HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO DE TAMANDUÁ MIRIM

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HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO DE TAMANDUÁ MIRIM (Tamadua
tetradactyla, Linnaeus 1758)
Glenison Ferreira Dias1, Raul Antunes Silva Siqueira2, Millena de Oliveira Firmino3, Ricardo
Romão Guerra1
1
Universidade Federal da Paraíba. E-mail: [email protected]
2
Universidade Estadual do Ceará
3
Universidade Federal de Campina Grande
Palavras chave:Histologia, Digestivo, Xenarthra
O Tamadua tetradactyla, mamífero pertencente a família Myrmecophagidae, conhecido
como tamanduá mirim ou de coleira, possui dieta insetívora e escassos estudos
morfológicos. Desta forma, objetivou-se descrever a histologia do sistema digestivo de T.
tetradactyla. Fragmentos de órgãos do sistema digestivo de dois filhotes, duas fêmeas e
dois machos adultos de T. teradactyla que vieram ao óbito oriundos de apreensões
realizadas pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres de Cabedelo-Paraíba, atendendo
ao protocolo 02019.00129/2009-12, foram fixados em formol 10%, encaminhados a
processamento histológico padrão, coloração de Hematoxilina-eosina e fotomicrografias.
Observou-se língua com mucosa de epitélio escamoso estratificado queratinizado, glândulas
salivares, lâmina própria sem projeções papilares, musculatura esquelética longitudinal e
transversal. Esôfago com epitélio escamoso estratificado queratinizado, lâmina própria,
muscular da mucosa escassa, submucosa sem glândulas mucosas e camada muscular
circular interna e longitudinal externa. Estômago com mucosa de epitélio colunar simples,
lâmina própria com glândulas tubulares, muscular da mucosa com musculo liso, submucosa
de tecido conjuntivo moderadamente denso e musculares interna circular e externa
longitudinal. Fígado com hepatócitos que interanastomosam formando cordão celular
separado por sinusóides, artéria hepática, veia porta e ducto biliar no espaço porta,
revestido pela capsula formada por células mesoteliais (epitélio simples pavimentoso) e
tecido conjuntivo escasso. Duodeno, jejuno e íleo com vilosidades e criptas na mucosa de
epitélio simples prismático com enterócitos e células caliciformes, lâmina própria e muscular
da mucosa escassas, submucosa sem glândulas, túnica muscular de músculo liso. Ceco,
cólons e reto com mucosa de epitélio prismático simples, sem vilosidades, glândulas
tubulares simples e abundantes células caliciformes, muscular da mucosa (mais delgada no
reto), submucosa com tecido conjuntivo frouxo, fibras colágenas e sem presença de
glândulas, muscular de musculo liso com feixes interno circular e longitudinal externa (mais
espesso no reto), serosa composta por tecido conjuntivo frouxo e mesotélio. A ausência das
papilas em línguas diferiu de preguiça-de-coleira (1), contudo o espessamento na muscular
da região pilórica corroborou com outros tamanduás-mirins (2). A morfologia do sistema
digestivo em geral esteve em consonância ao tamanduá-bandeira (3). Conclui-se que a
histologia do sistema digestivo de T. tetradactyla assemelha-se a indivíduos da família
Myrmecophagidae e diferem de outros da superordem Xenarthra por não possuírem papilas
em língua.
(1) BENETTI, E. J. 2005. Estudo da mucosa da língua e da superfície de interface epitélio-tecido conjuntivo da
preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus, Liger, 1811), empregando os métodos de microscopia de luz e
eletrônica de varredura. Tese, Programa de Pós-graduação em Anatomia dos Animais domésticos e Silvestres,
Universidade de São Paulo, São Paulo. 106 pp
(2) SUPERINA, M. 2012. Um passeio pela biologia dos tamanduás. In: MIRANDA, F. Manutenção de Tamanduá
em cativeiro, Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduá no Brasil: Projeto Tamanduá. Cubo. P.26-37.
(3) MENEZES, L.T. 2013. Morfologia do tubo digestório do tamanduá bandeira Mymecophaga tridactyla.
Dissertação. Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal de Uberlândia. 79 pp.
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