50º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 50º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2004 Costão do Santinho • Florianópolis • Santa Catarina • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-04-6 [email protected] Palavras-chave: gravidez múltipla; gêmeos monozigóticos; gêmeos dizigóticos Rosário, HB1; Colletto, GMDD2; Brunoni, D3. 1 Hospital do Servidor Público Estadual, SP; Disciplinas Genética e Evolução da Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. 2 Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo. 3Hospital do Servidor Público Estadual, SP; Disciplina Genética da UNIFESP. Gravidez múltipla em uma amostra da população da cidade de São Paulo OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo elaborar uma estimativa da incidência na variação de nascimentos múltiplos em uma amostra de classes média e baixa da população, e os efeitos das variáveis ambientais, como idade da mãe e ordem gestacional nas taxas de gêmeos. MÉTODOS: Um estudo retrospectivo foi efetuado para investigar a taxa de gêmeos de 1978 a 1999 no Hospital do Servidor Público Estadual, na cidade de São Paulo, Brasil. Os dados foram coletados das fichas de pacientes do hospital. A zigosidade dos pares de gêmeos foi estimada por meio da regra de Weinberg. Uma análise de regressão múltipla gradativa foi utilizada para estudar o efeito da idade materna, ordem gestacional e variação temporal em nascimentos múltiplos. A comparação da idade materna, idade gestacional e ordem gestacional entre os dois grupos de mães (filhos únicos e gêmeos) foi feita com o teste não paramétrico Mann-Whitney. RESULTADOS: Durante os 22 anos de estudo, a freqüência média de gêmeos por mil de partos (0/00) foi de 10,55, sendo 5,39 dizigóticos e 5,17 monozigóticos. A taxa de trigêmeos foi de 0,04 0/00. A variação temporal e a variação temporal quadrada (variação temporal2) tiveram influência significativa sobre a taxa de monozigóticos [MZR = 6,671 – 0,388 ξ variação temporal = 0,018 ξ (variação temporal)2], enquanto a taxa de dizigóticos foi significativamente influenciada não somente pela variação temporal e pela variação temporal quadrada, mas também pela ordem gestacional [DZR = 5,377 + 0,163 ξ variação temporal – 0,008 ξ (variação temporal)2 – 0.068 ξ ordem gestacional]. O efeito da ordem gestacional foi correlacionado negativamente à taxa de gêmeos. CONCLUSÕES: A taxa total de gêmeos encontrada foi relativamente mais alta do que a encontrada em um hospital de nível sócio-econômico mais baixo, e muito mais baixa do que a encontrada em um hospital de nível sócio-econômico elevado. A taxa DZ tem sido influenciada pela variação temporal e pela ordem gestacional, mostrando um aumento de 1980 a 1990, e depois uma tendência a decréscimo até 1999. A taxa MZ foi influenciada pela variação temporal, mostrando inicialmente um decréscimo no final da década de 80, seguido por um leve aumento em direção à 1999. A ordem gestacional foi maior para gêmeos do que para filhos únicos, fato este que não ocorre quando técnicas de reprodução assistida são utilizadas. 527