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Contenção em Ortodontia, manutenção
da estabilidade pós tratamento.
Containment in Orthodontics, maintaining stability after treatment
Trabalho Conclusão de curso
Especialização Ortodontia ABO Santos/SP
Autor:
Márcio da Rocha Carvalho
Especialista em Ortodontia pela ABO Santos/SP
Co-autor:
Eduardo Guimarães Moreira Mangolin
Especialista em Ortodontia pela ABO Santos/SP
Orientador:
Mário Capellette Júnior
Especialista em Radiologia – USF
Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial – Unicastelo
Doutor em Ciências – UNIFESP
Coordenador do curso de Especialização/Atualização em Ortodontia –
ABO SP – Santos
Endereço de correspondência: ABO Santos
Rua Epitácio Pessoa 260 – Embaré – Santos/SP
Telefone: (13) 3231-1794/3238-1087
[email protected]
Contenção em Ortodontia, manutenção
da estabilidade pós tratamento.
Containment in Orthodontics, maintaining stability after treatment
Resumo:
A estabilidade após o término do tratamento ortodôntico é tão importante quanto
qualquer outra fase do tratamento, e deve ser criteriosamente avaliada, evitando
recidivas. Um correto diagnóstico e plano de tratamento é fundamental na estabilidade
do caso e outros fatores como: idade, saúde dos tecidos dentários e de suporte,
padrão de crescimento facial, tipo de movimentação, tempo de tratamento, exodontias
realizadas, hereditariedade, reorganização tecidual fisiológica, pressão muscular,
escolha da contenção e a colaboração pelo paciente em utilizá-la. Existem diversos
tipos de contenções: removíveis ou fixas, estáticas ou dinâmicas. Vários fatores irão
determinar seu tipo, no entanto, a contenção mais frequentemente utilizada é a
removível superior e a fixa inferior de 3 x 3, colada apenas em caninos. O tempo de
permanência diverge muito e o que se sabe é que deve ser individualizado e o
acompanhamento a longo prazo é necessário, portanto, o tratamento ortodôntico não
termina quando se retira o aparelho.
Abstract:
The stability after the orthodontic treatment is as important as any other phase of
treatment, and should be carefully evaluated, avoiding relapses. A correct diagnosis
and treatment plan is crucial in the stablilty of the case and other factors such as age,
health and dental tissue support, facial growth patterns, type of movement, time of
treatment, dental extractions, heredity, physiological tissue reorganization, muscular
pressure, choice of restraint and cooperation by the patient to use it. Thereare various
types of containment: removable or fixed, static or dynamic. Several factors Will
determine its type, however, containment is the most commonly used removable upper
and lower fixed 3x3, sandwiched only in canine tooth. The length of stay varies greatly
and is known to be individualized does not end when you remove the devide.
Introdução
Os objetivos do tratamento ortodôntico são a obtenção de uma estabilidade
duradoura da oclusão, bem como estética. No entanto, o tratamento
ortodôntico bem planejado e bem realizado com as mais modernas técnicas de
nada adianta se no término do tratamento não for dada a devida importância à
fase de contenção. Após o tratamento em muitos casos, é necessário um
período de contenção para manutenção dos objetivos alcançados.
O tratamento ortodôntico compreende duas fases distintas: a mecânica e a de
contenção. A primeira trata dos movimentos dentários e ou esqueléticos com o
objetivo de estabelecer harmonia dos dentes com as bases ósseas e das
mesmas entre si e a segunda que engloba os meios empregados para
estabilização desta relação.
A estabilidade após o tratamento ortodôntico será sempre uma preocupação
constante para os ortodontistas. Após a movimentação ortodôntica há uma
tendência de retorno dos dentes às posições iniciais, a Recidiva. A região de
maior preocupação para os ortodontistas é a região dos incisivos inferiores
anteriores.
O objetivo deste trabalho visa demonstrar a importância da fase de contenção,
bem como os tipos de contensores mais utilizados e por quanto tempo
devemos indicá-las.
Revisão de Literatura
Pierre Fouchard em 1728 descreveu o "Bandelete". O aparelho era constituído
de uma tira de couro duro contra a qual os dentes eram amarrados e
pressionados para que mudassem de posição. De acordo com Kaplan12, até
1860 não há registros de aparelhos de contenção;
Contenção em ortodontia foi definida por Moyers11 como a manutenção dos
dentes em suas posições após o tratamento por um determinado período para
a consolidação do resultado obtido.
De acordo com Riedel13, os dentes que sofreram movimentos através do osso
por aparelhos mecânicos tem a tendência de retornar as posições iniciais e
portanto definiu a contenção como manutenção dos dentes numa posição
estética e funcional.
Salzman14, quanto ao tempo de contenção, não existem bases científicas que
podem ser usadas como guias, para indicar quando os aparelhos de contenção
devem ser removidos.
Sadowsky et al15, é necessário um período prolongado de contenção e
segundo Riedel13 pode se estender por toda a vida.
Heier et al16, uso da contenção lingual inferior colada, tem se tornado cada vez
maior, dispensando a colaboração do paciente e carácter não invasivo e
reversível;
Tweed17, ficou desanimado com as recidivas pós-tratamento, após avaliar 70%
de seus pacientes e descobriu que apenas 20% dos casos atingiram seu
objetivos. Logo depois começou a tratar casos semelhantes metade com
tratamento convencional (sem extração) e a outra metade com remoção de
quatro pré-molares. No primeiro grupo resultou em colapso do arco mandibular
na região incisal e no segundo grupo, permaneceu livre de recidivas graves
após um ano de contenção.
Discussão
Com base nas informações disponíveis na literatura parece prudente a
prescrição de vários anos de contenção permanente para muitos pacientes.
Também parece válido manter a contenção da arcada inferior até que todo
crescimento seja finalizado. No entanto, há poucos estudos científicos sobre a
eficácia da contenção prolongada.
Zachrisson18, relatou que em todos os tratamentos ortodônticos onde havia um
apinha mento severo, se faz necessária a contenção colada em todos os
dentes anteriores inferiores após o tratamento ortodôntico, para que não ocorra
à recidiva.
Tweed17 e Riedel,13 concordam que para se alcançar estabilidade necessita-se
que os incisivos apresentem-se bem verticalizados em relação à base apical.
No entanto Sandosky15 demonstrou que os terceiros molares não foram
capazes de exercer pressão sobre os dentes mesias a eles, evidenciando que
o apinhamento anterior após o tratamento ocorreu com os terceiros molares
presentes ou não.
Quanto ao tempo do uso da contenção, devemos individualizar o paciente e
levar em conta todos os fatores usados no tratamento para determinar o tempo
em que devemos permanecer com a contenção. Alguns autores preconizam
um período prolongado e que pode se estender por toda a vida.
Conclusões
- A contenção deve ser planejada no momento do diagnóstico e da planificação
do tratamento ortodôntico;
- O aparelho mais utilizado como contensor é a placa de hawley e suas
variações, para arco superior e no arco inferior o mais utilizado é a barra lingual
de canino a canino. (3X3);
- Quanto ao tempo de contenção, não existem bases científicas que podem ser
usadas como guias, para indicar quando os aparelhos de contenção devem ser
removidos.
- A finalização dos tratamentos obedecendo as seis chaves de oclusão de
Andrews diminui a incidência da recidiva.
Figuras I a VI
I. Contenção Removível Superior
II. Hawley e suas modificações
III. Contenção Fixa inferior 3X3
IV. Contenção Modificada (livre de acesso fio dental)
V. Contenção Acetato (Estética)
VI. Contenção Osamu
Referências Bibliográficas:
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