Enviado por washingtonkb

Caixa ou Competencia

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Entenda a diferença entre regime
de caixa e regime de
competência
Avaliar a situação de uma empresa é uma tarefa que exige prática. É um
exercício mesmo. Quanto mais você faz, mais entende o funcionamento e
melhor consegue traduzir números em decisões. Existem duas formas de fazer
essa análise e é preciso entender a diferença entre regime de caixa e regime de
competência.
Importante para equilibrar as contas, organizar os investimentos e, como
consequência de tudo isso, garantir o crescimento do seu negócio, a forma de
acompanhar contas a pagar e a receber é simples e tem usos claros. Confira.
Diferença entre o regime de caixa e o regime de competência
Entender essa distinção entre o regime de caixa e o regime de competência,
em primeiro lugar, é essencial para saber como cada um deles pode ajudar nos
assuntos administrativos. Claro que há questões tributárias envolvidas, mas a
prioridade aqui é entender a forma que cada um impacta na tomada de
decisões.
Regime de competência: antecipando lançamentos
Para fins de Imposto de Renda, a legislação brasileira e os princípios
contábeis consideram o regime de competência o oficial. Ou seja, qualquer
empresa, de qualquer tamanho, pode utilizar esta modalidade. No caso de
médias e grandes empresas e instituições financeiras, no entanto, esta é a
maneira obrigatória de fazer os registros contábeis.
O regime de competência facilita a observação dos resultados de uma
companhia, da sua situação financeira e patrimonial. Neste caso, despesas e
receitas são contabilizadas no momento em que elas ocorrem (data do fato
gerador), não importando quando haverá pagamentos ou recebimentos.
Portanto, se uma empresa negociou com um fornecedor a compra de
determinada matéria-prima e acertou o pagamento em duas parcelas, uma para
30 e a outra para 60 dias, no regime de competência o valor integral dessa
operação será contabilizado no momento da formalização da compra, no ato
da emissão da nota fiscal pelo fornecedor. Quando o pagamento for efetuado,
em 30 e 60 dias, embora saia dinheiro do caixa, essa atividade já terá sido
registrada e não precisará mais constar.
A situação é semelhante em caso de venda de algum produto. Se no ato da
venda o cliente acertou uma entrada e deixou para pagar o restante só em 30
dias, ainda que este valor não esteja integralmente fazendo parte do
patrimônio da empresa, ele já deverá ser contabilizado nesse momento.
A vantagem desse regime é a possibilidade do empreendedor planejar com
mais facilidade seus investimentos futuros, uma vez que as movimentações
financeiras, mesmo as que ainda não foram quitadas, já estão consideradas no
seu balanço e balancete.
Outra vantagem é avaliar a depreciação, coisa que só é possível pelo regime
de competência. O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), um dos
mais importantes relatórios de gestão, é confeccionado por este regime e, com
base neste relatório, é possível avaliar se a empresa teve lucro ou prejuízo em
um determinado período de tempo.
Regime de caixa: o mais próximo do seu dia a dia
O regime de caixa considera as negociações no momento em que há a
transação financeira. Aproveitando o exemplo que já utilizamos, você
contabilizaria a compra com o seu fornecedor somente quando fosse pagar a
primeira parcela, em 30 dias, e o outro lançamento seria somente após 60 dias.
Os pagamentos do seu cliente também obedeceriam a mesma regra: a entrada
(sinal) seria considerada no ato e o restante somente depois de 30 dias,
conforme a negociação.
O regime de caixa costuma ser o mais usado pelos gestores para avaliar a
situação financeira de uma empresa porque ele está diretamente ligado
ao fluxo de caixa. Quando se observa somente a movimentação financeira, é
este regime que está sendo adotado. É uma conta lógica porque permite uma
visualização exata do que se tem naquele momento. A conta, assim, fica mais
fácil, afinal, você só acrescenta ou tira valores daquilo que você possui no
caixa no momento em que essas operações — sejam de entrada, sejam de
saída — são realizadas. Não é preciso previsões ou projeções.
Muito mais que essa questão lógica, porém, há a possibilidade na legislação
das micro e pequenas empresas e todas as que atuam com regime de lucro
presumido, em fazer a contabilidade e o pagamento dos tributos usando o
regime de caixa, desde que mantenham o controle dos recebimentos no
período, possuam arquivos com a memória dessas operações.
No fim das contas, acaba sendo mais prático e fácil de compreender. É por
meio dele que são confeccionados os demonstrativos financeiros da empresa,
como por exemplo o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).
Na prática, como funcionam o regime de caixa e de competência?
Claro que, se o importante fosse apenas a questão da facilidade, o regime de
competência não seria uma opção para os micro e pequenos empresários, não
é verdade? Para entender o papel e as vantagens de cada um de modo
comparativo, nada que um bom exemplo não consiga ilustrar para que você
entenda como cada uma dessas formas de contabilização pode ajudar no seu
dia a dia. Então vamos lá!
Para começar, precisaremos colocar datas e valores naquele primeiro exemplo
que foi exposto lá no começo do texto. Portanto, imaginemos que a compra de
materiais que a sua empresa fez com o fornecedor foi de R$ 10 mil, e ela foi
realizada no mês de janeiro. O negociado foi que você não daria nada de
entrada e pagaria R$ 5 mil em 30 dias e mais R$ 5 mil em 60 dias.
No regime de competência, esse valor integral já será considerado na
contabilização do mês de janeiro. Portanto, R$ 10 mil de saída naquele mês,
mesmo que efetivamente não tenha havido retirada de dinheiro do seu caixa.
Já no regime de caixa, não constará nada em janeiro. Os lançamentos serão
feitos apenas em fevereiro e março, R$ 5 mil em cada mês. Assim, ao olhar
para o seu fluxo de caixa, por este sistema, você não terá em números a
realização dessa operação no mês em que ela foi realizada. Em um descuido, é
possível que se faça outra dívida por não constar nenhuma saída no mês de
janeiro.
É como se fosse um cartão de crédito. Depois de realizar alguma operação,
como a pessoa só pagará no vencimento da fatura, aquele valor não é
registrado no controle financeiro pessoal naquele momento. Por não recordar
da compra efetuada, este personagem realiza outra compra e acaba
comprometendo as contas de uma maneira diferente da que ele estava
preparado para pagar. Os cartões de crédito, portanto, funcionam numa
espécie de regime de caixa.
Por outro lado, se você sabe que há o comprometimento de determinado valor
no momento em que a negociação foi fechada, não há esse risco. Assim, sob
um aspecto, você tem um controle melhor a respeito das suas projeções, do
futuro da sua empresa. Por outro, há uma visualização mais aproximada do dia
a dia, compatível com o fluxo de caixa.
O ideal seria que todos os gestores tivessem uma visão dos dois conceitos, de
modo a utilizá-los em conjunto para um melhor direcionamento dos negócios
e das decisões. Até porque muitas vezes a empresa pode ter um bom resultado
no DRE, por conta do volume de vendas e da margem de lucro calculada
sobre os produtos, mas os processos de pagamentos e recebimentos estão mal
alinhados, o que afeta negativamente a disponibilidade de dinheiro no caixa:
cenário que pode ser esclarecido justamente pelo acompanhamento do DFC.
Compreender os regimes de contabilidade da sua empresa é muito mais do
que entender a maneira mais vantajosa de fazer os acertos tributários e
entender o trabalho dos seus contadores. É uma forma madura e completa de
entender a melhor maneira de conduzir o seu negócio, organizar as finanças e
trabalhar para um resultado que faça você alcançar os seus objetivos com mais
solidez e confiança.
Tem dúvidas sobre as diferenças entre regime de caixa e regime de
competência? Comente
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