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SUL
Por Juliana Cariello
Rio Grande do Sul la n
O Modelo de Desenvolvimento Industrial do RS ficará completo
com a instalação do seu terceiro e último pilar: a política
industrial. Os outros dois são: políticas para economia de
cooperação e para firma.
E
EXTREMO
GESTÃO
Modelo de Desenvolvimento Industrial
RUMOS - 18 – Janeiro/Fevereiro 2012
Divulgação/SDPI
O
Rio Grande
do Sul lançará
sua política
industrial – o
terceiro e último pilar do Modelo de
Desenvolvimento Industrial – em março próximo.
Este pilar envolve a consolidação e a atração de
investimentos da economia tradicional do estado,
como agroindústria, e de
sua nova economia, como O porto do Rio Grande ficará, basicamente, com produtos de maior valor agregado. A produção de
indústria oceânica. Os barcos de apoio e módulos será deslocada para outros municípios gaúchos, como Charqueadas.
setores estratégicos contemplados são, ao todo,
Política industrial
22, definidos com base em 12 critérios, como geração de
Formulada para atrair e consolidar
empregos, posicionamento competitivo do estado e poteninvestimentos para a economia
cial de desconcentração e alocação em regiões deprimidas.
tradicional e para a nova economia.
Os outros dois fundamentos do Modelo de Desenvolvimento Industrial do estado do Rio Grande do Sul – políticas
O objetivo é fazer
para economia de cooperação e para firma – já estão em
Política para economia de cooperação
com que o PIB
andamento. A meta global é fazer com que o Produto Interdo RS cresça
Formulada para apoiar as cooperativas,
acima da média
no Bruto (PIB) do estado cresça acima da média do PIB nacias redes de cooperação e os APLs.
do PIB nacional.
onal. “O modelo, alinhado com o Programa de Inovação do
Brasil e o Programa Brasil Maior do governo federal, se difePolítica para firma
rencia dos anteriores pela retomada do planejamento de lonFormulada para tratar cada projeto
go prazo e pelo desenvolvimento de um sistema econômide maneira sistêmica.
co”, diz Junico Antunes, secretário-adjunto da Secretaria de
Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI).
a nça política industrial
A política para firma tem dois objetivos: tratar cada projeto de forma sistêmica, com um gestor profissional do
governo como responsável pelo acompanhamento; e articular todos os atores envolvidos em cada empreendimento:
as secretarias estaduais, os órgãos do governo federal, os
municípios, as universidades, entre outros. Criada em 2011,
a Sala do Investidor trata cada negócio de maneira global. Já
a política para a economia da cooperação objetiva contribuir com o desenvolvimento das cooperativas, formadas por
pessoas físicas e pelos arranjos produtivos locais (APLs) e
pelas redes de cooperação, integradas por pessoas jurídicas.
“Só as redes de cooperação do Rio Grande do Sul faturam, somadas, R$ 5 bilhões por ano”, contabiliza Antunes.
Ele também lembra o quanto foi investido nos APLs no ano
passado: R$ 2,3 milhões em 13 projetos de cinco APLs e
três núcleos de extensão produtiva, o que beneficiou um
conjunto de 2,1 mil empresas pelo menos. As ações foram
coordenadas pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e
Promoção do Investimento (AGDI).
A AGDI é o braço operacional do sistema de desenvolvimento do Rio Grande do Sul. A agência cuida de questões como infraestrutura e energia, desenvolvimento produtivo e inovação, promoção comercial e atração de investimentos e políticas e programas. Já o financiamento do
projeto é responsabilidade da agência de fomento gaúcha
(Badesul), do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Este último também está diretamente
envolvido na formulação de estudos setoriais cujo objetivo
é auxiliar no desenvolvimento de políticas para os segmentos selecionados. Entre eles: cadeia do leite e da maçã, gera-
ção de energia a partir de resíduos, suinocultura e indústria
oceânica.
Indústria Oceânica – A indústria oceânica, principal segmento da nova economia do Rio Grande do Sul, é responsável por 18,7% dos investimentos anunciados no estado em
2010-2011. Os sete projetos do setor, somados, chegam a R$
2,7 bilhões contra R$ 4,2 bilhões do segmento celulose, líder
em investimentos no período, com 28,2% de participação.
O principal motor da indústria oceânica no estado, como
no restante do Brasil, é a construção de plataformas e componentes para a Petrobras. A estatal projeta gastos de US$ 224
bilhões de 2010 a 2014 com conteúdo nacional de cerca de
70%. Para aproveitar esta e outras oportunidades, a política
industrial do setor engloba a capacitação de mão de obra, a criação de infraestrutura para as empresas e a descentralização das
atividades do porto do Rio Grande. Municípios como o de
Charqueadas é um dos beneficiados por esta iniciativa.
“Vamos deixar os produtos de maior valor agregado no
porto do Rio Grande devido ao seu calado maior e, ao mesmo tempo, deslocar a produção de barcos de apoio e módulos para regiões da bacia hidrográfica de menor profundidade. Essas áreas antes eram subaproveitadas ou não utilizadas
para essa finalidade”, adianta Junico Antunes.
Com a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento
do Rio Grande do Sul, o BRDE prospecta empresasâncora para a indústria naval, auxilia na discussão do projeto e, ainda, busca as fontes de recursos mais adequadas para
o empreendimento. “O banco ajuda a companhia a redimensionar o tamanho do projeto de acordo com a oportunidade de mercado e indica a melhor localização para o seu
desenvolvimento, com o intuito de torná-lo
o mais viável possível”, explica Carlos José
Ponzoni, gerente de Planejamento do
RS tem R$ 14,8 bi de investimentos produtivos anunciados em 2010-2011 BRDE, instituição financeira pública de
fomento que opera desde 1961.
Percentual dos
Empregos
Empregos
O banco dispõe de recursos para financiaInvestimentos
Segmento
investimentos
diretos
indiretos
mento de longo prazo para investimentos em
anunciados
totais no estado
estimados estimados
obras civis e instalações novas, ou reformas,
em projetos de implantação, ampliação, reloAgroindústria
(economia tradicional)
calização ou modernização. O crédito também
R$ 5,3 milhões
3,6%
658
0
contempla a aquisição de equipamentos nacioCelulose
nais novos para a cadeia produtiva da indústria
(setor líder em investimentos
oceânica, englobando desde o fornecimento
anunciados no período)
R$ 4,2 bilhões
28,2%
10.500
16.500
de matérias-primas, componentes e sistemas à
integração final dos módulos, até cascos e granIndústria Oceânica
(nova economia)
R$ 2,7 bilhões
18,7%
des equipamentos, o que origina plataformas,
19.200
26.000
sondas, etc. O percentual financiado pelo
BRDE depende do porte da empresa, e as
Fonte: Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul (SDPI)
taxas de juros, da finalidade do crédito.
n
RUMOS - 19 – Janeiro/Fevereiro 2012
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