departamento de saúde e serviços curso técnico de

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DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SERVIÇOS
CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
PROF ª ELIANE S. BARETA GONÇALVES
PROF º ORIENTADOR: MICHEL MUZA
Loren Alana Brito Lima
Maria Eduarda Viana
Thuany Alves
FRENTES E CICLONES NO ÂMBITO DA OBSERVAÇÃO
FLORIANÓPOLIS, JUNHO DE 2012
Aos nossos pais, pela força, paciência e apoio dedicados a nós.
“A conquista é um acaso que talvez
dependa mais das falhas dos vencidos
do que do gênio do vencedor.”
(Anne Louise Germaine Necker)
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo verificar a frequência das frentes ,
caracterizar o sistema pré-frontal, frontal e pós-frontal e a mudança na direção dos
ventos . Estudar sobre as frentes foi essencial para entendermos o que acontece na
atmosfera. Existem 5 frentes: Frente fria, Frente quente, Frente estacionária, Frente
oclusa e Frente polar. Uma das frentes que atingem bastante Santa Catarina é a
frente fria, pois é uma região frontogenética e ao observar a frente, podemos
perceber o quanto a sua presença é sentida no sul do continente, influenciando
atividades humanas no mar e na terra. A frente fria tem uma ligação à alta pressão
atmosférica formada no sul da América do Sul, como Argentina, Paraguai, Uruguai e
o sul do Brasil. Existe também o ciclone extratropical, ciclone subtropical e o ciclone
tropical e a diferença básica entre eles é que o ciclone extratropical depende da
frente fria e também circulação geral da atmosfera para ter uma estrutura e são
formados fora das regiões tropicais, o ciclone subtropical tem esse nome pelo fato
de ocorrer fora dos trópicos, que também pode ser confundido com o ciclone que
mencionamos antes, o extratropicais e temos o ciclone tropical que tem uma
estrutura própria e se forma nas águas quentes do mar. O ciclone tropical, também
conhecido como furacão, depressão tropical, tempestade ciclônica, tempestade
tropical ou até mesmo tufão, é raramente visto no Hemisfério Sul e muito frequente
no Hemisfério Norte. Iremos explicar melhor como ocorrer e suas formações nos
próximos capítulos.
PALAVRAS-CHAVE: Ciclones. Frentes frias. Escala sinótica.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Formação de uma frente fria..................................................................10
FIGURA 2 - Carta Sinótica de superfície mostrando a simbologia das frentes.........12
FIGURA 3 - Passagem de uma frente fria na América do Sul...................................14
FIGURA 4 - Formação de uma frente quente............................................................15
FIGURA 5 - Formação da frente oclusa.....................................................................17
FIGURA 6 - Oclusão da frente fria.............................................................................18
FIGURA 7 - Oclusão da frente quente.......................................................................18
FIGURA 8 - Formação da frente estacionária............................................................19
FIGURA 9 - Centros de baixa e alta pressão.............................................................21
FIGURA 10 - Furacão Katrina na costa leste da Flórida............................................24
FIGURA 11 - Furacão Catarina na costa leste de SC e RS.......................................24
FIGURA 12 - Formação de um ciclone subtropical no sul do RS..............................25
FIGURA 13 - Formação de um ciclone extratropical na costa leste do dos EUA.....26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 7
1.1 OBJETIVO GERAL ….......................................................................................... 7
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................8
2 FRENTES.................................................................................................................9
2.1 DADOS E MATERIAIS...........................................................................................9
2.2 FRENTE FRIA....................................................................................................... 9
2.2.1 Chuvas associadas à frente fria..........................................................................9
2.2.2 Frente fria na escala sinótica............................................................................ 11
2.2.3 Frente observada............................................................................................ 12
2.3 FRENTE QUENTE...............................................................................................15
2.4 FRENTE OCLUSA.............................................................................................. 17
2.4.1 Oclusão da Frente Fria......................................................................................17
2.4.2 Oclusão da Frente Quente................................................................................18
2.5 FRENTE ESTACIONÁRIA....................................................................................19
2.6 FRENTE POLAR................................................................................................. 19
3 CICLONES..............................................................................................................21
3.1 Baixa Pressão......................................................................................................21
3.2 Alta Pressão.........................................................................................................21
3.3 Como se forma um CICLONE..............................................................................22
3.4 O que é um CICLONE..........................................................................................22
3.5 Tipos de CILONE..................................................................................................23
3.5.1 Ciclones Tropicais.............................................................................................23
3.5.2 Ciclones Subtropicais........................................................................................25
3.5.3 Ciclones Extratropicais......................................................................................26
4 CONCLUSÃO........................................................................................................ 27
5 REFERÊNCIAS......................................................................…............................ 29
7
1 INTRODUÇÃO
As frentes basicamente são classificadas, de acordo com as características
térmicas da massa de ar que seguem, em quentes e frias.
As frentes frias se
deslocam na direção do polo-equador, enquanto as frentes quentes se deslocam do
equador-polo. Na discussão que se segue os termos pré-frontal e pós-frontal são
relativos à ocorrência de chuva antes (pré) e depois (pós) da frente. Assim, a massa
de ar invasora se classifica como pós-frontal. (VAREJÃO, 2006, p. 373).________
Uma massa de ar pode ser definida, como um corpo de ar horizontal e
homogêneo deslocando-se como uma entidade reconhecível, e tendo tanto origem
tropical como polar. A massa de ar sofre modificações térmicas e dinâmicas depois
que deixa sua área de origem._________________________________________
Quando duas ou mais massas de ar de características diferentes se encontram,
elas não se misturam. Forma-se entre elas uma zona de transição, que recebe
influências das massas envolvidas e que, por isso, se apresenta como uma zona de
instabilidade meteorológica.
Essa faixa
de
ar recebe
o nome de frente.
Durante a passagem de uma frente fria, as condições do tempo sofrem algumas
modificações, como por exemplo: A pressão atmosférica antes da passagem dessa
frente diminui; durante a passagem a pressão aumenta e, após a passagem da
mesma ela aumenta lentamente. Já a direção do vento antes da passagem muda de
direção e após a passagem da frente os ventos ficam de quadrante sudeste a
quadrante leste. As nuvens antes da frente são chamadas de altocumulos,
stratocumulos seguidas por cumulonimbus. (DINIZ, 2009)
1.1 Objetivo geral:
Esta pesquisa tem o intuito de investigar as características observacionais da
atuação de frentes frias no âmbito dos registros em estações meteorológicas.
8
1.2 Objetivos específicos
São os objetivos específicos desta monografia:
a) descrever as principais mudanças na atmosfera com a atuação das frentes;
b) comparar os aspectos locais com as características de grande escala espacial
quando da ocorrência do sistema frontal;
c) definir o significado de cada frente e suas características.
9
2 FRENTES
Uma frente é definida como a fronteira entre duas massas de ar de diferentes
temperatura e densidade. Elas não se misturam (imediatamente) devido às suas
diferentes densidades. Em vez de se misturarem, a massa de ar mais leve e com
temperatura mais elevada sobe sobre a massa mais fria e mais densa; a frente é a
região de transição entre elas.
2.1 DADOS E MATERIAIS
Foram utilizados dados da estação meteorológica do IFSC para termos melhor
nossa localização. Esta estação é uma plataforma de coleta de dados sendo sua
latitude de
-27,6º, longitude
-48,5º, altitude de 12,3 m. Os produto a partir de
imagens de satélite denominado Google Earth foi utilizado para obter a topografia da
região.
Também foram utilizadas diversas outras informações e produtos que estão
disponibilizadas em sites institucionais e de empresas voltadas para a meteorologia.
2.2 FRENTE FRIA____________________________________________________
2.2.1 CHUVAS ASSOCIADAS À FRENTE FRIA
Quando uma massa de ar fria se desloca sobre uma região mais quente
(portanto se classifica como fria) a camada atmosférica que está em contato direto
com a superfície é aquecida por condução, causando instabilidade. O movimento
convectivo que foi gerado transfere o ar aquecido para níveis mais elevados.
A espessura da camada atingida pela convecção depende da diferença entre
as temperaturas do ar e da superfície que está abaixo. A convecção será tanto mais
intensa quanto maior essa mudança. O transporte vertical de calor, associado ao ar
que se eleva, forçosamente provocará um aumento da temperatura da massa de ar
como um todo. Essa distribuição vertical de temperatura, portanto, vai sendo aos
poucos alterada e, a tendência é que haja um aquecimento progressivo com o
passar do
tempo.
10
O resfriamento que foi causado pela expansão do ar em movimento que tende
a subir é responsável pela origem de nuvens convectivas (cúmulos e cumolonimbos)
e, havendo umidade suficiente, ocorrerão precipitações intensas, do tipo aguaceiro
(pancadas de chuva), muito provavelmente acompanhadas de trovoada. A
condensação também contribui para o aquecimento do ar (por liberar calor latente)
e, a precipitação representa uma redução da umidade (desumidificação) da massa
de ar. Para entendermos melhor, segue abaixo a imagem._____________________
FONTE: DINIZ (2009)___________________________________________________________________________________
FIGURA 1 - Formação de uma Frente Fria
Sob o ponto de vista de um observador que se encontra na região que foi
invadida pela massa de ar fria, ocorrerá, imediatamente após sua chegada, uma
grande queda na temperatura do local (isso ocorre devido à substituição do ar
quente pelo ar frio), bem como o desenvolvimento de nuvens convectivas e a
ocorrência de pancadas de chuva, quase sempre acompanhados de trovões e
relâmpagos. A visibilidade horizontal será boa, exceto durante as pancadas. Depois
de algum tempo, o ar frio invasor que chega ao local onde o observador está, à
superfície já se encontra menos aquecida. Como consequência, irão se formar
nuvens convectivas menos desenvolvidas e a intensidade da precipitação irá
diminuir.
11
2.2.2 FRENTE FRIA NA ESCALA SINÓTICA
Os sistemas de escala sinótica têm uma extensão de 1000 a 10000 km e duram
de dias a semanas. No inverno as massas de ar se destacam nessa escala sinótica,
são os sistemas frontais, vórtices ciclônicos, ciclones extratropicais, bloqueios
atmosféricos e os sistemas associados à instabilidade do jato subtropical.
As características de temperatura das massas de ar são representadas pelos
termos tropical e polar, que correspondem ao ar quente e frio e, as características de
umidade são representadas pelos termos continentais e marítimos, correspondendo
ao ar seco e úmido. (MORAN et al, 1994).__________________________________
As massas de ar frio que possuem maior intensidade são observadas todos os
anos em duas regiões preferenciais: a primeira localizada próximo aos Andes entre
20º e 30ºS e, a segunda localizada no sul do Brasil. As invasões de ar polar em
baixas altitudes tendem a organizar a convecção tropical e as chuvas no verão,
enquanto no inverno produzem o resfriamento e instabilidade (KAYNO e KOUSKY,
1996).
Na atmosfera, as frentes frias representam zonas de forte transição entre
massas de ar com característica físicas diferentes, associadas às ondas baroclínica
(densidade depende da temperatura e pressão) de latitudes médias. A imagem
abaixo mostra um exemplo típico de frente fria na escala sinótica.
12
FONTE: CPTEC (2012)
FIGURA 2 – Carta sinótica de superfície mostrando a simbologia de frentes.
2.2.3 FRENTE OBSERVADA
Durante a passagem de uma frente fria, as condições do tempo sofrem
algumas modificações, como por exemplo: A pressão atmosférica antes da
passagem dessa frente diminui; durante a passagem ela aumenta, e após a
passagem da mesma ela aumenta lentamente. Já a direção do vento antes da
passagem muda de direção e após a passagem da frente os ventos ficam de
sudeste a leste. As nuvens antes da frente são chamadas de altocumulos,
stratocumulos seguidas por cumulonimbus.
Durante a passagem de uma frente fria, a mudança e as condições de tempo
associadas são apresentadas no quadro 1.
13
QUADRO 1 – Caracterização dos elementos na passagem de uma frente fria.
Parâmetros
Antes da
meteorológicos
passagem
Pressão atmosférica
Diminui.
Durante a passagem
Após a passagem
Aumenta
Aumenta
consideravelmente.
lentamente.
Direção e velocidade Muda de direção
Muda bruscamente de Vento de
do vento
(ex: leste para
direção para NW.
intensidade
NW). O vento
Ventos fortes com
moderada diminui.
aumenta sua
rajadas.
Ventos de sudeste
intensidade.
Temperatura do ar
Estável, começa a
a leste.
Diminui bruscamente.
Sofre pouca
diminuir ou
variação com a
aumentar.
chuva.
Umidade relativa do
Aumente no
ar
decorrer da
bruscamente após
chuva.
a chuva.
Tipos de nuvens
Mantém-se elevada.
Cirrus,
Cumulonimbus,
altocumulos,
altostratus.
Diminui
Cúmulos.
altoestratus e
cumulonimbus.
Fenômeno
Chuva e, por
Pancada de chuva
Chuva, às vezes
meteorológico
vezes, granizo.
forte, granizo,
nevoeiro.
trovoada, descarga
elétrica.
Visibilidade
Fraca.
Muito fraca e
reduzida.
FONTE: DINIZ (2009)
Fraca a boa.
14
De acordo com a imagem do satélite GOES-10, do dia 11 de fevereiro de 2009,
às 15h45min do horário de Brasília, retrata-se a situação real em que a atmosfera se
encontra na passagem de uma frente fria, com a faixa de nuvens que vai do
Paraguai até os estados de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, em
direção ao Oceano Atlântico. A frente, mostra uma grande área da massa de ar
quente, com manchas brancas de nuvens esparsas, enquanto ao sul da frente fria
tem-se uma grande área escura, que é o domínio da massa de ar fria e seca, de
origem subantártica. Segue abaixo a imagem.
FONTE: DINIZ (2009)
FIGURA 3 – Passagem de uma frente fria na América do Sul
15
2.3 FRENTE QUENTE
Uma frente quente é denominada quando ocorre a invasão ou a passagem de
uma massa de ar quente que substitui o ar relativamente frio existente em uma
determinado região. Neste caso, a superfície frontal quente se estende na mesma
direção da massa de ar quente, por cima do ar pré-frontal. Esta situação das massas
de ar sobreposto à superfície da terra, tendendo à estabilidade, provoca um
deslocamento mais lento do sistema, menor velocidade da frente quente em relação
à frente fria.
À medida que a frente se aproxima, o ar quente se concentra mais próximo da
superfície, e nuvens médias altostratus e altocumulos são formadas. O processo da
chuva ou neve ocorre quando as nuvens altostratus atingem sua maior densidade. A
intensificação da precipitação pode ocorrer com a formação das nuvens
nimbostratus. (DINIZ 2009)
A imagem abaixo está retratando a formação da frente quente:.
FONTE: DINIZ (2009)
FIGURA 4 – Formação de uma frente quente
16
Durante a passagem de uma frente quente, a mudança e as condições de
tempo estão demonstradas no quadro 2.
QUADRO 2 - Caracterização dos elementos na passagem da frente quente
No domínio
da frente
Na retaguarda
da frente
Diminuição constante
Cessa a diminuição
Pequena variação
Vento
Recua e aumenta
a velocidade
Muda a direção,
diminui a velocidade
Constante
Temperatura
Constante ou
aumento gradual
Elevação rápida
Pequena variação
Umidade
Aumento gradual
Elevação rápida
Pequena variação
Nuvens
Cirrus,
Cirrostratus,
Altostratus,
Nimbostratus,
em sucessão
Nimbos e
Stratus baixos
Stratus e
Stratocumulus
Tempo
Chuva continua
A precipitação
quase cessa
Boas condições ou
chuvas intermitentes
ou chuvisco
Boa, exceto
nas chuvas
Ruim, neblina e
nuvens
baixas causam
má visibilidade
Frequentemente ruim,
com nuvens baixas
e neblina ou nevoeiro
Elemento
Na vanguarda
da frente
Pressão
Visibilidade
FONTE: DINIZ (2009)
17
2.4 FRENTE OCLUSA_________________________________________________
De acordo com (Diniz, 2009), há dois tipos de frente oclusas. Para diferenciá-las
é necessário comparar a densidade do ar pós-frontal (retaguarda) da frente fria com
a do pré-frontal (vanguarda) da frente quente. O ar pós-frontal é aquele que invade a
área considerada depois da passagem da frente e, o ar pré-frontal é o que tem em
uma região antes da passagem de uma frente.
A frente que desaparece da superfície é dita oclusa e permanece em atividade
por algum tempo, se deslocando para o continente. A imagem abaixo ilustra uma
frente oclusa se formando.
FONTE: DINIZ (2009)
FIGURA 5 – Formação da Frente Oclusa
2.4.1 Oclusão da frente fria
É um sistema que se forma quando o ar que se encontra na frente (vanguarda)
da frente quente e menos frio do que o ar que vem por trás (retaguarda) da frente
fria. O ar que está por trás da frente fria é mais denso e faz com que a cunha se
levante primeiro. A figura abaixo representa a oclusão da frente fria.
18
FONTE: DINIZ (2009)
FIGURA 6 - Oclusão de Frente Fria
2.4.2 Oclusão da frente quente
É o sistema que se forma quando o ar que se encontra adiante da frente quente
é mais frio que o ar por trás da frente fria. Por ser mais leve, o ar que está por trás
da frente subirá primeiro. Abaixo a figura representa a oclusão da frente quente.
FONTE: DINIZ (2009)_______________________________________________________________________
FIGURA 7 – Oclusão de Frente Quente___________________
19
2.5 FRENTE ESTACIONÁRIA___________________________________________
Segundo Andrade,( 2007) uma frente estacionária é quando não há nenhum ou
pouco avanço das massas de ar. Em uma frente estacionária o movimento do ar não
se dirige para a massa de ar quente ou frio, mas paralelo à linha da frente. A figura
8 representa uma frente estacionária formada.______________________________
FONTE: DINIZ (2009)
FIGURA 8 – Formação da Frente Estacionária
2.6 FRENTE POLAR__________________________________________________
Na América do Sul, o ar quente que fica ao norte da frente polar é chamado
massa de ar tropical e inclui as regiões tropical e subtropical. O ar frio que está ao
sul da frente polar é chamado de massa de ar polar, de origem das regiões Antártica
e subantártica.________________________________________________________
Entre as massas de ar polar e de ar tropical há uma fronteira semicontínua e
semipermanente. Ela é parte integrante de uma antiga teoria meteorológica
conhecida como “Teoria da frente polar”. No período de inverno as frentes polares,
vindas da Região Antártica, avançam com as massas de ar frio para latitudes mais
baixas que no verão, quando avançam mais para a Região Equatorial.
Os avanços e retrocessos das frentes polares são as características
fundamentais das latitudes médias, que por sua vez, causam a variação no tempo e
no clima na região tropical._____________________________________________
20
O forte gradiente de temperatura na frente polar, causa um forte gradiente de
pressão horizontal. Ao longo da frente polar forma-se a corrente de jato, em torno
dos 12 km de altitude. (ZOAR)
21
3 CICLONES________________________________________________________
Para entendermos melhor o que é um ciclone, temos que compreender o
sistema que lhe sustenta, que é a baixa pressão e, raramente uma alta pressão, que
foi o sistema que causou o Furacão Catarina.
3.1 BAIXA PRESSÃO (B)______________________________________________
É uma área de mínimo relativo de pressão que tem ventos convergentes
(sopram em direção ao centro) e com rotação no mesmo sentido da rotação da
Terra (sentido horário no Hemisfério Sul). Também chamado como ciclone, é o
oposto do anticiclone.__________________________________________________
3.2 ALTA PRESSÃO (A)_______________________________________________
É uma área de máximo relativo de pressão que tem ventos divergentes (sopram
do centro para fora) e com rotação oposta à rotação da Terra (anti-horário do
Hemisfério Sul). Também chamado de Anticiclone.
Abaixo a formação de um
ciclone e anti-ciclone devido a baixa e alta pressão.
FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO
FIGURA 9 – Centros de baixa e alta pressão
22
3.3 Como se forma um CICLONE_________________________________________
A formação dos ciclones ocorre sobre as águas quentes dos oceanos. O
aquecimento de uma determinada superfície origina um centro de baixa pressão
atmosférica, proporcionando condições favoráveis para o desenvolvimento dos
ciclones.
3.4 O que é um CICLONE______________________________________________
Os ciclones são fenômenos naturais que provocam ventos com velocidade
superior a 200 quilômetros por hora, além de fortes chuvas, causando grandes
transtornos por onde passa. São vórtices atmosféricos que giram em torno de um
centro de baixa pressão, atingindo as regiões equatoriais e, principalmente, as
tropicais.
Dependendo de sua localização e de sua intensidade, o ciclone pode receber
outros tipos de nomes, tais como: Furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade
ciclônica, depressão tropical ou simplesmente ciclone. Quando esse fenômeno
ocorre no oceano Atlântico, por exemplo, ele é chamado de furacão, já quando
ocorre
no
oceano
Pacífico,
o
ciclone
recebe
o
nome
de
tufão.
A movimentação das nuvens e dos ventos de um ciclone varia conforme o
Hemisfério onde o fenômeno se desenvolve: no Hemisfério sul o sentido de rotação
é horário e no Hemisfério norte o sentido de rotação é anti-horário. Essa
característica
é
determinada
pela
aceleração
da
força
de
Coriolis.
Conforme a velocidade que os ventos atingem, os ciclones se encaixam em
diferentes categorias:__________________________________________________
a) Categoria 1 (intensidade mínima): ventos entre 118 Km/h e 152 Km/h;
b) Categoria 2 (intensidade moderada): ventos entre 153 Km/h e 176 Km/h;
c) Categoria 3 (intensidade forte): ventos entre 177 Km/h e 208 Km/h;
d) Categoria 4 (intensidade extrema): ventos entre 209 Km/h e 248 Km/h;
e) Categoria 5 (intensidade catastrófica): ventos com velocidade superior a 249
Km/h.
23
De alguns tempos para cá, os ciclones e os demais fenômenos climáticos estão
ocorrendo em um menor período de tempo, já que as mudanças climáticas estão
alterando todo o planeta.______________________________________________
3.5 Tipos de CICLONES_______________________________________________
Existem três tipos de ciclones: os tropicais, subtropicais e os extratropicais.
Iremos identificar cada um a seguir e, falar um pouco sobre eles, mostrando
algumas imagens._____________________________________________________
3.5.1 Ciclones Tropicais________________________________________________
São chamados de 'tropicais' devido a sua formação em regiões trópicas e
também por se originarem de massas de ar tropicais marítimas. Estes sistemas são
chamados de 'ciclones' devido a sua natureza ciclônica. Reforçando o que foi
colocado anteriormente, no hemisfério norte, os ciclones tropicais giram em sentido
anti-horário e no hemisfério sul giram em sentido horário.
Ciclone tropical é caracterizado por um sistema de baixa pressão, por
trovoadas e por um núcleo morno, que produz ventos fortes e chuvas torrenciais.
Alimenta-se do calor libertado quando ar úmido sobe e o vapor de água associado
se condensa. Os ciclones tropicais são alimentados por diferentes formas de
libertação de calor do que outros fenômenos ciclônicos.______________________
Estes sistemas também são capazes de gerar ondas fortes e a maré ciclônica,
uma elevação do nível do mar associada ao sistema. Estes fatores secundários
podem
ser
tão
devastadores
quanto
aos
ventos
e
às
chuvas
fortes.
Muitos ciclones tropicais formam-se quando as condições atmosféricas em torno
de uma perturbação fraca na atmosfera são favoráveis. Outros se formam quando
outros tipos de ciclones adquirem características tropicais.
Estes sistemas tropicais movem-se por meio de correntes de ar na troposfera.
Quando as condições atmosféricas continuam favoráveis, o ciclone tropical se
intensifica e geralmente se forma no seu núcleo um olho. Por outro lado, quando as
condições atmosféricas tornam-se desfavoráveis ou o sistema atinge a costa, ele
começa a se enfraquecer e logo se dissipa. Abaixo na figura 10, uma foto do
24
Furacão Katrina que ocorreu no dia 25 de Agosto de 2005 no hemisfério norte (antihorário).
FONTE: APOLO11 (2007)
FIGURA 10 – Furacão Katrina na costa leste da Flórida
E, no dia 24 de Março de 2004 no Sul do Brasil, mas precisamente no norte do
Rio Grande do Sul e sul Santa Catarina, acontece o fenômeno Furacão Catarina.
Abaixo a imagem de sua formação completa.
FONTE: SILVEIRA (2012)
FIGURA 11 - Furacão Catarina na costa leste de SC e RS
25
O Catarina pegou muitos moradores de surpresa e até profissionais da área,
como meteorologistas, pois ninguém esperava que ele iria vir a se tornar um
Furacão. O rastro que o Catarina deixou, segundo o Greenpeace, foi de 32.000
casas danificadas, 1.000.000.000 de reais em prejuízos, 13.000 desabrigados, 150
feridos e 11 mortes. O pesquisador do INPE Carlos Nobre falou que começou a
surgir evidências e, que nós já teríamos entrado numa era em que os extremos
climáticos poderiam se tornar mais intensos ou poderiam acontecer com mais
frequência., com a ocorrência do Catarina. (WILMARX)
3.5.2 Ciclones Subtropicais
Os ciclones subtropicais têm características tanto dos ciclones tropicais como
dos extratropicais: retiram energia do ar quente e úmido sobre os mares e são
comuns perto da latitude 50º N, área de variação moderada de temperatura. Podem
ainda se transformar em furacões.
Os subtropicais também são chamados de depressões subtropicais, quando
seus ventos são menores que 60 km/h e, de tempestades subtropicais, quando seus
ventos são iguais ou maiores que 60 km/h. Abaixo uma imagem do CPTEC,
mostrando a formação de um ciclone subtropical.
FONTE: PAULO TEMPO (2010)
FIGURA 12 – Formação de um Ciclone Subtropical no Sul do RS
26
3.5.3 Ciclones Extratropicais
Os ciclones extratropicais também são sistemas de ar de baixa pressão, só que,
ao contrário dos ciclones tropicais, retiram sua energia das diferenças de
temperatura entre as várias camadas da atmosfera.
Além disso, os extratropicais têm seus ventos mais fortes próximos à tropopausa,
camada da atmosfera a mais ou menos 12 km da superfície. A imagem abaixo
mostra a formação de um ciclone extratropical.
FONTE: WIKIGEO (2012)
FIGURA 13 – Formação de um ciclone extratropical na costa leste dos EUA
27
4 CONCLUSÃO
Quando observamos alguns dados de estações meteorológicas, para ajudar a
realizar o trabalho, percebemos que muitas frentes frias ocorreram no sul do Brasil,
aqui em Santa Catarina. _______________________________________________
Conforme o frio se aproxima (inverno) vamos perceber muitas passagens de
frentes frias aqui em Florianópolis e a atuação do vento Sul, que é predominante
nessa época._________________________________________________________
Vimos que o processo de formação da frente fria ocorre pelo fato do ar frio ser
mais denso que o ar quente, forçando-o a subir. O sul e o sudeste são as regiões
mais atingidas pelas frentes frias, cerca de 3 a 5 vezes ao mês e, com média de
duração de 3 dias. O processo de formação da frente quente, ocorre quando uma
massa de ar quente se sobrepõe a uma massa de ar frio. Quanto à frente oclusa,
temos dois tipos, quando uma frente fria alcança a frente quente, ou, uma frente
quente alcançando uma frente fria, ou seja, ficaria uma mistura de frentes. Mas, não
vamos confundir frente oclusa com frente estacionária, que é quando uma frente fria
encontra uma frente quente e tanto uma quanto a outra não tem avanço, causando
assim uma frente parada (estacionária).___________________________________
Observamos que ocorrem três tipos de ciclones, os que se formam dentro dos
trópicos (tropicais) que, é o que se tem mais densidade e força que é alimentado
pelas águas quentes do Golfo e, ocorrem mais no hemisfério norte pelo fato das
águas quentes. Tivemos uma formação de ciclone aqui no Brasil, o Catarina, em
2004, o que foi uma surpresa pois ninguém achava que viria a se tornar um furacão
no hemisfério sul. Ocorrem também os subtropicais que podem ser considerados
tropicais ou extratropicais podendo se tornar furacões, são também chamados de
tempestades tropicais com vento de 60 km/h. São os que acontecem aqui no sul do
Brasil com mais frequências. Os extratropicais é o inverso dos tropicais, retirando
assim sua força das diferentes temperaturas da camada atmosférica, com seus
ventos ocorrendo com mais intensidade na tropopausa._____________________
Sabemos a importância que as frentes e ciclones dão ao nosso planeta,
querendo ou não, são eles que possibilitam um equilíbrio térmico na terra e, apesar
de seus estragos, são fenômenos maravilhosos da natureza. Não podemos evitar
28
quando ocorrem, afinal quem somos nós para fazer isso. Mas, podemos prevê-los
com muitos equipamentos que existem hoje em dia, podendo, assim, alertar a
população para se prevenir de uma frente ou de um ciclone.
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