intra-específica.
Os criacionistas-semifixistas são pessoas religiosas que aceitam a Bíblia
como se fosse uma enciclopédia científica moderna, e colocam de lado,
como erros grosseiros, quaisquer descobertas científicas que venham
contrariar a interpretação literal dos textos bíblicos. São chamados de
fundamentalistas.
3. Evolucionistas materialistas – A matéria sempre existiu ou surgiu por
acaso, e a evolução ocorreu pela ação de fatores naturais (o acaso e a
necessidade). Estes não acreditam que exista Deus.
4. Evolucionistas agnósticos – Aceitam a teoria da evolução, mas não afirmam
nem o materialismo nem o criacionismo. Consideram-se incapazes de
conhecer as razões profundas, o absoluto, o transcendente, que estariam além
da capacidade humana.
5. Criacionistas evolucionistas – Para estes, Deus criou a matéria com
propriedades evolutivas e, assim, a evolução ocorre pela ação de fatores
naturais, em conseqüência daquelas potencialidades. Deus está presente na
4
origem e no destino de tudo. Antes do acaso e da necessidade, frutos das
contingências naturais, encontra-se a onipresença divina.
O conceito de evolução
Evolução é qualquer processo de crescimento, mudança ou desenvolvimento. A
palavra provém do Latim evolutio, significando "desabrochamento", e antes do fim de
1800 foi confinada a referir-se à evolução meta-dirigida, processos pré-programados
como desenvolvimento embriológico. Uma tarefa pré-programada, como uma manobra
militar, segundo esta definição, pode ser considerada uma "evolução". Pode-se falar
também de evolução das estrelas, evolução cultural ou da evolução de uma idéia.
No século XIX a palavra "evolução" era identificada com melhoria. Estava claro
para os pensadores Europeus daquele que as sociedades humanas haviam evoluído;
muitas pessoas têm dito o mesmo sobre a evolução biológica das espécies. No século
XX, a maioria dos cientistas sociais vieram a rejeitar a estrita definição de mudança
social e cultural como melhoria também evolução social e evolução cultural. A maioria
das interpretações da evolução das espécies de Charles Darwin interpretam igualmente
as mudanças biológicas como uma melhoria.
Atualmente, evolução é sinônimo de transformação e não de melhoria, podendo
a transformação ser para melhor ou pior, dependendo do critério usado para definir o
que é melhor e pior.
Para que haja transformação dos organismos são necessárias modificações no
seu patrimônio genético. Se as modificações morfo-fisiológicas e comportamentais não
acarretarem mudanças genéticas elas não serão transmitidas para as gerações futuras e
desaparecerão da espécie. Além disso, é preciso que estas mudanças sejam irreversíveis.
Uma mutação, por exemplo, é uma transformação genética mas não pode ser
considerada como evolutiva porque ela é reversível. As modificações evolutivas são
irreversíveis porque elas refletem muitas alterações da composição genética que vão se
acumulando ao longo do tempo. Para a evolução voltar ao estado anterior da espécie
seria necessário que todas as alterações acontecessem de maneira inversa, e isto é
muitíssimo improvável. Por exemplo, a origem os anfíbios a partir dos peixes exigiu
modificações ósseas para que as nadadeiras se transformassem em patas, e os arcos
branquiais se transformassem em ossos da laringe causando o desaparecimento das
brânquias. A bexiga natatória sofreu modificações para se transformar num pulmão
primitivo. Para um animal terrestre voltar a ser peixe todas as modificações teriam de
ocorrer de maneira inversa, que eria pratiamente impossível. Façamos uma analogia: o
minério de ferro é transformado nas siderúrgicas para se tornar aço e se transformar em
peças de um automóvel; o látex da Hileia brasiliensis é transformado em borracha, que
por sua vez, é vulcanizada para serem feitos os pneus do automóvel. Podemos conseguir
muitas modificações no automóvel, mas voltar o aço ao minério de ferro e o pneu em
látex é impossível.
Podemos então, definir evolução como sendo o conjunto das transformações
irreversíveis da composição genética de uma espécie ao longo do tempo.
Porque os organismos evoluem
A evolução ocorre porque cada espécie interage de maneira complexa com o
ambiente físico e com as outras epécies com as quais compartilha o mesmo ecossistema.
Uma vez que os ambiente físico e as demais espécies do ecossistema estão sempre se
modificando, é necessário que a espécie também se modifique para acompanhar as
5
mudanças ambientais, caso contrário, ela poderá se extinguir. A resposta da espécie às
modificações ambientais pode ser apenas fisiológica ou pode envolver mudanças da sua
composição genética. Neste último caso, elas persistirão e se acumularão ao longo do
tempo gerando novas espécies. Se o mundo fosse imutável, a evolução não aconteceria.
Esta maneira de evoluir é conhecida como evolução adaptativa porque se dá em função
da adaptação da espécie ao ambiente. Todavia, existe uma evolução não adaptativa que
é devida a mutações que não interferem na adaptação da espécie e são denominadas de
neutras. Como a seleção natural não elimina estas mutações, elas podem se acumular ao
acaso. Muitas moléculas evoluem deste modo.
Tendências atuais da pesquisa evolutiva
Não obstante o sucesso do paradigma sintético, muitos problemas e questões da
evolução permaneceram sem solução. Enquanto o trabalho nesses assuntos teve
prosseguimento, a ciência genética sofreu sua própria revolução, começando com a
descoberta, em 1953, da estrutura do DNA (ácido desoxirribonucléico), o material
genético, por James Watson e Francis Crick. Os próprios genes - segmentos de
moléculas de DNA - são códigos que interpretam a composição de certos compostos
orgânicos (polipeptídeos) que formam enzimas e outras substâncias, determinando o
desenvolvimento de um organismo a partir de um óvulo fertilizado. Desde então, abriuse a compreensão da natureza e do controle da atividade gênica, a ponto de agora termos
um novo paradigma da genética, o paradigma da Genética Molecular. Esse novo
conhecimento não mudou imediatamente o paradigma sintético da evolução em nenhum
ramo fundamental, entretanto o enriqueceu com um novo critério. O novo conhecimento
proporcionou aos evolucionistas muitos novos modos de estudar evolução, no nível das
moléculas que participam diretamente do processo evolutivo - os genes e seus produtos
primários. Usando novas técnicas moleculares de estudo, os pesquisadores estão agora
abordando problemas e questões importantes do paradigma sintético, ainda não
resolvidos. Por exemplo, uma questão importante refere-se à quantidade e à qualidade
da diferenciação genética que acompanha a evolução de novas espécies a partir das
ancestrais. Outra questão é a que se refere ao significado da regulação da atividade
gênica, por meio de genes reguladores especiais, na evolução de novos tipos de
organismo.
Uma segunda revolução científica ocorreu recentemente nas ciências geológicas,
a seu modo tão fundamental quanto à revolução molecular nas ciências biológicas. Essa
revolução é baseada na demonstração de que as principais características estruturais da
superfície da Terra, como os continentes e as bacias oceânicas, são dinâmicas. Os
oceanos expandem-se e retraem-se enquanto os continentes quebram-se em fragmentos
ou unem-se em grandes massas de terra e movem-se através do globo, em padrões
geográficos que se modificam continuamente. Na verdade, tais movimentos estão
ocorrendo hoje. Para certos padrões são movimentos lentos, da ordem de vários
centímetros por ano, mas em milhões de anos de história geológica alteram
profundamente a configuração das terras e dos mares, de montanhas e de desertos,
determinando modificações importantes nos ambientes.
Como a seleção natural adapta os organismos às condições ambientais
modificadas, a história dessas modificações ambientais deveria refletir-se na história
evolutiva da vida. Desse modo, essa revolução nas ciências geológicas abriu um
caminho para explicações de muitas características da história evolutiva que enlearam
estudiosos dos registros fósseis desde os primórdios da ciência da evolução.
6
Há questões importantes em ciência ambiental, relacionadas com a estabilidade e
a duração de comunidades naturais, que têm muito interesse pelos profundos efeitos
ambientais da atividade humana. Provas importantes relacionadas com essas questões
estão por vir agora do estudo da ecologia evolutiva e de padrões evolutivos e da maneira
como encarar os registros fósseis.
Novas descobertas e percepções surgem continuamente nos campos voltados
para os estudos evolutivos e continuamente enriquecem o paradigma da evolução. De
todas essas fontes é possível agora apresentar uma explicação geral da história da vida,
desde sua origem até a emergência da humanidade e dos padrões culturais humanos.
Além disso, somos capazes de começar a encaminhar problemas sociais para os quais os
estudos evolutivos são importantes. Estamos desenvolvendo um melhor entendimento
de por que certos atributos humanos - inteligência, sexualidade, diversidade racial evoluíram e, iniciando estudos em novas áreas de interesse humano, estamos
desenvolvendo também o entendimento de como nossas atividades são condicionadas
geneticamente e a nossa capacidade atual e potencial para corrigir defeitos genéticos de
crianças.
Bibliografia
Ayala, F. J. and Valentine, J. W. 1979. Evolving: The theory and process of organic
evolution. Menlo Park, Benjamin/Cummings Pub. Cap. 1, pag. 1-17.
Freire-Maia, N. 1988. Criação e Evolução, cap. 1. Petrópolis, Ed. Vozes
Stebbins, G. L. 1977. The nature of Evolution. In Dobzhansky, T. Ayala, F. J., Stebbins,
G. L. and Valentine, J. W. 1977. Evolution. San Francisco, W. H. Freeman and
Company.
Wikipédia.http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Evolu%C3%A7%C3%A3o&oldid
=5065215>. Acesso em: 26 Fev 2007
Download