Genotoxicidade em pacientes renais crônicos em tratamento

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
Restani, RG*; Gonçalves, TTS**; Sphor, SLS; Roth, JM; Martino-Roth, MG; Garcias, GL
Laboratório de Genética, Escola de Medicina, UCPel.
* Bolsista CNPq
** Bolsista BIC-UCPel
Genotoxicidade em pacientes renais
crônicos em tratamento hemodialítico
Segundo Stopper (2001), uma das conseqüências da doença renal crônica é o elevado risco de câncer.
E isso ocorre tanto nos pacientes com insuficiência renal crônica sem tratamento hemodialítico, como
entre aqueles que são mantidos em hemodiálise (HD). A HD usada para compensar a função renal
deficiente em pacientes urêmicos não é totalmente inofensiva para as células sangüíneas, e há um
consenso que esse tipo de paciente tem um alto risco para o estresse oxidativo e em conseqüências
danos no DNA. A HD constitui-se num processo de transferência de massa entre o sangue e o líquido
de diálise, modulado por uma membrana semipermeável artificial. Na HD o sangue é obtido de um
acesso vascular (cateter venoso, fístula arteriovenosa ou prótese), sendo impulsionado por uma bomba
para o sistema de circulação extracorpórea onde se encontra um filtro (dialisador). Determinados
tratamentos podem causar, além dos benefícios óbvios, problemas devido às substâncias utilizadas.
Esse estudo teve por objetivo avaliar o provável efeito desse tratamento no material genético desses
pacientes, através do teste de micronúcleos (MN), analisando em 2.000 células esfoliadas da mucosa
oral de cada indivíduo, células com micronúcleos (CMN), binucleadas (CBN), núcleos ligados (CNL)
e total de micronúcleos (TMN). As principais características são colocadas a seguir: idade média 50,45±9,87 anos; sexo - 10 mulheres e 10 homens; doenças mais freqüentes - hepatite HCV +,17
pacientes, HBAg +,6 pacientes; herpes - 4 pacientes; tempo médio de tratamento - 7,60±5,49;
nível de creatinina - 10,07±2,51; fumantes - 3 pacientes; uso de bebida alcoólica - 6 pacientes.
Grupo controle: idade média - 50,50±10,55 anos; sexo - 10 mulheres e 10 homens; doenças mais
freqüentes - hepatite HCV +, 2 pessoas, HBAg + ,1 pessoas; fumantes - 2 pessoas. Os dados foram
armazenados no programa SPSS “for windows” versão 10.0 e analisados pelo teste de Mann-Whitney
U. Nos pacientes em tratamento hemodialítico a média de CMN foi 5,60±5,31; de CBN, 2,20±2,71;
de CNL, 2,25±4,20 e TMN, 5,60±5,30. No grupo controle a média de CMN foi 1,50±2,01; de
CBN, 4,20±3,85; de CNL, 2,25±3,58 e de TMN, 1,76±2,24. O número de CMN e TMN diferiu
significativamente (p=0,004 e p=0,007, respectivamente) entre os pacientes de HD e os controles,
demonstrando uma possível ação genotóxica desse tratamento.
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