Revista Informe Junho/Julho 2015

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Inf rme
FUNDAÇÃO CRISTIANO VARELLA
Diretor Técnico Médico: Dr. Edson Augusto Pracchia Ribeiro - CRM-MG- 41074 Ano VIII - nº 32 Junho/Julho 2015
HOSPITAL DO CÂNCER DE MURIAÉ
Homem de
F e rro i n s p i ra
c ri a n ç a n a
l u ta c o n t ra
o câncer
Editorial
O Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação
Cristiano Varella utiliza meios cada vez mais
eficazes na luta contra o câncer sem, com isso,
perder a sensibilidade do tratamento aos seres
humanos.
Assim, não medimos esforços para
transformar meninos em super-heróis aliando
esperança e força de vontade nessa batalha tão Sérgio Henriques
Diretor da Fundação
difícil, mas tão recompensadora.
Cristiano Varella
Como parceiros nessa luta, selecionamos Hospital do Câncer
os melhores colaboradores e montamos uma
de Muriaé
grande equipe, com a melhor infraestrutura
para dar todo o suporte necessário aos
pacientes e acompanhantes.
Acreditamos que todo trabalho é importante
para oferecermos sempre o melhor àqueles
que nos procuram.
Av. Cristiano Ferreira Varella, 555
Bairro Universitário - Muriaé/MG
CEP: 36.880-000
(32) 3729-7000
www.fcv.org.br
Esta é uma publicação do
Hospital do Câncer de Muriaé
Diretor Administrativo:
Sérgio Henriques
Diretor Técnico Médico:
Edson Augusto Prachia Ribeiro
CRM-MG 41074
Coordenação:
Kátia Moreira
Reportagem:
Fernanda de Castro P. Oliveira
Produção Gráfica:
Fernanda de Castro P. Oliveira
Colaboração:
Moisés Fabris
Stefany Ribeiro
Tiragem:
4.000 exemplares
www.fcv.org.br
SUMÁRIO
facebook.com/fundacao.cristianovarella.9
HUMANIZAÇÃO3
CAPA4 e 5
CASA DE APOIO6
AMBULATÓRIO DE TRIAGEM 7
PALAVRA DO ESPECIALISTA
8
HUMANIZAÇÃO
Somando diferenças, multiplicando esperanças
De acordo com o IBGE, o conceito de
“deficiência” vem mudando para acompanhar
as inovações da área da saúde e, com isso,
alterando também a forma com que a sociedade
se relaciona com aqueles que possuem algum tipo
de insuficiência física.
O Censo Demográfico de 2010 aponta que
23,9% da população brasileira possui algum tipo
de deficiência, o que corresponde a mais de 45,6
milhões de pessoas. Um número muito alto que,
apesar dos avanços, ainda tem suas capacidades
menosprezadas.
O Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação
Cristiano Varella acredita no potencial humano e
procura incentivar todos os seus colaboradores,
independentemente de sua condição física, a
darem o melhor de si no auxílio ao próximo.
Respeitamos as limitações e exploramos suas
qualidades para que ninguém se sinta menos
capaz ou importante em sua função.
Hoje a Fundação possui 31 colaboradores
portadores de necessidades especiais, quase
4% de sua força de trabalho. Com esse número,
cumprimos a lei nº 8.213/1991 da Previdência
Social que prevê que as empresas privadas com
mais de 100 colaboradores devam preencher entre
2 a 5% de suas vagas com esses trabalhadores.
Contudo, buscamos muito mais. Quando
contratamos pessoas com deficiência, não
procuramos apenas cumprir a lei. Acreditamos, de
fato, no potencial dessas pessoas; compreendemos
a importância delas enquanto colaboradores
competentes, capazes e dedicados.
O Serviço de Governança, por exemplo, é o
setor que mais possui pessoas com deficiência na
instituição, um total de 14. De acordo com a gestora
da área, contratar essas pessoas é um aprendizado
contínuo e satisfatório. A mesma afirma que vive
uma relação de troca de conhecimentos, onde já
aprendeu a ser mais calma, compreensiva e acima
de tudo, compreendeu que não existem limites
para ninguém.
“Um exemplo de sucesso do setor de Governança
são os resultados do SAC, e esses colaboradores
contribuem para um melhor resultado mantendo
os banheiros limpos, os corredores impecáveis, os
vestiários em perfeitas condições de uso, as roupas
cheirosas, entre outros”, relata Elaine Vasques Supervisora de Governança. Nossa instituição
reconhece que, embora sejamos todos diferentes,
possuímos alguns traços comuns: somos pessoas
interligadas que lutam pela vida e para fornecer
tratamento completo no combate ao câncer.
Esses são alguns dos colaboradores portadores de necessidades especiais
3
CAPA
Luiz Sérgio: O Menino de Ferro da Radioterapia
O Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação Cristiano
Varella acredita que tratar cada caso individualmente,
levando em conta as particularidades do paciente, pode
fazer toda a diferença no tratamento. A história de Luiz
Sérgio é mais uma prova dessa diferença.
Luiz Sérgio tem apenas quatro anos de idade e luta
contra um tumor no sistema nervoso central desde seu
primeiro ano de vida. Antes de chegar ao Hospital do
Câncer de Muriaé, ele já havia sido operado duas vezes
e, na instituição, passou por uma última cirurgia, aos três
anos. Após completar quatro aninhos, deu sequência ao
seu tratamento, dessa vez passando por sessões de
Radioterapia.
Segundo Fábio Strina Juliasz, Físico Médico do
Hospital, a radioterapia é utilizada no tratamento
do câncer, através do uso de radiação no combate
ao crescimento de células doentes. “Nesse tipo de
tratamento é irradiado o local do tumor, buscando atingir
unicamente a área afetada, de forma a garantir que os
efeitos colaterais sejam minimizados. Para conseguir
isso é essencial contar com a colaboração do paciente,
que precisa permanecer imóvel durante o tempo de
aplicação. Para garantir isso são utilizados equipamentos
imobilizadores, como a máscara de tratamento, que
assegura que a cabeça do paciente ‘não se moverá
mais do que um milímetro’”, explica.
Para um adulto, ficar imóvel durante dez minutos pode
não parecer muito complicado, mas para uma criança de
quatro anos – e um menino tão brincalhão quanto o Luiz
– não era uma tarefa fácil. Nesse caso, uma equipe de
anestesistas ficava à disposição para sedá-lo, de forma
que o tratamento pudesse ocorrer sem problemas; mas
Luiz surpreendeu a todos e ficou quieto durante todas
as trinta sessões. Ele foi a primeira criança nessa faixa
etária, em nosso Hospital, a fazer todo o tratamento
Os pais mantiveram a esperança em todas as etapas
radioterápico sem anestesia.
Dr. Rodrigo Bastos Tostes, médico
Radioterapeuta que acompanhou o
tratamento, explicou que essa conquista
foi muito importante devido ao “benefício
de não ter de pegar um acesso venoso e
todas as complicações que cada sedação
pode ocorrer principalmente com uma
criança” disse.
Isso foi possível graças ao trabalho
da equipe de enfermagem que procurou
conhecer melhor o menino e sua família e,
na construção desse vínculo, descobriram
que ele é um grande fã de super-heróis.
No primeiro dia em que ele veio fazer
a tomografia de planejamento, para iniciar
o tratamento, o Dr. Marcos Luiz Bezerra
Júnior, médico no setor de Radioterapia,
teve a ideia de imprimir imagens de superheróis para tentar acalmá-lo. Em seguida
começaram a pintar o rostinho dele,
transformando-o no Capitão América, no
Joanita e Leidiany, colaboradoras do setor de Radioterapia, pintavam o rosto de Luiz Sérgio diariamente
4
CAPA
Luiz precisou permanecer completamente imóvel durante todas sessões
Hulk e em diversos outros heróis.
A ideia deu certo, mas por pouco tempo.
Joaquina Barros, mãe de Luiz, conta que após
as primeiras sessões ele não queria mais ir para
o Hospital. “Eu parava o carro e ele falava que
não queria mais pintar. Aí surgiu a máscara do
Homem-de-Ferro”, diz.
A máscara de termoplástico usada no
tratamento foi se transformando na máscara do
herói preferido do menino. No início a ideia era
colar adesivos para auxiliar, mas Fábio conseguiu
na internet uma foto de uma máscara pintada, e
aí veio a ideia: “Porque não pintar a máscara?”
Joanita Neves Beserra, técnica em Radiologia,
junto com a técnica em enfermagem Leidiane
Aparecida Barrozo, fizeram a primeira montagem
do Homem-de-Ferro na máscara e mostraram
para ele.
Empolgado, ele não se importava mais em vir
ao Hospital e ficar imóvel durante aqueles dez
longos minutos. Acreditava que o equipamento de
Radioterapia era uma “imensa máquina de pintar”.
Em toda sessão, a “Tia Leidy” pintava mais uma
parte da máscara, até que finalmente, no dia 15
de Abril, dia de sua última sessão, ela ficou pronta
e ele finalmente pôde levá-la para casa.
“Tia Leidy” entregando a máscara após a última sessão
O Menino de Ferro brincando com sua máscara pronta
Luiz Sérgio acreditava passar pela máquina de “jato de tinta” todos os dias
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CASA DE APOIO
Mais que uma hospedagem...
Serviços multidisciplinares e acolhimento diferenciado contribuem para melhora geral de pacientes oncológicos
Com quase 10 anos de funcionamento, a Casa
de Apoio já foi a “Casa” de milhares de pessoas
que passaram pelo Hospital do Câncer de Muriaé
em busca da cura para si ou para algum familiar.
Inaugurada em 2006, após o empresário Lael
Varella notar a dificuldade de algumas famílias
para darem prosseguimento ao tratamento
devido a distância de suas cidades, a Casa de
Apoio se tornou, literalmente, o Apoio que muitos
precisam nessa batalha.
Marli Alves de Souza, agente penitenciária,
44
anos, de Manhuaçu é hóspede da casa a
A Casa de Apoio tem capacidade para 135 hóspedes atualmente
três semanas, e conta que chegou esperando
algo frio, impessoal, mas encontrou um ambiente
acolhedor e diz que nem percebe o tempo passar
“achava que a gente ia ficar deslocado, só dentro
do quarto, que o tempo ia demorar a passar, mas
é o contrário e o lugar aqui é lindo, a cabeça tem
descansado bem” diz.
A Enfermeira Claudia Celles, coordenadora
da Casa de Apoio, explica que trabalhar lá é um
aprendizado diário e a luta para oferecer uma
estrutura aconchegante, alegre e bem estruturada
não para.
A Casa passou por ampliações e hoje possui
uma pequena biblioteca disponível para todos
os hóspedes, sala de jogos com computadores
com acesso à internet, mesa de sinuca e jogos de
tabuleiro, quartos com armários individuais para
todos os hóspedes e seus acompanhantes e,
claro, as oficinas que entretém e ensinam aqueles
que estão ali, como o artesanato que é um dos
preferidos de todos, “eu participo de um pouco
de tudo, quando a ‘menina da Fisioterapia’ vem
eu faço, o artesanato, tem a costura e o dia vai
passando” conta Marli.
Mas a Casa de Apoio é feita de mais do que os
equipamentos, ela é feita pelo trabalho da equipe
de enfermagem que atua diariamente no local, pela
dedicação das cozinheiras que preparam as cinco
refeições/dia com todo capricho, pelo pessoal do
Serviço de Higienização e Limpeza que cuida para
que tudo esteja sempre limpo e organizado, é feita
do carinho da equipe multidisciplinar composta
por psicólogas, nutricionistas, fisioterapeutas e
serviço social que realizam seus trabalhos não só
dentro do Hospital, mas também ali.
A Marli de Lima Selos, professora, moradora
de Canaã dos Carajás, no Pará, estava se
despedindo no dia 2 de junho, após dois meses
“quando eu saí de casa para me tratar eu não
fiquei esperando grandes coisas, mas quando
eu cheguei aqui na casa eu me surpreendi com
tudo muito organizado, alimentação balanceada,
possibilidade
de
acompanhante.
Achei
imprescindível o trabalho feito aqui, porque muita
gente não tem condição de dar prosseguimento
ao tratamento devido a condições financeiras ou
condições físicas” relata, Marli.
“As Marlis” são apenas dois exemplos de
todos os rostos, vidas, histórias que passam
diariamente pela Casa de Apoio que busca
nessas histórias a inspiração pra melhorar,
enfrentar todas as dificuldades e oferecer mais
que uma hospedagem, um lar para aqueles que
buscam tratamento no Hospital do Câncer de
Muriaé.
“As Marlis” são exemplos das histórias que passam pela Casa
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AMPLIAÇÕES
Novo ambulatório de triagem é inaugurado no Bloco III
Inaugurado no mês de maio, o Ambulatório de
Triagem do Bloco III foi idealizado para agilizar e
melhorar o atendimento àqueles que procuram
o Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação
Cristiano Varella.
O constante crescimento no número de
atendimentos comprovou a necessidade de
ampliar nossas instalações para não deixar de
cumprir com nosso objetivo: oferecer o melhor
tratamento no combate ao câncer.
Para isso, utilizamos as novas dependências
do Bloco III criando mais nove consultórios quatro estão em funcionamento, além de um
posto de observação, posto de enfermagem,
recepção e hall de espera, tudo voltado para
pacientes com convênio ou particular.
É importante destacar que, a maior demanda
de pacientes da instituição é atendida pelo
Sistema Único de Saúde, o SUS, e com o
intuito de melhorar o atendimento, evitando
filas e horas de espera, criou-se o atendimento
para consultas e exames aos pacientes que
possuem convênio ou realizam tratamento
particular, como explica o coordenador do setor
de Ambulatório de Triagem, Wagner Ventura “a
Fundação Cristiano Varella não faz esse tipo
de diferenciação, o novo ambulatório foi criado
apenas para atender a demanda crescente da
instituição” e ainda acrescentou que essa nova
área “não está atendendo apenas oncologia,
mas funciona como uma clínica e atende a
demanda de todos os tipos de pacientes”
finalizou.
O maior diferencial dessa nova ala é essa
realização de consultas para pacientes nãooncológicos, ou seja, qualquer pessoa poderá
se consultar com os diversos especialistas
da instituição, com os benefícios de nossas
instalações modernas e bem estruturadas
disponíveis de segunda a sexta-feira até às 22h.
Os consultórios são independentes e bem estruturados
Posto de enfermagem
A sala de procedimentos está preparada para os principais atendimentos
Recepção
Hall de espera do novo Ambulatório de Triagem
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PALAVRA DO ESPECIALISTA
Governança Clínica
Compromisso com a qualidade da assistência.
Dr. Bruno Licy Gomes de Mello
CRM/MG: 39.194
Infectologista e Intensivista
Gerente Médico do Hospital do
Câncer de Muriaé
Diante do cenário atual da saúde no Brasil,
as organizações/hospitais vêm apresentando
transformações no seu modo de agir em função de
uma busca contínua em qualidade.
Conceitos atuais como Gestão da Clínica,
Governança Clínica, Gestão do Corpo Clínico e
Governança Integrativa vêm cobrar das instituições
de saúde um novo modelo assistencial com foco
no paciente, foco na segurança e qualidade, e foco
na sustentabilidade.
A Gestão da Clínica é o conceito onde as
organizações de saúde devem procurar a melhoria
contínua da qualidade dos seus serviços e a
garantia de elevados padrões de atendimento,
promovendo um ambiente de excelência nos
cuidados clínicos. Para tal, os serviços de saúde
precisam incentivar e desenvolver o corpo clínico
e o entendimento de sustentabilidade, envolvendo
o médico na gestão dos recursos utilizados na sua
própria prática clínica.
Para que esse objetivo seja alcançado, a
Governança Clínica é o modelo que deve
ser implantado pelos hospitais como um dos
fundamentos da Gestão do Corpo Clínico. O
conceito está fundamentado basicamente na
premissa de que os serviços de saúde precisam
incentivar os profissionais (principalmente o
Corpo Clínico) a seguirem normas elementares de
qualidade assistencial em benefício dos pacientes
para os quais sua atividade fim é voltada.
A Governança Clínica é oriunda do sistema de
saúde inglês - o NHS, e emerge como modelo de
organização orientada para incentivar a excelência
do corpo clínico e para que os processo internos e a
visão de sustentabilidade da instituição possam existir
conectados a todas as disciplinas e aos protocolos
assistenciais seguidos. É um compromisso da
Instituição em garantir que padrões sejam atingidos
e que há processos para melhoria contínua.
É fundamental o alinhamento do corpo clínico à
gestão estratégica do hospital, de forma que haja a
aproximação do binômio hospital-médico para que
os objetivos finais sejam alcançados – Governança
Integrativa. Isso se torna uma grande oportunidade
para que os hospitais e corpos clínicos possam
competir de maneira diferenciada no mercado atual
da saúde.
A integração das áreas administrativas e
assistenciais em função do cuidado ao paciente é
o objetivo de qualquer instituição de saúde. Este
projeto traz ao Hospital do Câncer de Muriaé –
Fundação Cristiano Varella uma ferramenta de
gestão e desenvolvimento do corpo clínico alinhado
ao conceito de excelência, possibilitando ao médico
o entendimento do seu papel crucial dentro do
planejamento estratégico da instituição e ao gestor
hospitalar a importância e o valor do seu corpo
clínico.
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