INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

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INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO
Universidade Técnica de Lisboa
POLÍTICA ECONÓMICA E ACTIVIDADE EMPRESARIAL
Licenciaturas em Economia e em Gestão
Ano Lectivo 2007-2008
Prova-Tipo
(Duração 2 horas Prova sem consulta)
I GRUPO [8,5]
“Têm-se manifestado receios de que a natureza liberal do actual sistema financeiro internacional e a
acrescida concorrência internacional implícita na integração no mercado global venham
progressivamente a retirar aos governos nacionais o poder de fixar regras e normas em consonância
com as preferências e necessidades de cada país.
(...) embora os economistas não tenham encontrado evidência significativa nem da perda de poder dos
governos nem de uma corrida a mínimos — em termos de políticas ambientais, de regulação dos
mercados de trabalho ou de concorrência por taxas de imposto baixas — há a percepção de que a
qualidade do trabalho e das condições sociais podem estar em risco. Esta preocupação levanta uma
série de questões, incluindo a de saber qual o nível óptimo a que devem ser tomadas as decisões, isto
é, o nacional ou o supranacional. Summers (1999) argumenta que um país que prossiga maior
integração internacional e assegura as políticas internas apropriadas deixa de poder prosseguir muitos
objectivos internos de forma independente.
Alguns dos aspectos da percepção que se tem desta necessidade de colaboração internacional
multilateral são postos em evidência pelo conceito de bens públicos globais. A estabilidade do sistema
monetário e financeiro internacional, um sistema aberto para as trocas internacionais ou a protecção do
património ambiental comum (exs.: clima, biodiversidade) são vistos como bens que só podem ser
assegurados e mantidos na base de comportamentos cooperativos e de apoio (...) A sua provisão gera
importantes externalidades que, em princípio, beneficiarão toda a gente (no mundo) independentemente
do seu contributo individual para a respectiva produção. Na ausência de um poder supranacional que
faça cumprir leis, cria-se um incentivo para que os indivíduos ou os Estados individualmente
considerados actuem como passageiros clandestinos.
In Comissão Europeia (2002), “Responses to the Challenges of Globalisation”,
Direcção Geral Assuntos Económicos e Financeiros, Special Report No 01/2002, p. 29.
Leia atentamente o texto acima reproduzido e, apoiando-se no seu conteúdo, responda às seguintes questões:
a)
O texto associa a globalização a uma integração global dos mercados no seio da qual se produz um
aumento da concorrência. Apresente de forma sintética o conceito de globalização e indique, de
entre os principais fluxos económicos internacionais (comércio de mercadorias, investimento directo
estrangeiro, migrações de trabalhadores, transferência e difusão de tecnologia, serviços e turismo,
crédito “cross-border”), os dois que melhor podem evidenciar aquele acréscimo de concorrência,
justificando a sua escolha [1,5+1,5]
b)
Procure explicar, do ponto de vista da política económica, o sentido da afirmação de que um país que
“prossiga uma maior integração internacional e assegure adequadas políticas económicas nacionais
deixa de poder prosseguir muitos dos objectivos nacionais de forma independente”. [1,5]
c)
A política económica, na era da globalização, exige uma maior colaboração multilateral dos governos
para fazer face a um menor poder para fixar regras e objectivos nacionais ou, ao contrário, alimenta
uma concorrência entre os próprios Estados nacionais com base na fiscalidade, na regulação do
mercado de trabalho e nos ambientais? Justifique a sua resposta [2,0]
d)
A que tipo de falha de mercado se refere o texto a propósito dos “bens públicos globais”? Escolha um
dos exemplos fornecidos no texto para fundamentar a sua resposta explicitando a motivação para a
intervenção da política económica [2,0].
II GRUPO [6,5]
As modernas políticas industriais procuram estimular a competitividade, a produtividade e a inovação do tecido
empresarial em economias de mercado fortemente concorrenciais com base em intervenções onde o nível
microeconómico adquire uma dimensão determinante. Procure, neste quadro, responder às seguintes
questões:
a)
Apresente de forma sintética os conceitos de “competitividade”, “produtividade” e “inovação”
procurando clarificar as suas diferenças e articulações e indicando, para cada caso, um exemplo de
medida de política económica que contribua para o respectivo favorecimento [3,0].
b)
Apresente sintéticamente os grandes objectivos da “Estratégia de Lisboa” e indique duas razões para
que ela seja justamente considerada como uma agenda de política pública que integra este tipo de
modernas poíticas industriais [3,5]
II GRUPO [5,0]
Responda a uma (só uma) das duas seguintes questões em alternativa:
1. A evolução da paridade do euro em relação ao dólar tem reflectido uma progressiva apreciação da moeda
europeia em relação à moeda norte-americana, apoiada numa significativa estabilidade dos preços e num nível
historicamente baixo das taxas de juro, que só muito recentemente, com o despoletar da crise financeira
associada ao crédito hipotecário de alto risco, foram postos em causa.
O impacto da criação da moeda única europeia terá tido efeitos mais favoráveis ou mais desfavoráveis para as
PME exportadoras? Justifique a sua resposta e dê a sua opinião sobre a evolução desejável, do ponto de vista
da actividade empresarial, da política monetária do Banco Central Europeu em matéria de taxa de câmbio e
taxa de juro.
2. O “Pacto de Estabilidade e Crescimento” impõe, no quadro da UEM da Europa, uma forte disciplina às
políticas orçamentais e fiscais nacionais, limitando a dimensão dos saldos orçamentias negativos e do nível de
endividamento. A economia portuguesa foi uma das economias da zona euro que foi sujeita aos mecanismos
obrigatórios de ajustamento previstos no “Pacto” e relativos à eliminação de “défices excessivos”. A economia
portuguesa foi, também, no seio da zona euro, a economia que registou, desde 2001, o menor ritmo de
crescimento acumulado.
As medidas de consolidação orçamental adoptadas pelo governo português, para fazer face ao “défice
excessivo”, podem ser responsabilizadas por terem contribuido decisivamente para o fraco ritmo de crescimento
da economia portuguesa? Justifique a sua resposta referindo-se aos mecanismos de transmissão dessas
mesmas medidas em relação ao comportamento das famílias e das empresas enquanto principais agente
económicos.
PROCURE RESPONDER DE FORMA ORGANIZADA E CONCISA.
AS RESPOSTAS DEVEM SER FOCALIZADAS NAS QUESTÕES, SEM DISPERSÕES NEM REPETIÇÕES.
RESPONDA A CADA GRUPO NUMA FOLHA SEPARADA
USE A COTAÇÃO DAS QUESTÕES PARA GERIR O TEMPO DISPONÍVEL DE FORMA RACIONAL
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