Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2012, v. 14, n. 14, p. 14 – 24 EFEITOS DO FORTALECIMENTO MUSCULAR SOBRE OS NÍVEIS DE DOR E INCAPACIDADE FUNCIONAL EM INDIVÍDUOS COM LOMBALGIA CRÔNICA MEDEIROS A, Bruna Andrade; DANTAS B, Estélio Henrique Martin; VALE C, Rodrigo Gomes de Souza; SILVA D1 , Elirez Bezerra da. RESUMO A dor lombar é uma disfunção frequente que causa diminuição da qualidade de vida, da produtividade e incapacidade funcional. O objetivo do estudo foi analisar o efeito do fortalecimento muscular em portadores de lombalgia crônica. Participaram deste estudo 78 indivíduos, de ambos os gêneros, sedentários, com idade entre 20 e 45 anos, que foram divididos em dois grupos, sendo grupo controle (GC, n=39) e grupo de fortalecimento muscular (GFOR, n=39). Os participantes foram avaliados antes e após a intervenção, através da escala visual analógica da dor e do questionário de incapacidade de Rolland-Morris. Foi utilizada a estatística descritiva com média, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo. Na análise intragrupos, foi utilizado o teste de Wilcoxon ,e na análise intergrupos foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis seguido das comparações múltiplas pelo teste de Mann-Whitney. Pode-se concluir que houve melhora significativa no alívio da dor e diminuição do índice de incapacidade funcional lombar para os participantes do GFOR. Palavras-chave: dor lombar, fortalecimento muscular, incapacidade. ABSTRACT Low back pain is a common disorder that causes decreased quality of life, productivity and functional disability. The aim of this study was to analyze the effect of strengthening exercises in patients with chronic low back pain. Participated in 78 individuals of both genders, sedentary, aged between 20 and 45, were divided into two groups: control group (CG, n = 39) and muscle strengthening group (GFOR, n = 39). Participants were evaluated before and after intervention by the visual analogue scale of pain and disability questionnaire Rolland-Morris. We used descriptive statistics Weah mean, median, standard deviation, minimum and maximum. In intra-group analysis was used the Wilcoxon test and inter-group analysis we used the nonparametric Kruskal-Wallis test followed by multiple comparisons using the Mann-Whitney 1 (A) Mestre em Ciências da Motricidade Humana, Universidade Castelo Branco – RJ. Fisioterapeuta da Faculdade Integral Diferencial (FACID). Teresina – PI. E-mail: [email protected] ; (B) Doutor. Pesquisador do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da UNIRIO. Rio de Janeiro – RJ. E-mail: [email protected]; (C) Doutor. Pesquisador do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana da UNIRIO. Rio de Janeiro – RJ. Docente da Universidade Castelo Branco – UCB-RJ. E-mail: [email protected]; (D) Doutor. Docente e Coordenador do Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia da Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro – RJ. E-mail: [email protected] test. It can be concluded that there was significant improvement in pain relief and reduction in functional disability index back to the participants of GFOR. Key words: back pain, muscle strengthening, disability. INTRODUÇÃO A dor lombar é conceituada como toda condição de dor localizada na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea. Ocorrendo normalmente na região medial da coluna lombar, mais precisamente na região de L1 a L5, incluindo todas as condições de dor, com ou sem rigidez 1,2. Devido à sua complexidade, é possível classificar a lombalgia etiologicamente como: estruturais, traumáticas, mecânicas, degenerativas, inflamatórias, neoplásicas e viscerais reflexas, podendo ainda sofrer influência de fatores variados, como: doenças ósseas e metabólicas, estresse, ansiedade, má postura e tensão emocional3. As lombalgias mecânicas são as mais incidentes e podem decorrer de alterações estruturais, biomecânicas, vasculares ou da interação destes fatores que atuam alterando a configuração espacial da coluna lombar 3,4 . São caracterizadas por dor unilateral referida para a região das nádegas e das coxas, e pode ser causada por lesão muscular, ligamentar, da articulação facetária ou da articulação sacro ilíaca. Os sintomas tendem a permanecer centralizados nas costas e, quando músculos e ligamentos são afetados, ocorrerá diminuição dos movimentos da coluna e aumento da dor com movimentos repetidos5. A dor lombar pode ser relacionada com a existência de desequilíbrios musculares provenientes de fadiga e fraqueza muscular, sobretudo da musculatura abdominal e extensora do tórax. O fortalecimento destes músculos leva a prevenção e reabilitação de desordens musculoesqueléticas, desenvolvendo o controle muscular necessário para restaurar e manter a estabilidade funcional no complexo lombo-pélvico, podendo recuperar a dor na região lombar 6,7. A função dos músculos estabilizadores do tronco, formado pelo oblíquo interno, transverso do abdome e multífidos, é de promover proteção e suporte às articulações através do controle do movimento fisiológico e translacional excessivo, pois se tratam de músculos estabilizadores profundos, possuindo uma maior densidade de fusos musculares, a fim de restabelecer seu controle motor normal 8,9. 15 A importância oferecida ao estudo de lombalgia tem aumentado principalmente pelo fato dela resultar em incapacidade funcional, que se traduz em impedimento de realizar determinada atividade do cotidiano dentro do padrão considerado normal. Isto afeta o desempenho do indivíduo, refletindo em sua atividade laboral e, consequentemente, na qualidade de vida10. Embora a dor lombar afete cerca de 80% da população em algum momento de sua vida, apenas aproximadamente 10% a 20% evoluem para um quadro crônico e são responsáveis pela maior parte dos custos associados às doenças ocupacionais 1,3,4,10. O Brasil apresenta o grupo de doenças da coluna como a primeira causa de pagamento de auxílio-doença, e a terceira causa de aposentadoria por invalidez, o que implica elevado custo financeiro para os cofres públicos e privados, gerado por dias perdidos de trabalho, seguros e cuidados com a saúde 10,11. O presente estudo teve o objetivo de analisar o nível de dor e de incapacidade funcional em portadores de lombalgia crônica submetidos a um programa de fortalecimento muscular. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Integral Diferencial (FACID) na cidade de Teresina-PI, sob protocolo de número 466, atendendo às normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996) para a realização de pesquisa envolvendo seres humanos. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após receberem as informações pertinentes ao estudo. Amostra A amostra foi constituída por um grupo de voluntários, de ambos os gêneros, com faixa etária entre 20 e 45 anos, sedentários, distribuídos de forma aleatória em um grupo de treinamento de força muscular (GFOR) e um grupo de controle (GC), sendo cada um composto por 39 participantes. Como critério de inclusão, os participantes precisaram apresentar diagnóstico de lombalgia crônica e demonstraram estarem aptos a participarem do tratamento experimental. Foram excluídos do estudo indivíduos que apresentaram patologias associadas na coluna, utilização de medicação analgésica ou anti-inflamatória e condições clínicas que impediam a execução de exercícios de força. 16 Procedimentos Para mensuração da intensidade dolorosa foi utilizado a Escala Visual Analógica (EVA), instrumento padronizado que compreende em uma linha horizontal de 10 cm de comprimento, em que o paciente opta por um valor de acordo com a intensidade da dor, podendo ser de zero a dez, que significam, respectivamente, sem dor e máxima dor 10,11. Para averiguar a influência da lombalgia na função do paciente, foi utilizado o questionário de incapacidade lombar de Roland-Morris, que é uma ferramenta específica para avaliar a funcionalidade lombar, sendo composto por 24 questões relacionadas à interferência da lombalgia no desempenho das atividades de vida diária12. Como instrumentos de avaliação e aplicação do tratamento experimental para este estudo foram adotados: colchonete; bola suíça de 75cm e cronômetro da marca Carci®. Tratamento estatístico Os dados coletados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, através dos programas Excel e SPSS versão 14.0 for Windows. Foi utilizada estatística descritiva com média, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo. A normalidade da amostra foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk, e a homogeneidade de variância pelo teste de Levene. Para o nível de dor, foi utilizado, na análise intragrupos, o teste de Wilcoxon. Na avaliação intergrupos, o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, seguido das comparações múltiplas pelo teste de Mann-Whitney. Os dados do questionário foram apresentados em frequências de ocorrências e pelas médias dos escores. Para a análise dos escores totais do nível de incapacidade foi utilizado o teste de Wilcoxon nas comparações intragrupos, e o teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste de MannWhitney para as comparações intergrupos. Para a análise de frequência de respostas do questionário de incapacidade lombar, foi usado o teste de McNemar nas comparações intragrupos, e o teste do Qui-Quadrado para as comparações intergrupos. O estudo adotou o valor de p < 0,05 para a significância estatística. Tratamento experimental O grupo controle não foi submetido à intervenção, porém passou por avaliação fisioterapêutica, no início e no final da pesquisa, para controle das variáveis dor e incapacidade 17 funcional. O grupo experimental GFOR foi submetido a 15 dias de intervenção, com frequência de três dias por semana, com duração média de 40 minutos por atendimento, durante cinco semanas. O fortalecimento dos músculos do abdome e extensores do dorso foi realizado utilizando o protocolo de exercícios desenvolvido pelo Mestre Vicente Lima, no formato de um DVD intitulado “Musculação: Posturais e Abdominais”, que descreve uma análise da atividade muscular dos exercícios de musculação13. Este protocolo constou de exercícios realizados no solo e na bola, sendo efetuados com 10 segundos de isometria, seguidos por 10 segundos de recuperação na primeira semana; na segunda semana foram 15 segundos de contração e 10 segundos de repouso; na terceira semana foram 20 segundos de contração e 15 segundos de repouso; na quarta semana foram 25 segundos de contração e 15 segundos de repouso e; na quinta semana foram 30 segundos de contração e 20 segundos de repouso. Foram realizadas 10 repetições em cada semana. Os exercícios realizados foram os seguintes: - Decúbito ventral com sustentação da extensão da coluna vertebral com os braços ao longo do corpo. - Decúbito ventral com sustentação da extensão da coluna vertebral e hiperextensão de um dos quadris com joelho em extensão. - Decúbito ventral com sustentação da extensão da coluna vertebral com hiperextensão de um dos quadris com joelho estendido e ombro contralateral em abdução de 170º com cotovelo em extensão. - Partir da posição de quatro apoios e sustentar a extensão da coluna vertebral com a hiperextensão de um dos quadris com o joelho em extensão, mantendo o ombro contralateral em abdução de 170º com o cotovelo em extensão. - Na bola, decúbito ventral com sustentação da extensão da coluna vertebral e hiperextensão de um dos quadris com o joelho em extensão. - Na bola, decúbito ventral com sustentação da extensão da coluna vertebral e hiperextensão de um dos quadris com o joelho em extensão e mantendo o ombro contralateral em abdução de 170º com o cotovelo em extensão. Exercício abdominal superior; Exercício abdominal inferior; Exercício abdominal com rotação bilateral. RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 1 apresentou a análise descritiva e inferencial de Shapiro-Wilk, amostra referente aos níveis de dor e de incapacidade funcional lombar. 18 Tabela 1: Estatística descritiva da amostra relativa à dor e incapacidade funcional lombar. MÉDIA MEDIANA DP MÍNIMO MÁXIMO SW P-VALOR GC GFOR IF pré 9,05 9,00 2,44 5,00 15,00 0,114 IF pós 6,92 7,00 2,34 3,00 13,00 0,127 DOR pré 5,54 6,00 1,33 3,00 8,00 0,043 DOR pós 5,36 5,00 0,90 4,00 7,00 0,401 IF pré 9,85 10,00 2,12 6,00 14,00 0,059 IF pós 4,51 4,00 1,43 2,00 8,00 0,078 DOR pré 6,23 6,00 1,40 3,00 8,00 0,004 DOR pós 3,36 3,00 1,44 1,00 6,00 0,000 Legenda: GC: grupo controle; GFOR: grupo fortalecimento; IF: incapacidade funcional; DP: desvio padrão. Na comparação intragrupos da condição dolorosa, foi possível observar que houve redução significativa no grupo experimental, conforme observado na tabela 1. De acordo com o gráfico 1, verificou-se que na comparação intergrupos do nível de dor houve redução significativa do pré para o pós-teste, sendo mais evidente no GFOR. Gráfico 1: Comparação intergrupo do nível de dor. *p<0,05; pré-teste x pós-teste; #p<0,05; pós-teste Fortalecimento x pós-teste Controle; 19 Isto representou que o procedimento utilizado no grupo experimental foi eficiente no tratamento da lombalgia crônica. Os resultados de analgesia da região lombar deste estudo corroboraram com os resultados de outras pesquisas que também utilizaram a escala visual analógica da dor, realizando intervenção através do isostretching14, tratamento por manipulação miofascial15, treinamento de estabilização segmentar16 e treinamento de força e flexibilidade através de programa de Escola de Postura17. Outros estudos ressaltam que o tratamento multidisciplinar inclui procedimentos físicos, acompanhamento psicológico e ocupacional e pode apresentar resultados bastante positivos, como redução da dor lombar e melhora da capacidade funcional dos pacientes18. Partindo do princípio que a lombalgia crônica está associada à fraqueza muscular e à coordenação deficitária dos músculos, que termina por colapsar o sistema de estabilização da coluna diante da sobrecarga contínua, intensa ou repetitiva das atividades de vida diária e laborais14,16, programas de fortalecimento muscular vêm atualmente sendo indicados para o tratamento desta patologia. Comparando os resultados intergrupos desta pesquisa, foi possível observar que houve um resultado significativo em relação à redução da dor e o provável ganho de força muscular no grupo experimental GFOR. Isto sugeriu que um programa de exercícios aumenta a força muscular e pode estabilizar melhor a coluna evitando o aparecimento de lesões e suas consequências. Este estudo confirmou os resultados de outras pesquisas que revelam que exercícios de estabilização segmentar, envolvendo contração isométrica da musculatura profunda do tronco, são eficazes na diminuição do quadro álgico e da incapacidade funcional em pacientes com lombalgia crônica16,17. Alguns estudos demonstram que após um episódio de dor lombar ocorre rápida atrofia dos músculos eretores da espinha lombar e que esta atrofia persiste mesmo após a regressão dos sintomas. Com exercícios de força e resistência isométrica direcionados a esses músculos, a atrofia é reversível, conduzindo à melhora da postura corporal e aumento da resistência à fadiga, possibilitando a redução na recorrência da dor lombar17,19, 20. De acordo com o gráfico 2, verificou-se na comparação intergrupos da incapacidade funcional lombar que houve redução significativa do pré para o pós-teste em ambos os grupos, ocorrendo de forma mais evidente no GFOR. 20 Gráfico 2: Comparação intergrupo da incapacidade funcional lombar. *p<0,05; pré-teste x pós-teste; #p<0,05; pós-teste Fortalecimento x pós-teste Controle; Para a verificação da incapacidade funcional lombar, os participantes dos grupos experimentais e de controle deste estudo responderam ao questionário de Roland-Morris que contém questões que investigam a influência da dor lombar diante da execução de atividades da vida diária. Tal questionário foi utilizado em outros estudos cujos pesquisadores tiveram o interesse de verificar se existe declínio da funcionalidade em portadores de lombalgia. Resultados similares a esta pesquisa foram encontrados nos estudos de Sena e Fonteque (2006), no qual 70% dos pacientes avaliados obtiveram melhora da funcionalidade, e por Rosa et al. (2006), em que, após o tratamento fisioterapêutico 91,67% dos pacientes, apresentaram pontuação entre 0 e 6 no questionário, correspondente à incapacidade leve, e apenas um paciente apresentou pontuação entre 7 e 12, equivalente à incapacidade moderada. Em outra pesquisa que também utilizou o questionário de Roland-Morris para verificar a interferência da dor nas costas nas atividades de vida diária do paciente, o resultado foi semelhante, de modo que na avaliação inicial 46,7% (14 pacientes) apresentaram grande incapacidade funcional e na avaliação final apenas 26,7% (08 pacientes). Foi considerado como grande incapacidade a somatória maior ou igual a 14 pontos no questionário 17. Nesta pesquisa, o desenvolvimento de força através do treinamento isométrico dos músculos paravertebrais e abdominais foi eficiente para melhorar a capacidade funcional do grupo GFOR, além de promover a redução da dor. Isso sugeriu que o fortalecimento muscular produz efeitos 21 positivos na recuperação de sujeitos acometidos por lombalgia, garantindo maior autonomia para a realização das atividades diárias, assemelhando-se aos resultados de outra pesquisa, onde foi satisfatório utilizar exercícios para coluna e abdome como recurso de reabilitação e melhora da qualidade de vida de indivíduos com dor lombar19,20. CONSIDERAÇÕES FINAIS O programa de intervenção baseado no fortalecimento muscular utilizado nesta pesquisa promoveu a redução do quadro doloroso e a melhora da funcionalidade em pacientes com dor lombar crônica, permitindo o retorno para as atividades cotidianas e laborais. Agradecimentos Agradecemos à Clínica Escola de Fisioterapia da FACID e aos pacientes que gentilmente participaram da pesquisa. REFERÊNCIAS 1 TEIXEIRA, MJ., FIGUEIRÓ, JAB. Dor: epidemiologia, fisiopatologia, avaliação, síndrome dolorosa e tratamento. São Paulo: Grupo Moreira Junior, 2001. 2 LOPES, PM. et al. Isostretching no tratamento da lombalgia crônica. Fisioterapia Brasil. V.7, n.2, 2006. 3 TEODORI et al. Prevalência de lombalgia no setor de fisioterapia do município de Cosmópolis – SP e O papel da fisioterapia na sua prevenção e recuperação. Fisioterapia Brasil. 2005; 6(2):113118. 4 FERNANDES, RCP.; CARVALHO, FM. Doença do disco intervertebral em trabalhadores da perfuração de petróleo. Caderno de Saúde Pública 2000; 16(3): 661-669. 5 MAGEE, D. Avaliação musculoesquelética. São Paulo: Manole, 2005. 6 AKUTHOTA, V. Nadler SF. Core strengthening. Arch Phys Med Rehab 2004; 85(3 Supl 86):92. 22 7 KOLYNIAK, IEG.; CAVALCANTI, SMB.; AOKI, MS. 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