modernidade - Colégio Monte Sinai

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MATERIAL DE APOIO EM SOCIOLOGIA -1° SERIE
COLÉGIO MONTE SINAI – 2014.
MODERNIDADE
Um Brasil Moderno!
Entre 1960 e 1980 o êxodo
cidades, mas é bom salientar
rural brasileiro alcançou um
que estamos analisando o
total
aspecto
de
27
pessoas.
milhões
Poucos
conheceram
de
da
modernização
países
que se dá no Brasil com a
movimentos
valorização das cidades em
da
democracia racial é a
ideia de que haveria no
Brasil, ao contrário de
se considere a proporção ou
industrialização é uma das
outros países como África
a quantidade absoluta da
maiores
do Sul e Estados Unidos,
população rural atingida.
valorização das cidades. Em
uma
importância do êxodo rural é
geral
pacífica
confirmada
modernidade
examina
dos
últimos
50
padrões
têm
DEMOCRACIA RACIAL É
de
como
as
UM MITO QUE PRECISA SER
DESCONSTRUIDO, POIS SE
1950, a cada
NÃO SOMOS RACISTAS DE
dez anos, um
ONDE VEM AS COTAS?
em cada três
brasileiros
vivendo
pela
referência
desde
meio
os
os
dados
anos:
se
responsáveis
A
Mito
detrimento
quando
campo.
O
migratórios tão intensos, quer
A
do
DEMOCRACIA
RACIAL
rural
todos
teriam
chances
iguais
individualmente
as
sucesso.
europeias
chances, nega-se toda a
e
história de escravidão de
ense.
no
que
das etnias, e
experiênci
estadunid
DANIEL MORAIS
convivência
Um
país
seria
um
tanto
de
Sobre
essas
nosso país.
Gilberto
Freyre,
sociólogo brasileiro dos
migrou para as cidades e, na
mais moderno quanto mais
anos
1930,
foi
década
seu
responsabilizado
pela
de
tendência
se
1990,
essa
manteve.
A
sistema
político
mecanização da agricultura
industrializada
e mecanização do campo,
população urbana.
fatores que suprimem a mão
fosse
democrático, sua economia
As
e
teorias
sua
da
criação
deste
embora
não
dito
ou
“mito”,
houvesse
escrito
diretamente
com
nada
este
de obra e transformam as
modernização
várias formas de propriedade
uma grande dicotomia entre
nome. Mas foi através de
são os maiores responsáveis
dois
sua
pelo êxodo rural. Onde as
tradicional,
representada
maquinas
substituir
pelo
e
trabalho
representada pelos centros
vem
diretamente
a
o
humano. Tal efeito se dá nas
tipos
passam
de
campo,
por
sociedade:
moderna,
urbanos, as cidades.
obra
que
teria
surgido esta ideia de que
no Brasil não há racismo,
então
os
adotaram
que
a
seguiram
repetindo o mesmo erro
[Escolha a data] [Edição 1, Volume 1]
que o autor cometeu no
início do século XX.
Colégio Monte Sinai – 2014.
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
Uma sociedade de classes!
A
Estratificação
acentuada
é
principais
Social
exemplo:
das
católicos,
uma
causas
desigualdade
social
brancos,
protestantes,
indica
a
etc.
nossa sociedade das antigas
de
desigualdades
seja,
sociais,
existe
porque
desigualdades.
uma
determinada sociedade. Ela
existem
Podemos
desigualdade
de
áreas:
que
ocupam
posições diferentes.
de estratificação social:
a
possibilidade
mobilidade
em
de
social.
Diferentemente
da
sociedade medieval na qual
nascesse
servo,
a
morreria servo, e na qual não
diversas
era possível lutar por direitos e
por uma oportunidade de
*Oportunidade
São três os principais tipos
é
quem
perceber
indica a existência de grupos
pessoas
ou
estratificação
entre
de
características
no
diferenças, de desigualdades
pessoas
das
fundamentais que distingue
social
existência
Umas
homem, mulher, pobres, ricos,
A estratificação é fruto das
estratificação
tornando-as mais evidentes.
da
mundo.
A
negros,
de
trabalho
*Acesso
baseada na posse de bens
informação
de
classe.
sociedade
*Cultura / lazer
Estratificação econômica:
mudar
aos
Na
ocidental
contemporânea,
meios
de
por
exemplo, isto já é possível, e a
mobilidade
social
se
dá
materiais, fazendo com que
*Acesso à educação
especialmente
como
haja pessoas ricas, pobres e
*Gênero (homem/mulher)
consequência
dos
em situação intermediária;
*Raça
investimentos em educação,
*Religião
dos
*Economia (rico/pobre)
formação
A
Estratificação
baseada
na
política:
situação
de
mando na sociedade (grupos
e
de
capacitação
social
para o trabalho, que podem
que têm e grupos que não
esteve presente em todas as
vir tanto do Estado quanto da
têm poder);
épocas: desde os primeiros
própria iniciativa social. Em
grupos de indivíduos (homens
muitas
baseada nos diferentes graus
das
mobilidade social pode ser
de importância atribuídos a
tempos. Ela apenas mudou
reivindicada
cada
de forma, de intensidade, de
movimentos sociais que, em
sociedade. Por exemplo, em
causas.
sua
nossa sociedade valorizamos
Industrial e a transformação
legitimidade
muito mais a profissão de
dos
posição marginal de poder
advogado do que a profissão
contribuíram
de pedreiro.
questões
Estratificação profissional:
profissional
pela
A estratificação social é a
estratificação
investimentos
cavernas)
grupos
discutidas
que
econômicos
para
que
sobre
as
a
maioria,
meio
e
diante
características
principalmente
depois
como
advento
capitalismo,
do
de
da
em que se encontram na
sociedade.
percebidas,
parecidas,
a
reivindicam
visualizadas,
apresentam
por
por
desigualdade social fossem
melhor
indivíduos
nossos
Revolução
sistemas
separação da sociedade em
de
A
até
ocasiões,
do
Florestam Fernandes
Em relação ao processo de formação social do Brasil, o sociólogo Florestan Fernandes escreveu:
Colégio Monte Sinai – 2014.
Lembre-nos de que a vinda da família real, em 1808, da abertura dos portos e da independência, à
abolição em 1888, a proclamação da república e a revolução liberal, em 1930, decorrem 122 anos, um
processo de longa duração que atesta claramente como as coisas se passaram. Esse quadro sugere
desde logo, que os grupos sociais que dispunham da capacidade econômica de poder político para
absolver os efeitos construtivos das alterações ocorridas nas estruturas sociais, foram se adaptando a tais
mudanças sem perder com isso o controle da sociedade que se formava.
Ao analisarmos as transformações no seu aspecto de modernidade podemos afirmar que a
modernização conservou determinadas estruturas de poder, nelas as elites passam a se adaptar aos
novos modelos impostos pela modernização. É bom salientar que algumas coisas não permitiam ao Brasil
modernizar-se rapidamente como seu aspecto escravista. O escravismo se tornara um símbolo do atraso
econômico e político, onde os escravos que constituíam grande parte da população brasileira não
possuíam poder de compra o que tornava o mercado brasileiro infértil aos interesses estrangeiros, daí as
pressões internacionais na busca do fim do escravismo.
Acabar porém com a escravidão se tornara algo cada vez mais obrigatório ao Brasil, pois senão este
andaria na contramão do desenvolvimento de importantes economias globais, mas o fim da escravidão
não iria apagar aquilo que se nutria por anos na economia retrógada de um país escravagista, o
racismo. Com o fim da escravidão houve também um anseio político de embranquecer a população
brasileira a partir do incentivo as migrações.
BRASIL
Os militares e políticos brasileiros que proclamaram a República, em 1889, estavam fortemente
imbuídos da ideologia positivista. Apesar de ser uma filosofia criada na França, o positivismo teve muito
mais sucesso no Brasil que no seu país de origem. Tão forte foi o positivismo no Brasil que, até hoje, existe
o que é chamado de arquitetura positivista, referindo-se aos prédios que foram mandados construir por
aqueles que estavam no poder durante a República Velha (1889-1930). Há mesmo cidades, como Rio de
Janeiro e Porto Alegre, onde ainda existem templos positivistas. A bandeira brasileira tem como lema a
frase "Ordem e Progresso", mostrando a centralidade de Auguste Comte em nossa simbologia (Carvalho,
1990).
Para parte das elites brasileiras, o positivismo era uma ideologia que vislumbrava a modernidade e
justificava os meios autoritários para alcançá-la. Foram militares positivistas os primeiros que se
preocuparam em relação ao que fazer com os indígenas. Assim, o marechal Rondon, que dedicou sua
vida às populações indígenas, frisava que eles deveriam ser respeitados e não mortos, mas sua ideia era
de integrá-los à civilização. O positivismo era uma forma não só do Brasil se modernizar em relação à
Europa, mas também dos índios se civilizarem em relação ao Brasil. Era tudo uma questão de estágios,
numa linearidade evolucionista que se encaixava na ideia de progresso do positivismo.
É da época da República Velha a tendência de intelectuais pensarem o Brasil e discutirem a
viabilidade de haver uma civilização nos trópicos. Dois seriam os obstáculos a este projeto: raça e clima.
Intelectuais como Silvio Romero, Euclides da Cunha, Nina Rodrigues, Oliveira Vianna e Arthur Ramos,
preocupados em explicar a sociedade brasileira através da interação da raça e do meio geográfico,
eram profundamente pessimistas e preconceituosos quanto ao brasileiro, que é caracterizado como
apático e indolente, e à nossa vida intelectual, destituída de filosofia e ciência e eivada de um lirismo
subjetivista e mórbido. A única solução visualizada era o embranquecimento da população por meio da
vinda de imigrantes europeus.
Foi na década de 30, com Gilberto Freyre, que se criou uma nova visão racial do Brasil, em que o país
passa a ser visto como uma civilização tropical de características únicas, como a mestiçagem e a
Colégio Monte Sinai – 2014.
construção de uma democracia racial. Na visão de Freyre, a mistura racial não era um problema, mas
sim uma vantagem que o Brasil teria em relação a outras nações. A ideologia da "democracia racial" é
tão forte no Brasil que permeia parte do pensamento sociológico e o senso comum brasileiro (Ortiz, 1985).
Se foi possível desenvolver uma visão completamente positivista da colonização brasileira, como
podemos imaginar o processo de modernização sofrido pela sociedade? Em outras palavras, será que a
visão de Gilberto Freyre sobre esse processo foi igualmente positivista? Nossos estudos m ostra que não.
Para Gilberto Freyre a abolição da escravatura, a república, a urbanização e o progresso significa tão
somente a decadência dos valores patriarcais e não produziram maior equilíbrio social.
Em 1922, quando o Brasil completava cem anos de independência de Portugal, foi criado o Partido
Comunista do Brasil, a rigor o primeiro partido nacional do Brasil, uma vez que, até aquela época, os
partidos eram regionais. Foi também naquele ano que ocorreu a primeira revolta tenentista. Os tenentes
eram jovens oficiais do Exército Nacional que, tendo conhecido diferentes partes do Brasil, sentiam um
difuso mal-estar em relação à maneira como a política era conduzida pelas elites e passaram a ter
projetos autoritários a respeito de como governar o povo.
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