- Sociedade Brasileira de Sociologia

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XI CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA
1 A 5 DE SETEMBRO DE 2003
UNICAMP
CAMPINAS – SP
SOCIÓLOGOS DO FUTURO
“SOCIETÀ ITALIANA DI MUTUO SOCCORSO:
UMA ABORDAGEM HISTÓRICO-SOCIOLÓGICA”
GUSTAVO FRANCISCO CELLA
SOCIETÀ ITALIANA DE MUTUO SOCCORSO:
UMA ABORDAGEM HISTÓRICO-SOCIOLÓGICA
1 Introdução
Por muito tempo a historiografia italiana analisou a questão da emigração dentro de
uma perspectiva que envolveu fatores que contribuíram para a expulsão de uma massa
camponesa da Itália e outros que, por sua vez, atraíram essa população para o Brasil,
principalmente devido à eminência da abolição dos escravos. Porém, é importante
lembrarmos que o processo de emigração em massa, ocorrida na Europa entre 1850 e 1920,
deve ser analisado levando-se em consideração o processo de maior amplitude que se
delineava nesse período: o crescimento do capitalismo. As razões pelas quais os camponeses
deixaram suas regiões de origem para chegar à América são de ordem demográfica e
econômica.
Com a extinção do feudalismo e a introdução do sistema capitalista de produção
durante o século XIX, a Itália sofreu graves desequilíbrios socioeconômicos decorrentes da
explosão demográfica. A expansão do capitalismo gerou a concentração de terras nas mãos de
uma pequena parcela da população que era beneficiada pelas facilidades econômicas
oferecidas pelo governo, e eliminou a concorrência dos pequenos produtores, que eram
obrigados a pagar altas taxas de impostos. Como conseqüência, o endividamento e a falência
desses camponeses, por não ter como concorrerem aos preços baixos dos grandes produtores,
fizeram muitos deles deixar o campesinato e integrar a mão-de-obra que acabara de se formar
para trabalhar na indústria nascente naquele país.
A indústria italiana, no entanto, em um primeiro momento, não tinha condições de
absorver tamanha quantidade de trabalhadores. A saída encontrada foi a emigração.
Mas foi sobretudo a impossibilidade, para os camponeses de conseguirem dinheiro
vivo, o qual lhes era cada vez mais necessário e, até indispensável, que impulsionou
massas inteiras a atravessar o oceano (TRENTO, 1989, p.31).
O processo emigratório cessou em meados do século XX, quando a indústria italiana
foi capaz de absorver o excedente de mão-de-obra.
2 Contexto Sócio-Político Europeu
Muito se diz a respeito dos motivos pelos quais um grande número de italianos deixou
sua terra natal a fim de buscar novos horizontes, novas oportunidades, novas terras. Mas para
partirmos desse ponto adiante, precisamos antes entender os motivos pelo qual essa saída do
país foi a única opção para essas pessoas. Assim, é necessário refletir sobre três grandes
acontecimentos históricos que resultaram na expulsão de milhares de italianos de sua pátria
para as mais diversas regiões do mundo, inclusive o Brasil. São eles: Revolução Industrial,
Revolução Francesa e a Unificação da Itália.
2.1 A Revolução Industrial
A Revolução Industrial, processo que ocorreu a partir da segunda metade do século XVIII na
Europa, foi uma das mais importantes revoluções que se deu no decorrer da história mundial. Advém
como conseqüência da revolução inglesa do século XVII, iniciada em 1640, com a Revolução Puritana1
e terminada com a Revolução Gloriosa2, em 1688; ela deu os parâmetros necessários para o
nascimento do maquinismo, já no final do século XVIII.
A Revolução Industrial é parte de um processo de transformação: da queda e extinção do
modo de produção feudal e posterior implantação e desenvolvimento do modo de produção
capitalista. Uma das condições fundamentais dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal –
baseado na utilização de ferramentas – pelo trabalho assalariado, pautado na utilização de máquinas.
Para alguns historiadores e economistas (ARRUDA, 1991, p.13), a revolução
industrial é vista como um processo, uma evolução lenta que surge em fins da Idade Média,
no século XV, quando o então modo de produção feudal encontrava-se em fase de extinção e
se instaura por completo no final do século XIX. Para Marx (ARRUDA, 1991, p.16), a
revolução marcou a separação entre o trabalho e a propriedade, e o surgimento de novas
relações sociais em função do novo processo de produção capitalista.
Destacamos dentro desse processo a transição da manufatura à maquinofatura, que
trouxe consigo uma série de transformações dentro do processo produtivo, e de maneira ainda
1
O Puritanismo foi um movimento que surgiu na Igreja Anglicana na segunda metade do século XVI e tentou
levar a reforma desta Igreja além das normas estabelecidas durante o período elizabetano (1559). O puritanismo
pretendeu estabelecer um entendimento entre o catolicismo e as idéias dos reformistas protestantes.
2
A Revolução Gloriosa ocorreu entre 1688 e 1689, na Grã-Bretanha, na qual foi deposto o rei Jaime II, em favor
de sua filha Maria II e seu marido Guilherme III, príncipe de Orange. A revolução transformou a monarquia
absoluta dos Stuart numa monarquia constitucional e parlamentar.
mais acentuada dentro da esfera do trabalho. Essa mudança fundamental se deu através da
substituição das ferramentas pelas máquinas.
Na manufatura, o ponto de partida para revolucionar o modo de produção é a força
de trabalho, na industria moderna, o instrumental de trabalho (MARX, 1996, p.424).
Basicamente, podemos dizer que a mudança se deu através da substituição da força
humana na operação das ferramentas por uma força diversa desta, seja o vento, água, animais,
entre outros, uma vez que essa força pode operar diversas ferramentas concomitantemente. A
essas ferramentas operadas por uma força que não a humana é o que se chamava de máquina.
Se foi necessária uma outra forma de energia para operar as máquinas, houve também a
necessidade de se repensar nas formas de produção de energia; surge então, a máquina a
vapor (ARRUDA, 1991).
Percebemos que houve uma grande revolução na produção, pois se antes o artesão a
detinha em todas as suas etapas, utilizando-se de suas ferramentas e técnicas próprias, na
produção mecanizada a mesma foi segmentada, e cada máquina foi responsável por uma fase
do processo produtivo, sendo que, posteriormente, os operários precisaram se especializar
somente em determinada área do processo, deixando de ter o conhecimento do processo no
seu todo.
Nesse contexto de modernização da produção, o trabalhador passou a ocupar um papel
secundário no processo, subordinando-se ao funcionamento da máquina. O trabalhador, então,
desqualificou-se, pois o saber fazer não era mais necessário.
Na manufatura e na indústria manual, o operário serve-se da ferramenta; na fábrica
serve à máquina. Ali os movimentos dos instrumentos de trabalho partem dele; aqui
é ele quem tem que servir seus movimentos (ARRUDA, 1991, p.52).
Podemos dizer, então, que a nova divisão do capital abriu um abismo, permanecendo
de um lado os ricos, donos dos meios de produção; e de outro, distante dos meios de
produção, os pobres, cada vez mais pobres e sujeitos às imposições do mundo do trabalho.
Suas vidas agora passavam a ser definidas segundo o ritmo da produção de bens, da produção
de mais-valia. “A mais-valia origina-se apenas da parte variável do capital, e vimos que a
quantidade da mais-valia é determinada por dois fatores, a taxa de mais valia e o número de
trabalhadores empregados ao mesmo tempo” (MARX, 1996, p.464).
A partir dessa nova configuração social, o novo cenário em questão passa a ser a
fábrica. Desapareceram os artesãos, pois já não tinham mais meios para concorrer com a
produção em larga escala, realizada pelas máquinas nas fábricas. Miseráveis, nada mais lhes
restava senão se submeter à exploração de sua mão-de-obra para sobreviver.
Assim, enquanto a máquina trazia facilidades aos trabalhadores, tornando mais fácil o
trabalho, em outro extremo estes deveriam trabalhar incessantemente para que a produção
atingisse números cada vez mais altos, visto que as máquinas, com o tempo, poderiam ser
superadas por novas invenções e a cada instante se renovavam.
Nesse período, observamos um emprego extremamente grande do trabalho infantil e
feminino, quando a força humana é algo dispensável no novo mundo do trabalho. Crianças se
submeteram ao trabalho, principalmente nas indústrias de tecelagens, pois seus dedos finos
eram extremamente hábeis para unir fios que se quebravam em meio à produção dos tecidos.
Para desempenhar tais funções, recebiam em torno de 30% a 60% do que se pagava a um
trabalhador adulto, sem contar que muitas delas recebiam apenas hospedagem e refeições.
Geralmente eram contratadas por um período de sete anos, e em troca, obtinham promessas de
educação profissional, moral e religiosa por parte de seus patrões. Suas contratações se davam
nas paróquias, através de instituições assistenciais. Muitos pais eram contrários a essa forma
de exploração direta de seus filhos, mas a necessidade de ganhos fazia com que deixassem de
lado essa forma de pensar (ARRUDA, 1991).
As jornadas de trabalho destes pequenos trabalhadores chegavam a margem de dezoito
horas por dia, vigiadas em sua totalidade por um capataz, uma espécie de chefe de produção,
que controlava o trabalho de todos de forma impiedosa. Seu salário provinha da produção dos
seus subordinados. Como conseqüência, inúmeros e infindáveis acidentes de trabalho,
decorrentes das precárias condições a que eram submetidos.
Não se pode esquecer do papel fundamental das mulheres nas fábricas, que chegaram
a representar 50% do total de mão-de-obra na indústria têxtil do algodão em 1835. Isso fazia
com que elas deixassem as tarefas em suas casas e não possuíssem tempo para cuidar de seus
filhos e de sua educação.
Notamos que a classe trabalhadora passou por inúmeras dificuldades, como por
exemplo: a obrigação de compra dos produtos do patrão, o recebimento de salários em
mercadorias, a moradia em lugares designados pela empresa a preços altíssimos, os salários
baixos, a falta de seguros de trabalho, entre outros.
O progresso da tecnologia foi cada vez mais intenso, a produção multiplicava-se.
Como conseqüência, ocorreu a diminuição dos salários já baixos dos funcionários. Se a
produção aumentava e os salários diminuíam, aumentava-se ainda mais os lucros do dono dos
meios de produção e do capital. Os trabalhadores, sem saída, estavam à margem da produção;
não encontravam saídas para as suas vidas: ascender socialmente era algo impossível, só lhes
restava então submeter-se à dominação dos patrões. Muitas lutas e revoltas marcaram esse
período.
Percebemos que a Revolução Industrial inglesa foi um marco histórico mundial, e em
especial, europeu. As transformações, decorrentes desse processo, modificaram todo o
pensamento sobre produção até então existente na época. É parte do processo de evolução do
modo de produção capitalista, que tem como seu objetivo principal a obtenção de lucros
através da produção em larga escala advinda das máquinas e da exploração da mão-de-obra.
Podemos considerar que a Revolução Industrial foi o acontecimento que findou a
transição feudalismo-capitalismo, e que ela mudou o modo pelo qual vemos a transformação
do mundo, pois a partir daí é necessário analisar as transformações técnicas e sociais como
um todo, responsáveis pelo processo de construção da sociedade capitalista contemporânea.
2.2 A Revolução Francesa
A Revolução Francesa, considerada um processo político-social, ocorreu na França, na
segunda metade do século XVIII, entre os anos de 1789 e 1799.
A Revolução Francesa é, inegavelmente, o maior acontecimento político do período.
Ela não só marcou profundamente a configuração geral da França dos séculos XVIII
e XIX como também a de toda Europa do mesmo período (ANDERY, 2000, p.269).
Entre as principais causas desse processo, destacamos a incapacidade das classes
sociais dominantes da época – nobreza, clero e burguesia – de enfrentar os problemas do
Estado francês, o empobrecimento progressivo dos trabalhadores, os altíssimos impostos
cobrados dos camponeses, a grande mudança intelectual provocada pelo Século das Luzes 3 e
a participação da França na guerra de Independência dos Estados Unidos.
A Revolução Francesa é assim a revolução do seu tempo, e não apenas uma
revolução, embora a mais proeminente de sua espécie. E suas origens devem,
portanto, ser procuradas não meramente nas condições gerais da Europa, mas sim na
situação específica da França (HOBSBAWN, 2000, p.11).
3
O Século das Luzes ou Iluminismo são termos usados para descrever as formas de pensamento e literatura da
Europa e da América no decorrer do século XVIII, antecedentes à Revolução Francesa. Os próprios autores
desse período assim o nomearam, certos de que saíram de uma era de escuridão e ignorância para um novo
tempo, iluminado pela razão, pela ciência e pelo respeito à humanidade (Enciclopédia Digital Microsoft Encarta
2002).
A França, no final do século XVIII era um país essencialmente agrário, ao contrário da
Inglaterra, que estava vivendo a sua Revolução Industrial e caminhava para se tornar a maior
nação capitalista do mundo. Para os burgueses da França, era importante e necessário
desenvolver a indústria do país, para que pudessem se tornar um país industrialmente
competitivo. Para tanto, entendemos que era necessário abolir os obstáculos que impediam o
crescimento e a modernização da França, como o absolutismo monárquico e o mercantilismo,
caracterizado pelo controle da economia pelo Estado e por leis que restringiam a liberdade de
comércio internacional e impediam o crescimento da produção industrial.
A burguesia francesa foi influenciada pelas idéias do Iluminismo e pregava o
liberalismo econômico, além do fim do absolutismo monárquico e sua própria ascensão ao
poder político, como forma de desenvolver o capitalismo na França.
Na década em que ocorreu a revolução, grande parte da renda do Estado era
proveniente da agricultura e essa, por sua vez, nem sempre conseguia atender as necessidades
do mercado consumidor, pois era praticada com técnicas de cultivo ultrapassadas. A maioria
da população francesa era composta por camponeses, submetidos em sua grande parte a um
regime de trabalho servil, semelhante ao do sistema feudal, sujeitos a obrigações, como a
talha4, corvéia5, banalidades6 e mais a dízima7, destinadas à Igreja. É importante lembrarmos
também que a situação se agravava mais quando os efeitos climáticos, como inundações e
secas, arruinavam as colheitas e elevavam o preço dos produtos, aumentando a fome e a
miséria da maioria do povo francês.
Pois só a minoria dos camponeses que tinha um constante excedente para vendas se
beneficiava dos preços crescentes; o resto, de uma maneira ou de outra, sofria,
especialmente em tempos de má colheita, quando dominavam os preços de fome
(HOBSBAWN, 2000, p.16).
Mais de um século antes da ascensão de Luís XVI ao poder, em 1774, a França já havia
sofrido diversas crises em sua economia, decorrentes das más administrações de Luís XIV e
Luís XV. Em 1786, França assinou um tratado comercial com a Inglaterra, onde exportaria seu
vinho e importaria tecidos ingleses, isentos da cobrança de impostos. Isso prejudicou
sobremaneira as manufaturas francesas, que não suportaram a concorrência dos tecidos ingleses.
4
Antigo tributo pago durante o modo de produção feudal, ocorrido durante a alta Idade Média.
Trabalho que, durante o feudalismo, o camponês era obrigado a prestar ao seu senhor ou ao Estado, de forma
gratuita, como forma de pagamento ao uso e cultivo da terra.
6
Tributo pago pelo vassalo, para utilizar os pertences do senhor feudal.
7
Décima parte do que se produzia.
5
Em 1789 foram convocados os Estados Gerais, compostos pelos três estados: clero,
nobreza e povo. A última vez que estes estados tinham sido convocados foi em 1614. Uma
das reivindicações da burguesia era que o terceiro estado fosse representado na mesma
quantidade de deputados que a soma do primeiro e do segundo, além de exigir que a votação
fosse individual, e não consensual. Dessa forma eles conseguiriam aprovar as suas
reivindicações, apoiados por alguns deputados dos outros dois estados.
Dada a situação geral e o fato de contar com o apoio popular, o terceiro estado
conseguiu não só aumentar o número de seus deputados, como alterar o sistema de
votação para um outro, no qual o voto de dava por indivíduo (não por ordem),
conseguindo, dessa forma, transformar a instituição em Assembléia Constituinte
(ANDERY, 2000, p.272).
No dia 5 de maio de 1789, os Estados Gerais se reuniram no palácio de Versalhes, e
estavam ansiosos por mudanças políticas. Em 17 de junho de 1789, o terceiro estado, apoiado
por alguns membros do baixo clero e da nobreza, declarou a Assembléia Nacional, que tinha
como objetivo criar uma nova constituição para a França. A reação imediata do rei foi fechar
o local onde se reuniam os membros da Assembléia Nacional. Mas estes juraram permanecer
unidos até que a Constituição Francesa estivesse pronta.
O rei tentou por várias vezes derrubar as decisões da Assembléia Nacional, mas em
virtude das agitações políticas, ele ordenou que os outros dois Estados e unissem ao terceiro,
para que juntos, elaborassem uma constituição para a França. Preocupado com o seu futuro
político, preparou tropas que deveriam reprimir as manifestações do povo e da burguesia. Mas
as tropas reais foram derrotadas pelas tropas financiadas pela burguesia. No dia 14 de julho de
1789, a população de Paris tomou a Bastilha, uma prisão política que simbolizava o
autoritarismo as arbitrariedades cometidas pelo governo francês. Podemos destacar três
principais ideais revolucionários que emergiram: igualdade, liberdade e fraternidade. Com
isso, a agitação revolucionária disseminou-se por toda a França. “A queda da Bastilha, que fez
do 14 de julho a festa nacional francesa, ratificou a queda do despotismo e foi saudada em
todo o mundo como o marco inicial de libertação” (HOBSBAWN, 2000, p.24).
Em agosto de 1789, a Assembléia Constituinte criou a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, baseada nas idéias dos filósofos liberais iluministas. As principais
diretrizes desse documento eram a liberdade, inclusive de pensamento e opinião, o direito à
propriedade, direito de resistência à opressão política e o respeito, por parte do Estado, à
dignidade da pessoa humana. Já em 1790, tomou muitas terras da Igreja e estabeleceu a
Constituição Civil do Clero, subordinando o clero à autoridade do Estado francês. Em 1791,
foi criada uma Constituição que tornava a França uma monarquia constitucional. Os poderes
pertencentes ao Estado foram divididos em três, segundo a teoria de Montesquieu: poder
executivo, legislativo e judiciário. Através dessa nova Constituição, todos seriam iguais
perante a lei, e estava abolida a divisão da sociedade em estamentos.
Luís XVI foi obrigado a declarar guerra contra a Áustria e a Prússia, visto que estas
queriam restabelecer a monarquia absolutista da França. Em 1791, fugiu da França buscando
articular com forças contra-revolucionárias que se organizaram fora do país. Foi preso em
Verennes e levado à capital francesa, onde foi mantido sob vigilância. O exército austroprussiano invadiu a França, mas foi detido pelas tropas francesas. Com força moral para
garantir os rumos da revolução, os principais líderes políticos da burguesia francesa
proclamaram a República em 22 de setembro de 1792.
A partir daí, a assembléia foi substituída por uma Convenção Nacional, cujo objetivo
era elaborar uma nova constituição para a França. Nesse contexto, surgiram novos grupos
políticos no país: os jacobinos, os girondinos e a planície, representados, respectivamente,
pela alta burguesia, média burguesia e a burguesia financeira.
Luís XVI foi julgado por traição à pátria e condenado pelos jacobinos, sendo
decapitado em 21 de janeiro de 1793. A partir daí foi instaurada, sob a liderança de
Robespierre, uma ditadura jacobinista, que procurava aliar as tendências políticas da alta
burguesia com as das camadas mais populares.
Salvos das ameaças de ataques estrangeiros, os girondinos e a planície uniram-se para
derrubar Robespierre, que foi preso em 27 de julho de 1794 e posteriormente decapitado. A
Convenção Nacional passou então a ser controlada por políticos que colocavam em primeiro
plano os interesses da alta burguesia, que elaboraram uma nova Constituição para a França.
Estando concluída em 1795, estabeleceu a continuidade do regime republicano, e este seria
controlado por um diretório composto de cinco membros eleitos pelo poder legislativo. O
governo de diretório durou até 1799, quando Napoleão Bonaparte se destacou e adquiriu
prestígio pelo seu desempenho como militar.
Em 9 de novembro de 1799, no calendário da Revolução, Napoleão Bonaparte, apoiado
por influentes políticos burgueses, dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo
denominado Consulado, que seria exercido por 3 cônsules. Esse golpe recebeu o nome de 18
Brumário, e foi através dele que Napoleão Bonaparte consolidou as conquistas da burguesia,
findando esse ciclo revolucionário, e marcou o início de sua ascensão política.
Podemos dizer que a revolução ocorreu devido ao conflito de interesses entre as
diferentes camadas sociais e às mudanças nos paradigmas de desenvolvimento e vida da
sociedade francesa. Na Revolução Francesa, os ideais das camadas menos privilegiadas
tomam força e principalmente forma, através da ação; o controle monárquico perde força, os
interesses das classes emergentes são deixados de lado, e o que se verificou, foi a busca de um
governo mais democrático e justo. Houve, de fato, uma “revolução social de massa,
diferentemente das revoluções que a precederam e a seguiram, e muito mais radical do que
qualquer uma delas” (ANDERY, 2000, p.269).
2.3 A Unificação Italiana
Em 1815, a Itália encontrava-se totalmente fragmentada, pois estava organizada em
oito Estados distintos. Grande parte desses Estados era controlada direta ou indiretamente pela
Áustria, e aqueles que não estavam subjugados eram comandados por reis conservadores e
absolutistas. Somente após quarenta e cinco anos a Itália teve o seu rei e a unificação foi
efetivada.
Para chegar a isso, foi preciso vencer a dominação estrangeira, depor os governantes
locais absolutos, e unir os diversos entusiasmos de patriotas em apoio a um Estado
pequeno e conservador que ocupava apenas o extremo noroeste do país e cujas
classes superiores falavam habitualmente o francês, e não o italiano (GOOCH, 1991,
p.13)
O Risorgimento foi o movimento que surgiu com o objetivo de unificar a Itália. “A
historia do Risorgimento é o relato de como e porque esses muitos grupos lutaram, primeiro
separados e fracassaram e, a seguir, lutaram juntos e conseguiram êxito” (GOOCH, 1991,
p.14).
Em sua primeira etapa, os membros do movimento apoiavam-se na idéia de usar as
técnicas de rebelião para depor os monarcas absolutistas. Porém, os métodos empreendidos de
nada adiantaram. Verificamos que essa primeira derrota não foi totalmente descartada, pois
permitiu que o movimento avançasse em suas estratégias, visto que não era simples formar
um grupo de ataque; convocar alguns soldados na espera de outros que viessem
espontaneamente, aumentando as fileiras de combate era, de certa forma, uma utopia; através
da derrota, vimos que foi possível traçar novos objetivos. Para que isso pudesse acontecer
realmente era necessário conceber uma ideologia que deveria aceita por todos, e assim
conseqüentemente seria possível congregar uma grande quantidade de pessoas. O fracasso
trouxe para todos a consciência da identidade nacional.
O movimento revolucionário italiano incorporou um forte caráter nacionalista,
principalmente em virtude da atuação de Giuseppe Mazzini, o qual criou uma sociedade
secreta, chamada de Jovem Itália e organizou grupos revolucionários em toda a península. O
Papa Pio IX, eleito em 1846, apoiou esse ardor nacionalista, cujo apogeu se deu com as
revoluções de 1848.
Durante o ano de 1847 foram criados os elementos que possibilitaram a realização da
revolução. Destacamos o papel do papa Pio IX, enquanto liderança que centralizou o
descontentamento do povo. Através de seus discursos e palavras fez nascer o entusiasmo do
movimento que desejava um governo liberal, a independência da Áustria e a unificação da
Itália. Pio IX promoveu um grande programa de reformas nos Estados Pontifícios, e a idéia
foi seguida pelos governantes de Lucca, Toscana e Piemonte.
Destacamos, ainda, a existência de uma situação de revolução, em virtude da crise
econômica do povo. O fato norteador foi a revolta da Sicília, que destronou muitos
governantes absolutistas. Nesse período, a Áustria estava preocupada em finalizar suas
revoluções e a França lutava pela extinção do poder da dinastia do Orléans e o posterior
estabelecimento da Segunda República.
Em janeiro de 1848, a população de Palermo expulsou o exército de Fernando II, o rei
das duas Sicílias, e este, diante de uma eclosão de revoluções populares no continente,
prometeu ao povo elaborar uma constituição. Já Leopoldo II, grão-duque da Toscana,
estabeleceu uma constituição para o povo de seu ducado. Em Turim, o rei Carlos Alberto,
seguindo as orientações do conde Camilo Benso di Cavour, também prometeu ao povo
elaborar de uma constituição.
Terminadas as guerras austro-prussiana contra a Áustria, e a Franco-Prussiana,
completou-se a união no reino da Itália, sendo proclamado como rei Vítor Emanuel II, e em
julho de 1871, sendo que Roma se tornou a capital da Itália unificada.
Foram ideais e ambição que, em conjunto, criaram uma Itália unificada. Os ideais
encontravam-se principalmente na esquerda. Os mártires que morreram diante de
esquadrões de fuzilamento austríacos ou napolitanos santificaram a luta pela
independência. A Jovem Itália manteve vivos os ideais com seu compromisso com a
ação; e Mazzini proporcionou tanto uma ideologia política quanto uma convicção
furiosamente nacional de que a Itália podia e devia passar a existir. (GOOCH, 1991,
p.62-63)
Depois de interferir na guerra Austro-Prussiana, em 1866, aliando-se à Prússia, a Itália
conseguiu o estado de Veneza pela Paz de Viena e, com o apoio na guerra Franco-Prussiana,
em 1870, ela recebeu os Estados Vaticanos. As relações com o poder papal foram
restabelecidas pelos Tratados de Latrão.
Podemos dizer que a Unificação Italiana foi um processo popular, visto que o povo
queria mudanças, os líderes das revoluções surgiram do povo e trabalharam pelo povo, e sua
participação maciça deu legitimidade ao processo; a união dos ideais e da ação possibilitou a
mudança na história do país. Identificamos que a ação de grupos isolados não trouxe
resultados positivos para o processo de unificação; somente após lutarem juntos foi possível
chegarem ao objetivo esperado. Havia um sentimento nacionalista disseminado por toda a
Europa, e foi este que fez surgir aspirações entre os povos da península itálica para torná-la
um país.
2.4 Considerações acerca dos fatos históricos
Pudemos perceber que as transformações pelas quais passaram a Europa no decorrer
das revoluções estudadas mudaram completamente as concepções de desenvolvimento,
relações de produção e relações sociais até então vigentes. A revolução industrial trouxe
consigo o desenvolvimento de técnicas avançadas de produção de mercadorias, que
impulsionou o capitalismo e dinamizou as relações sociais de produção, no que diz respeito à
dominação dos donos dos meios de produção em relação aos detentores da força de trabalho.
A indústria se desenvolveu graças à exploração dos trabalhadores nas fábricas, sejam
eles homens, mulheres ou crianças, em troca de uma quantia insignificante para a
subsistência. Através da Revolução Industrial, o conhecimento técnico se difundiu por toda a
Europa, que posteriormente possibilitou o desenvolvimento de outras nações, inclusive a
Itália.
A Revolução Francesa foi cercada de ideais revolucionários, articulações políticas e
fundamentalmente o desejo de se estabelecer uma nova forma de governo, mais justa e
democrática. Podemos considerar que essa revolução foi a revolução das idéias, pois novos
paradigmas foram estabelecidos, e o bem-estar geral era uma necessidade primordial. Os
ideais de igualdade, liberdade e fraternidade que tomaram forma nesse período surgiram em
decorrência da situação em que França se encontrava, e foi através de manifestações
populares, da atuação de grupos revolucionários que a revolução transformou o país.
Aqui também podemos estabelecer uma semelhança com a Unificação italiana, pois a
junção dos muitos reinos existentes na península itálica foi fruto da união dos ideais das
classes menos favorecidas em favor da criação de um Estado único, envolvidas por uma forte
ambição e sentimento de identidade nacional, além da motivação coletiva em busca da
liberdade e da independência.
Todo esse quadro transformador assistido contribuiu para o processo de expulsão de
milhares de italianos para os mais diversos lugares no mundo. Com a unificação, a
industrialização foi possível, mas o país já não era mais capaz de absorver toda a mão-de-obra
existente. A única saída encontrada foi a emigração. E o Brasil tornou-se a pátria de muitos
que buscavam uma transformação na sua vida, e mais do que isso, a continuidade de sua
sobrevivência.
3 Relevância do tema
Pensar em um processo migratório tão importante para a constituição social do Brasil
nos remete a um estudo histórico-sociológico, que de certa forma já foi amplamente mapeado
por essas duas áreas de conhecimento. Muito já foi debatido sobre a imigração italiana, mas
acreditamos que, em um primeiro momento da pesquisa científica, é necessário percorrer este
caminho teórico já traçado.
Dentro do contexto histórico da imigração, podemos destacar um primeiro fluxo
migratório de europeus para o Brasil por volta de 1850, fundamentalmente voltado para
fundar colônias de povoamento, incentivado pelo governo imperial; a maior parte da
população imigrante dirige-se para a região sul do país, devido às condições climáticas
semelhantes aos países de origem. Nestes locais ocorreu a preservação de traços culturais
trazidos pelos imigrantes, pois as famílias permaneciam unidas, vivendo em comunidades
normalmente isoladas das comunidades autóctones durante muito tempo. “Portanto, não se
pode esquecer que esses homens e mulheres tinham uma história anterior ao ato de emigrar e
que, ao chegarem, trouxeram hábitos e anseios próprios e fortemente arraigados“ (ALVIM,
1986, p.14).
Com relação ao estado de São Paulo, Zuleika Alvim (1986) considera três momentos
que mais marcaram o processo migratório italiano: primeiramente, um período que vai de
1870 a 1885, foi assinalado pela chegada de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café,
principalmente no estado de São Paulo. Nesse período destacou-se a chegada de grandes
núcleos familiares que trabalhavam basicamente na agricultura italiana e depositavam no
Brasil a esperança de conseguir terras para cultivo.
O segundo momento, já em 1885-1902, quando os cafeicultores subsidiam a vinda de
mais imigrantes para fortalecer a massa trabalhadora.
Será a partir do fim dos anos 70 que emigração italiana para o Brasil começará a
assumir um aspecto mais preciso e dimensões apreciáveis, e até, a transformar-se em
fenômeno de massa entre 1887 e 1902, contribuindo, de modo decisivo, para o
aumento demográfico do país (TRENTO, 1989, p.18).
Um terceiro momento, de 1902 a 1920, quando os cafeicultores paulistas se
consolidaram no poder federal e estabeleceram uma política migratória para todo o país,
baseada nos moldes paulistas. Este período caracterizou-se pela entrada de italianos do sul,
que eram, em sua grande maioria, solteiros.
Com uma diferença, porém, definida pela queda brusca na entrada de italianos,
basicamente porque passaram a ser atraídos pelo mercado de trabalho norteamericano, e menos em decorrência das restrições determinadas pelo Decreto
Prinetti, com o governo italiano, em 1902, proibiu a emigração desenfreada de seus
súditos para o nosso país (ALVIM, 1986, p.21).
“Miséria! Esta é a verdadeira e exclusiva causa da emigração transoceânica entre
1880 e Primeira Guerra Mundial” (TRENTO, 1989, p.30). Para a Itália, a emigração foi uma
forma de “conter o pesadelo do desemprego” que assolava o país; e para o Brasil, foi uma
solução para o problema da mão-de-obra livre, que surgira logo após a libertação dos
escravos, em 1888. Deve-se observar que ela configurou também como uma forma de
resistência à introdução do capitalismo no campo, à exploração que os camponeses sempre
foram submetidos.
Dentro do processo histórico vivido pelos italianos em São Paulo e no Brasil como um
todo, surge em 1887, no município de Piracicaba, a Società Italiana di Mutuo Soccorso, cujo
objetivo era prestar assistência aos seus associados e suas famílias, de forma a garantir o
auxílio necessário para sua sobrevivência, além de orientá-los no processo de estabelecimento
e adaptação no país.
Em nossas primeiras pesquisas sobre o assunto, verificamos que havia uma
concentração de imigrantes italianos em Piracicaba no final do século XIX. Na Itália, grande
parte deles eram pequenos proprietários agrícolas ou funcionários desses proprietários, e
vieram para o Brasil para trabalhar em fazendas já constituídas, e os que chegaram a se tornar
proprietários agrícolas, além daqueles que exerciam outras atividades no campo ou nas
cidades, ambos encontravam dificuldades em viabilizar seus projetos. Nesse momento,
explica-se o caráter de ajuda mútua que a Società trouxe consigo desde sua fundação: ela
surge como centro de referência para o atendimento dos italianos que se estabeleceram na
cidade.
Mas, temos conhecimento, através de entrevista com membros da diretoria atual 8, que
a Società Italiana di Mutuo Soccorso não tinha apenas um caráter beneficente. Ela também
proporcionava aos seus sócios outras atividades, de caráter cultural, e estas agregavam seus
membros e famílias, promovendo a manutenção dos costumes e das tradições trazidas de seu
país de origem. Assim, foi possível realizar freqüentemente grandes eventos, como reuniões,
festas de casamentos, apresentação de peças de teatro, cinema, música, jogos, entre outros.
Através desses encontros de caráter cultural, seus membros tinham também a possibilidade de
conhecer um pouco mais do país no qual se estabeleceram, seus costumes, cultura, códigos
jurídicos, entre outros. A Società deu aos seus associados um espaço que lhes era próprio,
onde identificavam sua vida e sua história.
Segundo informações colhidas em campo, soubemos que nos seus primeiros anos de
existência, a Società organizava suas reuniões, principalmente as da diretoria, no Salão do
Recreio, localizado no bairro Monte Alegre. Em 1904, em busca de suprir as necessidades da
Società enquanto uma instituição voltada para um público específico, a diretoria emitiu 600
ações para serem vendidas, que posteriormente reverteram em capital necessário para a
construção de um prédio próprio, que constituiria a sede oficial da instituição, mais adequada
para atender a demanda dos sócios.
Verificamos que o que permaneceu na atualidade sobre a história da Società Italiana
de Mutuo Soccorso é baseada no senso comum, em comentários ou relatos fragmentados, o
que não nos permite analisar corretamente a trajetória dessa instituição. No período que
compreende o final dos anos 1930 até o final dos anos 1990, a entidade deixou de exercer
suas atividades que outrora eram realizadas por ocasião da sua fundação, em virtude de
legislação no governo Getúlio Vargas que proibia a existência de entidades puramente
estrangeiras, transformando-se em Sociedade Ítalo-brasileira. No final dos anos 1990, um
grupo de descendentes de italianos piracicabanos lutaram pela reintegração de posse do
prédio, há muito abandonado, e os objetivos primeiros da entidade vem, desde então, sendo
recolocados à sociedade piracicabana. Reconstruir a sua história é um desafio, uma vez que
existem muitos documentos primários que serão manipulados e auxiliarão na pesquisa.
Diante dessa realidade e dos contatos realizados junto a esta entidade específica,
destacamos a relevância do tema, pois é necessário reconstruir sua trajetória institucional, a
8
Entrevista concedida por Bruno Fernandes Chamochumbi, agente cultural da Società Italiana di Mutuo
Soccorso, em 02 de maio de 2003.
qual poderá deixar de ser um conhecimento de senso comum para transformar-se em objeto
de pesquisa científica de conhecimento histórico-sociológico. Este projeto será um primeiro
passo para a organização, sistematização e interpretação das fontes primárias encontradas na
entidade e que contribuirá para abrir novas possibilidades de reutilização daquele espaço.
O objetivo desse estudo que está sendo desenvolvido é reconstruir a trajetória
institucional da Società Italiana de Mutuo Soccorso, entre os anos de 1887 e 1930, período
em que funcionou como um espaço político-cultural agregador para imigrantes italianos e
seus descendentes.
No decorrer da pesquisa, aspiramos identificar os fundadores dessa entidade e seus
membros, bem como a classe social a que pertenciam, possibilitando assim entender os
objetivos propostos para a criação da instituição e a quem ela servia.
Dentro dessa reflexão, abordaremos a fundação da Società em 1887, que se
estabeleceu no bairro Monte Alegre, e a posterior construção, em 1904, da sede oficial, na
área central do município. Nessa perspectiva, poderemos verificar quais eram os interesses
dos membros dessa instituição e a influência que exerciam na política da cidade.
Buscaremos também nesta pesquisa, identificar os acontecimentos que culminaram na
mudança de objetivos da Società Italiana di Mutuo Soccorso, em função da II Guerra Mundial
e a proibição de instituições estrangeiras no Brasil, período em que tornou-se Sociedade Ítalobrasileira.
4 Referências Bibliográficas
ALVIM, Zuleika M. F. Brava Gente! Os italianos em São Paulo (1870-1920). São Paulo:
Brasiliense, 1986.
TRENTO, Ângelo. Do outro lado do Atlântico – um século de imigração italiana no Brasil.
São Paulo: Nobel, 1989.
ANDERY, Maria Amália Pie Abib et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva
histórica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: Educ, 2000.
ARRUDA, José Jobson de Andrade. A revolução industrial. São Paulo: Ática, 1991.
GOOCH, John. A Unificação da Itália. São Paulo: Ática, 1991 (Série Princípios).
HOBSBAWM, Eric J. A revolução francesa. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2000 (Coleção
Leitura).
HOBSBAWM, Eric J. Nações e nacionalismos desde 1780: programa, mito e realidade. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 21ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
MARX, Karl. O capital - o processo de produção do capital. São Paulo: Bertrand Brasil,
1996.
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