O Processo Grupal e a Questão do Poder em Martin-Baró

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03/06/2016
Questões Preliminares
O Processo Grupal e a Questão
do Poder em Martin-Baró
Psicologia Social III
• Processo Grupal versus Dinâmica de Grupo – o próprio grupo se
processa como histórico, em um processo de constante
transformação.
• Grupo Concreto – porque se estrutura nas e pelas relações, em duas
dimensões (dos sujeitos e da sociedade).
• O grupo expressa a realidade social (as determinações e também as
contradições que emergem do capitalismo).
• Contradições: indivíduo/sociedade; competição/interdependência;
ter/não ter recursos (materiais, culturais ou pessoais);
explorador/explorado; dependência/independência.
3 Condições para a análise de um grupo
Identidade do Grupo
• Realidade Social do grupo deve ser desvelada.
• Deve compreender tanto os pequenos grupos quanto os grandes
grupos sociais.
• Deve compreender o caráter histórico dos grupos humanos.
• O que é grupo diante dos outros grupos e o que o caracteriza como
tal.
• Grupo é “Uma estrutura de vínculos e relações entre pessoas que
canaliza em cada circunstância suas necessidades individuais e/ou
interesses coletivos” (Martin-Baró)
• Um grupo deve ser analisado em 3 parâmetros: Identidade, Poder e
Atividade.
Aspectos que devem ser considerados:
• Formalização Organizativa (quais são as condições que geram
pertencimento ao grupo: normas).
• Relações com outros grupos (interesses de classe, dialética
intergrupal).
• Consciência de Pertencer ao Grupo (identificação, sentimento de
pertença).
Poder do Grupo
Atividade
• Quais são os recursos (materiais, culturais ou pessoais) de que o
grupo dispõe na relação com outros grupos?
Sobre o poder...
• O poder é inerente a toda e qualquer relação social – deve,
portanto, ser desvelado.
• O poder não é um elemento negativo, mas uma condição de
interação – o que é negativo e o ocultamento do poder que costuma
regular os processos de socialização.
• O ocultamento do poder naturaliza os processos de dominação
social – o poder se transforma em “exigência natural”.
• O que o grupo produz? Para além dos aspectos relacionados à produção
capitalista. É o ponto de partida para o desenvolvimento das outras
dimensões (Identidade e Poder).
Tem duas dimensões:
- Externa: quando a atividade do grupo tem visibilidade social, produz um
efeito real em outro grupos – afirmação de identidade do grupo.
- Interna: vinculação aos membros dos grupo, alinhamento/desalinhamento
das aspirações individuais e as necessidades do grupo.
Para Martin-Baró, o trabalho constitui a atividade humana mais relevante
na definição do sentido da vida.
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Tipos de Grupos
• Primários
• Funcionais
• Estruturais
Grupos Primários
• A atividade do grupo é a própria interação social – o que o que o
grupo produz é a satisfação das necessidades básicas das pessoas.
• É caracterizado pelos vínculos interpessoais no processo de
formação da identidade do grupo.
• Tem a relação de poder estruturada nas características pessoais dos
membros do grupo.
• A atividade Grupal é a própria satisfação das necessidades pessoais
dos sujeitos.
• Grupos primários costumam ser grupos menores. Mas nem todo
grupo pequeno é primário.
Grupos Primários
Grupos Funcionais
• Forma-se
espontaneamente:
atração entre os
membros; identificação
de semelhanças;
complementaridade de
características
pessoais;
compartilhamento de
ansiedades.
• A identidade é construída pelo papel social dos sujeitos, e não pelos
vínculos.
• O poder se constitui pela ocupação social dos membros ou pela
capacitação.
• A atividade se regula especialmente pela satisfação de necessidades
sistêmicas, e não pessoais.
Grupos Funcionais
Grupos Funcionais
• Se referem a
aspectos parciais da
vida de seus
membros.
• A maioria dos grupos
em que estamos
inseridos são
funcionais: escola,
igreja, trabalho,
esporte etc.
• O aprofundamento de relações (tempo do grupo, maior
conhecimento entre os membros) – produz mudança de atividade
grupal, complementaridade e interdependência entre os membros.
• Quando um grupo funcional se transforma em um grupo primário
muda-se a atividade, o poder e a identidade grupal.
• “Corresponde à divisão de trabalho no interior de um sistema
social” (Martin-Baró).
Grupos Primários
• Sendo assim, o processo grupal é transformador – estimula reflexão,
promove consciência individual e social.
Confronto de valores, de sentimentos e de experiências gera reflexão
e, consequentemente, transformação.
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Grupos Estruturais
Para Finalizar...
• A Identidade do grupo se constitui um interesse objetivo – representa
uma comunidade de interesses.
• O poder se estrutura a partir do controle dos meios de produção – se
configura a partir de uma inserção no mundo do capital.
• A atividade do grupo é a satisfação de grandes grupos e classes sociais –
tem a base nas relações de exploração do capital (conflitos de interesses e
de classes sociais).
A questão do poder em Martin-Baró
• Impossível pensar qualquer relação humana sem poder.
• Empoderado e sem poder fazem parte de um mesmo par dialético – o
que mantém o poder é o fato de ele não ser sentido como uma força,
mas sim induz prazer, forma saber e produz discurso.
• Poder velado pelo discurso: ocultamento que precisa ser desvelado.
• O poder de um grupo pode se alternar de acordo com os vínculos
sociais estabelecidos (amizade, afeto, medo) e com o contexto
(relação direta com os recursos materiais, culturais e pessoais).
Em uma sociedade capitalista como a nossa, as relações estruturais de
grupo podem perpassar as relações funcionais e até mesmo as relações
primárias.
“A socialização dos indivíduos é uma das formas mais eficazes de ocultação
do poder, que se realiza quotidianamente, que busca manter controle social
sobre o pensar, o sentir e o fazer das pessoas, ou seja, a normatização da
ação humana” (Sueli Terezinha).
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