INSETOS-PRAGA versus FENOLOGIA DA PLANTA DO GIRASSOL

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
INSETOS-PRAGA versus FENOLOGIA DA PLANTA DO GIRASSOL
Helianthus annuus
Antonio Leopoldino Neto1, Walter Santos Evangelista Júnior2, Daniel Lima Pereira3, Leandro de Pádua Souza4, Alberto
Luciano Rodrigues Laranjeira Júnior4, Diego Cardoso Alves dos Santos4

Introdução
A cultura do girassol destaca-se a nível mundial como a quinta oleaginosa em produção de matéria prima, quarta
oleaginosa em produção de farelo e terceira em produção mundial de óleo (Gazzola et al., 2012). É uma cultura que de
adapta bem a diversidades ambientais tolerando tanto temperaturas baixas como períodos de estresse hídrico (Thomaz,
2008). Segundo Cavalcante (2010) o sertão de Pernambuco atende bem as exigências hídricas do girassol, com médias
anuais em torno de 600 mm bem distribuídos durante o período de chuva.
Grande parte das pragas observadas na cultura do girassol, até o momento, já são conhecidas em outras culturas.
Porém os níveis de danos não são definidos para todas as espécies nos quais a queda da produção é significativa
(Embrapa, 2010). Os danos podem envolver insetos que atacam as raízes, que cortam plântulas, reduzindo o estande da
cultura, que causam desfolha e os que atacam a haste, o capítulo e os aquênios. As espécies de pragas mais importantes
do girassol variam de acordo com a fase de desenvolvimento da cultura com isso o controle se torna mais problemático,
durante a floração, pois, deve-se evitar o uso de inseticidas prejudiciais aos polinizadores, especialmente as abelhas, e
inimigos naturais (EMBRAPA, 2010).
Com isso, o projeto tem como objetivo avaliar a entomofauna associada de acordo com a fase fenológica da cultura
do girassol no sertão do Pajeú, no semiárido Pernambucano.
Material e métodos
O cultivo do girassol em sistema irrigado foi realizado na área experimental da Unidade Acadêmica de Serra
Talhada - UAST/UFRPE. O plantio do campo experimental foi realizado no dia 20 de outubro de 2012, distribuído no
arranjo fatorial em blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos constarão de 2 variedades de Girassol,
recomendadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a Hélio 358 e BRS 122. Foram
realizadas fertilizações com K e P com base em resultados de análises de solo, conforme manual de recomendação de
adubação para o Estado de Pernambuco (Cavalcanti et al., 2006). Dados referentes à temperatura, umidade relativa e
precipitação pluviométrica serão obtidos da estação meteorológica localizada na Unidade Acadêmica de Serra Talhada
(UAST-UFRPE). Para levantamento dos insetos e ácaros associados à cultura do Girassol foram realizadas vistorias
semanais nos blocos verificando-se a presença ou não de insetos fitófagos em cada tratamento, alem das injúrias
encontradas nas plantas. Para injúrias de insetos broqueadores, partes atacadas foram levadas ao laboratório para
identificação. Para insetos de parte aérea foram avaliados todas as fases de desenvolvimento dos insetos como presença
de ovos, forma jovens e adultos de insetos que foram coletados e armazenados em sacos plásticos rotulados para
observação em laboratório e identificação. Foram avaliadas todas as plantas por bloco. Os insetos de corpo mole foram
coletados e acondicionados em álcool 70%, rotulados e posteriormente levados ao laboratório identificação.
Os exemplares obtidos durante a realização da pesquisa foram identificados quanto a ordem, família, gênero e,
possivelmente à nível de espécie. Foi avaliada a ocorrência de pragas com a fenologia da planta e com as variáveis
climáticas, o que determinará o período de maior incidência de cada espécie na cultura.
Resultados e Discussão
No cultivo da cultura do girassol realizado no período de outubro de 2012 à Janeiro de 2013, teve a ocorrência dos
insetos fitofágos: Vaquinha Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae), Mosca minadora Liriomyza sp. (Diptera:
1
Bolsista PIBIC CNPq/UFRPE, Discente do curso de Agronomia da Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Fazenda Saco s/n, Zona Rural, Serra Talhada, PE. CEP: 56900-000. E-mail: [email protected]
2
Professor Adjunto do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada
(UFRPE/UAST), Fazenda Saco, s/n, Zona Rural, Serra Talhada, PE. Caixa Postal 063. E-mail: [email protected].
3
Engenheiro Agrônomo, DNA Agronegócios, Rua Império Serrano, 5A - Vila Carolina, CEP: 56.320-670, Petrolina/PE. E-mail:
[email protected]
4
Discente do curso de agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UFRPE/UAST),
Fazenda Saco, s/n, Zona Rural, Serra Talhada, PE. Caixa Postal 063. E-mail: [email protected]
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Agromyzidae), Percevejo verde Edessa meditabunda (Heteroptera: Pentatomidae), Percevejo do capítulo Xyonysius
major (Heteroptera: Lygaeidae) e a cochonilha Ferrisia virgata (Sternorrhyncha: Pseudococcidae) (Tabela 1). A
ocorrência das mesmas em relação a fenologia da planta pode ser verificado na Figura 1. Todas as pragas ocorreram em
ambas variedades do girassol. A vaquinha D. speciosa caracteriza-se por ser um inseto desfolhador, causando injúria no
limbo foliar da planta, afetando diretamente a área fotossintética da cultura, a ocorrência dessa praga se deu no inicio do
desenvolvimento da cultura (Fig. 1). Segundo Neri et al. (2010) essa praga ocorre nas primeiras semanas após a
emergência das plantas de girassol.
A Mosca minadora Liriomyza sp. ocorreu no início de desenvolvimento da cultura. Segundo Valladares et al. (2010),
os danos causados a cultura por esta praga é a formação de galerias afetando diretamente a área fotossintética da planta,
esta capacidade de dano, somada a sua polifagia e alta capacidade para desenvolver resistência, deve ser considerada
monitorada em todas regiões em que se desenvolva, porém para a cultura do girassol não se ainda apresenta como um
problema.
Na fase de floração a maturação houve a incidência do percevejo do capítulo X. major onde sua presença ocorreu
desde o início da floração prolongando-se até a maturação, em alta população seus danos não ocasionaram a redução de
produção.
O Percevejo Verde E. meditabunda ocorreu no final do ciclo não proporcionando assim que seu ataque provocasse
grande perca na produção, a população dessa praga não esteve com níveis elevados, não sendo necessário usar algum
tipo de controle. Segundo Malaguido & Panizzi (1998) esta praga é característica da cultura da soja, porém se não
houver seu cultivo pode se estabelecer na cultura do girassol como hospedeiro alternativo, os percevejos pentatomídeos
são considerados as pragas mais importantes da cultura da soja por se alimentarem diretamente nas sementes, sendo
responsáveis por danos que refletem na redução da produção, na qualidade das sementes.
Na fase final da cultura do girassol houve ocorrência da cochonilha F. virgata, inseto polífago, tal ocorrência pode
ter sido ocasionada porque nos arredores da área cultivada existiam restos culturais onde a mesma se encontrava,
ocorreu em baixa infestação, uma praga também sugador que em grande infestação pode levar a planta ao definhamento
e morte.
Pode-se concluir que o percevejo do capítulo X. major é a principal pois seu ataque inicia logo a´pos a floração e vai
até a colheita com redução direta na produção do girassol.
Agradecimentos
Agradecimentos ao CNPq pelo apoio financeiro e concessão da bolsa e a UAST/UFRPE pelo apoio a pesquisa.
Referências
Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manejo da Cultura do Girassol: Uma Abordagem Técnica
de Uso Prático. Embrapa Clima Temperado Pelotas, RS 2010.
Cavalcanti, F.J.A. (coord). Recomendações de adubação para o Estado de Pernambuco 2a aproximação. 2ª. ed.
Recife: IPA, 2006. 198p
Gazzola. A.; Ferreira JR, C.T.G.; Cunha, D.A.; Bortolini, E.; Paiao, G. D.; Primiano, I.V.; Pestana, J.; D’Andréa,
M.S.C.; Oliveira, M.S. A Cultura do Girassol. Universidade de São Paulo. Piracicaba – SP, Junho de 2012.
Malaguido, A.B.; Panizzi, A.R. Pentatomofauna Associated with Sunflower in Northern Paraná State, Brazil. Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, n.27, V.3, 1998.
Neri, D.K.P.; Morais, D.D.; Sena Júnior, H.S. Ocorrência de Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae) na
Cultura do Girassol no Município de Ipanguaçu/RN. Holos, Ano 26, Vol. 3.
Tomhaz, J.L. Comportamento de Cultivares de Girassol em Função da Época de Semeadura na Região de Ponta
Grossa- PR. 92 p. 2008– Dissertação de Mestrado (Área de Concentração Agrícola), Universidade Estadual De Ponta
Grossa-PR.
Valladares, G.; Salvo, A.; Saini, E. Moscas minadoras del girasol y sus enemigos naturales. RIA, V.37, n. 2.,
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Tabela 1. Insetos-pragas associados à cultura do girassol em Serra Talhada.
Praga
Nome científico
Ordem
Família
Vaquinha
Diabrotica speciosa
Coleoptera
Chrysomelidae
Cochonilha
Ferrisia virgata
Hemiptera
Pseudococcidae
Mosca minadora
Liriomyza sp.
Diptera
Agromyzidae
Percevejo Verde
Edessa meditabunda
Hemiptera
Pentatomidae
Percevejo do Capítulo
Xyonysius major
Hemiptera
Lygaeidae
Figura 1. Pragas relacionadas à fase fonológica da cultura do girassol, em sistema de cultivo irrigado em
Serra Talhada.
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