Nem lóbi mau nem lobo mau

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22-10-2014 | Imobiliário
Tiragem: 36230
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 13,25 x 23,95 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Nem lóbi mau
nem lobo mau
Luís Lima
A
decisão de consagrar um radicalismo tal que gerará não
um período de salva- as condições para que a liberalizaguarda a anteceder a ção das rendas venha a acontecer,
entrada em vigor, sem no momento exequível, mas precirestrições, da liberali- samente o contrário, sem beneficiar
zação dos valores das rendas dos ninguém, nem a oferta (os proprieespaços comerciais não é nem um tários), nem a procura (as empresas
uivo de um lobo mau nem o resul- instaladas em espaços arrendados)
tado da ação de um lóbi também nem a Economia.
Na Comissão da Monitorização
mau – é apenas um ato de inteligência em defesa do funcionamento citada, à qual pertenço, o consenso
alcançado – aliás ouvido e compreenequilibrado do mercado.
É inegável que a liberalização das dido pelo Governo que nesta matéria
rendas, incluindo as relativas aos tem tido sensibilidade e equilíbrio
arrendamentos comerciais, é uma – não reflete uma qualquer correlamedida de elementar justiça, mas a ção de forças, como há dias veio a
precipitação de a querer impor de público quando alguém, com resum momento
ponsabilidades,
para o outro só
insinuou que o
teria como consuposto lóbi anO regresso à
sequência, neste
ti Reforma estanormalidade
segmento, o enria em maioria e
no
mercado do
cerramento de
tinha saído venmuitas emprearrendamento urbano cedor.
sas , não sendo
É prudente
nunca
foi perspectivado que
previsível, para
sublinhe
como sendo fácil,
o proprietário
que defendo o
do imóvel, que
apesar do crescimento princípio da lio arrendatário
berdade de se
da procura neste
poder fixar uma
antigo fosse, a
mercado
renda no mercamédio prazo,
do de arrendasubstituído por
outro.
mento urbano,
O papel da Comissão de Monito- mas quero que essa liberdade possa
rização da chamada lei das rendas é realmente acontecer sem que tal pogarantir um equilíbrio entre todos os nha em causa as responsabilidades
interesses presentes neste mercado sociais da propriedade imobiliária e
de forma a que a Reforma seja exe- o próprio mercado.
quível e não dance ao sabor desta ou
O regresso à normalidade no merdaquela maioria conjuntural, com os cado do arrendamento urbano nunca
inerentes prejuízos para a Economia foi perspectivado como sendo fácil,
portuguesa e para os portugueses.
apesar do crescimento da procura
A Comissão não é, ao contrário neste mercado. Não esquecemos as
do que alguns querem fazer crer, longas décadas de congelamento de
um palco de batalhas de meia dúzia rendas e os condicionalismos que esde lobistas, divididos entre duas fa- ta situação gerou. Também por isto é
ções supostamente opostas, como exigível um cuidado ainda mais acresse fossem exércitos em preparação cido na hora de fazer funcionar livrepara uma batalha antiga. Pela mesma mente o mercado. Mas, claro, sem
lógica, o período de salvaguarda não deitar a perder o próprio mercado.
é uma vitória dos que, aos olhos de Presidente da CIMLOP
alguns, perecem estar contra a Re- Confederação da Construção
forma.
e do Imobiliário de Língua
Quem realmente está contra a Oficial Portuguesa
Reforma é quem tenta impô-la com [email protected]
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