Primeira Lei de Mendel

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59º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 59o Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2013
Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Recurso didático para inclusão de alunos
com deficiência visual no ensino da
“Primeira Lei de Mendel”
Cerqueira, BRS1; Nakamura, AM1; Sobrinho Jr, IS1; Peripato, AC2
Lab. Genética e Evolução, Depto. Genética e Evolução, Universidade Federal de São Carlos campus São Carlos; 2
Laboratório de Genética de Comportamento, Depto. de Biociências, Universidade Federal de São Paulo campus
Baixada Santista
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Palavras-chave: Educação especial, Recurso didático inclusivo, Ensino de Genética
Os resultados do Censo Escolar da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (SEESP/MEC, 2008)
apontam um crescimento nas matrículas da educação especial nas classes do ensino regular da Educação Básica. No
entanto, há um número limitado de ferramentas utilizadas por alunos com deficiência visual no ensino de Ciências,
principalmente na área de Genética. O presente trabalho objetivou verificar a viabilidade e as adequações necessárias
de um recurso didático inclusivo destinado a alunos com deficiência visual, como mediador no processo de ensino e
aprendizagem da Primeira Lei de Mendel. A atividade pretendeu trabalhar três conceitos: relação fenótipo/genótipo,
dominância/recessividade e a Primeira Lei de Mendel. O fenótipo foi apresentado por sólidos geométricos, sendo
esferas de isopor com superfície lisa ou com saliência. O genótipo foi disposto no interior de cada sólido, representado
por dois cromossomos confeccionados em biscuit podendo conter dois diferentes alelos simbolizados por miçangas
com formatos distintos. Os conceitos de dominância e recessividade foram trabalhados a partir da relação entre o
tipo de superfície do sólido e os alelos contidos nele. Um tabuleiro simulou o quadrado de Punnet para a realização
dos cruzamentos, sendo que inicialmente o aluno deveria realizar a segregação dos alelos parentais para formação dos
gametas. Em seguida, de acordo com as possibilidades de genótipos formados pela união dos gametas, era verificado
o fenótipo/genótipo correspondente e então relatado a proporção de progênie esperada. A atividade foi realizada por
uma aluna que há dois anos possui baixa visão, e encontra-se no primeiro ano do Ensino Médio. A aluna estuda em
uma escola pública regular, frequenta a sala de recursos em que utiliza materiais adaptados, e possuia conhecimentos
prévios relativos à estrutura e função do DNA, mas não nos tópicos abordados na atividade. Na avaliação da atividade,
investigando assimilação dos conceitos e enquadramento do material aos critérios inclusivos (Cerqueira e Ferreira,
2000), a aluna relatou a compreensão dos conceitos de fenótipo/genótipo e dominância/recessividade com clareza.
Para o conceito da Primeira Lei de Mendel foi sugerido, para melhor entendimento, a aplicação de mais exercícios
utilizando o atividade. Quanto ao caráter inclusivo do material, a aluna apontou que o mesmo possui tamanho e
resistência adequada, relevo perceptível e cores contrastantes, indicou ainda que o manuseio foi fácil e que a atividade
não apresentou riscos e nem agrediu a pele. Entende-se que o material é um instrumento viável para a abordagem do
tema em uma perspectiva inclusiva, representando uma alternativa didática importantíssima em um cenário em que há
pouca disponibilidade de ferramentas. É indispensável salientar que a mediação em relação ao recurso é tão importante
quanto à disponibilidade do mesmo. A próxima etapa é a sua aplicação com estudantes cegos e videntes em uma sala
regular de ensino.
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