Informe Econômico SEFAZ/RJ Jun.2014 SUBGERAL Economia Mundial. O Banco Mundial revisou para baixo a estimativa de crescimento da economia global para 2014, de 3,2% para 2,8%, graças principalmente às perspectivas mais fracas em relação aos Estados Unidos, Brasil, Rússia e China. Entre as causas negativas elencadas pelo banco estão: o clima ruim nos EUA, a turbulência nos mercados financeiros e o conflito na Ucrânia. Porém, de acordo com o banco, o crescimento global deve ganhar força no segundo semestre, e assim, a expectativa é que o PIB mundial deva crescer 3,4% em 2015 e 3,5% em 2016. Os mercados financeiros internacionais mantêm -se instáveis devido ao aumento das tensões políticas e da escalada da violência no Iraque. Esse cenário tem provocado maior pressão sobre o preço do barril de petróleo. Por outro lado, houve arrefecimento nas relações entre Rússia e Ucrânia com possível cessar fogo em áreas determinadas. Mesmo assim, os Estados Unidos e os países europeus não descartam a adoção de sanções para os principais setores da economia russa. Nos Estados Unidos, a presidente do Fed, Janet Yellen, reafirmou que existirá um tempo considerável entre o fim do programa de estímulos monetários através da compra de títulos e o aumento das taxas de juros norte americanas, hoje entre 0% e 0,25% aa. O PIB do primeiro trimestre de 2014 recuou 2,9% em relação ao mesmo período de 2013, o que representa a maior queda em cinco anos. Dados recentes, porém, não sinalizam a volta da recessão: apesar de dois recuos trimestrais consecutivos, espera -se crescimento acentuado no segundo trimestre (o inverno rigoroso contribuiu significativamente para esse resultado). Segundo o Fed, essa contração reflete contribuições negativas dos estoques, das exportações, dos investimentos domésticos e estrangeiros, assim como dos gastos dos governos estaduais. Na Europa, no início de junho, o Banco Central Europeu cortou a taxa de juros para o menor nível histórico, de 0,25% para 0,15% aa, e colocou em valor negativo a taxa de depósitos (-0,10%), medida inédita em bancos centrais de grande porte. O preside nte do BCE, Mario Draghi, sinalizou que a taxa de juros de referência deve permanecer em níveis baixos pelo menos por mais dois anos e meio. Em maio, a inflação da zona do euro ficou em 0,5%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, menor nível em quatro anos, quando a meta é de 2%. Medidas adicionais para debelar o risco de deflação ainda estão no radar. Na China, a agência de classificação de risco Standard & Poor ’s manteve o rating de longo prazo do país em AA-, com perspectiva estável, confiando na manutenção das reformas estruturais em direção a uma economia mais voltada ao mercado, com melhora na governança. Em maio, houve avanço significativo tanto das vendas do varejo quanto da produção industrial chinesa, de 12,5% e 8,8%, respectivamente, em relação ao mesmo mês de 2013. Apesar desses números positivos, a primeira queda no preço das moradias desde 2012, levou o primeiro ministro a reafirmar que a economia chinesa 1 Informe Econômico SEFAZ/RJ Jun.2014 SUBGERAL apresenta uma forte demanda potencial e que o país não crescerá menos de 7,5%, no médio e longo prazo. Economia Brasileira. Após o PIB registrar baixo crescimento no 1º trimestre de 2014 (+0,2%), a atividade econômica, medida pelo índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), voltou a decepcionar em abril, tanto em relação ao mês de março (+0,1%) quanto em relação a abril do ano passado ( -2,3%). O 1º quadrimestre (em comparação com o mesmo do ano anterior) variou 0,8%, e o acumulado em 12 meses (em abril) apresentou alta de 2,2%. Dados da indústria ajudam a explicar o compo rtamento do índice ao registrar quedas em abril, tanto na comparação com o mês anterior ( -0,3%) quanto em relação a abril de 2013 (-5,8%). No 1º quadrimestre (em relação ao mesmo de 2013) houve queda de 1,2% da ‘Indústria Geral’ influenciada pela ‘Indústria de Transformação’ (-1,8%), mas também marcada por uma recuperação d a ‘Indústria Extrativa’ (+3,9%). No acumulado em 12 meses (em abril) verifica-se alta da ‘Indústria Geral’ (+0,8%) e na Indústria de Transformação’ (+1,0%) e queda da ‘Indústria Extrativa’ (-0,7%). Estudos apontam crescimento de 0,5% no PIB no segundo trimestre (+0,7% em comparação ao mesmo período de 2013) e 1,6% de alta ao final do ano (+2,5% em 2013), com destaques (negativos) para as estimativas da ‘Indústria Geral’ (-0,1%), ‘Indústria de Transformação’ (-0,5%) e ‘Construção Civil’ (-1,3%). Assim sendo, pelo lado da indústria, o ritmo deve ser puxado pela ‘Indústria Extrativa’ (+1,4%) e pela ‘Produção de Eletricidade’ (+2,9%). Para o PIB como um todo, devem influenciar positivamente a ‘Agropecuária’ e os ‘Serviços’ (+3,5% e +1,8%, respectivamente) i. O comércio varejista restrito registrou alta de 5,0% no 1º quadrimestre (em relação ao mesmo de 2013), com destaque para ‘Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédi cos, de perfumaria e cosméticos’ (+10,7%). No acumulado em 12 meses (em abril), alta de 4,9%. O comércio varejista ampliado apresentou resultado bastante inferior (+1,6%) no 1º quadrimestre e foi influenciado, principalmente, por ‘Veículos, motocicletas, partes e peças’ (-5,3%). A balança comercial registrou em maio o terceiro superávit consecutivo do ano (US$ 712 mi). No entanto, entre janeiro e maio de 2014 , o saldo da balança comercial continua negativo (US$ - 4,85 bi), mas um pouco melhor ao registrado no mesm o período de 2013 (US$ - 5,38 bi). O destaque (negativo) continua sendo ‘Petróleo e derivados’, cujas importações representaram 17,5% do total (em valor) no período, gerando déficit de US$ 7,60 bi. Nas exportações, destaque positivo novamente para ‘Soja’, de grande peso nas exportações e aumento de 18,6% (em valor) entre janeiro e maio de 2014 em comparação com o ano anterior. 2 Informe Econômico SEFAZ/RJ Jun.2014 SUBGERAL O IPCA variou 0,46% em maio de 2014, a menor taxa desde setembro de 2013. O principal fator de contribuição foi o setor de ‘Transportes’ (-0,45%), de grande peso no cálculo do índice. No acumulado em 12 meses (em maio), o índice geral variou 6,37% (6,50% no mesmo período de 2013). Outro segmento de grande importância para o cálculo da inflação oficial, e que vem apresentando altas acim a da média geral, ‘Alimentação e bebidas’ registrou variação de 0,58% em maio e 3,33% no acumulado do ano até maio (2,88% no mesmo período em 2013). Para o final de 2014, as expectativas de mercado ii são de alta superior à verificada em 2013 (+6,46% e +5,91 %, respectivamente). Economia Fluminense. Indústria. A Indústria Geral no Rio de Janeiro recuou 3,1% em 2014 (janeiro-abril), resultado mais intensamente negativo que o observado no país: queda de 1,2% no período. O desempenho da indústria geral no Rio de Janeiro no primeiro quadrimestre é consequência da queda da indústria extrativa ( -1,8%) e da indústria de transformação ( 3,6%). No país, a indústria extrativa apresentou resultado positivo (+3,9%). Os destaques positivos são: Borracha e Plástico (+9,2%), Produtos de Metal (+8,7%), e Bebidas (+6,4%). Os dois primeiros apresentam crescimento estável nos quatro primeiros meses do ano; já o setor de Bebidas começa a apresentar retração em abril. Entre os setores que apresentaram queda (7 de 13) encontram -se: Equipamentos de Transporte ( -13,9%), Veículos (-12,8%), Outros Químicos (-10,8%), Refino (-5,6%) e Farmacêutica (-4,5%). O setor Equipamentos de Transporte se recuperou um pouco em relação ao primeiro bimestre do ano, quando recuou 25,1%; o setor de Veículos apresentou queda no segundo bimestre; os setores Outros Químicos e Refino, este ano, encontram-se em patamar inferior em relação ao ano anterior; a indústria farmacêutica encontra-se num momento de incerteza no estado, apresentando variação negativa após crescimento robusto no mês anterior (+11,4%). Produção Industrial: acumulado no ano (Abril) 15% 5% -5% -15% Brasil Rio de Janeiro Fonte: PIM/IBGE. 3 Informe Econômico SEFAZ/RJ Jun.2014 SUBGERAL Comércio. As vendas no comércio varejista (restrito) no estado aumentaram (+3,0%) nos primeiros quatros meses de 2014, comparado com mesmo período de 2013, resultado abaixo do observado no país (+5,0%). Considerando o comércio varejista ampliado , o resultado no estado do Rio de Janeiro permanece no patamar de +3,0% , enquanto no país o crescimento foi menor (+1,6%). O crescimento do comércio varejista restrito no Rio de Janeiro abaixo do país é decorrente do arrefecimento das vendas no setor ‘Outros artigos de uso pessoal e doméstico’, que estava em expansão no último quadrimestre de 2013 no estado (o que não foi observado no país); e ‘Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos’, cujo crescimento no país chega a ser três vezes o crescimento no estado. Para o índice como um todo, o destaque no Rio de Janeiro é o setor de ‘Combustíveis e lubrificantes’, com crescimento de 7,1% no período. O destaque negativo se deu no setor ‘Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação’, com queda de 6, 4% no período. Volume de Comércio Varejista Ampliado – 2014 (até Abril) RJ BR Combustíveis e lubrificantes 7,1% 6,4% Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 4,9% 4,3% Tecidos, vestuário e calçados -1,3% -1,2% Móveis e eletrodomésticos -1,0% 5,5% Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 3,5% 10,7% Livros, jornais, revistas e papelaria -6,3% -4,9% Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -6,4% -1,5% Outros artigos de uso pessoal e doméstico 1,4% 9,5% Varejo 3,0% 5,0% Veículos, motocicletas, partes e peças 2,7% -5,3% Material de construção 3,5% 3,7% Varejo Ampliado Fonte: PMC/IBGE. 3,0% 1,6% Empresas. De janeiro a maio de 2014 foram constituídas 16.017 empresas no Rio de Janeiro (JUCERJA), sendo Sociedade Limitada (54,5% do total), Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI (18%), Requerimento de Empresário (15%), Filial (11%), Sociedade Anônima (1%), e demais (0,5%, ex.: Cooperativa e Consórcio). O número de novas empresas em 2014 é 4,2% inferior ao observado em 2013, considerando o mesmo período, quando foram constituídas 16.721 empresas; destacando-se a redução de novas Sociedades Limitadas (-8,5%) e o crescimento significativo de EIRELI (+ 28,8%). i ii IBRE/FGV. Boletim Focus de 20/06/2014. 4