seminário interinstitucional de ensino, pesquisa e

Propaganda
RETÍCULO PERICARDITE TRAUMÁTICA EM BOVINOS
WILDNER, Ricardo Felipe1; SILVA, Gabriel Y Castro2; ROSSATO, Cristina Krauspenhar 3
A retículo pericardite traumática (RPT) ou doença das ferramentas (DF) é uma das doenças
mais antigas reconhecidas em bovinos, mas ainda ocorre de forma alarmante no manejo moderno.
Esse trabalho tem o objetivo de coligir os principais dados referentes a retículo pericardite
traumática em bovinos, já que estes não utilizam seus lábios para diferenciar os alimentos muito
fibrosos dos objetos metálicos, nos ingredientes alimentares. A causa predisponente mais comum é
o descuido, onde ponta de arames, pregos, parafusos e outros de mesma característica são deixados
em instalações e pastos, permitindo o acesso dos animais a eles. O corpo estranho, geralmente, não
fica restrito à parede do retículo, com o decorrer do tempo, ele a atravessa e determina um quadro
de retículo-peritonite. No Rio Grande do Sul, a doença é esporádica e, frequentemente, o
diagnostico é apenas clínico. Em geral, os corpos estranhos são retidos no rúmen ou no retículo,
mas podem movimentar-se intrareticularmente e, no caso de serem perfurantes, poderão atravessar a
parede estomacal, perfurar o diafragma e atingir o coração, causando pericardites, ou, alcançar a
cavidade abdominal provocando peritonites difusas ou abscedantes. Na forma aguda da doença os
animais aparecem subitamente com anorexia completa, agalactia (em até 12 horas), dor abdominal e
hipomotilidade ou estase ruminal. O animal reluta em movimentar-se e quando o faz, executa
vagarosamente. A marcha, particularmente nas decidas costuma ser acompanhada de gemidos. A
maioria dos animais prefere permanecer em estação durante um longo tempo e deitar-se com
cuidado. O arqueamento do dorso é acentuado, há rigidez dos músculos abdominais, de forma que o
animal parece estar encolhido. O ingurgitamento da jugular, com pulso atrial pronunciado, está
presente no início do curso e, posteriormente, ocorre insuficiência cardíaca congestiva e edema de
peito e barbela. O principal diagnóstico diferencial são as úlceras abomasais perfurantes, seguida de
cetose. Na necropsia, os bovinos que morrem de forma hiperaguda de pericardite traumática podem
apresentar o miocárdio lacerado, com hemorragia e tamponamento cardíaco. Nos casos agudos pode
observar-se pericardite e peritonite difusa caracterizada pela presença de líquido de odor fétido. Os
animais afetados de modo mais crônico podem apresentar efusão pericárdica extensa, com espessa
camada epicárdica de fibrina. O corpo estranho penetrante geralmente está ainda presente,
incrustado na parede do retículo ou pericárdio. Todas as novilhas em idade reprodutiva ou com um
ano de idade devem receber fortes imãs profiláticos. Embora alguns animais ocasionais eliminem os
imãs através do trato gastrointestinal e alguns percam as forças, o magneto ainda permanece como o
principal meio de prevenção desta doença, deve-se sempre verificar a normalização dos imãs antes
de inseri-los nos animais. Além disso, deve sempre tomar cuidado com ferramentas e acessórios
metálicos levados a campo e ali deixados favorecendo o contato deste com o animal adulto.
1
Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS.
[email protected]
2
Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ, RS.
[email protected]
3
Professora e Patologista responsável pelo Laboratório de Histotécnica da Universidade de Cruz Alta,
UNICRUZ, RS. [email protected]
Download