Entendendo as Teorias Filosóficas: As Cartas do

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Jornal Oficina de Idéias, vol. Jan02, 2002, pp. 10-10.
Entendendo as Teorias
Filosóficas: As Cartas do Tarot
ou um Microscópio.
Néliton Azevedo.
Cita: Néliton Azevedo (2002). Entendendo as Teorias Filosóficas: As Cartas
do Tarot ou um Microscópio. Jornal Oficina de Idéias, Jan02 10-10.
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Entendendo as Teorias Filosóficas
As Cartas do Tarot ou um Microscópio
Néliton Azevedo
Economista, Doutor em Educação
Especialista em Relações Internacionais
Editor da Revista Práxis
Vimos que existem várias Escolas e Teorias Filosóficas. Algumas são parecidas entre si, outras partem de
pontos de vista totalmente diferentes e até mesmo antagônicos. Como podemos entender essas semelhanças e
diferenças?
Certamente devemos começar por separar e classificar as diversas tendências filosóficas existentes.
Poderemos adotar muitos critérios para essa separação. Muitos livros e manuais de Filosofia fazem essa
classificação. Utilizam as mais diferentes maneiras de analisar o problema. Alguns classificam por região de
origem: assim falam em filosofia chinesa, filosofia grega, filosofia alemã etc. Outros usam razões morais para
a seleção: falam em filosofia ética, filosofia da bondade etc. Outros ainda classificam por inclinações
religiosas: falam de uma filosofia herege, uma filosofia protestante. Seja qual for o critério utilizado, existe
uma separação que acaba por se impor a todas as outras: as escolas filosóficas se dividem conforme
considerem que a realidade existe por si só ou é fruto da imaginação e razão humana. Alguns filósofos e suas
obras consideram que o mundo e a realidade tem existência própria, independente de nossa vontade ou
intelecto, e que não podem ser criados ou anulados pela consciência humana. Chamamos esse grupo de
realista ou materialista. Outros, de diversas maneiras, afirmam que a realidade é uma característica ou
resultado da razão e da consciência humanas. Chamamos esse grupo de idealista. Naturalmente, esses termos
são empregados aqui de uma maneira diferente de seu uso corriqueiro. Como podemos perceber, uma ou outra
maneira de pensar são inconciliáveis e estarão permanentemente separadas. Não é possível um meio-termo ou
uma posição conciliadora dos dois pontos de vista.
Se eu acredito que vestindo aquela camisa, que sempre me trás sorte, meu time sairá vitorioso no próximo
domingo, então esse meu comportamento pertence ao segundo grupo. Se eu sei de uma simpatia infalível para
curar asma, também sou partidário do segundo grupo.
Se eu acredito que é preciso estudar e analisar cada situação antes de enfrentá-la, essa é uma atitude partidária
do primeiro grupo. Se eu acredito que os passarinhos não cantam para me alegrar, embora eu possa ficar feliz
ao ouvi-los cantar, essa crença também pertence ao primeiro grupo.
Todo e qualquer pensamento humano, teoria, atitude de vida e convicção parte de um dos dois grupos, sem
exceção. Ambos formam uma espécie de base de onde partiram e partem todas as formas de pensar, em todos
os povos e em todas as épocas da existência da humanidade. Inclusive o nosso ponto de vista sempre se apoia
em um ou outro.
Meu caro leitor, se você conhece alguma simpatia infalível para curar um problema de saúde faça-a. Mas,
antes, procure um bom médico e siga tudo que ele recomendar.
Para Colocar num Box:
"Não há conhecimento inato pela mesma razão por que não há árvore que traga folhas e frutos ao sair da terra"
- Voltaire, o Humanista, Dicionário Filosófico, pág. 146. Voltaire foi uma das mentes mais brilhantes do séc.
XVIII. Nascido em Paris, suas obras criticavam o obscurantismo feudal e a intolerância. Foi um dos
precursores da Revolução Francesa. Era partidário do primeiro grupo.
Para Colocar num Box:
"[...] O Universo foi criado por essa explosão, o Big Bang, há cerca de 20 bilhões de anos atrás." - O Universo
aos Olhos da Física, Karl Segan. Frase amparada no segundo grupo.
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