%CDT (Carbohydrate-deficient Transferrin) A transferrina é uma glicoproteína transportadora de ferro que compreende um polipeptídio simples, formando n-polissacarídeos, com resíduos de ácido siálico terminal. Essa transferrina pode apresentar-se, pelo menos, sob seis isoformas, com diferentes níveis de sialilação. Em indivíduos saudáveis, a forma predominante é a isoforma tetrasialo, que tem uma meia vida na circulação de sete dias. Em indivíduos com elevada ingestão de álcool, as formas predominantes são as mono e disiálicas, que têm meia vida mais longa, de aproximadamente 14 dias. A determinação da %CDT permite o acompa-nhamento de pacientes dependentes de álcool. O teste tem sido descrito como o mais específico marcador do consumo crônico de álcool. Como o álcool tem uma taxa de depuração de aproxima-damente 25 mg/dL/hora, a dosagem de álcool no sangue ou urina reflete apenas a ingestão recente, e não o consumo crônico. A ingestão de quantidades de álcool acima de 60 g, por períodos superiores a duas semanas, provoca valores elevados de %CDT que permanecem alterados por duas a quatro semanas após a última ingestão. Resultados falso-positivos de CDT podem ser encontrados em cirrose biliar primária, na fase final de doenças do fígado, nas hepatites cronicamente ativas e em uma síndrome muito rara de glicoproteína deficiente de carboidrato. Como acompanhamento de tratamento, o CDT é o melhor marcador disponível, mas, para ser usado como screening, deve ser acompanhado de outros testes e da história clínica do paciente. Exame: %CDT. Material: soro. Método: Imunoensaio Turbidimétrico. Valor de referência: menor que 2,6%.