Terra, um planeta em mudança Princípios básicos do raciocínio geológico Que explicação para a extinção dos dinossauros? Cratera de Impacto O desaparecimento dos dinossauros poderia ser explicado pela queda de um meteorito, cuja cratera de impacto estaria situada junto ao golfo do México. A cratera tem cerca de 180 Km. À sua volta, existem rochas, vestígios do impacto, como por exemplo rochas vitrificadas, fragmentos e esférulas resultantes dessas rochas e ainda vestígios de um tsunami que se deve ter formado devido ao impacto numa zona marítima. Erupção vulcânica Há cientistas que acreditam que o desaparecimento dos dinossauros se deveu a intensos fenómenos vulcânicos. Existem extensos mantos de lava em numerosas regiões do globo com cerca de 65M.a. São notáveis as lavas de Decão (Índia) que se supõe serem devidas à existência de uma fonte pontual geradora de actividade vulcânica. Outra explicação… É preciso pensar na crise biológica no seu todo. É preciso pensar numa crise geral selectiva, pois numerosos grupos de animais e plantas atravessaram esse período sem qualquer perturbação. A maior parte dos dinossauros não se extinguiu no final da Era Mesozóica. Houve aparecimento e extinção de muitas espécies ao longo de todo o Jurássico e Cretácico. Parece mesmo que o Cretácico superior era já bastante pobre em dinossauros. Nos últimos 3M.a do Cretácico, aparentemente já só existia meia dezena de espécies de formas de grandes dimensões. O impacto meteorítico parece coincidir com o fim do Cretácico. Acresce ainda que as observações feitas Montana levaram à conclusão que 64% das espécies de vertebrados sobreviveram. Certos cientistas atribuem a crise do Cretácico a um importante recuo das águas marinhas, pois o nível da água do mar desceu 150 metros. Devido ao aumento das áreas continentais emersas, pode ter havido mudanças climáticas fatais para um grande número de espécies. Catastrofismo Princípio segundo o qual as estruturas terrestres foram produzidas por grandes catástrofes. Através das catástrofes também era explicada a extinção de algumas espécies. Georges Cuvier (1769-1832) Pai da Paleontologia Catastrofismo Uniformitarismo -Uniformismo Princípio segundo o qual os processos externos e internos actuais são os mesmos que actuaram ao longo da maior parte da História da Terra. James Hutton (1726-1797) Pai da Geologia Moderna Uniformitarismo Terra, um planeta em mudança Mobilismo geológico Teoria da Deriva dos Continentes Alguns cientistas, incluindo Alfred Wegener, admitiram que os continentes já estiveram unidos, há cerca de 250 m.a num supercontinente chamado Pangeia, rodeado por um oceano chamado Pantalassa. Esse supercontinente ter-se-ia fragmentado em 2 continentes: a Norte, a Laurásia e outro, a Sul, a Gonduana. Teoria da Deriva dos Continentes Admite-se que a Índia, há 70 M.a, se terá separado do continente africano e deslocado para Norte até chocar com a Ásia. Hoje a ligação com da Ásia com a Índia é marcada pelas grandes montanhas dos Himalaias, resultantes da elevação e deformação dos sedimentos que se tinham depositado nas margens continentais antes da colisão. Admite-se que a América do Norte e a América do Sul estiveram separadas, o que só há cerca de 2 a 3 M.a se formou o istmo do Panamá o que permitiu a migração dos animais entre a América do Norte e a América do Sul. Argumentos que apoiam a Deriva dos Continentes Da Deriva dos Continentes à Tectónica de Placas Wegener sugeriu que os continentes deslizavam sobre os fundos oceânicos. Mas seria impossível deslocá-la sem que se fracturasse. Ainda não se conhecia os fundos oceânicos. Em 1885, foi relevada a existência de montanhas submarinas. Durante as guerras mundiais, confirmou-se a existência de cadeias montanhosas contínuas em todos os oceanos. Designam-se por cadeias (cristas) médio-oceânicas. Foram também descobertas depressões profundas – fossas oceânicas. Da Deriva dos Continentes à Tectónica de Placas Em 1962, constatou-se que as montanhas de um dos lados do rifte eram um perfeito espelho das que existiam do outro lado. Hess concluiu que a zona de rifte era um local por onde o magma proveniente do interior da Terra era expelido, estando a crusta a ser continuamente formada. Da Deriva dos Continentes à Tectónica de Placas A partir dos registos fósseis existentes nas margens do Atlântico, Hess inferiu a idade do início de abertura deste oceano. Sugeriu que o fundo oceânico se devia ter expandido a uma velocidade de 1cm/ano para cada lado da crista. Como a formação contínua de crusta oceânica implicaria a expansão do planeta como um balão e seria impossível. Foi sugerido que a crusta oceânica seria destruída ao longo das fossas oceânicas. Assim a crusta terrestre encontrar-se-ia em constante formação e destruição. Contributos para a Teoria da Tectónica de Placas A constatação da existência de dorsais médio-oceânicas; A diminuta idade das rochas da crusta oceânica quando comparadas com as da crusta continental; A descoberta de que a camada de sedimentos que se acumulava nosobre o fundo do oceano pacífico era muito mais fina do que o esperado (considerando que esse oceano se teria formado, hipoteticamente há 4000 M.a) tornando-se mais espessa à medida que aumenta a distância ao rifte; A hipótese de expansão dos fundos oceânicos, segundo a qual a crusta oceânica é formada nas zonas de rifte e reciclada nas zonas de subducção; A grande incidência da actividade sísmica e vulcânica em determinados locais. Teoria da Tectónica de Placas Teoria que postula a existência de uma zona terrestre (a litosfera) sólida, fragmentadas em placas litosféricas ou tectónicas, que se encontram em constante movimento. Localização da Litosfera e Astenosfera A litosfera inclui todo o material até os 100Km de profundidade, contendo a crusta (oceância e continental) e parte do manto superior. Todo o material se encontra no estado sólido. A crusta continental é mais espessa, menos densa, composta por rochas ácidas enquanto que a crusta oceânica é pouco espessa, mais densa e composta por rochas básicas. A astenosfera localiza-se por baixo da litosfera, no manto superior, entre os 100 e os 350Km de profundidade. O material encontra-se parcialmente fundido, cerca de 2%, o suficiente para possuir um comportamento plástico. A plasticidade da astenosfera é capaz de suportar a mobilidade da litosfera que se apresenta dividida em placas litosféricas que flutuam sobre as astenosfera. Limites de placas Limites convergentes – as placas colidem uma com a outra; Limites divergentes – as placas deslocam-se, afastando-se uma da outra; Limites conservativos – as placas deslizam horizontalmente uma relativamente à outra. Limites convergentes Limites divergentes Este tipo de limite pode ser denominado por rifte. Corresponde a locais onde as placas se afastam e nova crusta é formada por magma que ascende do manto através de vulcões submarinos, como no caso dos Açores. Em África existe um rifte continental – Vale do Rifte Africano que está a promover a divisão do continente africano, levando à formação, nesse local, de um oceano. Limites conservativos Nos limites conservativos, as placas deslizam horizontalmente, uma em relação à outra. Este movimento causa grande atrito, com intensa actividade sísmica. Não existe fusão de material não estando associados fenómenos vulcânicos. O elevado número de sismos na região da Califórnia está associado a limites conservativos. Correntes de Convecção Segundo muitos autores, o movimento das placas tectónicas deve-se às correntes de convecção. No manto, as elevadas temperaturas aumentam a plasticidade dos materiais e permitem a subida de material quente (menos denso) do interior da Terra. Na astenosfera, esse material desloca-se horizontalmente e desce um pouco por todo o manto, definindo uma corrente de convecção. Consequências da Tectónica de Placas Formação de cadeias montanhosas – o choque entre duas placas está na origem da formação de montanhas. Ex. Himalaias. Deformação de materiais – as forças que actuam sobre as massas rochosas podem causar-lhes deformações, tais como dobras, falhas e metamorfismo; Distribuição dos seres vivos – ao moverem-se e ao moldarem o relevo, as placas podem aproximar ou afastar as populações de seres vivos, contribuindo para o mecanismo da evolução das espécies. A abertura de um oceano pode isolar grupos de seres vivos. As populações podem tornar-se frágeis, chegando algumas delas a extinguir-se.